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Cistos não odontogênicos

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PATOLOGIA BUCAL 
Cistos não odontogênicos 
 
Cistos não odontogênicos 
 
 são oriundos de restos epiteliais deixados durante 
o desenvolvimento da face, cavidade bucal e pescoço, 
ou seja, provida durante a embriogênese da região de 
cabeça e pescoço.. A classificação é contestada, no 
entanto, didaticamente, pode ser em cistos fissurais e 
cistos não fissurais. 
 
 
Cistos fissurais 
 
 Lesão que resulta da proliferação dos 
remanescentes epiteliais do ectoderma que 
recobre os processos embrionários que participam 
da formaçao da face e da boca. 
 merece destaque o cisto globulomaxilar, nasolabial 
ou nasoalveolar, ducto nasopalatino e os cistos 
medianos. 
 
 
 
Cisto globulomaxilar 
 
 são raros, intraósseos, localizados exclusivamente 
no maxilar. 
 originalmente foi considerado um cisto fissural que 
se originava de epitélio aprisionado durante a fusão 
da porção globular do processo nasal mediano 
com o processo maxilar. Entretanto, este conceito 
tem sido questionado, porque a porção globular do 
processo nasal mediano está primariamente unida 
ao processo maxilar, e não ocorre fusão. Por 
conseguinte, não ocorre aprisionamento epitelial 
durante o desenvolvimento embrionário desta 
região. 
 praticamente todos os cistos que ocorrem na 
região globulomaxilar (entre o incisivo lateral e o 
canino) podem ser explicados com uma base 
odontogênica. 
 
 
 
 muitos são revestidos por epitélio escamoso 
estratificado com inflamação e são considerados 
cistos odontogênicos. Alguns exibem características 
histopatológicas específicas de um ceratocisto 
odontogênico ou de um cisto periodontal lateral. 
Também foi sugerido que algumas destas lesões 
podem surgir de uma inflamação do epitélio 
reduzido do esmalte no momento de erupção dos 
dentes. 
 
Características histopatológicas 
 em raras ocasiões, podem ser revestidos por 
epitélio colunar, pseudoestratificado, ciliado. Tais 
casos sustentam a crença na teoria de origem 
fissural. Entretanto, este epitélio pode ser explicado 
pela grande proximidade com o revestimento do 
seio maxilar. Além disso, epitélio respiratório 
também tem sido relatado nos cistos periapicais, 
cistos dentígeros, e cistos odontogênicos 
glandulares encontrados em outras localizações. 
 
 
 
 como um cisto fissural nessa região provavelmente 
não existe, o termo cisto globulomaxilar não deve 
mais ser utilizado. Quando uma lesão radiolúcida for 
encontrada entre o incisivo lateral e canino 
superior, o clínico deve considerar primeiro uma 
origem odontogênica para a lesão. 
 atualmente o termo mais indicado é cisto 
odontogênico em uma localização glóbulo maxilar. 
 
Características radiográficas e do exame 
intraoral 
 no exame radiográfico, localiza-se entre o incisivo 
lateral e o canino apresentando o formato de pêra 
invertida, radio transparente, circundada por um 
halo esclerótico. 
 os dentes adjacentes estão vitais com divergência 
radicular notada em grande maioria das lesões, no 
entanto, pode infectar-se secundariamente e 
apresentar sintomatologia dolorosa. 
 
 
 
 no exame intraoral, pode-se observar um aumento 
de volume, expansão da cortical óssea e 
obliteração do vestíbulo de fundo de suco. 
 Após remoção da lesão, verifica-se um aspecto 
nodular, recoberta por uma capsula de tecido 
conjuntivo frouxo 
 
 
 
