Buscar

Aula 06 - Cerebelo e núcleos da base

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

FISIOLOGIA – AULA 06 – CEREBELO E NÚCLEOS DA BASE
	Bom, começamos a aula com a imagem desta bailarina, que está na “posição do avião”. Pelo que podemos inferir a execução é perfeita, mas a gente não sabe dizer se ela se desequilibrou um pouquinho para a direita ou para a esquerda.... Obviamente que para realizar tal posição vai ter que ter mais do que o cerebelo íntegro. O cerebelo vai coordenar o planejamento motor, o equilíbrio. 
	Aqui temos um cerebelo. Ele possui uma parte central, denominada verme ou vérmis do cerebelo, um lobo anterior, um lobo posterior e uma parte mais antiga, que fica por baixo, chamada de arqueocerebelo e correspondente ao lóbulo nódulo-flocular. 
	Qualquer lesão no cerebelo vai causar ataxia, que é a falta ou perda de coordenação dos movimentos, porque é o cerebelo quem vai coordenar os movimentos, dar o tempo dos movimentos, além de também ser responsável pela manutenção do tônus muscular. E como o cerebelo mantém o tônus muscular? 
	Aluno: Pelo tracto fastígiobulbar?
	Professora: E esse tracto faz o que?
	Aluno: Ele vai se dividir em fastígioventricular e fastígioreticular e vai chegar nos núcleos vestibulares e na área reticular, onde se originará as fibras dos tractos retículo-espinhal e vestíbulo-espinhal. Ops, mas isso é equilíbrio e não tônus muscular. 
(Fuzuê na turma sobre qual seria a resposta certa)
	Professora: Dos núcleos denteados (laterais e maiores) sairá a inervação para o controle dos movimentos finos; na parte central vão estar os núcleos fastigiais (mediais) e entre eles estarão os núcleos interpósitos (intermédios). Então, para manter o controle do tônus, isso começa pelo envio de informações através das vias espino-cerebelares. E o que essas vias vão mandar como informação para o cerebelo que vai auxiliar na manutenção desse tônus muscular? 
	Alunos: Grau de contração dos músculos? [Várias respostas diferentes e ao mesmo tempo, só deu pra entender essa]. Informações sobre os movimentos, sobre posição, velocidade, grau de tensão dos músculos. 
	Professora: Então seria uma via que tanto vai levar informação, como vai dar um feedback dos movimentos que realizamos/idealizamos. Primeiro planejamos o movimento, lá no córtex cerebral, eu quero fazer o movimento, tenho a intenção, e vou executando; então o cerebelo vai receber a informação de que esse movimento foi executado, mas ele não se limita apenas a receber esse feedback, ele também planeja, coordena e corrige o movimento, quando ele ainda está em execução. 
	Aluna: Essas vias espino-cerebelares vão trazer essas informações para o cerebelo? 
	Professora: Isso. Sobre a posição das suas articulações, posicionamento dos seus músculos, velocidade de um movimento, comprimento e grau de tensão do músculo...
	Aluna: E vai ter um retorno do cerebelo?
	Professora: Sim. As informações vão para o cerebelo e ele vai processá-las, mas não vai mandar de volta para a medula, manda para outro lugar. Para onde vão essas informações sobre posição das articulações e grau de contração dos músculos eferentes ao cerebelo? Para o tálamo e posteriormente para o córtex; para o núcleo rubro; e, para controlar a postura e o equilíbrio, vão também para os núcleos vestibulares e reticulares. 
	Aluna: Qual a função específica de cada um desses?
