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Primeiros Socorros em Equinos Como agir nos primeiros socorros até a chegada do Médico Veterinário. Voz pacificadora que relincha, Vivo para sempre em paz Eu protejo meu cavalo - Canção Navajo Índice Definição - 04 Introdução - 05 Prevenção de Doenças e Problemas - 08 Vacinação - 14 Contenção de Equinos - 15 Sinais Vitais - 17 Cavalos vão ao Dentista! - 19 Farmácia - 21 Claudicação - 24 Seringas e Agulhas - 26 Cuidados com os Cascos - 27 Laminite - 29 Traumatismo e Ferimentos - 32 Diarréia - 36 Cólica Equina - 38 Rabdomiólise de Esforço - 41 Definição “Ajuda que se faz ao animal doente ou acidentado, antes do socorro do profissional Médico Veterinário.” São extremamente necessárias essas ajudas, pois pode-se salvar um cavalo da morte ou um agravamento de um sintoma. Introdução É o procedimento mais importante até a chegada do Médico Veterinário, e quando feito de maneira correta, ou não, pode significar a diferença entre a vida e a morte do paciente. Não é todo o socorro, ou seja, é indispensável em casos sérios que o profissional seja chamado para a correta avaliação e tratamento do problema ou sintoma. Introdução O manejo está diretamente ligado aos primeiros socorros. Com um bom esquema de manejo, os primeiros socorros serão cada vez mais desnecessários. O melhor caminho a ser tomado quando se tratando de animais é usar o que chamamos de medicina preventiva, assim minimizamos os primeiros socorros, e evitaremos os maiores problemas. A Prevenção de Doenças e Problemas MANEJO PREVENÇÃO SANITÁRIO Vacinas/Instalações (cochos, bebedouros, camas) Pastos (cercas) NUTRICIONAL A Prevenção de Doenças e Problemas A prevenção é o método mais eficaz de se trabalhar com cavalos, porém, é um método que requer muito trabalho para se instalar na propriedade. A dificuldade encontrada é de conscientizar as pessoas que trabalham com cavalos sobre a importância da prevenção como caminho para o trabalho correto. A Prevenção de Doenças e Problemas Para que possamos trabalhar com esquemas de prevenção, devemos ter no dia-a-dia dos cavalos alguns fatores como: -Manejo adequado -Sanidade do Rebanho -Alimentação Balanceada -Água de Boa Qualidade -Higiene -Controle Parasitário A Prevenção de Doenças e Problemas Manejo Adequado: O manejo deve ser levado a sério por todos os envolvidos com os cavalos. As rotinas, horários, conhecimento de cada cavalo, enfim, o dia-a-dia devem ser observados com atenção. Sanidade do Rebanho: Os cavalos devem estar em perfeitas condições de saúde, isso não significa apenas aparência saudável. Exames, vacinas, vermífugos, esquemas de pulverização dever ser uma constante na vida de uma cocheira e todos os envolvidos devem estar cientes disto. Os cochos de água dos cavalos devem ser lavados periodicamente e, se possível, instalar boias nos cochos para uma renovação constante da água. A Prevenção de Doenças e Problemas Alimentação Balanceada: É comum vermos cavalos comendo rações impróprias para sua espécie, capim de má qualidade, quantidades erradas e alimentos na hora errada. Alimentação balanceada significa ingerir o necessário para a vida Água de Boa Qualidade A água oferecida deve estar fresca, boa para o consumo. Às vezes os cavalos acabam ingerindo por ser a única que lhes é oferecida, portanto, observar o estado do único líquido ingerido pelo cavalo é extremamente necessário. A Prevenção de Doenças e Problemas Higiene: É o fator mais importante no processo de prevenção. Agulhas, seringas, papéis, restos de alimento, embalagens plásticas, sacos de ração vazios, ‘cordinhas’ de feno e arames de alfafa são materiais que devem estar no lixo. Além disto, corredores e pátios devem estar varridos e lavados. Todos devem estar comprometidos para isto. Controle Parasitário: Não deve ser somente remetido à carrapatos, mas outros pequenos animais como pulgas, etc. É a prevenção com pulverização, observação a cada animal e tratamento imediato em casos de presença do parasita que mantém o animal são e resultado negativo para doenças como a piroplasmose, que veta animais para competições internacionais. A Prevenção de Doenças e Problemas Vacinação A vacinação é tão importante quando o controle parasitário ou a higiene. Cavalos devem ser vacinados frequentemente, conforme a recomendação por classes e faixas etárias. Tabela de vacinação sugerida para todos os cavalos, independente da raça, tipo de trabalho, etc. DOENÇA 1ª DOSE