Cisto nasolabial 
 Raro. 
 Incidência em torno de 1% de todos os cistos 
maxilares, e em torno de 3% dos cistos não 
odontogênicos. 
 Ocorre externamente no osso, no lábio superior, 
lateral à linha média. Aproximadamente 10% dos 
casos relatados são bilaterais. 
 Como o alvéolo não é envolvido, o termo 
nasolabial é preferível em relação ao termo 
nasoalveolar. 
 Existe uma ampla distribuição contra a idade 
variando entre 12 e 75 anos, com pico de 
prevalência na quarta e quinta décadas de vida. 
Existe uma predileção significativa pelo gênero 
feminino. 
 A sua patogênese é desconhecida, embora 
existam duas teorias principais. Uma teoria 
considera o cisto nasolabial um cisto “fissural” 
originado de remanescentes epiteliais aprisionados 
ao longo da linha de fusão do processo maxilar, 
processo nasal mediano e processo nasal lateral. 
Uma segunda teoria sugere que estes cistos 
desenvolvam-se pela deposição ectópica do 
epitélio do ducto nasolacrimal, devido à sua 
localização e aspecto histológico semelhantes. 
 
 
 
Características clínicas 
 tumefação do lábio superior que causa elevação 
da asa do nariz. 
 muitas vezes, o aumento eleva a mucosa do 
vestíbulo nasal e causa apagamento do fundo de 
vestíbulo. 
 ocasionalmente, esta expansão pode resultar em 
obstrução nasal ou interferir na utilização de uma 
prótese. 
 a dor é rara, exceto quando a lesão está infectada 
secundariamente. 
 o cisto pode se romper espontaneamente e 
drenar para a cavidade oral ou nasal. 
 
 
A, Aumento no lado esquerdo do lábio superior com elevação da asa do 
nariz. B, Tumefação intraoral apagando o fundo de vestíbulo. 
 
 como origina-se nos tecidos moles, na maioria dos 
casos não há alterações radiográficas. 
 ocasionalmente, pode ocorrer reabsorção do osso 
subjacente pela pressão exercida pelo cisto. 
 
Características histopatológicas 
 caracteristicamente revestido por epitélio colunar 
pseudoestratificado, exibindo muitas vezes células 
caliciformes e ciliadas. 
 áreas de epitélio cúbico e metaplasia escamosa 
não são raras. 
 alterações apócrinas também foram relatadas. 
 a parede do cisto (cápsula ficrosa) é composta de 
tecido conjuntivo fibroso com tecido muscular 
esquelético adjacente. 
 a inflamação pode ser observada quando a lesão 
está infectada secundariamente. 
 
 
 
Tratamento e prognóstico 
 consiste na remoção cirúrgica total por acesso 
intraoral. 
 como a lesão geralmente está próxima ao soalho 
nasal, muitas vezes é necessário retirar uma parte 
da mucosa nasal para garantir a remoção completa 
da lesão. Recentemente foi sugerida uma 
abordagem alternativa via cavidade nasal que 
permite a marsupialização endoscópica da lesão. 
 recidivas são raras. 
 
Cisto do ducto nasopalatino 
 
 é o cisto não odontogênico mais comum da 
cavidade oral, ocorrendo em cerca de 1% da 
população. 
 acomete qualquer faixa etária, porém é raramente 
encontrado na primeira década de vida, já 
pacientes entre a 4°, 5° e 6° décadas de vida, são 
mais comumente acometidos, principalmente 
homens. 
 
Patogênese 
Acredita-se que se origine de remanescentes do 
ducto nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga 
a cavidade nasal e oral na região do canal incisivo. 
 Na sétima semana de vida intrauterina, o palato 
em desenvolvimento consiste no palato primário, o qual 
é formado pela fusão dos processos nasais medianos. 
Atrás do palato primário, o crescimento descendente 
do septo nasal produz duas comunicações entre a 
cavidade nasal e oral, as coanas nasais primitivas. A 
formação do palato secundário começa por volta da 
oitava semana de vida intrauterina, com o crescimento 
descendente das partes médias dos processos 
maxilares (processos palatinos) localizando-se de cada 
lado da língua. 
Conforme a mandíbula se desenvolve e a língua 
desce, os processos palatinos crescem horizontalmente, 
fusionando-se com o septo nasal na linha média e com 
o palato primário ao longo da sua superfície anterior. 
Dois trajetos persistem na linha média entre o palato 
primário e o secundário (os canais incisivos). Os ductos 
nasopalatinos são estruturas epiteliais que também se 
formam por essa fusão e encontram-se dentro dos 
canais incisivos. Normalmente, tais ductos regridem nos 
humanos, mas podem deixar remanescentes epiteliais 
nos canais incisivos. 
Os canais incisivos começam no assoalho da 
cavidade nasal em cada lado do septo nasal, dirigindo-se 
para baixo e para frente, saindo no osso palatino 
através de um forame comum na região da papila 
incisiva. Além dos ductos nasopalatinos, estes canais 
contêm o nervo nasopalatinoe os ramos 
anastomosados da artéria palatina descendente e artéria 
esfenopalatina. Ocasionalmente, dois pequenos forames, 
levando os nervos nasopalatinos, são encontrados 
dentro do forame incisivo. 
Em alguns mamíferos, remanescentes dos ductos 
nasopalatinos permanecem visíveis e promovem a 
comunicação entre a cavidade nasal e oral. Em raras 
ocasiões, ductos nasopalatinos visíveis ou parcialmente 
visíveis podem ser encontrados em humanos. 
Possíveis fatores etiológicos sugeridos são: o 
trauma, infecção do ducto e retenção de muco das 
glândulas salivares menores adjacentes. Embora a 
patogênese desta lesão ainda seja desconhecida, 
provavelmente ela representa uma degeneração cística 
espontânea de remanescentes do ducto nasopalatino. 
 
