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Tumores odontogênicos

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PATOLOGIA BUCAL 
Tumores
 
 
Os tumores odontogênicos são doenças 
relativamente raras, com origem nos tecidos formadores 
dos dentes, compreendendo apenas 1% dos tumores 
maxilares. São neoplasias, que se desenvolvem 
exclusivamente nos ossos gnáticos originando-se dos 
tecidos odontogênicos, por proliferação dos tecidos 
mesenquimais e/ou epiteliais. 
 
 
 
A odontogênese é o período de crescimento da 
estrutura dental, a primeira fase é denominada fase de 
botão. 
 
Fase de botão 
 inicia-se após a formação da lâmina dentária. 
 a partir do epitélio oral., onde as células se 
proliferam formando projeções com formas 
semelhantes de botões, invadindo em direção ao 
ectomesênquima adjacente. 
 nos botões em desenvolvimento é possível 
observar alta atividade mitótica, com as células 
centrais com formato poligonal, e as células 
periféricas mais cilíndricas ou cuboides. 
 no mesmo período que ocorre essa proliferação 
epitelial, ocorre uma condensação de células 
ectomesenquimais ao redor do botão. 
 após esses eventos, a variação das 
concentrações de fatores de crescimento irá 
gerar uma proliferação celular de forma 
heterogênea, havendo mais atividades mitóticas 
nas células periféricas, as quais invadirão em 
direção ao ectomesenquima, que irá dar início a 
fase chamada de fase de capuz. 
 
Fase de capuz 
 nesta fase as células epiteliais centrais formam 
uma concavidade, próxima a qual verifica uma 
maior condensação das células mesenquimais, 
comparativamente ao que ocorre na fase de 
botão. 
 também neste período, as células mais internas da 
proliferação epitelial adquirem uma morfologia 
estrelada e sintetizam uma grande quantidade de 
glicosaminoglicanas. Esse aumento da quantidade 
desta substância intercelular, faz com que as 
células fiquem mais afastadas e adquiram longos 
prolongamentos citoplasmáticos, sendo 
denominadas de células do retículos estrelado. 
 ao final dessa fase pode ser visualizado os germes 
dentários constituídos por um componente 
epitelial, um órgão do esmalte e um componente 
ectomesenquimal (a papila dentária, os quais 
formarão respectivamente o esmalte e 
complexo dentinho-pulpar, esta fase é 
denominada de fase de campânula. 
 
Fase de campânula (ou sino) 
 é caracterizada pela continuidade dos processos 
de proliferação, diferenciação e morfogênese 
que irá acarretar na formação de quatro 
camadas: o epitélio interno do esmalte, o epitélio 
externo do esmalte, o retículo estrelado e o 
estrato intermediário. Desta forma o formato de 
capuz assume a forma de sino. 
 após a fase de campânula ocorre a fase de 
aposição, onde os tecidos do dente são 
secretados (como por exemplo, por matriz 
sucessivas em diferentes camadas). 
 essa fase, seguida de fase de maturação, é a 
última fase de odontogênese, onde os tecidos 
dos dentes mineralizam-se até atingirem a forma 
matura. 
 
 
 
 
Pesquisadores afirmam que em organismos normais 
o ciclo de proliferação celular é rigorosamente 
controlado para que as células constituam uma 
comunidade organizada. No entanto as células 
neoplásicas não se submetem a esse esquema de 
corporação, sendo células com DNA danificado que por 
isso fogem dos controles do ciclo de proliferação. 
De acordo com os seus comportamentos biológicos, 
as neoplasias podem ser classificadas como benigna ou 
maligna. A neoplasia benigna apresenta crescimento 
lento, expansivo e bem delimitado, com mitoses raras e 
células típicas, além disso, possuem uma cápsula fibrosa 
que envolve a lesão, facilitando a sua total remoção 
cirúrgica. Diferentemente das neoplasias benignas, tumor 
maligno tem crescimento rápido, infiltrativo e pouco 
delimitado, com ausência de cápsula fibrosa, dificultando 
então a total remoção, além de apresentar mitoses 
frequentes. 
Os tumores odontogênicos raramente apresentam 
comportamento maligno. Portanto geralmente se 
abordam exclusivamente as lesões benignas. 
As lesões neoplásicas estudadas a seguir são 
originarias da proliferação excessiva e descontroladas das 
células epiteliais e mesenquimais, isoladamente ou em 
conjunto. Dessa forma, os tumores odontogênicos podem 
ser subdivididos em tumores odontogênicos epiteliais, 
tumores odontogênicos mesenquimais, e tumores 
odontogênicos mistos. 
Os tumores odontogênicos epiteliais são compostos 
apenas por epitélio odontogênico, sem participação do 
mesênquima. Já os tumores mesenquimais, são 
compostos principalmente por ectomesenquima, podendo 
estar incluído o epitélio odontogênico, no entanto, este 
parece não ter função assídua. A mineralização pode ou 
não ocorrer nestas fases. 
 
TUMORES ODONTOGÊNICOS EPITELIAIS 
 
De acordo com estudos retrospectivos referentes às 
características epidemiológicos dos estudos dos tumores 
odontogênicos, as lesões de origem epitelial representam 
cerca de 70% dos tumores odontogênicos, seguida dos 
tumores mistos com aproximadamente 17,5%, e dos 
tumores mesenquimais, com aproximadamente 12%. 
Destacam-se: 
. 
 
AMELOBLASTOMA 
 
 um dos tumores mais comum e significativo. 
 são tumores de crescimento lento. 
 embora benigno, são lesões bastantes invasivas. 
 diversas são as hipóteses quanto à sua origem. A 
mais aceita é aquela que conta a lâmina dentária 
como provável tecido de origem dessas lesões. 
As outras possibilidades são representados por 
estruturas epiteliais originárias do epitélio de 
revestimento bucal do órgão do esmalte, resto 
de malassez e também algumas lesões císticas. 
 estudos afirmam que os casos ameloblastoma 
ocorrem mais frequentemente em pacientes de 
20 a 50 anos, com quase metade do número na 
terceira e na quarta década de vida. 
 apresenta uma leve predileção ao sexo masculino. 
 ocorre em três diferentes situações clínico-
radiográfico que merecem ser consideradas 
separadamente devido às considerações 
terapêuticas e ao prognóstico diferente de cada 
um desses parâmetros. 
1. Sólido convencional ou multicístico: representa 
cerca de 86% de todos os casos. 
2. Unicistico: representa em torno de 13% dos casos 
totais, 
3. Periférico: é uma lesão extra óssea e bem mais 
rara que os tipos anteriores, representando 
aproximadamente 1% dos casos documentados. 
 
