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PATOLOGIA BUCAL Cistos não odontogênicos Cistos não odontogênicos são oriundos de restos epiteliais deixados durante o desenvolvimento da face, cavidade bucal e pescoço, ou seja, provida durante a embriogênese da região de cabeça e pescoço.. A classificação é contestada, no entanto, didaticamente, pode ser em cistos fissurais e cistos não fissurais. Cistos fissurais Lesão que resulta da proliferação dos remanescentes epiteliais do ectoderma que recobre os processos embrionários que participam da formaçao da face e da boca. merece destaque o cisto globulomaxilar, nasolabial ou nasoalveolar, ducto nasopalatino e os cistos medianos. Cisto globulomaxilar são raros, intraósseos, localizados exclusivamente no maxilar. originalmente foi considerado um cisto fissural que se originava de epitélio aprisionado durante a fusão da porção globular do processo nasal mediano com o processo maxilar. Entretanto, este conceito tem sido questionado, porque a porção globular do processo nasal mediano está primariamente unida ao processo maxilar, e não ocorre fusão. Por conseguinte, não ocorre aprisionamento epitelial durante o desenvolvimento embrionário desta região. praticamente todos os cistos que ocorrem na região globulomaxilar (entre o incisivo lateral e o canino) podem ser explicados com uma base odontogênica. muitos são revestidos por epitélio escamoso estratificado com inflamação e são considerados cistos odontogênicos. Alguns exibem características histopatológicas específicas de um ceratocisto odontogênico ou de um cisto periodontal lateral. Também foi sugerido que algumas destas lesões podem surgir de uma inflamação do epitélio reduzido do esmalte no momento de erupção dos dentes. Características histopatológicas em raras ocasiões, podem ser revestidos por epitélio colunar, pseudoestratificado, ciliado. Tais casos sustentam a crença na teoria de origem fissural. Entretanto, este epitélio pode ser explicado pela grande proximidade com o revestimento do seio maxilar. Além disso, epitélio respiratório também tem sido relatado nos cistos periapicais, cistos dentígeros, e cistos odontogênicos glandulares encontrados em outras localizações. como um cisto fissural nessa região provavelmente não existe, o termo cisto globulomaxilar não deve mais ser utilizado. Quando uma lesão radiolúcida for encontrada entre o incisivo lateral e canino superior, o clínico deve considerar primeiro uma origem odontogênica para a lesão. atualmente o termo mais indicado é cisto odontogênico em uma localização glóbulo maxilar. Características radiográficas e do exame intraoral no exame radiográfico, localiza-se entre o incisivo lateral e o canino apresentando o formato de pêra invertida, radio transparente, circundada por um halo esclerótico. os dentes adjacentes estão vitais com divergência radicular notada em grande maioria das lesões, no entanto, pode infectar-se secundariamente e apresentar sintomatologia dolorosa. no exame intraoral, pode-se observar um aumento de volume, expansão da cortical óssea e obliteração do vestíbulo de fundo de suco. Após remoção da lesão, verifica-se um aspecto nodular, recoberta por uma capsula de tecido conjuntivo frouxo Cisto nasolabial Raro. Incidência em torno de 1% de todos os cistos maxilares, e em torno de 3% dos cistos não odontogênicos. Ocorre externamente no osso, no lábio superior, lateral à linha média. Aproximadamente 10% dos casos relatados são bilaterais. Como o alvéolo não é envolvido, o termo nasolabial é preferível em relação ao termo nasoalveolar. Existe uma ampla distribuição contra a idade variando entre 12 e 75 anos, com pico de prevalência na quarta e quinta décadas de vida. Existe uma predileção significativa pelo gênero feminino. A sua patogênese é desconhecida, embora existam duas teorias principais. Uma teoria considera o cisto nasolabial um cisto “fissural” originado de remanescentes epiteliais aprisionados ao longo da linha de fusão do processo maxilar, processo nasal mediano e processo nasal lateral. Uma segunda teoria sugere que estes cistos desenvolvam-se pela deposição ectópica do epitélio do ducto nasolacrimal, devido à sua localização e aspecto histológico semelhantes. Características clínicas tumefação do lábio superior