 
 
Características clínicas 
 é uma lesão intraóssea., mas dependendo do 
tamanho, os sinais e sintomas clínicos podem 
incluir: tumefação flutuante na região anterior do 
palato, presença de drenagem e de dor.  
paciente geralmente relatam uma história longa 
desses sintomas, provavelmente devido a sua 
natureza intermitente. 
 muitas lesões são assintomáticas, sendo detectadas 
no exame radiográfico de rotina. 
 um cisto grande pode produzir uma expansão 
completamente flutuante envolvendo a região 
anterior do platô e da mucosa alveolar. 
 
 
Cisto do ducto nasopalatino. Tumefação flutuante na região anterior do palato 
 
 em raras ocasiões, um cisto do ducto nasopalatino 
pode se desenvolver nos tecidos moles da papila 
incisiva sem qualquer envolvimento ósseo. Estas 
lesões são frequentemente chamadas de cistos da 
papila incisiva. Estes cistos usualmente exibem uma 
coloração azulada devido ao conteúdo líquido na 
luz do cisto 
 
 
Tumefação da papila incisiva 
 
Características radiográficas 
 as radiografias geralmente demonstram uma lesão 
radiolúcida bem circunscrita próxima ou na linha 
media da região anterior da maxila, entre os ápices 
dos incisivos centrais extando esses dentes 
vitalizados. 
 a reabsorção radicular é raramente notada. 
 a lesão geral é arredondada ou oval, com uma 
margem esclerótica muito bem definida. 
 alguns cistos podem ter um formato de pera 
invertida, possivelmente devido à resistência das 
raízes dos dentes adjacentes. outros casos podem 
exibir o formato clássico de coração, como 
resultado da sobreposição da espinha nasal ou pelo 
chanframento causado pelo septo nasal. 
 o diâmetro radiográfico do cisto do ducto 
nasopalatino pode variar de lesões pequenas, 
menores que 6 mm, a lesões grandes destrutivas 
com mais de 6 cm. 
 pode ser difícil distinguir um cisto do ducto 
nasopalatino pequeno de um forame incisivo 
grande. Geralmente, considera-se que 6 mm é o 
limite máximo para o tamanho de um forame 
incisivo normal. Logo, uma imagem radiolúcida com 
6 mm ou menos nesta área é considerada um 
forame normal, exceto quando outros sinais e 
sintomas estejam presentes. 
 
 
 
Características histopatológicas 
 o epitélio de revestimento dos cistos do ducto 
nasopalatino é variável. Pode ser constituído de: 
- epitélio escamoso estratificado: é o mais comum, 
estando presente em três quartos de todos os 
cistos. 
- epitélio colunar pseudoestratificado: tem sido 
relatado desde um terço até três quartos de todos 
os casos. 
- epitélio cúbico simples e o epitélio colunar são 
observados mais raramente. 
 