 
 
Características clínicas 
 é encontrado em pacientes com ampla variação 
etária. É raro em crianças com menos de 10 anos 
e incomum no grupo de 10 a 19 anos. 
 mostra prevalência aproximadamente igual na 
terceira e sétima décadas de vida. 
 não há predileção significativa por gênero nem 
por raça. 
 cerca de 80% ocorrem na mandíbula, mais 
frequentemente na região do ramo ascendente e 
corpo da mandíbula e aproximadamente 20% dos 
casos na maxila, geralmente nas regiões 
posteriores. 
 o tumor frequentemente é assintomático. 
 lesões menores são detectados somente durante 
o exame radiográfico. 
 a apresentação clínica usual é de uma tumefação 
indolor ou expansão dos ossos gnáticos 
 
 
Nesta imagem, observa-se um discreto aumento de volume das 
corticais vestibulares e linguais, localizadas entre o 34 e o 36, com 
coloração muito semelhante ou quase Idêntica a coloração da 
mucosa normal. 
 
 nos casos mais avançados pode ocorrer um 
rompimento do limite ósseo e a lesão aflorar na 
cavidade bucal nota-se 
 
 
Nota-se um aumento de volume nodular com algumas áreas 
ulceradas. Mesmo com grande dimensão a lesão era totalmente 
assintomática ou totalmente indolor. 
 
 se não for tratada, a lesão pode crescer 
lentamente até atingir proporções grandes ou 
grotescas, podendo ainda provocar deformidade 
facial devido a distensão das corticais adjacentes 
da lesão. 
 
 
Evidencia-se um grande aumento de volume extraoral, e a dor e 
parestesia são sempre muito incomum mesmo nestes tumores 
grandes. 
 
Características radiográficas 
 o aspecto radiográfico da lesão é frequentemente 
descrito como bolhas de sabão, quando as 
loculações radiolúcida são grandes, ou em 
formatos de favos de mel,quando essas 
loculações apresentam um tamanho pequeno. 
 
 
 
 ambos caracterizam por um aspecto multilocular 
ou pluricavitario, formando vários lojas ou 
cavidades ou compartimentos. 
 a expansão vestibular e lingual das corticais 
geralmente estão presentes. 
 a reabsorção de raízes dos dentes adjacentes ao 
tumor é bastante comum. 
 em muitos casos um dente não erupcionado, 
mais frequentemente um terceiro molar inferior, 
pode estar associado a este defeito radiolucido. 
 
 
Grande lesão multilocular envolvendo o ângulo e o ramo da 
mandíbula. As grandes loculações mostram o aspecto de 
“bolhas de sabão”. Um terceiro molar incluso foi deslocado para 
a região superior do ramo. 
 
 
Radiografias mostrando o aspecto em “favos de mel” 
 
Características histopatológicas 
 apresenta grande variação de padrões histológicas. 
Os principais são: folicular, plexiforme, de células 
granulares, desmoplásico, acantomatoso e de 
células basais. 
 muitos tumores apresentam uma combinação 
dos padrões histopatológico, no entanto esses 
padrões geralmente apresentam pouca relação 
com comportamento dos tumores. 
 todos estes constituem de epitélio odontogênico 
proliferativo em meio a um estroma fibroso, não 
apresentando potencial indutivo sobre o estroma. 
 
Padrão folicular: 
 é o mais comum e mais reconhecível. 
 ilhas de epitélio lembram o epitélio do órgão do 
esmalte em meio a um estroma maduro de 
tecido conjuntivo fibroso. 
 os ninhos epiteliais consistem em uma região 
central de células angulares arranjadas 
frouxamente, lembrando o retículo estrelado de 
um órgão do esmalte. 
 uma única camada de células colunares altas, 
semelhantes a ameloblastos, cerca essa região 
central. O núcleo dessas células está localizado no 
pólo oposto à membrana basal (polaridade 
reversa). 
 em outras áreas, as células da periferia podem se 
mostrar mais cuboides, assemelhando-se a células 
basais. 
 a formação de cistos (degeneração cística) é 
comum e pode variar desde microcistos, que se 
formam dentro das ilhas de epitélio, até grandes 
cistos macroscópicos, que podem ter muitos 
centímetros de diâmetro 
 
 
A: Múltiplas ilhas de epitélio odontogênico exibindo diferenciação 
colunar periférica com polarização invertida. As zonas centrais 
lembram o retículo estrelado do esmalte e exibem focos de 
degeneração cística. B: Essa fotomicrografia de grande 
aumento destaca o aspecto de polarização invertida das células 
colunares periféricas. 
 
Padrão plexiforme: 
 bem semelhante ao padrão folicular, o que 
diferencia é anastomose desta Ilhas epiteliais 
formando longos cordões celulares. 
 os cordões ou lençóis de epitélio são delimitados 
por células colunares ou cúbicas, semelhantes a 
ameloblastos, circundando as células epiteliais 
arranjadas mais frouxamente. 
 o estroma de suporte tende a ser vascular e 
arranjado frouxamente. 
 a formação de cistos é relativamente incomum 
nessa variante. Quando ela ocorre, está mais 
frequentemente associada à degeneração do 
estroma, em vez de alterações císticas dentro do 
epitélio. 
 
 
Cordões de epitélio odontogênico anastomosando-se. 
 
Padrão acantomatoso: 
 de forma simples, pode-se definir essa padrão 
como ameloblastoma folicular que sofreu uma 
metaplasia escamosa, ou seja, as células centrais 
se tornaram as ceratinócitos. 
 é comum observamos a presença de ceratina 
no interior destas. 
 essas alterações não indicam um curso mais 
agressivo para a lesão; contudo, 
histopatologicamente, tal lesão pode ser 
confundida com um carcinoma de células 
escamosas ou com um tumor odontogênico 
escamosono tipo acantomatoso, 
 
 
Ilhas de ameloblastoma exibindo diferenciação escamosa 
central. 
 
Padrão de células granulares: 
 caracterizado por Ilhas tumorais exibindo células 
centrais claras, de citoplasma abundante 
preenchido por grânulos eosinofílicos, cujas 
características ultraestruturais e histoquímicas 
lembram lisossomos. Essas células periféricas são 
semelhantes aos ameloblastos que são células 
colunares altas. 
 