	Professora: O cerebelo recebe, processa e envia informações. Ele recebe informações dos núcleos vestibulares, por exemplo, mas ele também manda. Tem gente até que considera aquele lóbulo nódulo-flocular como uma extensão dos núcleos vestibulares. O cerebelo, então, recebe informações sobre rotação e aceleração da cabeça, e isso vai controlando a postura. Ele manda informações de volta para os núcleos vestibulares para fazer o controle do posicionamento da cabeça, ajudando a manter o equilíbrio e, consequentemente, a postura. Ele manda informações também para os núcleos reticulares, que vão controlar o equilíbrio e a postura, e para os núcleos rubros, que vão controlar o tônus muscular, os movimentos mais delicados (nessa parte ela repetiu o que um aluno disse, não necessariamente sendo a verdade, ela diz que completará lá na frente). Nós vamos ver direitinho cada uma dessas vias, só falei de uma forma geral até agora.
	Vocês viram, em alguma das minhas postagens no facebook, o caso de uma chinesa que, quando tinha 24 anos, descobriu que tinha nascido sem cerebelo.
	Aluno: Mas não tinha nada, ou tinha pelo menos um pedacinho?
	Professora: Não tinha nada, você confere na tomografia. Mas ela nasceu sem ele, tá entendendo? É diferente de perdê-lo depois de adulta. Então o que acontece? Vai se adaptando com a plasticidade cerebral, mas a mãe dela relata que ela só veio começar a andar com 7 anos. O desenvolvimento fica atrasado. Alguma coisa foi modificada no cérebro dela para que ela conseguisse realizar a maior parte dos movimentos motores, e teríamos que ver isso em algum artigo científico, já que este foi de uma revista popular e não sabemos muitas informações e nem a sua validade. Claro que ela não consegue fazer tudo perfeitamente, mas faz, e isso porque ela já nasceu sem o cerebelo, então o corpo se adapta desde cedo, ao contrário de alguém que sofreu uma lesão já na fase adulta.
	Aluno: Em relação às funções do cerebelo, que partes do cérebro vão pegar essas funções pra ele? Que áreas do cérebro estão mais susceptíveis a adquirir essas novas funções e fazer o papel do cerebelo?
	Professora: O córtex motor, área pré-motora (e áreas associadas) e os próprios núcleos vestibulares, reticulares, rubros e núcleos do tronco encefálico. Essas áreas vão ter que se desenvolver de alguma forma para tentar assumir o controle. 
	No cerebelo existem aquelas grandes células de Purkinje, que têm papel muito importante no refinamento dos movimentos. São células GABAérgicas que estão conectadas com cada um desses núcleos: denteado, interposto e fastigial. Então existe uma influência inibitória agindo sobre as eferências do cerebelo. Imagine você tentando realizar um movimento sem ter esse freio, esse mecanismo que vai suavizar o movimento, que é promovido pelo cerebelo. Professora gostaria de saber como é que essa pessoa que nasceu sem o cerebelo executa as ações motoras do dia-a-dia (como ela escreve, por exemplo? Porque para escrever você precisa de um controle bastante importante, o refinamento do movimento). 
	Aluna: Qual a diferença entre as células de Purkinje do cerebelo e as do coração?
	Professora: São totalmente diferentes e não são a mesma célula. As células de Purkinje do cerebelo são grandes neurônios GABAérgicos, enquanto no coração temos as fibras de Purkinje, que fazem parte do sistema de condução do impulso elétrico. 
	Aluna: Então quer dizer que sempre que o paciente apresentar descoordenação dos movimentos, quer dizer lesão nas células de Purkinje? (Entendi assim, ficou confuso).
	Professora: Não, pode ser que seja lesão em outro lugar, como na medula, e não necessariamente no cerebelo. 
	A lesão no cerebelo não causa paralisia, porque o cerebelo só modula a atividade motora e a estimulação dos músculos, após a suposta lesão, vai continuar existindo, só que sem a regulação para que ele aconteça da forma adequada. Ou seja, cerebelo modula e coordena, mas não dá a ordem do movimento, isso fica a cargo do córtex motor primário, dos núcleos dos neurônios do tronco encefálico e dos motoneurônios da medula. 