 
A. Revestimento cístico mostrando a transição entre o epitélio colunar 
pseudoestratificado para epitélio escamoso estratificado. B. Revestimento 
epitelial cuboidal achatado. 
 
 frequentemente, mais de um tipo de epitélio é 
encontrado no mesmo cisto. 
 células caliciformes e cílios podem ser encontrados 
em associação do epitélio colunar. 
 o tipo de epitélio pode estar relacionado com a 
posição vertical do cisto dentro do canal incisivo.  
cistos que se desenvolvem mais superiormente no 
canal, próximos à cavidade nasal, tendem a 
apresentar epitélio respiratório, enquanto que 
aqueles localizados próximos à cavidade oral 
geralmente exibem epitélio escamoso. 
 os componentes da parede do cisto podem auxiliar 
no diagnóstico. 
 em virtude de o cisto do ducto nasopalatino se 
originar do canal incisivo, nervos de tamanho 
moderado, artérias musculares pequenas e veias 
são frequentemente encontrados na parede do 
cisto. 
 pequenas glândulas mucosas têm sido observadas 
em um terço dos casos. Ás vezes, podem ser 
encontradas pequenas ilhas de cartilagem hialina. 
 frequentemente, uma resposta inflamatória é 
notada na parede cística e pode variar de suave a 
intensa. Tal inflamação é de natureza crônica e 
composta por linfócitos, plasmócitos e histiócitos. 
Algumas vezes, células inflamatórias agudas 
(neutrófilos) podem ser observadas. 
 
 
Parede cística exibindo vasos sanguíneos, feixes nervosos e glândulas 
salivares menores 
 
Tratamento e prognóstico 
 são tratados por enucleação cirúrgica. 
 a biópsia é recomendada, porque a lesão não é 
diagnosticada por radiográfia e existem outras 
lesões benignas e malignas semelhantes ao cisto do 
ducto nasopalatino. 
 o melhor acesso cirúrgico é realizado com um 
retalho palatino rebatido após uma incisão ao longo 
da margem gengival lingual dos dentes anteriores 
superiores. 
 Prognóstico favorável: a recidiva é rara; a 
transformação maligna tem sido relatada em alguns 
casos escassos, mas esta é uma complicação rara. 
 
Cisto mediano 
 
 ocorre na linha média do palato ou na linha média 
da mandíbula, sendo subdivididos em Palatino 
Mediano e Mandibular Mediano. 
 
Cisto palatino mediano 
 é um cisto fissural raro, que teoricamente se 
desenvolve do epitélio retido ao longo da linha de 
fusão embrionária dos processos palatinos laterais 
da maxila. 
 este cisto pode ser difícil de ser diferenciado de 
um cisto do ducto nasopalatino. Na verdade, a 
maioria dos “cistos palatinos medianos” pode 
representar cistos do ducto nasopalatino localizados 
posteriormente. Em decorrência de os ductos 
nasopalatinos terem um trajeto superior e 
posterior, conforme se estendem do canal incisivo 
para a cavidade nasal, um cisto do ducto 
nasopalatino que se origine de remanescentes 
posteriores deste ducto próximo à cavidade nasal 
pode ser confundido com um cisto palatino 
mediano. 
 
Características clínicas 
 apresenta-se como uma tumefação firme ou 
flutuante na linha média do palato duro, posterior à 
papila incisiva. 
 a lesão aparece mais em adultos jovens. 
 muitas vezes, a lesão é assintomática, porém 
alguns pacientes queixam-se de dor ou expansão. 
 o tamanho médio deste cisto é de 2 x 2 cm, 
porém algumas vezes pode se tornar maior. 
 as radiografias oclusais revelam uma lesão 
radiolúcida na linha média do palato duro. 
 um cisto palatal mediano verdadeiro deve 
apresentar clinicamente um aumento de volume 
no palato. Uma área radiolúcida na linha média sem 
evidência clínica de expansão é provavelmente um 
cisto do ducto nasopalatino. 
 é tratado por remoção cirúrgica. A recidiva não 
ocorre. 
 