 
Ilha tumoral exibindo células centrais com citoplasma granular 
proeminente. 
 
Padrão desmoplásico: 
 caracterizado pela presença de finos cordões 
com aspectos semelhante ao descrito no padrão 
plexiforme, se diferencia pelo estroma 
densamente colagenizado. 
 
OBS: Estudos imunoistoquímicos revelaram um aumento da 
produção da citocina conhecida como fator de crescimento 
transformador-B (TGF-B) associado a essa lesão, sugerindo que 
tal citocina pode ser responsável pela desmoplasia 
 
 
Finos cordões de epitélio ameloblástico em meio a um 
estroma de tecido conjuntivo fibroso denso. 
 
Padrão de células basais: 
 é o mais raro de todos. 
 é bastante semelhante a carcinoma de células 
basais. 
 Caracteriza-se por ilhas de células basaloides 
hipercromaticas compaliçada periféricas. 
 não há retículo estrelado na porção central dos 
ninhos. As células periféricas ao redor dos ninhos 
tendem a ser cúbicas em vez de colunares 
 
 
Ilhas de células basaloides hipercromáticas com paliçada periférica. 
Tratamento 
 o método ideal de tratamento tem sido alvo de 
controvérsias por muitos anos. 
 os pacientes tem sido tratados de diversas 
maneiras, o tratamento varia desde uma simples 
enucleação seguida por curetagem até a 
ressecção em bloco. 
 o ameloblastoma convencional tende a se infiltrar 
entre as trabéculas tecido esponjoso, mesmo 
antes da reabsorção óssea seja detectadas 
radiograficamente. 
 extensão real da lesão geralmente é maior do 
que observamos nas radiografias. 
 a remoção do tumor através da curetagem 
geralmente deixa algumas ilhas de tumor o que 
vai causar uma recidiva mais tarde. 
 taxa de recidiva é bastante alta, mas geralmente 
demora muito para ser clinicamente visível. 
 
 
A, Fotografia da macroscopia de um espécime de ressecção 
mandibular. B, A radiografia do espécime mostra um grande 
defeito radiolúcido associado a um terceiro molar deslocado 
para a região inferior. 
 
 
 
 são responsáveis por 10% a 46% de todos os 
ameloblastomas intraósseos em vários estudos. 
 são mais frequentemente observados em 
pacientes mais jovens, com cerca de 50% de 
todos esses tumores diagnosticados durante a 
segunda década de vida. 
 mais de 90% são encontrados na mandíbula, 
usualmente nas regiões posteriores. 
 a lesão é frequentemente assintomática, apesar 
de grandes lesões poderem causar um aumento 
de volume indolor nos ossos gnáticos. 
 radiograficamente observamos um aspecto 
unilocular, formando no osso um único 
compartimento muito bem delimitado. 
 em muitos pacientes, essa lesão aparece 
tipicamente como uma imagem radiolúcida 
circunscrita que envolve a coroa de um terceiro 
molar inferior não erupcionado, lembrando, 
clinicamente, um cisto dentígero. 
 
 
Uma grande lesão radiolúcida em um garoto de 7 anos com deslocamento 
do segundo molar em desenvolvimento para a margem inferior da 
mandíbula. Acreditava-se que essa lesão era um grande cisto dentígero. 
 
OBS: outros tumores se apresentam simplesmente como uma 
área radiolúcida bem demarcada e são geralmente 
considerados como sendo um cisto primordial, radicular ou 
residual, dependendo da relação da lesão com os dentes da 
área. Em alguns casos, a área radiolúcida pode apresentar 
margens festonadas, mas ainda assim é um ameloblastoma 
unicístico. É discutível se um ameloblastoma unicístico pode se 
apresentar radiograficamente como uma lesão verdadeiramente 
multilocular. O aspecto cirúrgico pode também sugerir que a 
lesão em questão seja um cisto, e o diagnóstico de 
ameloblastoma somente será feito após estudo microscópico 
do espécime. 
 
 O ameloblastoma unicistico possui três variantes 
histopatológicas: ameloblastoma unicistico luminal, 
tipo intraluminal ou plexiforme e tipo mural. 
 
 
 
Ameloblastoma unicistico luminal 
 o tumor está confinado à superfície luminal do 
cisto. 
 alesão consiste em uma parede cística fibrosa 
com um revestimento composto total ou 
parcialmente por epitélio ameloblástico. Tal epitélio 
exibe uma camada basal de células colunares ou 
cúbicas com núcleo hipercromático, que 
apresenta polaridade reversa e vacuolização 
citoplasmática basilar. 
 as células epiteliais sobrejacentes estão 
frouxamente coesas e lembram o retículo 
estrelado. 
 esse achado não parece estar relacionado ao 
edema inflamatório 
 
 
O cisto é revestido por epitélio ameloblástico que exibe uma camada 
basal hipercromática e polarizada. As células epiteliais sobrejacentes estão 
frouxamente conectadas e lembram o retículo estrelado 
 
Ameloblastoma unicistico 
intraluminal 
 tipo intraluminal ou plexiforme. 
 um ou mais nódulos de ameloblastomas se 
projetam do revestimento cístico em direção ao 
lúmen do cisto. Esses nódulos podem ser 
relativamente pequenos ou preencher, em 
grande parte, o lúmen cístico. 
 em alguns casos, o nódulo tumoral que se projeta 
no lúmen demonstra um padrão edemaciado, 
plexiforme, que lembra o padrão plexiforme visto 
nos ameloblastomas convencionais 
 
 
Fotomicrografia do aumento de volume intraluminal que surge a partir 
de sua parede cística. O detalhe mostra o aumento de volume 
intraluminal em maior aumento 
 
OBS: A proliferação celular intraluminal nem sempre preenche 
os rigorosos critérios histopatológicos para diagnóstico de 
ameloblastoma e isto pode ser secundário à inflamação que 
quase sempre acompanha esse padrão. O ameloblastoma típico, 
contudo, pode ser encontrado em outra região menos 
inflamada do espécime. 
 
Ameloblastoma unicistico mural 
 as células tumorais invadem o estroma ou cápsula 
do cisto, o tecido conjuntivo fibroso pode ter 
Ilhas das células tumorais 
 
 
O revestimento epitelial do componente cístico pode ser observado no 
canto esquerdo da fotomicrografia. As ilhas de ameloblastoma folicular 
infiltram a parede de tecido conjuntivo fibroso à direita. 
 