que causa elevação da asa do nariz. muitas vezes, o aumento eleva a mucosa do vestíbulo nasal e causa apagamento do fundo de vestíbulo. ocasionalmente, esta expansão pode resultar em obstrução nasal ou interferir na utilização de uma prótese. a dor é rara, exceto quando a lesão está infectada secundariamente. o cisto pode se romper espontaneamente e drenar para a cavidade oral ou nasal. A, Aumento no lado esquerdo do lábio superior com elevação da asa do nariz. B, Tumefação intraoral apagando o fundo de vestíbulo. como origina-se nos tecidos moles, na maioria dos casos não há alterações radiográficas. ocasionalmente, pode ocorrer reabsorção do osso subjacente pela pressão exercida pelo cisto. Características histopatológicas caracteristicamente revestido por epitélio colunar pseudoestratificado, exibindo muitas vezes células caliciformes e ciliadas. áreas de epitélio cúbico e metaplasia escamosa não são raras. alterações apócrinas também foram relatadas. a parede do cisto (cápsula ficrosa) é composta de tecido conjuntivo fibroso com tecido muscular esquelético adjacente. a inflamação pode ser observada quando a lesão está infectada secundariamente. Tratamento e prognóstico consiste na remoção cirúrgica total por acesso intraoral. como a lesão geralmente está próxima ao soalho nasal, muitas vezes é necessário retirar uma parte da mucosa nasal para garantir a remoção completa da lesão. Recentemente foi sugerida uma abordagem alternativa via cavidade nasal que permite a marsupialização endoscópica da lesão. recidivas são raras. Cisto do ducto nasopalatino é o cisto não odontogênico mais comum da cavidade oral, ocorrendo em cerca de 1% da população. acomete qualquer faixa etária, porém é raramente encontrado na primeira década de vida, já pacientes entre a 4°, 5° e 6° décadas de vida, são mais comumente acometidos, principalmente homens. Patogênese Acredita-se que se origine de remanescentes do ducto nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga a cavidade nasal e oral na região do canal incisivo. Na sétima semana de vida intrauterina, o palato em desenvolvimento consiste no palato primário, o qual é formado pela fusão dos processos nasais medianos. Atrás do palato primário, o crescimento descendente do septo nasal produz duas comunicações entre a cavidade nasal e oral, as coanas nasais primitivas. A formação do palato secundário começa por volta da oitava semana de vida intrauterina, com o crescimento descendente das partes médias dos processos maxilares (processos palatinos) localizando-se de cada lado da língua. Conforme a mandíbula se desenvolve e a língua desce, os processos palatinos crescem horizontalmente, fusionando-se com o septo nasal na linha média e com o palato primário ao longo da sua superfície anterior. Dois trajetos persistem na linha média entre o palato primário e o secundário (os canais incisivos). Os ductos nasopalatinos são estruturas epiteliais que também se formam por essa fusão e encontram-se dentro dos canais incisivos. Normalmente, tais ductos regridem nos humanos, mas podem deixar remanescentes epiteliais nos canais incisivos. Os canais incisivos começam no assoalho da cavidade nasal em cada lado do septo nasal, dirigindo-se para baixo e para frente, saindo no osso palatino através de um forame comum na região da papila incisiva. Além dos ductos nasopalatinos, estes canais contêm o nervo nasopalatinoe os ramos anastomosados da artéria palatina descendente e artéria esfenopalatina. Ocasionalmente, dois pequenos forames, levando os nervos nasopalatinos, são encontrados dentro do forame incisivo. Em alguns mamíferos, remanescentes dos ductos nasopalatinos permanecem visíveis e promovem a comunicação entre a cavidade nasal e oral. Em raras ocasiões, ductos nasopalatinos visíveis ou parcialmente visíveis podem ser encontrados em humanos. Possíveis fatores etiológicos sugeridos são: o trauma, infecção do ducto e retenção de muco das glândulas salivares menores adjacentes. Embora a patogênese desta lesão ainda seja desconhecida, provavelmente ela representa uma degeneração cística espontânea de remanescentes do ducto nasopalatino. Características clínicas é uma lesão intraóssea., mas dependendo do tamanho, os sinais e sintomas clínicos podem incluir: tumefação flutuante