 
Para diferenciar o cisto palatal mediano de outras lesões 
císticas da maxila, Gingell e colaboradores sugeriram os 
seguintes critérios diagnósticos: 
- aparência grosseiramente simétrica ao longo da linha 
média do palato duro 
- localização posterior à papila palatina 
- formato circular ou ovoide na radiografia 
- ausência de associação íntima de um dente não vital 
- ausência de comunicação com o canal incisivo 
- ausência de evidências microscópicas de feixes 
neurovas-culares, cartilagem hialina, ou glândulas 
salivares menores na parede cística 
 
 
 
 
Características histopatológicas 
 o exame microscópico mostra um cisto que é 
usualmente revestido por epitélio escamoso 
estratificado. 
 em alguns casos, áreas de epitélio colunar 
pseudoestratificado podem ser observadas. 
 uma inflamação crônica pode estar presente na 
parede do cisto. 
 
 
 
Cisto mandibular mediano 
 é uma lesão controversa de existênciaquestionável. 
 teoricamente, representa um cisto fissural na linha 
média anterior da mandíbula, que se desenvolve de 
epitélio aprisionado durante a fusão das metades da 
mandíbula, na vida intrauterina. Entretanto, na 
realidade, a mandíbula se desenvolve como uma 
proliferação mesenquimal bilobulada única com um 
istmo central na linha média. Conforme a mandíbula 
cresce, o istmo é eliminado. Portanto, como não 
acontece fusão de processos limitados por epitélio, 
não é possível ocorrer retenção epitelial. 
 como a metaplasia pode ocorrer eventualmente 
em cistos odontogênicos, parece que a maioria (se 
não todos) dos cistos da linha média da mandíbula 
é de origem odontogênica. 
 
Vários casos suspeitos de cisto mandibular mediano seriam 
classificados atualmente como exemplos do cisto odontogênico 
glandular, o qual tem uma propensão para ocorrer na região de 
linha média da mandíbula. Outros poderiam ser classificados como 
cistos periapicais, ceratocistos odontogênicos ou cistos 
periodontais laterais. Pelo fato de um cisto fissural nesta região 
provavelmente não existir, o termo cisto mandibular mediano 
não deve mais ser utilizado. 
 
 Possivelmente se origina do germe dentário de um 
dente supranumerário ou resquícios da lamina 
dentária, ou ainda pode se tratar de um cisto 
radicular. 
 
 
 
 
Cistos não fissurais 
 
 Podem também ser denominados cistos do pescoço e 
assoalho da boca, devido a sua localização. 
 
 
 
Cisto do ducto tireoglosso 
 
 Origina-se por remanescentes do ducto tireoglosso, e 
destaca-se por ser uma das lesões mais comuns da 
linha media do pescoço (3/4). 
 a base relacionasse ao desenvolvimento da glândula 
tireoide. 
 
Patogênese 
O desenvolvimento da glândula tireoide começa no 
final da terceira semana de vida embrionária, como uma 
proliferação das células endodérmicas do soalho ventral 
da faringe, entre o tubérculo ímpar e a cópula da língua 
em desenvolvimento – um ponto que posteriormente 
se torna o forame cego. Este primórdio da tireoide 
migra para o pescoço como um divertículo bilobulado 
anterior ao osso hioide em desenvolvimento, atingindo 
sua posição final abaixo da cartilagem tireoide, por volta 
da sétima semana de vida intrauterina. Ao longo deste 
trajeto descendente, forma-se um ducto ou trato 
epitelial, mantendo uma união com a base da língua. 
Este ducto tireoglosso torna-se intimamente associado 
ao osso hioide. Conforme o osso hioide sofre 
maturação e gira para a sua posição final, o ducto 
tireoglosso passa na frente e por baixo do hioide, 
girando para cima e para trás dele antes de se curvar 
inferiormente de novo abaixo do pescoço. Muitas 
vezes, o segmento caudal deste ducto persiste, 
formando o lobo piramidal da glândula tireoide. 
Normalmente, o epitélio do ducto tireoglosso sofre 
atrofia e o ducto é obliterado. Entretanto, 
remanescentes deste epitélio podem persistir e dar 
origem a cistos ao longo deste trato, conhecidos como 
cistos do ducto tireoglosso. A causa para a 
degeneração cística é incerta. A inflamação é o 
estímulo mais sugerido, principalmente do tecido linfoide 
adjacente, que pode reagir à drenagem de infecções 
da cabeça e pescoço. A retenção de secreções dentro 
do ducto é um outro possível fator. Além disso, existem 
vários relatos de ocorrência familial destes cistos. 
 