OBS: a parede fibrosa do cisto está infiltrada por ameloblastoma 
típico folicular ou plexiforme. A extensão e a profundidade da 
infiltração por ameloblastoma podem variar consideravelmente. em 
qualquer suposto ameloblastoma unicístico, múltiplos cortes em 
diferentes níveis do espécime são necessários para descartar a 
possibilidade de invasão mural pelas células tumorais. 
 
Os achados clínicos e radiográficos na maioria dos casos de 
ameloblastoma unicístico sugerem a presença de um cisto 
odontogênico. Portanto, esses tumores usualmente são tratados, 
como cistos, através de enucleação. O diagnóstico de 
ameloblastoma é feito somente após a análise microscópica do 
suposto cisto. Se os elementos ameloblásticos estiverem 
confinados ao lúmen do cisto, com ou sem extensão tumoral 
intraluminal, então a enucleação do cisto provavelmente foi o 
tratamento adequado. O paciente, contudo, deve ser mantido sob 
acompanhamento por longo período. Se o espécime exibir 
extensão do tumor em direção à parede fibrosa do cisto, não 
importa em que distância, então há maior controvérsia a respeito 
do tratamento subsequente do paciente. Alguns cirurgiões 
acreditam que a ressecção local da área está indicada como 
medida profilática; outros preferem manter o paciente sob rígido 
controle radiográfico e adiar o tratamento adicional até que haja 
evidência de recidivas. 
 
 
 
 é uma lesão incomum, sendo responsável por 
cerca de 1% a 10% de todos os ameloblastomas. 
 provavelmente surge dos restos da lâmina 
dentária sob a mucosa oral, ou das células basais 
do epitélio de superfície. 
 geralmente é uma lesão indolor não ulcerada, 
séssil ou pedunculado. 
 acomete mais a mucosa gengival ou alveolar, e 
geralmente não ocorre o movimento ósseo 
significativo. No entanto, em alguns casos, o osso 
alveolar superficial se torna levemente erodido, 
mas não ocorre envolvimento ósseo significativo. 
 a maioria dos casos mede menos de 1,5cm, mas 
já foram descritas lesões. 
 pode ser encontrado em pacientes com uma 
ampla gama de idade, mas observa-se a maioria 
deles em pessoas de meia-idade. 
 
 
 
 histopatologicamente, essas lesões apresentam as 
mesmas características que a variante intraóssea 
desse tumor. Diferentemente que os 
ameloblastomas intra-ósseas, o ameloblastoma 
periférico apresenta menor invasibilidade, 
comportamento clínico inócuo, e os pacientes 
respondem melhor a excisão cirúrgica local. 
 
 
Ameloblastoma periférico. Cordões de epitélio ameloblástico 
que se interconectam ocupando a lâmina própria. 
 
TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATOIDE 
 
 representam 3 a 7% dos tumores odontogênicos. 
 apesar de, antigamente, a lesão ter sido 
considerada como uma variante do 
ameloblastoma, sendo designada como 
“adenoameloblastoma”, suas características clínicas 
e comportamento biológico indicam que ela é 
uma entidade à parte. Apesar de haver evidências 
de que as células tumorais são derivadas do 
epitélio do órgão do esmalte, os investigadores 
também sugerem que a lesão surja dos 
remanescentes da lâmina dentária 
 
Características clínicas 
 há considerável evidência da ocorrência nas 
regiões anteriores dos ossos gnáticos, sendo 
encontrado duas vezes mais na maxila do que na 
mandíbula. 
 os dentes mais atingidos são os caninos 
superiores. 
 esses tumores atinjam mais os pacientes jovens, 
entre 10 e 20 anos de idade, sendo 
definitivamente incomum em pacientes com mais 
de 30 anos 
 apresenta predileção ao sexo feminino. 
 a lesão e geralmente assintomática, pequena e 
detectado no exame radiográfico de rotina, ou 
quando se solicitam radiografias para determinar a 
razão pela qual um dente ainda não erupcionou. 
 pode ocorrer uma expansão óssea não dolorosa. 
 
 
 
Características radiográficas 
 em cerca de 75% dos casos, o tumor aparece 
como uma lesão radiolúcida circunscrita, unilocular, 
que envolve a coroa de um dente não 
erupcionado, mais frequentemente o canino. 
 às vezes se estende apicalmente ao longo da raiz, 
passando da junção amelocementária. Essa 
característica pode ser útil para distinguí-lo do 
cisto dentígero. 
 menos frequentemente, se apresenta como uma 
lesão radiolúcida unilocular bem definida que não 
está relacionada a um dente não erupcionado, 
mas, em vez disso, localiza-se entre as raízes de 
um dente erupcionado (tipo extrafolicular). 
 a lesão pode se mostrar completamente 
radiolúcida; contudo, frequentemente, ela contém 
calcificações delicadas (em flocos de neve). Essa 
característica pode ser útil na diferenciação dos 
tumores odontogênicos adenomatoides com um 
cisto dentígero. 
 
 
Lesão radiolúcida envolvendo um primeiro pré-molar inferior 
incluso. Em contraste com o cisto dentígero normal, a lesão 
radiolúcida se estende até aproximadamente o ápice do dente. 
 
Lesão radiolúcida pericoronal bem definida envolvendo o primeiro 
pré-molar superior direito. Note as proeminentes calcificações em 
flocos de neve 
 
 
Um aumento de volume tipo cístico bem-circunscrito pode ser observado 
envolvendo a coroa de um canino superior. Note as vegetações 
intraluminais, que representam o crescimento nodular do tumor 
 
Características histopatológicas 
 é uma lesão bem definida que geralmente está 
envolvida por uma espessa cápsula fibrosa. 
 quando a lesão é seccionada, a região central do 
tumor pode ser essencialmente sólida ou pode 
mostrar diversos graus de alteração cística 
 a lesão e geralmente envolvido por uma espessa 
cápsula fibrosa, na região central a lesão pode 
ser sólida que representa o crescimento nodular 
intraluminar. 
 microscopicamente, o tumor é composto por 
células epiteliais fusiformes que formam lençóis, 
cordões ou aumentos de volume espiralados de 
células em um estroma fibroso escasso. As células 
epiteliais podem formar estruturas semelhantes a 
rosetas ao redor de um espaço central, que pode 
estar vazio ou conter pequenas quantidades de 
material eosinofílico. 
 nota-se estruturastubulares ou semelhantes a 
ductos, porém não são ductos salivares 
verdadeiros. 
 microscopicamente essas estruturas ductais 
tubulares, consiste em espaço central delimitado 
por uma camada de células epiteliais colunares ou 
cúbica que lembra dos ameloblastos. Os núcleos 
dessas células tendem a ser polarizadas em 
direção oposta ao espaço central, e o espaço 
central pode ser vazio ou pode conter pequena 
quantidade de materiais eosinofílicos (material 
amilóide). 
 pequenos focos de calcificação também podem 
estar dispersos por todo o tumor. Eles têm sido 
interpretados como uma formação abortiva do 
esmalte. Alguns tumores odontogênicos 
adenomatoides contêm áreas maiores de material 
de matriz ou de calcificação. Esse material tem 
sido interpretado como dentinoide ou cemento 
 