	Curiosidade: em termos de porcentagem, quantos neurônios tem no cerebelo em comparação com o córtex cerebral? O cerebelo tem 75% da quantidade de neurônios que existem no cérebro (telencéfalo e diencéfalo). Se no cérebro tiver 100, no cerebelo vai ter 75 e no total serão 175. Obs: isso não vai cair na prova e encéfalo = cérebro + tronco encefálico. 
	Aqui estão sendo mostrados os núcleos profundos do cerebelo. O mais lateral é o denteado, esses dois formam o interpósito (mais intermédios) e esse mais medial é o fastigial ou fastígio. Está mostrando, tirando essa camada superficial que é o córtex do cerebelo, podemos ver os pedúnculos cerebelares que vão fixar o cerebelo ao troncoencefálico. 
	É importante saber a divisão funcional do cerebelo. Essa parte central e essa pequena porção mais lateral a ela (vérmis e a parte intermédia do cerebelo) constituem uma via funcional chamada de espinocerebelo, que recebe fibras com informações que vem da medula espinal. Espinocerebelo é a classificação funcional dessa região. A classificação anatômica é aquela que eu mostrei anteriormente. Então o vérmis do cerebelo e essa região um pouco mais intermediária recebem informações da medula e vão constituir a via do espinocerebelo, e daqui teremos eferências. 
Então a saída para os sistemas descendentes mediais que vão fazer o controle da postura, do equilíbrio. Saindo daqui da região do vérmis do cerebelo para as regiões mais intermediárias vai para os sistemas descendentes que estão um pouquinho mais laterais, vindo em direção agora aos músculos proximais. Essa via vestibulocerebelo recebe informações lá dos núcleos vestibulares que vai mandar informação sobre posição, aceleração, rotação da cabeça e manda informação de volta para os próprios núcleos vestibulares. Por quê mandar essa informação para o cerebelo? Olha só, ela sai dos núcleos vestibulares, cerebelo e volta para os núcleos vestibulares. Os núcleos vestibulares, eles mesmos não elaborariam uma resposta para mandar para os músculos axiais para o controle da postura? 
- O cerebelo recebe várias aferências, do córtex cerebral, da medula espinhal, dos núcleos do tronco encefálico, então ele tem que ter um conjunto de informações que é bem mais completo e essa informação de posição da cabeça, de aceleração, de rotação enviada para o cerebelo, ele tem condições de controlar melhor o meu equilíbrio. Se eu pegar essa informação e jogar lá nos fusos musculares, mandar para os motoneurônios, eu posso controlar o equilíbrio? Sim, porém esse controle não vai ser muito bem feito, ou controlado. Quando eu passo a informação pelo cerebelo, eu tenho uma série de outras informações que vai fazer com que eu possa controlar minha postura e equilíbrio. Não é à toa que se a gente levar uma pancadinha aqui na região do cerebelo, rapidamente a gente perde o equilíbrio. Porque atinge não só o cerebelo, mas também os pedúnculos cerebelares que estão fixados no tronco encefálico, atingindo núcleos motores que estão no tronco encefálico. 
As principais conexões dessa via vestibulocerebelar: essa via vai receber informações de onde? Primeiro vem do aparelho vestibular, que vai mandar informações sobre posição da cabeça, rotação, aceleração. Manda essa informação para os núcleos vestibulares. Os núcleos vestibulares pegam essa informação e levam para o cerebelo o flóculo nodular (arqueocerebelo). Na parte mais central, no vérmis, vai ter um núcleo fastigial que vai ser a eferência do cerebelo. Essa informação quando sai do cerebelo volta para os núcleos vestibulares, voltou pra lá, daí os núcleos vestibulares mandarão informação para a medula, para os motoneurônios inferiores para controlar o quê? POSTURA, EQUILÍBRIO, controlando músculos do esqueleto axial. 