REFORÇO FREQUÊNCIA Influenza 5 meses Após 30 dias Anual Encefalomielite 6 meses Após 07 dias Anual Tétano 6 meses Após 15 dias Anual Raiva 6 meses - Anual Aborto à virus/ Rinopneumonite 6 meses Após 30 dias Éguas prenhes: 5º, 7º e 8º mês/gest. Demais anual Sempre que iremos exercer os primeiros socorros, devemos sempre começar com a aproximação do animal, que deve ser feita com voz firme, de frente ou de lado, nunca por trás ou de repente. Lembre-se: Com a situação de desconforto, o cavalo pode ser reações que surpreendam as pessoas que estão à sua volta. A contenção do animal a ser tratado ou examinado deve ser muito bem feita e muito bem pensada para que não hajam acidentes. CABRESTOS: De nylon ou corda, devem ter afogador para estarem firmes na cabeça do animal PITOS OU CACHIMBOS: São usados na contenção mais efetiva de animais ariscos. São instrumentos de madeira com uma cordinha na ponta, que é passada no lábio superior do cavalo causando assim, uma sensação de dor e desconforto. MÃO DE AMIGO: Ocorre com o levantamento de uma das patas dianteiras, causando assim, uma sensação de desequilíbrio. É muito usado em tratamentos de cascos, canelas e ferimentos nos membros. Contenção de Equinos Cabresto Pito/ Cachimbo Sinais Vitais Frequência Cardíaca: -Auscultação com o estetoscópio colocado na região do coração ao lado esquerdo do cavalo; - Dedos na face interna do ramo da mandíbula sobre a artéria facial; Varia de 30~40 batimentos/min. Frequência Respiratória: -Estetoscópio na parte ventral cranial; -Observação do movimento dos flancos do cavalo; Varia de 8~12 movimentos/min. Temperatura: -Deve ser medida através do reto, com um termômetro especial para animais de grande porte por aprox. 1,5 ~ 2 min. Varia de 37,5ºC ~ 38,5ºC. Análise das Mucosas: -Origem ocular, nasal e bucal; Normalidade na cor rósea. Cavalos vão ao Dentista! Com o passar do tempo, através da alimentação à base de volumoso e concentrados, os dentes dos cavalos vão se desgastando e criando o que chamamos de ‘pontas’. Se refere ao desgaste central dos dentes, fazendo com que as partes periféricas fiquem cada vez mais pontudas. Elas incomodam bastante e machucam a língua e as laterais da boca, além de prejudicar também a alimentação e o assento de freios e bridões. Os sinais são: Emagrecimento Restos de ração no chão Incômodo com freios e bridões quando no trabalho A verificação é contínua e simples e o método para a retirada das pontas é a grosagem feita com grosas de diversos tamanhos pelo MV. Farmácia Compressas de gaze de vários tamanhos Rolos de ataduras de gaze Adesivos e esparadrapos Luvas de látex descartáveis Algodão Soro Ringer-lactato e glicosado 5% Antisséptico: álcool iodado, mercúrio cromo, etc Óleo mineral Bisturi, tesouras, pinças Linhas e porta-agulha para sutura Termômetro Fósforo Lanterna Toalhas limpas Agulhas hipodérmicas: 25x7, 30x8, 30x10, 40x10, 40x12, 40x16 Seringas para injeção: 5, 10, 20 e 60 ml Unguento ara casos de queimaduras e irritação da pele Farmácia Colírio e conta-gotas Anestésico local Água oxigenada, povidine degermânico e tópico Sabão antisséptico Soro antitetânico, antiofídico polivalente, antiaracnídeo e antiescorpiônico Analgésicos Antinflamatórios esteroidais e não esteroidais Antibióticos Pomada cicatrizantes Estetoscópio Equipos para soro Sonda nasogástrica Quem mandacavalos para competições, exposições, ou viagens em geral, deve sempre ter uma caixa de primeiros socorros para acompanhar estes cavalos, contendo medicamentos de emergência Claudicação A claudicação não é doença, é um sintoma de vários problemas do sistema locomotor que pode acontecer com seus membros provocando dor, ferimento, etc. Mancar = Claudicar Claudicação Exame clínico do Aparelho Locomotor Flexionamento do membro sucedido de trote É flexionado o membro por um tempo, logo depois o animal é trotado, no caso de o problema ser no membro em questão, a claudicação é acentuada Anestesiar o membro Anestesiar parte a parte, vindo de baixo para cima (sentido mais distal à raiz do membro). Feito nos nervos digitais, se o animal parar de claudicar, achou o problema. Anamnese Histórico do problema O responsável pelo manejo no dia-a-dia do cavalo informa sobre o ocorrido até o ferimento Observação do membro Exame ocular parado, a passo e trotando Enquanto uma pessoa guia o cavalo nesses 3 tipos de movimentos, a pessoa que fará o exame percebe a claudicação durante a andadura. Palpação Exame local Diagnostica