 A, Vista em 
pequeno aumento 
demonstrando uma 
cápsula espessa 
envolvendo o tumor. 
B, Aumento maior 
mostrando as 
estruturas epiteliais 
semelhantes a 
ductos. Os núcleos 
das células colunares 
estão polarizados em 
direção oposta aos 
espaços centrais. 
 
 
 
 
 
 
Tratamento e prognóstico 
 é completamente benigno; devido à presença de 
sua cápsula, ele pode ser facilmente enucleado do 
osso. 
 o comportamento agressivo não foi documentado 
e a recidiva após enucleação, se ocorrer, é muito 
rara. 
 
TUMOR ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE 
 
 ou tumor de pindborg. 
 uma lesão incomum, que corresponde a menos 
de 1% de todos os tumores odontogênicos. 
 apesar de o tumor ser claramente de origem 
odontogênica, sua histogênese permanece incerta. 
 as células tumorais apresentam semelhança 
morfológica com as células do estrato 
intermediário do órgão do esmalte; contudo, 
alguns investigadores recentemente sugeriram 
que o tumor origina-se dos remanescentes da 
lâmina dentária, com base em sua distribuição 
anatômica nos ossos gnáticos 
 
Características clínicas 
 apesar de ter sido encontrado em pacientes com 
uma ampla gama de idade e em muitas regiões 
dos ossos gnáticos, ele é mais frequentemente 
encontrado em pacientes com idade entre 30 e 
50 anos. 
 não há predileção por gênero. 
 cerca de 2/3 de todos os casos descritos foram 
encontrados na mandíbula, mais comumente nas 
regiões posteriores. 
 um aumento de volume indolor, de crescimento 
lento, é o sinal mais comum de apresentação. 
 o tumor com frequência está associado a um 
dente impactado, mais comumente um molar 
inferior. 
 as calcificações normalmente são esparsas dentro 
do tumor. Apesar de alguns autores sugerirem 
que elas são mais proeminentes ao redor da 
coroa de um dente impactado. 
 
Características radiográficas 
 a lesão pode ser inteiramente radiolúcida, mas o 
defeito geralmente contém estruturas calcificadas 
de tamanhos e densidades variados. 
 
 
Calcificação proeminente ao redor da coroa de um segundo 
molar impactado que está envolvendo o tumor. 
 
Características histopatológicas 
 apresenta discretas ilhas, cordões ou lençóis de 
células epiteliais poliédricas em um estroma 
fibroso. 
 os contornos celulares das células epiteliais são 
distintos e é possível observar as pontes 
intercelulares. 
 o núcleo mostra variação considerável e núcleos 
gigantes podem ser observados 
 grandes áreas de material extracelular amorfo, 
eosinofílico, hialinizado (semelhante a amiloide) 
também estão presentes com frequência. 
 as ilhas tumorais comumente abrigam aumentos 
de volume desse material hialino o que resulta em 
um aspecto cribriforme. 
 as calcificações, que são um achado característico 
desse tumor, se desenvolvem dentro do material 
semelhante a amiloide, formando anéis 
concêntricos (calcificações do tipo anéis de 
Liesegang) que tendem a se fusionar e formar 
aumentos de volume e complexos 
 
 
Lençóis de células tumorais poliédricas com citoplasma eosinofílico e 
pontes intercelulares proeminentes. Grupos de amiloide eosinofílico 
amorfo estão presentes. 
 
 
Múltiplas calcificações concêntricas do tipo anel de Liesegang. 
 
Tratamento e prognóstico 
Embora se acreditasse originalmente que o 
tumor odontogênico epitelial calcificante apresentava 
praticamente o mesmo comportamento biológico 
que o ameloblastoma, a experiência acumulada indica 
que ele tende a ser menos agressivo. 
A ressecção local conservadora, de forma a 
incluir uma fina faixa do osso circunjacente, parece 
ser o tratamento de escolha, embora as lesões na 
maxila posterior provavelmente devam ser 
submetidas a um tratamento mais agressivo. 
Uma taxa de recidiva de aproximadamente 15% 
tem sido relatada; os tumores tratados por 
curetagem apresentam as maiores taxas de recidiva. 
O prognóstico geral parece ser bom, apesar de 
raros exemplos de tumor odontogênico epitelial 
calcificante maligno ou boderline terem sido relatados, 
com metástases documentadas para os linfonodos 
regionais e para o pulmão. 
 
TUMORES DE ECTOMESÊNQUIMA ODONTOGÊNICO 
 
Entre desses tumores destaca-se o mixoma 
odontogênico, o fibroma odontogênico central ou 
fibroma cemento ossificante, e cementoblastoma. 
 
 
 
 
 
 é uma lesão óssea rara e benigna, mas pode 
causar uma grande destruição óssea pois ele 
infiltra os tecidos ósseos adjacentes. 
 a presença dessa lesão só é percebido pelas 
pacientes quando há um aumento de tamanho 
da lesão. 
 acredita-se que essa lesão tem origem 
mesenquimal, uma vez que eles exibem uma 
grande semelhança microscópica com a porção 
mesenquimal de um dente em desenvolvimento. 
(microscopicamente mimetizam a polpa ou folículo 
dentário). 
 
Características clínicas 
 são predominantemente encontrados em adultos 
jovens, mas podem ocorrer em um grupo com 
ampla faixa etária. A idade média para os 
pacientes com mixoma é de 25 a 30 anos. 
 não há predileção por gênero. 
 o tumor pode ser encontrado em praticamente 
qualquer região dos ossos gnáticos, e a mandíbula 
é acometida mais comumente do que a maxila, 
assim como a região posterior. 
 lesões menores podem ser assintomáticas e são 
descobertas somente durante um exame 
radiográfico de rotina. 
 lesões maiores estão frequentemente associadas 
à expansão indolor do osso envolvido. 
 nas fases iniciais as lesões são assintomáticos e 
isso pode retardar o 
tratamento e dificulta o 
diagnóstico. 
 em alguns casos, o 
crescimento clínico do 
tumor pode ser rápido, 
envolvendo a expansão da 
cortical vestibular e da 
cortical lingual. Ocorre 
também uma invasão nos 
tecidos moles e também pode-se observar o 
deslocamento dos dentes adjacentes. 
 esse crescimento rápido, provavelmente está 
relacionado ao acúmulo de substância fundamental 
mixoide no tumor. 
 