na região anterior do palato, presença de drenagem e de dor. paciente geralmente relatam uma história longa desses sintomas, provavelmente devido a sua natureza intermitente. muitas lesões são assintomáticas, sendo detectadas no exame radiográfico de rotina. um cisto grande pode produzir uma expansão completamente flutuante envolvendo a região anterior do platô e da mucosa alveolar. Cisto do ducto nasopalatino. Tumefação flutuante na região anterior do palato em raras ocasiões, um cisto do ducto nasopalatino pode se desenvolver nos tecidos moles da papila incisiva sem qualquer envolvimento ósseo. Estas lesões são frequentemente chamadas de cistos da papila incisiva. Estes cistos usualmente exibem uma coloração azulada devido ao conteúdo líquido na luz do cisto Tumefação da papila incisiva Características radiográficas as radiografias geralmente demonstram uma lesão radiolúcida bem circunscrita próxima ou na linha media da região anterior da maxila, entre os ápices dos incisivos centrais extando esses dentes vitalizados. a reabsorção radicular é raramente notada. a lesão geral é arredondada ou oval, com uma margem esclerótica muito bem definida. alguns cistos podem ter um formato de pera invertida, possivelmente devido à resistência das raízes dos dentes adjacentes. outros casos podem exibir o formato clássico de coração, como resultado da sobreposição da espinha nasal ou pelo chanframento causado pelo septo nasal. o diâmetro radiográfico do cisto do ducto nasopalatino pode variar de lesões pequenas, menores que 6 mm, a lesões grandes destrutivas com mais de 6 cm. pode ser difícil distinguir um cisto do ducto nasopalatino pequeno de um forame incisivo grande. Geralmente, considera-se que 6 mm é o limite máximo para o tamanho de um forame incisivo normal. Logo, uma imagem radiolúcida com 6 mm ou menos nesta área é considerada um forame normal, exceto quando outros sinais e sintomas estejam presentes. Características histopatológicas o epitélio de revestimento dos cistos do ducto nasopalatino é variável. Pode ser constituído de: - epitélio escamoso estratificado: é o mais comum, estando presente em três quartos de todos os cistos. - epitélio colunar pseudoestratificado: tem sido relatado desde um terço até três quartos de todos os casos. - epitélio cúbico simples e o epitélio colunar são observados mais raramente. A. Revestimento cístico mostrando a transição entre o epitélio colunar pseudoestratificado para epitélio escamoso estratificado. B. Revestimento epitelial cuboidal achatado. frequentemente, mais de um tipo de epitélio é encontrado no mesmo cisto. células caliciformes e cílios podem ser encontrados em associação do epitélio colunar. o tipo de epitélio pode estar relacionado com a posição vertical do cisto dentro do canal incisivo. cistos que se desenvolvem mais superiormente no canal, próximos à cavidade nasal, tendem a apresentar epitélio respiratório, enquanto que aqueles localizados próximos à cavidade oral geralmente exibem epitélio escamoso. os componentes da parede do cisto podem auxiliar no diagnóstico. em virtude de o cisto do ducto nasopalatino se originar do canal incisivo, nervos de tamanho moderado, artérias musculares pequenas e veias são frequentemente encontrados na parede do cisto. pequenas glândulas mucosas têm sido observadas em um terço dos casos. Ás vezes, podem ser encontradas pequenas ilhas de cartilagem hialina. frequentemente, uma resposta inflamatória é notada na parede cística e pode variar de suave a intensa. Tal inflamação é de natureza crônica e composta por linfócitos, plasmócitos e histiócitos. Algumas vezes, células inflamatórias agudas (neutrófilos) podem ser observadas. Parede cística exibindo vasos sanguíneos, feixes nervosos e glândulas salivares menores Tratamento e prognóstico são tratados por enucleação cirúrgica. a biópsia é recomendada, porque a lesão não é diagnosticada por radiográfia e existem outras lesões benignas e malignas semelhantes ao cisto do ducto nasopalatino. o melhor acesso cirúrgico é realizado com um retalho palatino rebatido após uma incisão ao longo da margem gengival lingual dos dentes anteriores superiores. Prognóstico favorável: a recidiva é rara; a transformação maligna tem sido relatada em alguns casos escassos, mas esta é uma