edemas, alterações de temperaturas no membro e sensações dolorosas Teste de Hiperflexionamento Bloqueio Anestésico Seringas e Agulhas Como nas seringas, o custo baixo das agulhas faz com que se trabalhe com material descartável sem problemas, visto que a esterilização é algo ultrapassado e de risco. As mais utilizadas são: 25x7 – aplicação subcutâneas (sob a pele) 30x8 – aplicação intramusculares (no músculo) 30x10 – aplicações intramusculares 40x10 – aplicações intramusculares ou intravenosas 40x12 – aplicações intramusculares ou intravenosas 40x16 – aplicação de soro Cuidados com o casco Os cascos são de extrema importância para as funções de locomoção e deslocamento em busca de alimento. Os cascos devem ser aparados regularmente, de maneira adequada, num intervalo de 3~6 semanas, dependendo da sua utilização A inflamação da ranilha deve ser observada. Deve-se evitar a umidade usando iodo 10% e o ressecamento usando a graxa especial para cascos. A prevenção bem feita pelo pessoal que trabalha nas cocheiras deve ser periódica e mais acentuada na época da chuva (eles ficam + moles e úmidos), o que favorece enfermidades, logo, prejuízos. Lembre-se: A verificação é constante e feita diariamente. Os cavalos com os cascos saudáveis são sempre mais ativos, sem dor e com mais disposição para o trabalho. Alie estes procedimentos a um bom ferrageamento e tenha um cavalo sempre saudável. Cuidado com o casco Abaixo, os 5 problemas mais comuns encontrados no dia a dia dos cavalos: Pedras, galhos secos ou galhos de capim entre a ferradura e o casco. Rachaduras na parede dos cascos. Sola do casco muito mole ou dura (uso de graxa ou iodo). Umidade causando a proliferação de fungos e bactérias. Restos de barro, podendo machucar a sola Laminite É uma inflamação nas lâminas do casco. Se trata de uma doença vascular periferal manifestada pela diminuição da perfusão capilar causando um bloqueio arteriovenoso e consequentemente necrose isquêmica da lâmina e dor. Sinal Clínico Aguamento Desordem Metabólica Causas Comuns Ingestão exagerada de carboidrato Excesso de peso Trabalho Intenso Concussões no casco Laminite A laminite pode também ser secundária à metrite, aborto, toxemia, cólicas, tratamento com corticóides, hipotireoidismo, entre outras. O animal fica deprimido, sem fome, e a sua postura é alterada em busca do alívio do peso que é exercido sobre as patas atingidas. O diagnóstico é feito pelo histórico e pela observação: A postura, o aumento da temperatura dos cascos, a presença de pulso firme nas artérias digitais e a relutância na movimentação são alguns sinais. FORMAS DE TRATAMENTO Tratamento dietético (retirada de grãos) Inclusão de aminoácidos (biotina e metionina) Terapêutica, através de administração de drogas vasodilatadoras Administração de antinflamatórios e analgésicos Tratamento cirúrgico, com uma tenotomia do tendão flexor digital profundo Casqueamento e ferrageamento adequados, usando palmilhas e ferraduras especiais. Casos de laminite em equinos Queda de cascos provocada pela laminite Traumatismos e Ferimentos Por serem animais muito ativos, os cavalos correm alto risco de um traumatismo ou ferimentos. Um galope no pasto ou um tropeço em algum buraco pode ser a causa de um traumatismo. É importante que o proprietário ou responsável se atente á detalhes como a limpeza dentro das cocheiras e prezem por um correto trabalho à pasto ou na pista. Traumatismos e Ferimentos Por torções e pancadas: Acontece no trabalho ou mesmo com cavalos soltos, para que se proteja o membro e se dê firmeza aos tendões e articulações é importante que o animal seja ligado. Os cavalos que torcem a pata podem mancar imediatamente ou após um tempo de esfriamento. Para isto, podemos fazer: -Uma ducha e gelo (2~3 vezes/dia) -Ligar o membro com pomadas anti-inflamatórias -Se necessário, um analgésico. Obs: Em suspeita de fratura, recomenda-se um raio-x urgente do local, e auxílio do Med. Veterinário. Tendinites: É causada pelo esforço excessivo no trabalho ou pancada. A liga de trabalho ou descanso serve como prevenção e firma os tendões. Quando o tendão é afetado, aumenta um pouco de tamanho e o cavalo manca ou sente uma sensibilidade dolorosa na região. Recomenda-se neste caso: -ducha por todo o membro e aplicação de gelo no local -uso de pomadas anti-inflamatórias com ligas Traumatismo e Ferimentos Ferimentos: É importante manter medidas preventivas para evitar ferimentos, como evitar objetos cortantes