 
 
Características clínicas 
 desenvolvem-se na linha média e podem ocorrer 
em qualquer local, desde o forame cego na língua 
até a glândula tireoide., no entanto, em 60% a 80% 
dos casos o cisto desenvolve-se abaixo do osso 
hioide. 
 podem apresentar localização submentoniana. 
 os cistos intralinguais são raros. 
 os cistos que se desenvolvem na área da 
cartilagem tireoide estão, muitas vezes, desviados 
lateralmente da linha média devido à margem 
anterior pronunciada da cartilagem tireoide 
 podem se desenvolver em qualquer idade, porém 
são mais diagnosticados nas duas primeiras décadas 
de vida; cerca de 50% dos casos ocorrem antes 
dos 20 anos de idade. 
 não há predileção por gênero. 
 
 
 
 geralmente, o cisto apresenta-se como uma 
tumefação móvel, flutuante e indolor, a menos que 
se complique por uma infecção secundária. 
 as lesões que se desenvolvem na base da língua 
podem causar obstrução laríngea. 
 a maioria é menor que 3 cm de diâmetro, porém 
alguns cistos ocasionais podem alcançar 10 cm. 
 se o cisto mantém uma união com o osso hioide 
ou com a língua, ele pode se mover verticalmente 
durante a deglutição ou protrusão da língua. 
 em quase um terço dos casos, observa-se a 
presença de fístulas caminhando em direção à 
pele ou à mucosa oral, geralmente por 
rompimento de um cisto infectado ou como uma 
sequela da cirurgia. 
 
 
 
Características histopatológicas 
 são revestidos por epitélio escamoso estratificado 
ou colunar, embora epitélio 
cúbico ou até epitélio do 
intestino delgado possa ser 
às vezes observado. 
 algumas vezes, vários tipos 
de epitélio estão presentes. 
 tecido tireoidiano pode 
ocorrer na parede do cisto, 
porém este não é um 
achado constante. 
 
Tratamento e prognóstico 
 são mais bem tratados pela técnica de Sistrunk. 
Nesta cirurgia, o cisto é removido junto com o 
segmento central do osso hioide e uma ampla 
porção do tecido muscular ao longo de todo o 
trato tireoglosso. 
 a taxa de recidiva associada a este procedimento é 
menor que 10%. 
 um índice de recidiva muito mais alto pode ser 
esperado com uma cirurgia menos agressiva. 
 
 
 
O carcinoma que se origina do cisto do ducto tireoglosso é uma 
complicação rara que ocorre em aproximadamente 1% de todos 
os casos. Na maioria dos casos, são adenocarcinomas tireoideos 
papilares. Felizmente, as metástases do carcinoma do ducto 
tireoglosso são raras e o prognóstico para os pacientes com 
estes tumores é bom. 
 
Cisto linfoepitelial cervical 
 
 termo atualmente utilizado para descrever lesões 
previamente classificadas como cistos braquiais. 
 
Patogênese 
Apresenta patogênese é incerta. A teoria clássica 
sustenta que o cisto desenvolve-se de remanescentes 
das fendas branquiais, pelo fato de ocorrer na região 
de aparatos dos arcos embrionários. Esses 
remanescentes podem ser aprisionados em nódulos 
linfáticos cervicais durante a embriogênese. 
Uma segunda teoria considera que esta lesão 
origine-se de degenerações císticas do epitélio da 
glândula parótida que ficou aprisionado nos linfonodos 
cervicais superiores, durante a vida embrionária. 
 
 
 
Entretanto, análises imuno-histoquímicas suportam 
a teoria clássica da fenda branquial para a patogênese 
desta lesão. Acredita-se que 95% destes cistos 
originem-se do segundo arco branquial, com os 5% 
remanescentes originando-se do primeiro, terceiro e 
quarto arcos branquiais. 
 
Características clínicas 
 ocorrem mais na região lateral superior do 
pescoço, ao longo da margem anterior do músculo 
esternocleidomastoideo. 
 