Características radiográficas 
 se apresenta como uma lesão radiolúcida uni ou 
multilocular, que pode deslocar ou causar a 
reabsorção dos dentes na região do tumor. 
 as margens da lesão radiolúcida são 
frequentemente irregulares, festonadas ou não 
definidas, as quais podem causar a reabsorção dos 
dentes presentes na região. 
 o defeito radiolúcido pode conter trabéculas 
delgadas insignificantes de osso residual, que 
frequentemente se arranjam em ângulos retos 
umas com as outras. Este, é chamado de teia de 
aranha ou degrau de escada, oferecendo à lesão 
o aspecto multilocular. 
 grandes mixomas da mandíbula podem apresentar 
o padrão radiolúcido em “bolhas de sabão”, que é 
indistinguível daquele observado nos 
ameloblastomas. 
 
 
A: Lesão radiolúcida unilocular entre o incisivo lateral e o canino inferiores. B: 
Lesão radiolúcida na maxila anterior mostrando finas trabéculas ósseas 
residuais formando ângulos retos umas com as outras 
 
Características macroscópicas e 
histopatológicas 
 macroscópicamente apresenta-se material 
gelatinoso na lesão. 
 
 
Espécime macroscópico demonstrando um aumento de volume gelatinoso 
brancacento 
 microscopicamente a lesão se assemelha à 
ectomesênquima da polpa dentária. 
 
 
 
 microscopicamente, o tumor é composto por 
células casualmentearranjadas de formato 
estrelado, fusiforme ou arredondado, em um 
estroma abundante, frouxo e mixoide, que 
contém somente algumas fibrilas colágenas. 
 em alguns pacientes, o tumor pode apresentar 
uma tendência maior para formação de fibras 
colágenas; tais lesões são, por vezes, designadas 
como fibromixonas ou mixofibromas. 
 
 
Um tumor frouxo, mixomatoso, pode ser visto preenchendo os 
espaços medulares entre as trabéculas ósseas. O detalhe mostra as 
células de forma estrelada e as finas fibrilas colágenas. 
 
Um mixoma pode ser confundido microscopicamente com 
outras neoplasias mixoides dos ossos gnáticos, tais como o 
raro fibroma condromixoide ou o neurofibroma mixoide. O 
fibroma condromixoide deve exibir áreas de diferenciação 
cartilaginosa, enquanto o neurofibroma mixoide tende a 
apresentar células dispersas na lesão, positivas para anticorpos 
contra a proteína S-100. Alterações mixoides em um folículo 
dentário aumentado ou a papila dentária de um dente em 
desenvolvimento podem ser microscopicamente semelhante 
a um mixoma. Avaliação dos aspectos clínicos e radiográficos, 
no entanto, evitará o diagnóstico errôneo de um mixoma 
nessas situações. 
 
Tratamento e prognóstico 
 o tratamento geralmente consiste na curetagem, 
no entanto, reavaliação cuidadosa deve ser feita 
periodicamente durante pelo menos 5 anos. 
 para lesões maiores, ressecções mais extensas 
podem ser necessárias, uma vez que os mixomas 
não são encapsulados e tendem a infiltrar o osso 
adjacente. 
 a despeito das recorrências locais, o prognóstico é 
bom e metástases não são observadas. 
 a ausência de uma cápsula, resulta em uma 
consistência gelatinosa e maior taxa de recidiva, 
por isso é extremamente importante o 
acompanhamento periódico. 
 
 
 
 é uma neoplasia rara. 
 origina-se também da ectomesenquima dentária, 
representa 0 a 5% de tumores odontogênicos. 
 
Características clínicas e radiográficas 
 forte predileção pelo gênero feminino. 
 cerca de 45% dos casos relatados ocorreram na 
maxila; a maioria das lesão maxilares estão 
localizadas em região anterior ao primeiro molar. 
 na mandíbula, contudo, cerca de metade dos 
tumores se localizam posteriormente ao primeiro 
molar. 
 1/3 dos fibromas odontogênicos está associados a 
um dente não erupcionado. 
 geralmente são assintomáticos, crescimento lento 
e inócuo. 
 fibromas odontogênicos menores em geral são 
completamente assintomáticos. 
 lesões maiores podem estar associadas à dor, 
expansão óssea localizada ou à mobilidade dental. 
 
 
 
 radiograficamente, apresenta-se como uma área 
radiolúcida uni ou multilocular, bem delimitada, 
circundada por um halo esclerótico. 
 a reabsorção radicular de um dente associado é 
comum e as lesões localizadas entre os dentes 
frequentemente causam divergência de suas 
raízes. 
 aproximadamente 12% dos fibromas 
odontogênicos centrais exibem flocos radiopacos 
dentro da lesão. 
 
 
Lesão radiolúcida periapical na região de incisivo e pré-molares. 
 
 
 
Características histopatológicas 
 mostram considerável diversidade histopatológica 
o que levou alguns autores a descreverem dois 
tipos distintos, apesar de esse conceito ter sido 
questionado. Até 2017 era subdividido em Fibroma 
odontogênico simples (pobre em epitélio) e 
Fibroma odontogênico central (tipo OMS). 
 atualmente é uma neoplasia de tecido conjuntivo 
fibroso maturo, com uma quantidade variável de 
tecido epitelial odontogênico, podendo formar ilhas 
ou cordões com aspecto inativo (não há atividade 
do epitélio). 
 O componente fibroso pode variar de mixoide até 
densamente hialinizado. As calcificações compostas 
de material semelhante a cemento ou dentinoide 
estão presentes em alguns casos. 
 
 
 
 apesar de não apresenta uma cápsula que 
delimita a lesão, apresenta o comportamento bem 
limitado sem evidência de infiltração. 
 nota-se que o mesmo é destacado com facilidade 
do osso adjacente, oque implica em raras recidivas 
e excelente prognóstico. 
 