Agora vamos falar do paleocerebelo. Aqui nós vamos encontrar o núcleo interposto que volta para o núcleo rubro. Vocês estão vendo então que o cerebelo recebe informações, processa e manda informação de volta para os núcleos do tronco encefálico para que nós tenhamos controle dos motoneurônios na medula, para dar esse feedback do controle dos movimentos mais detalhados. Então enviou a informação pra medula, a medula manda informação de volta pelos tratos espinocerebelares, de volta para o cerebelo (informando como aquele movimento foi executado). Então essa via do paleocerebelo, ela controlaria os músculos mais distais, e alguns autores também dizem que controlam os músculos apendiculares. Essa via controla então o que? Essa via pode auxiliar na manutenção da postura e do equilíbrio, mas não é a função principal dessa via. Quando você mexe no controle dos músculos do esqueleto apendicular...
Quando você mexe com o controle dos músculos do esqueleto apendicular vai ser o quê? Movimento que você vai executar com seus braços e suas pernas, indiretamente isso vai ter um controle do equilíbrio. Por exemplo? Se a gente perdesse um braço, isso dificulta ou não para perder o equilíbrio? Com certeza, alguém que colocou um gesso, não diz que fica mais difícil manter o equilíbrio?
Agora o pars mais recente do cerebelo, que é o neocerebelo recebe informações do córtex cerebral registrando lá em cima que essa via tem...
Olha só, tem informações no córtex cerebral passando pelos núcleos pontinos, chegando no neocerebelo, na porção mais recente, lá nós encontramos os núcleos denteados, que são os eferentes, aquela parte mais lateral do cerebelo. A informação vem tálamo-córtex cerebral- trato córtico-espinal vai mandar a ordem para a medula. Essa via aqui, eu posso dizer que seria um controle dos movimentos reflexos ou seria uma via voluntária? Voluntária, é nessa via que conseguimos elaborar os movimentos mais refinados. Alguns testes podem saber se o seu cerebelo está funcionando bem, alguém sabe que testes são esses? Fazer movimentos alternado das mãos ou você pede para a pessoa colocar as mãos bem alto e tentar tocar com o dedo a ponta do nariz, ai quem tem distúrbio no cerebelo, na parte mais recente, quanto mais perto do nariz, mais difícil vai ser o controle do movimento... é a dismetria professora? Isso! 
Pergunta: Professora, como que é a ataxia?
Resposta: ataxia quer dizer perda/falta de coordenação motora e pode ser em qualquer área do cerebelo que for atingida e você terá perda de controle. Se for na área que controla o equilíbrio/postura é lá que você perceberá a falta dessas características. Vai depender da área atingida.
Pergunta: Então qualquer lesão no cerebelo vai levar a esse quadro de ataxia?
Resposta: Sim, qualquer lesão no cerebelo vai causar uma ataxia e vai levar à perda de coordenação motora.
Enfim, vocês vão escolher daqui a pouco, quando eu mostrar, qual distúrbio do cerebelo vocês gostariam de ter (risos). 
Pergunta: E o álcool? O que ele faz com o cerebelo?
Não é só com o cerebelo. O álcool, eu descobri algo interessante sobre ele, alguém explicando que ele é a única substância que, quando cai no estômago, cai na corrente sanguínea. Onde está o erro? E para onde vão as outras substâncias? O erro está em pensar que ele vai já do estômago, sem passar também pelo intestino, a maior parte até. O álcool vai alterar qualquer ato motor seu voluntário, há vários testes na internet mostrando uma fita métrica e o equilíbrio. 
Pergunta: Mas professora, porque? Fisiologicamente.
Resposta: o álcool é um depressor do sistema nervoso central. Ai o que é que acontece, o tempo de reação vai ficando mais lento. Você pede para estender uma fita no chão, ele não vai conseguir avaliar bem a profundidade do chão e realizar qualquer ato motor com mais dificuldade. Você está dirigindo, o pedestre vem lá trás, quando você percebe ele está bem pertinho do seu carro; então as reações vão ficando mais lentas.