complicação rara. Cisto mediano ocorre na linha média do palato ou na linha média da mandíbula, sendo subdivididos em Palatino Mediano e Mandibular Mediano. Cisto palatino mediano é um cisto fissural raro, que teoricamente se desenvolve do epitélio retido ao longo da linha de fusão embrionária dos processos palatinos laterais da maxila. este cisto pode ser difícil de ser diferenciado de um cisto do ducto nasopalatino. Na verdade, a maioria dos “cistos palatinos medianos” pode representar cistos do ducto nasopalatino localizados posteriormente. Em decorrência de os ductos nasopalatinos terem um trajeto superior e posterior, conforme se estendem do canal incisivo para a cavidade nasal, um cisto do ducto nasopalatino que se origine de remanescentes posteriores deste ducto próximo à cavidade nasal pode ser confundido com um cisto palatino mediano. Características clínicas apresenta-se como uma tumefação firme ou flutuante na linha média do palato duro, posterior à papila incisiva. a lesão aparece mais em adultos jovens. muitas vezes, a lesão é assintomática, porém alguns pacientes queixam-se de dor ou expansão. o tamanho médio deste cisto é de 2 x 2 cm, porém algumas vezes pode se tornar maior. as radiografias oclusais revelam uma lesão radiolúcida na linha média do palato duro. um cisto palatal mediano verdadeiro deve apresentar clinicamente um aumento de volume no palato. Uma área radiolúcida na linha média sem evidência clínica de expansão é provavelmente um cisto do ducto nasopalatino. é tratado por remoção cirúrgica. A recidiva não ocorre. Para diferenciar o cisto palatal mediano de outras lesões císticas da maxila, Gingell e colaboradores sugeriram os seguintes critérios diagnósticos: - aparência grosseiramente simétrica ao longo da linha média do palato duro - localização posterior à papila palatina - formato circular ou ovoide na radiografia - ausência de associação íntima de um dente não vital - ausência de comunicação com o canal incisivo - ausência de evidências microscópicas de feixes neurovas-culares, cartilagem hialina, ou glândulas salivares menores na parede cística Características histopatológicas o exame microscópico mostra um cisto que é usualmente revestido por epitélio escamoso estratificado. em alguns casos, áreas de epitélio colunar pseudoestratificado podem ser observadas. uma inflamação crônica pode estar presente na parede do cisto. Cisto mandibular mediano é uma lesão controversa de existênciaquestionável. teoricamente, representa um cisto fissural na linha média anterior da mandíbula, que se desenvolve de epitélio aprisionado durante a fusão das metades da mandíbula, na vida intrauterina. Entretanto, na realidade, a mandíbula se desenvolve como uma proliferação mesenquimal bilobulada única com um istmo central na linha média. Conforme a mandíbula cresce, o istmo é eliminado. Portanto, como não acontece fusão de processos limitados por epitélio, não é possível ocorrer retenção epitelial. como a metaplasia pode ocorrer eventualmente em cistos odontogênicos, parece que a maioria (se não todos) dos cistos da linha média da mandíbula é de origem odontogênica. Vários casos suspeitos de cisto mandibular mediano seriam classificados atualmente como exemplos do cisto odontogênico glandular, o qual tem uma propensão para ocorrer na região de linha média da mandíbula. Outros poderiam ser classificados como cistos periapicais, ceratocistos odontogênicos ou cistos periodontais laterais. Pelo fato de um cisto fissural nesta região provavelmente não existir, o termo cisto mandibular mediano não deve mais ser utilizado. Possivelmente se origina do germe dentário de um dente supranumerário ou resquícios da lamina dentária, ou ainda pode se tratar de um cisto radicular. Cistos não fissurais Podem também ser denominados cistos do pescoço e assoalho da boca, devido a sua localização. Cisto do ducto tireoglosso Origina-se por remanescentes do ducto tireoglosso, e destaca-se por ser uma das lesões mais comuns da linha media do pescoço (3/4). a base relacionasse ao desenvolvimento da glândula tireoide. Patogênese O desenvolvimento da glândula tireoide começa no final da terceira semana de vida embrionária, como uma proliferação das células endodérmicas do soalho ventral da faringe, entre o tubérculo