Tratamento e prognóstico 
 normalmente são tratados por enucleação e 
curetagem vigorosa. 
 apesar de o tumor não apresentar uma cápsula 
definida, parece possuir um potencial de 
crescimento limitado, principalmente nas regiões 
anteriores dos ossos gnáticos. 
 
 
 
 antigamente era classificado como uma lesão 
óssea. 
 o tumor tem origem do ligamento periodontal. 
 dados epidemiológicos controversos, uma vez que 
muitos relatos prévios confundiram a displasia 
cemento óssea com o fibroma cemento-
ossificante. 
 ocorre em uma ampla gama de idade. 
 predileção pelo sexo feminino. 
 mandíbula mais acometida, principalmente as 
regiões dos pré-molares e molares inferiores. 
 pequenas lesões não causam sintomatologia, e 
são detectados pelos exames radiográficos de 
rotina. 
 as lesões maiores resultam em um aumento de 
osso indolor, podendo causar assimetria facial. 
 dores e parestesia são raros. 
 
 
 
 radiograficamente observamos a presença da 
destruição óssea, apresentado por uma área 
radiolúcida e gradualmente se torna radiopaca 
(semelhante ao cemento). 
 frequentemente são notados graus variados de 
radiopacidade. 
 a lesão é mais frequentemente unilocular e bem 
delimitada, e em alguns casos, mostra-se uma 
margem esclerótica. 
 
 
 o tratamento consiste geralmente a enucleação, 
porém em casos mais graves pode exigir uma 
ressecção cirúrgica e a inserção de um enxerto 
ósseo. 
 as recidiva são raras. 
 microscopicamente, nas fases iniciais destaca-se a 
presença de grande quantidade de fibroblastos, 
tornando-se progressivamente mais similar ao 
cemento conforme as massas arredondadas 
crescem e se fundem. 
 contem material mineralizado. 
 com o desenvolvimento da lesão, observa-se o 
aumento do tamanho e da quantidade das massas 
circulares. Essa porção de tecido duro, pode se 
apresentar de forma de trabécula ósseas (material 
osteóide), como também, é presente pequenas 
estruturas arredondadas basófilas, pobre em 
células, que lembram os cementos (bordas em 
escova periférica, que se misturam em tecido 
conjuntivo adjacente). 
 
 
 
 
 
 é uma neoplasma odontogênico de cemento. 
 que caracteriza por presença de massas de 
tecido muito semelhante ao cemento, massa essa 
em conexão, aderido as raízes do dente. 
 muitos pesquisadores acreditam que esse 
neoplasma representa o único neoplasma 
verdadeiro de cemento. 
 essas lesões são raras, representando menos de 
1% de todos os tumores odontogênicos. 
 
Características clinicas e radiográficas 
 predileção às regiões posterior da mandíbula 
(75%), sendo a primeiro molar inferior 
permanente mais acometido. 
 rara em dentes decíduos. 
 sem predileção pelo gênero. 
 os pacientes jovens são mais acometidos, sendo 
que 50% dessas lesões surgem antes dos 20 
anos de idade, e 75% ocorrendo antes dos 30 
anos de idade. 
 dor e aumento de volume estão presentes em 
quase 2/3 dos pacientes. 
 geralmente a lesão se apresenta de uma forma 
inócuo ou seja, sem muitas complicações clínicas. 
Porém, é relatado em alguns casos que esta lesão 
pode apresentar alguns comportamentos 
agressivos, incluindo a destruição óssea, erosão 
cortical e deslocamento dos dentes adjacentes. 
 consistência firme, bastante dura ao palpação. 
 
 
 
 radiograficamente aparece como uma área 
radiopaca, densa, bem delimitada, circundada por 
um halo radiolúcido bem fino e bem uniforme. 
Este volume é encontrado aderido do até a 
porção lateral da raiz, causando então reabsorção 
do dente, mantendo porém a vitalidade pulpar. 
 
 
 
 o tratamento consiste geralmente na extração do 
dente envolvido juntamente com o tumor. 
 taxa de recidiva anteriormente era baixa, no 
entanto, achados atuais, indicam que esta seja 
mais frequente, em torno 20-25%. 
 macroscopicamente, observa-se um aumento de 
volume aderido ao ápice da raiz do dente. 
 
 
 
Características histopatológicas observa-se a união entre a massa neoplásica e o 
cemento da raiz do dente, sendo a borda da lesão 
composta por uma matriz não mineralizada. 
 dentro da lesão observa-se a presença de linhas 
de reversão, de coloração basofílica, são sinais de 
remodelação. 
 .as lacunas dentro do material mineralizado, podem 
conter células similares a osteócitos. 
 entre essas trabéculas mineralizadas, está o 
estroma de tecido conjuntivo muito 
vascularizados, com a presença de células 
gigantes multinucleadas, que apresentam um 
poder fagocitário muito grande. 
 
 
 
TUMORES ODONTOGÊNICOS MISTOS 
 
 caracterizado por proliferação de tecidos de 
origem epiteliais e mesenquimais, diferenciam-se 
entre si pela formação do tecido dentária.. 
 destaca-se: odontoma e seus subtipos fibro-
odontoma ameloblastico, fibro-dentinoma 
ameloblastico. 
 
 
 
 
 os odontomas são os tipos mais comuns de 
tumores odontogênicos. 
 são considerados como anomalias do 
desenvolvimento (hamartomas), em vez de 
neoplasias verdadeiras. 
 quando totalmente desenvolvidos, os odontomas 
consistem principalmente em esmalte e dentina, 
com quantidades variáveis de polpa e cemento. 
 nos estágios mais precoces do desenvolvimento, 
estão presentes quantidades variáveis de epitélio 
odontogênico em proliferação e mesênquima. 
 