Isso aqui é etapa por etapa daquela via vestíbulo-cerebelar, mostrando desde o começo, das células ciliares até o aparelho vestibular, os canais semicirculares, o utrículo e o sáculo; formação sacular pelo ramo vestibular do VIII par de ramos cranianos. Ramo sacular até os ramos cerebelares, de lá para o córtex, lobo floculo-nodular, sai pelo núcleo fastígio, sai de novo pelo núcleo vestibular, medula espinal e vai modulando os outros que vão fazer manutenção do equilíbrio.
Aqui mostrando a sequência, as vias espino-cerebelares, ai vão dar essas informações como a gente tinha visto aqui, tônus muscular, se eles estão em movimento etc para que o cerebelo execute o movimento normal. O feixe espino-cerebelar manda essa informação para o pedúnculo do cerebelo, em seguida para o verme do cerebelo, dai para o núcleo rubro e feixe rubro-espinal e vão inervar músculos que vão também contribuir para a manutenção do equilíbrio e postura. Quanto mais lateralmente você vai, mais essas fibras vão controlando osmúsculos distais. 
O que interessa a gente aqui no cerebelo? Esses circuitos ceberelares ou citoarquitetura do cerebelo ou microcircuito. Se pegarmos o cerebelo e fizermos um corte vamos ver essa camada aqui mais superficial que é o córtex do cerebelo onde vamos encontrar alguns elementos celulares que eu vou dizer ainda quais são, vamos encontrar também essa camada mais superficial chamada de molecular e essa camada intermediária chamada de camada de células de purkinje onde a gente vai encontrar o soma ou corpo celular dessas grandes células inibitórias, que são as de purkinje e também essa camada mais interna do cerebelo que são as células granulares. 
Pergunta: Tudo isso faz parte do córtex do cerebelo, as três camadas?
Respostas: O córtex é só a parte mais externa do cerebelo.
As vias que chegam ao cerebelo dividem-se em dois tipos de vias, as fibras musgosas e as trepadeiras. Alguém sabe por que elas são chamadas de trepadeiras? Porque elas se enroscam...exatamente! Se enrolam onde gente? Nos dendritos da célula de purkinge! E as células musgosas vão fazer sinapses nas células granulares. As fibras musgosas não têm essa característica (acho que seja a de se enrolar), então elas vão trazer informações para as células granulosas que vão ter esses axônios de uma forma bem característica, que forma essas fibras chamadas de paralelas. 
Pergunta: Esse axônio vai se bifurcar é?
Resposta: Eles se bifurcam assim, nessa camada mais superficial do cerebelo, nessa posição horizontal ele vai ser distribuir. 
Porque, então, é tão importante essa arquitetura/citoarquitetura do cerebelo? Qual será a função dessa arquitetura? Vejam só, se vocês avaliarem aqui, são as vias eferentes né? Cerebelo nos núcleos profundos. Ai você tem uma grande célula inibitória não saindo do cerebelo. Como o cerebelo vai modular se ele está recebendo informação inibitória, está freando as saídas excitatórias dele? Essas células vão estar permanentemente inibidas? Olha só, essa célula de purkinje faz contato com essas células do núcleo, ela é, ainda, uma célula gabaérgica né? Então, isso quer dizer que essas células dos núcleos profundos vão estar, permanentemente, sob influência inibitória? Não... por que não? Porque as informações que chegam às células de purkinje são estimulatórias/excitatórias, certo? Então, só depois de receber essas informações é que as células de purkinje se “ativam” e inibem os neurônios dos núcleos profundos. E quando esses neurônios dos núcleos profundos vão estar ativados?
Pergunta: Esses daí são os que vão levar a informação eferente é?
Resposta: sim, é a parte eferente do cerebelo. São a função dos núcleos profundos, são o denteado, interposto e o fastígio. 
Pergunta: Mas as de purkinje vão receber as aferentes?
Resposta: Vão se ligar sim.