ímpar e a cópula da língua em desenvolvimento – um ponto que posteriormente se torna o forame cego. Este primórdio da tireoide migra para o pescoço como um divertículo bilobulado anterior ao osso hioide em desenvolvimento, atingindo sua posição final abaixo da cartilagem tireoide, por volta da sétima semana de vida intrauterina. Ao longo deste trajeto descendente, forma-se um ducto ou trato epitelial, mantendo uma união com a base da língua. Este ducto tireoglosso torna-se intimamente associado ao osso hioide. Conforme o osso hioide sofre maturação e gira para a sua posição final, o ducto tireoglosso passa na frente e por baixo do hioide, girando para cima e para trás dele antes de se curvar inferiormente de novo abaixo do pescoço. Muitas vezes, o segmento caudal deste ducto persiste, formando o lobo piramidal da glândula tireoide. Normalmente, o epitélio do ducto tireoglosso sofre atrofia e o ducto é obliterado. Entretanto, remanescentes deste epitélio podem persistir e dar origem a cistos ao longo deste trato, conhecidos como cistos do ducto tireoglosso. A causa para a degeneração cística é incerta. A inflamação é o estímulo mais sugerido, principalmente do tecido linfoide adjacente, que pode reagir à drenagem de infecções da cabeça e pescoço. A retenção de secreções dentro do ducto é um outro possível fator. Além disso, existem vários relatos de ocorrência familial destes cistos. Características clínicas desenvolvem-se na linha média e podem ocorrer em qualquer local, desde o forame cego na língua até a glândula tireoide., no entanto, em 60% a 80% dos casos o cisto desenvolve-se abaixo do osso hioide. podem apresentar localização submentoniana. os cistos intralinguais são raros. os cistos que se desenvolvem na área da cartilagem tireoide estão, muitas vezes, desviados lateralmente da linha média devido à margem anterior pronunciada da cartilagem tireoide podem se desenvolver em qualquer idade, porém são mais diagnosticados nas duas primeiras décadas de vida; cerca de 50% dos casos ocorrem antes dos 20 anos de idade. não há predileção por gênero. geralmente, o cisto apresenta-se como uma tumefação móvel, flutuante e indolor, a menos que se complique por uma infecção secundária. as lesões que se desenvolvem na base da língua podem causar obstrução laríngea. a maioria é menor que 3 cm de diâmetro, porém alguns cistos ocasionais podem alcançar 10 cm. se o cisto mantém uma união com o osso hioide ou com a língua, ele pode se mover verticalmente durante a deglutição ou protrusão da língua. em quase um terço dos casos, observa-se a presença de fístulas caminhando em direção à pele ou à mucosa oral, geralmente por rompimento de um cisto infectado ou como uma sequela da cirurgia. Características histopatológicas são revestidos por epitélio escamoso estratificado ou colunar, embora epitélio cúbico ou até epitélio do intestino delgado possa ser às vezes observado. algumas vezes, vários tipos de epitélio estão presentes. tecido tireoidiano pode ocorrer na parede do cisto, porém este não é um achado constante. Tratamento e prognóstico são mais bem tratados pela técnica de Sistrunk. Nesta cirurgia, o cisto é removido junto com o segmento central do osso hioide e uma ampla porção do tecido muscular ao longo de todo o trato tireoglosso. a taxa de recidiva associada a este procedimento é menor que 10%. um índice de recidiva muito mais alto pode ser esperado com uma cirurgia menos agressiva. O carcinoma que se origina do cisto do ducto tireoglosso é uma complicação rara que ocorre em aproximadamente 1% de todos os casos. Na maioria dos casos, são adenocarcinomas tireoideos papilares. Felizmente, as metástases do carcinoma do ducto tireoglosso são raras e o prognóstico para os pacientes com estes tumores é bom. Cisto linfoepitelial cervical termo atualmente utilizado para descrever lesões previamente classificadas como cistos braquiais. Patogênese Apresenta patogênese é incerta. A teoria clássica sustenta que o cisto desenvolve-se de remanescentes das fendas branquiais, pelo fato de ocorrer na região de aparatos dos arcos embrionários. Esses remanescentes podem ser aprisionados em nódulos linfáticos cervicais durante a embriogênese. Uma segunda teoria considera que esta lesão origine-se de degenerações císticas do