Os odontomas são ainda subdivididos em tipo 
composto e tipo complexo. O odontoma composto 
é formado por múltiplas estruturas pequenas, 
semelhantes a dentes. O odontoma complexo 
consiste em uma massa conglomerada de esmalte e 
dentina, que não exibe semelhança anatômica com 
um dente. Na maioria das séries de casos, os 
odontomas compostos são diagnosticados com 
maior frequência do que os odontomas complexos, 
e é possível que alguns odontomas compostos não 
sejam submetidos a exame microscópico porque o 
clínico se sente confiante com o diagnóstico clínico 
e radiográfico. Ocasionalmente, essas lesões podem 
exibir características tanto do odontoma composto 
quanto do complexo 
 
Características clínicas 
 a maioria são detectados durante as primeiras 
duas décadas de vida e a idade média no 
momento do diagnóstico é de 14 anos. 
 a maioria dessas lesões é completamente 
assintomática, sendo descobertas durante o 
exame radiográfico de rotina ou quando são 
realizadas radiografias para determinar o motivo 
pelo qual um dente ainda não erupcionou. 
 são tipicamente lesões relativamente pequenas 
que raramente excedem o tamanho de um dente 
da região onde eles estão localizados. Contudo, 
odontomas maiores, de até 6cm ou mais de 
diâmetro, são ocasionalmente observados. 
 odontomas maiores podem levar à expansão dos 
ossos gnáticos. 
 ocorrem mais frequentemente na maxila do que 
na mandíbula. 
 apesar de os odontomas compostos e complexos 
poderem ser encontrados em qualquer sítio, o 
tipo composto é mais frequentemente observado 
na maxila anterior; odontomas complexos 
ocorrem mais na região de molares de qualquer 
um dos ossos gnáticos. 
 ocasionalmente, um odontoma pode se 
desenvolver completamente dentro dos tecidos 
moles gengivais. 
 a manifestação clinica mais comum é a falta de 
um elemento dentário. 
 um dente não erupcionado frequentemente se 
mostra associado ao odontoma, e o odontoma 
evita a erupção desse dente. 
 
Características macroscópicas 
 odontoma composto: consiste em múltiplas 
estruturas lembrando pequenos dentes 
unirradiculares, contidos em uma matriz fibrosa 
frouxa. 
 
 
Espécime cirúrgico consistindo em mais de 20 estruturas 
semelhantes a dentes malformados. 
 
 odontomas complexos: massa amorfa sem forma. 
 
 
 
 em ambos os casos se tem esmalte, dentina e 
polpa. 
 
Características radiográficas 
 odontoma composto: 
aparece como uma 
coleção de estruturas 
semelhantes a dentes de 
variados tamanhos e 
formas, cercados por uma 
delgada zona radiolúcida. 
 
 
Múltiplos dentículos estão impedindo a 
erupção do canino inferior. 
 odontoma complexo: aparece como uma massa 
calcificada, amorfa, com a radiodensidade da 
estrutura dentária, que também está cercada por 
uma delgada margem radiolúcida. 
 
 
Um grande aumento de volume radiopaco está sobreposto à coroa 
do segundo molar inferior direito, que foi deslocado para a margem 
inferior da mandíbula. 
 
Características histopatológicas 
 Odontoma composto: as áreas de dentina e de 
polpa mostram-se razoavelmente normais. As 
estruturas representadas por esmalte maduro das 
estruturas semelhantes a dente se perdem 
durante a descalcificação para preparação dos 
cortes microscópicos, mas quantidades variáveis 
de matriz de esmalte estão frequentemente 
presentes. 
 
OBS: Em pacientes que apresentam um odontoma em 
desenvolvimento, estruturas que lembram os germes dentários 
estão presentes. 
 
 
 
 odontoma complexo: apresenta um aumento de 
volume desorganizado de dentina misturado com 
pequenos grupamentos de matriz de esmalte. 
 
 
 
OBS: consistem, em grande parte, de dentina tubular madura. 
Essa dentina envolve fendas ou estruturas ocas circulares que 
costumavam conter o esmalte maduro que foi removido 
durante a descalcificação. Os espaços podem conter 
quantidades pequenas de matriz de esmalte ou esmalte imaturo. 
 
 dificilmente observa-se a presença de odontoma 
composto e odontoma complexo na mesma 
lesão. 
 
Tratamento e prognóstico 
 são tratados por excisão local simples e o 
prognóstico é excelente. 
 
Segundo alguns autores, o fibro-dentino 
ameloblástico, fibro-odontoma ameloblástico e o 
odontoma, parecem representar variações do 
mesmo processo, sendo o fibro-dentino 
ameloblástico um odontoma imaturo, e que se o 
tumor não for perturbado e sofrer maturação, se 
transformará em fibro-odontoma ameloblástico, e 
em seguida, se continuar a maturação, em 
odontoma. 
 
 
 neoplasia que conduz a formação de dentina. 
 estágio anterior da odontoma, procedendo o 
fibro-odontoma ameloblástico. 
 75% dos casos estão localizados na região 
posterior da mandíbula. 
 grande maioria é diagnostica antes dos 20 anos. 
 predileção pelo sexo masculino. 
 crescimento lento e pouca sintomatologia. 
 o tratamento consiste em uma remoção 
conservadora, sendo as recidivas raras. 
 devido à formação de dentina ou material 
dentinária, o tumor radiograficamente apresenta 
uma área mista radiolúcida e radiopaca. 
 
 
 
 microscopicamente apresenta-se cordões ou Ilhas 
epiteliais em um ectomesênquima bastante 
primitivo rico em células. 
 observa-se a formação de um tecido dentenóide.. 
 
 
 
 
 
 é definido como um tumor com características 
gerais de um fibroma ameloblástico, mas que 
também contém esmalte e dentina. 
 a maioria dos casos localizam-se na região 
posterior da mandíbula. 
 99% dos casos antes dos 20 anos. É usualmente 
encontrado em crianças com a idade média de 10 
anos, sendo raramente encontrado em adultos. 
 predileção leve pelo sexo masculino. 
 geralmente indolor e de crescimento expansivo. 
 na maioria dos casos, um dente não erupcionado 
está presente na margem da lesão, ou então a 
coroa de um dente não erupcionado pode estar 
incluída no defeito. Tem-se possibilidade de 
descolamento dos elementos dentários. 
 radiograficamente, o tumor mostra um defeito 
radiolúcido unilocular ou, raramente multilocular, 
bem-circunscrito, que contém uma quantidade 
variável de material calcificado, com 
radiodensidade compatível com a estrutura 
dentária. O material calcificado dentro da lesão 
pode se apresentar como múltiplas radiopacidades 
pequenas, ou como um aumento de volume 
conglomerado. 
 
 
 
 microscopicamente, são encontradas as ilhas de 
epitélios odontogênicos circundadas por tecido 
conjuntivo denso. Envolto estão o esmalte e a 
dentina (estruturas esbranquiçadas devido a 
descalcificação). 
 
 
 
 normalmente é tratado através de curetagem 
conservadora, e essa lesão, em geral, se destaca 
facilmente de seu leito ósseo. O tumor é bem 
circunscritoe não invade o osso adjacente. O 
prognóstico é excelente, e a recidiva após a 
remoção conservadora não é comum.

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