 
 
 é mais comum em adultos jovens entre 20 e 40 
anos. 
 não apresenta predisposição ao sexo. 
 clinicamente, apresenta-se como uma massa mole, 
flutuante, que pode variar de 1 a 10 cm de diâmetro. 
 algumas vezes, pode ocorrer dor ou sensibilidade 
devido à infecção secundária. 
 ocasionalmente, a lesão pode se tornar evidente 
após um trauma ou infecção das vias aéreas 
superiores. 
 algumas lesões apresentam-se como canais ou 
fístulas que podem drenar muco para a pele. 
 2/3 dos cistos da fenda branquial ocorrem no lado 
esquerdo do pescoço, e um terço é encontrado 
no lado direito. 
 raramente, cistos bilaterais podem se desenvolver. 
 
 
 
Características histopatológicas 
 mais de 90% dos cistos da fenda branquial são 
revestidos por epitélio escamoso estratificado que 
pode ou não estar ceratinizado. 
 alguns cistos exibem epitélio respiratório. 
 tipicamente, a parede do cisto contém tecido 
linfoide, demonstrando muitas vezes formação de 
centros germinativos. Entretanto, ocasionalmente, 
foram relatadoscistos sem tecido linfoide. 
 
 
 
Tratamento e prognóstico 
 O cisto da fenda branquial é tratado por remoção 
cirúrgica. A lesão quase nunca recidiva. 
 
Cisto dermóide 
 
É uma malformação cística do desenvolvimento 
incomum. Tal cisto é revestido por epitélio semelhante 
à epiderme, e na parede contém anexos cutâneos. 
Geralmente, o cisto epidermoide é considerado uma 
forma cística benigna do teratoma. Presume-se que se 
origine do aprisionamento de epitélio na linha media, em 
consequência da fusão desordenada dos arcos braquiais 
mandibulares e arco hióide. 
 
 
Vista posteriormente na região braquial em desenvolvimento 
mostrando o assoalho da faringe e as paredes laterais seccionadas. 
 
Características clínicas 
 caracterizada por tumefação sublingual e 
submentoniana. 
 em geral a lesão cresce lentamente sem provocar 
dor, apresentando-se como uma massa 
borrachoide ou pastosa, que frequentemente 
retém a marca dos dedos sob pressão digital, isto 
devido à presença de ceratina no interior da lesão 
cística. 
 infecção secundária pode acontecer, e a lesão 
pode drenar para o interior da cavidade oral ou 
para a pele. 
 mais frequente em crianças e adultos jovens. 
 15% dos casos relatados são de origem congênita. 
 os cistos dermoides ocorrem mais na linha média 
do assoalho bucal, ainda que ocasionalmente se 
localizem lateralmente do assoalho bucal ou em 
outras localizações 
 não apresenta predileção por gênero. 
 geralmente são menores de 2 cm, no entretanto 
já foram relatos casos extremos, como 12 cm. 
 quando o cisto desenvolve-se abaixo do músculo 
gênio-hioideo, uma tumefação sublingual pode 
deslocar a língua superiormente e causar 
dificuldades na alimentação, na fonação ou até na 
respiração. Os cistos que surgem acima do 
músculo gênio-hioideo produzem, muitas vezes, 
uma tumefação submentoniana, com aparência de 
“queixo duplo”. 
 
 
 
Características histopatológicas 
 são revestidos por epitélio escamoso estratificado 
ortoceratinizado, com uma camada granulosa 
proeminente. 
 é comum encontrar ceratina abundante no interior 
da luz do cisto. 
 em raras ocasiões, áreas de epitélio respiratório 
podem ser observadas. 
 
 
 
 a parede cística é composta por tecido conjuntivo 
fibroso que contém um ou mais anexos cutâneos, 
tais como glândulas sebáceas, folículos pilosos ou 
glândulas sudoríparas, no entanto, não são 
encontrados anexos cutâneos, os quais são 
restritos aos Cistos Epidermóides. 
 
 
 
Tratamento e prognóstico 
 são tratados por remoção cirúrgica. 
 aqueles localizados acima do músculo gênio-hioideo 
podem ser removidos por incisão intraoral, e os 
situados abaixo do músculo gênio-hioideo podem 
necessitar de um acesso extraoral. 
 a recidiva é incomum. 
 são raros os relatos de transformação maligna em 
carcinoma de células escamosas.

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