nas baias ou no próprio pasto e pista de trabalho. Em caso de ferimentos, haverá sangue e é importante tomar as seguintes medidas: -levar o cavalo para um local limpo -lavar o ferimento -promover a hemostasia (parada de sangue) através da limpeza com água e sabão anti-séptico, água oxigenada e povidine -aplicar uma pomada antibiótica e cicatrizante -bandagem para proteção Se o ferimento for extenso e houver o caso de sutura, chamar o Med. Veterinário. Traumatismos e Ferimentos Suturas: Suturas são os pontos que se fazem para fechar um ferimento através do uso de fios especiais usados pelo Med. Veterinário. Existem dois tipos de fios: -Absorvíveis Categute Simples e Categute Cromado Usados para suturas internar de órgãos ou musculaturas. Fios de Nylon Usados para suturas externas, ou seja, feitas na pele. Por não absorverem água são mais usados por Veterinários, evitando a proliferação de fungos e bactérias. Diarréia A diarréia não é doença, e sim, um sintoma que pode ser de várias doenças do trato gastro-intestinal. Ocorre com mais intensidade em potros, mas em cavalos adultos também podem apresentar o problema. Diarréia Principais causas da diarréia: Água e alimentos contaminados Verminoses (infestações por vermes devido à falta de vermifugação) Intoxicação Infecção gastro-intestinal Também pode ocorrer devido à medicamentos mal administrados. Com um quadro avançado de diarréia pode haver desidratação, piorando o estado geral da doença e exigindo ação imediata de um responsável. Quando aos potros, a diarréia provém pela ingestão de leite materno, que é comum, mas deve ser observado com atenção e tratado com urgência. Os alimentos com suspeita de validade ou qualidade NÃO deve ser fornecido. É importante que as rações sejam estocadas em locais secos e arejados, longe de paredes para que não pegue umidade e embolore. Cólica Equina É a enfermidade que mais exige socorro imediato. Se trata de uma síndrome que pode ser causada por desordens do trato digestivo e manifestada por sinais clínicos de dores abdominais agudas, subagudas e depressão. As causas são muitas, mas o manejo incorreto feito em cocheiras é o principal. Cólica Equina Principais sinais clínicosda cólica: Movimentos de escavar Escoiceamento do abdome Movimentos de deitar e levantar incessantes Rolar Olhar para o flanco Posturas anormais Batimento cardíaco acelerado Na cólica, é preciso agir com rapidez. Não deixe o animal em local que possa lhe oferecer riscos. Faça-o caminhar e administre um analgésico para aliviar a dor. Chame o Medico Veterinário imediatamente. Cirurgia - torção de intestino Cólica Equina A melhor maneira de se combater a cólica equina é a prevenção... As instalações devem estar limpas Os pastos também devem estar limpos, isto é, sem corpos estranhos, panos, esponjar, plásticos, etc. As plantas tóxicas são terminantemente proibidas A vermifugação a cada 60 dias é importante A alimentação deve ser balanceada e de boa qualidade Um local seco e ventilado é o ideal para armazenamento de rações e feno Alimentação deve ser dividida em partes. O indicado é que se divida a ração em parte, fornecendo de 3~4 vezes/dia ¾ de volumoso(feno, capim) para ¼ de concentrado (ração) Rabdomiólise de Esforço Apesar do nome difícil, é muito comum por ‘Síndrome de Segunda-feira’. Se trata de uma acidose que afeta o tecido músculo-esquelético dos equinos, devido à uma atividade física exaustiva e exagerada. Tem esse nome, pois acontece geralmente nas segundas-feiras após um final de semana de grandes esforços exigidos em competições e treinos. Esta fisiopatogenia é provocada pela deposição de ávido lático na musculatura do cavalo associada à uma resposta vascular, resultando numa isquemia dos músculos. Em consequência, o animal apresenta um desequilíbrio hidroeletrolítico (acidobásico). Rabdomiólise de Esforço Sintomas mais comuns: Sudorese (suor excesivo) Pulso acelerado Desidratação Enrijecimento da andadura, particularmente dos quartos traseiros. Nos quadros graves, o animal pode acabar deitando de tão nervoso. O diagnóstico após os sinais clínicos e histórico, pode ser confirmado através de testes laboratoriais, com o nível de enzimas musculares elevado. Tratamento Básico: -Fluidoterapia (soro p/ reposição eletrolítica) -Glicose, bicarbonato de sódio e drogas anti-inflamatórias não esteroidais e relaxantes musculares Prevenção: -Manter um calendário semanal de treinamento -Cavaleiros e proprietários consciente