As fibras musgosas e as trepadeiras. Detalhe que não tinha na outra figura e faz toda a diferença. Quando você traz informação através das fibras musgosas e das trepadeiras, elas inibem colaterais que vão diretamente aos núcleos profundos, elas estimulam diretamente os núcleos profundos do cerebelo. Só que esse sinal continua através das camadas do cerebelo e vai sofrendo uma modulação através de uma série de interneurônios, o GOL, células de golgi, que é inibitório e as células granulares, que são moduladas por esse neurônio. 
Fibra musgosa vem trazendo informação excitatória para as células granulares, mas também inibem colaterais que passam pelas células de golgi, que são interneurônios inibitórios que diminuem a atividade dessas células da granulosa. Ou seja, a própria fibra musgosa faz uma modulação, um controle da informação que ela está enviando. As células da granulosa vão formando aquelas fibras/axônios paralelos e aqui a gente encontra outro tipo de células. As células em cesto. Que são interneurônios inibitórios. Eles vão sendo estimulados pelas células da granulosa e eles inibem as células de purkinje. É uma forma de modular também, se você inibe a inibição o que vai acontecer? Essa inibição vai ficar menos forte e a saída dos núcleos profundos, mais forte. 
Pergunta (meio atropelada, então vai um resumo dela ;*): Esse controle da inibição vem do quê?
Resposta: Esse controle da inibição vem dos movimentos que você quer realizar, você imagina esse movimento, seu córtex motor planeja, consulta o cerebelo, daí ele vai dizer se na saída daquele sinal ele deve ser mais forte ou menos forte para executar aquela ação. Ai pode aumentar a ação nas células de Purkinje para que o movimento seja mais suave, ou ao contrário, alguns movimentos exigem uma grande ativação muscular, o que é gerado pelo aumento de sinal de saída por impulsos.
Pergunta: Mas quem leva esse comando são as musgosas e as trepadeiras? Resposta: Sim. Ou vem pela musgosa ou vem pela trepadeira.
Explicação (aluno): essas células de Golgi vão ser os interneurônios que vão modular a inibição da fibra musgosa... 
Professora: Não... Elas (células de Golgi) vão modular a entrada do sinal vindo das fibras musgosas. Essas fibras trazem sinal excitatório, o que excita as células de Golgi que são inibitórias, e inibem as células da camada granular. Ela mesma manda o sinal para um interneurônio inibitório para o outro lado. Então ela não necessariamente inibe, ela modula a força do sinal que está sendo enviado para as fibras paralelas.
Prestem atenção aqui! As informações que vem das fibras trepadeiras e musgosas vão diretamente para os músculos profundos. Então, vem informação direta para os músculos profundos, mas essa contração é controlada, as fibras modulam.
Pergunta: Ela estimula os músculos profundos?
Resposta: Não é que estimule sempre, ela vem com a força, ativa os músculos profundos, só que essa informação continua. Ai o que acontece quando a informação voltar pelas células de Purkinje? Modula a saída e a densidade desse sinal, que pode ser para mais ou para menos. Para que isso tudo ocorra é necessária a passagem por esses circuitos, se não fosse não precisaríamos de cerebelo.
Agora vamos ver algumas lesões do cerebelo. Se houver uma lesão na parte mais recente, o neocerebelo. Daí eu quero me movimentar, pensando lá com meu córtex frontal. Por exemplo, a pessoa quer pegar esse copo aqui, ela tenta, mas está voltando sem nada na mão. O que está acontecendo com ela? Ataxia (perda da coordenação motora), mas como eu sei que essa lesão no cerebelo é no neocerebelo? Está envolvendo a movimentação de músculos distais.
Pergunta: É só no neocerebelo que tem o controle de músculos distais
Resposta: Sim, músculos distais. Os movimentos delicados são controlados pelo neocerebelo.
Quero me movimentar, mando a informação, passa pelo tronco encefálico e chega aqui na parte mais lateral do cerebelo, o neocerebelo. Daí, a pessoa está com uma lesão nessa parte mais lateral, então, a saída dessa informação é pelo núcleo denteado. Estou com a ideia de movimento, chegou aí, mas está com uma lesão, e agora?