epitélio da glândula parótida que ficou aprisionado nos linfonodos cervicais superiores, durante a vida embrionária. Entretanto, análises imuno-histoquímicas suportam a teoria clássica da fenda branquial para a patogênese desta lesão. Acredita-se que 95% destes cistos originem-se do segundo arco branquial, com os 5% remanescentes originando-se do primeiro, terceiro e quarto arcos branquiais. Características clínicas ocorrem mais na região lateral superior do pescoço, ao longo da margem anterior do músculo esternocleidomastoideo. é mais comum em adultos jovens entre 20 e 40 anos. não apresenta predisposição ao sexo. clinicamente, apresenta-se como uma massa mole, flutuante, que pode variar de 1 a 10 cm de diâmetro. algumas vezes, pode ocorrer dor ou sensibilidade devido à infecção secundária. ocasionalmente, a lesão pode se tornar evidente após um trauma ou infecção das vias aéreas superiores. algumas lesões apresentam-se como canais ou fístulas que podem drenar muco para a pele. 2/3 dos cistos da fenda branquial ocorrem no lado esquerdo do pescoço, e um terço é encontrado no lado direito. raramente, cistos bilaterais podem se desenvolver. Características histopatológicas mais de 90% dos cistos da fenda branquial são revestidos por epitélio escamoso estratificado que pode ou não estar ceratinizado. alguns cistos exibem epitélio respiratório. tipicamente, a parede do cisto contém tecido linfoide, demonstrando muitas vezes formação de centros germinativos. Entretanto, ocasionalmente, foram relatadoscistos sem tecido linfoide. Tratamento e prognóstico O cisto da fenda branquial é tratado por remoção cirúrgica. A lesão quase nunca recidiva. Cisto dermóide É uma malformação cística do desenvolvimento incomum. Tal cisto é revestido por epitélio semelhante à epiderme, e na parede contém anexos cutâneos. Geralmente, o cisto epidermoide é considerado uma forma cística benigna do teratoma. Presume-se que se origine do aprisionamento de epitélio na linha media, em consequência da fusão desordenada dos arcos braquiais mandibulares e arco hióide. Vista posteriormente na região braquial em desenvolvimento mostrando o assoalho da faringe e as paredes laterais seccionadas. Características clínicas caracterizada por tumefação sublingual e submentoniana. em geral a lesão cresce lentamente sem provocar dor, apresentando-se como uma massa borrachoide ou pastosa, que frequentemente retém a marca dos dedos sob pressão digital, isto devido à presença de ceratina no interior da lesão cística. infecção secundária pode acontecer, e a lesão pode drenar para o interior da cavidade oral ou para a pele. mais frequente em crianças e adultos jovens. 15% dos casos relatados são de origem congênita. os cistos dermoides ocorrem mais na linha média do assoalho bucal, ainda que ocasionalmente se localizem lateralmente do assoalho bucal ou em outras localizações não apresenta predileção por gênero. geralmente são menores de 2 cm, no entretanto já foram relatos casos extremos, como 12 cm. quando o cisto desenvolve-se abaixo do músculo gênio-hioideo, uma tumefação sublingual pode deslocar a língua superiormente e causar dificuldades na alimentação, na fonação ou até na respiração. Os cistos que surgem acima do músculo gênio-hioideo produzem, muitas vezes, uma tumefação submentoniana, com aparência de “queixo duplo”. Características histopatológicas são revestidos por epitélio escamoso estratificado ortoceratinizado, com uma camada granulosa proeminente. é comum encontrar ceratina abundante no interior da luz do cisto. em raras ocasiões, áreas de epitélio respiratório podem ser observadas. a parede cística é composta por tecido conjuntivo fibroso que contém um ou mais anexos cutâneos, tais como glândulas sebáceas, folículos pilosos ou glândulas sudoríparas, no entanto, não são encontrados anexos cutâneos, os quais são restritos aos Cistos Epidermóides. Tratamento e prognóstico são tratados por remoção cirúrgica. aqueles localizados acima do músculo gênio-hioideo podem ser removidos por incisão intraoral, e os situados abaixo do músculo gênio-hioideo podem necessitar de um acesso extraoral. a recidiva é incomum. são raros os relatos de transformação maligna em carcinoma de células escamosas.
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