Pergunta: Repete, por favor, esse início dessa via.
Resposta: A informação começa no córtex frontal, quando você pensa em realizar o movimento né, aí você consulta o cerebelo e os núcleos da base – informação, ideia de movimento. Daí vem essa informação, passa pelos núcleos pontinos, entra no neocerebelo.
Mas então, se houver uma lesão no neocerebelo, o que vai acontecer com essa informação? Neocerebelo, tálamo, córtex motor. Como será que o córtex motor vai elaborar esse movimento, como será a modulação desse movimento? Acontecem alguns desses erros aqui, é uma espécie de glossário: dismetria, disdiadococinesia, tremor intencional, nistagmo patológico – movimentação anormal dos olhos quando a cabeça não está em movimento. Então o que realmente vai acontecer é erro na execução, na modulação do movimento, no planejamento não tem nada errado, mas quando a informação chega ao cerebelo acontecem os erros. Será que isso gera grandes comprometimentos para nossa vida? Será que seria uma ‘boa’ lesão?
Vamos comparar aqui com uma lesão no paleocerebelo. Marcha instável cambaleante...
Pergunta: Mas isso fica 24hspor dia? Ou para e depois melhora?
Resposta: Depende do nível da lesão e também da intensidade do movimento que você quer fazer.
Tem cura lesão no cerebelo? Depende da idade, quanto mais jovem maior a plasticidade cerebelar – capacidade que o tecido tem de responder a um estresse, uma agressão; aumenta a ramificação dos dendritos, aumenta o tamanho do axônio, se ocorrer no hipocampo tem capacidade de multiplicação celular. Quando a pessoa é mais velha pode existir tratamento para minimizar os danos, mas não para reverter.
Se a lesão ocorrer no paleocerebelo, o que vai acontecer? Ataxia e marcha instável... A informação vem lá do córtex motor, e o que vai acontecer no caminho dessa informação? Uma lesão no paleocerebelo, sabemos que a saída do paleocerebelo é pelos núcleos interpostos. O que está acontecendo então, por que ocorre a marcha instável, por exemplo?
Pergunta: O conceito de lesão é quando você sofre um trauma ou pode ser um aglomerado de células cancerígenas, seria lesão?
Resposta: Tanto tem lesão quanto tem trauma, degeneração celular... Um tumor vai causar lesão, porque vai crescendo e pode causar uma isquemia, que vai causar a morte de células e, portanto, uma lesão no cerebelo. Agora o tumor em si não é uma lesão, é a multiplicação desordenada de células defeituosas.
Quem pode me explicar aí o paleocerebelo? “Então, são os movimentos proximais né; do esqueleto apendicular, o paleocerebelo coordena eles para existir uma marcha estável, com a lesão se faz o alargamento da base para conseguir andar né; tem também o equilíbrio né?”. Alargamento da base é quando ocorre uma lesão no arquicerebelo, que tenta manter o equilíbrio. Então, se a lesão ocorrer lá no paleocerebelo vai comprometer músculos que estão próximos da inserção do esqueleto axial. Para elaborar movimentos como a marcha você movimenta logo a parte muscular do esqueleto axial e proximal. Por isso que a marcha fica cambaleante com a lesão nessa região cerebelar. Será que essa lesão não é tão prejudicial quanto a do neocerebelo?
Pergunta: então quando a lesão ocorre no neocerebelo atinge músculos distais, no paleocerebelo atinge músculos proximais e quando é no arquicerebelo atinge o equilíbrio e a postura? 
Resposta: Isso. Então, qual é a pior? Se a lesão ocorrer no arquicerebelo como você vai diferenciar de um problema no labirinto? Quem tem labirintite anda com a base alargada? Não né. Labirintite dá tontura, lesão no cerebelo é perda do equilíbrio completo e da postura. 
Aluna: Se fosse o vestíbulo seria só isso: tontura, dor de cabeça e vertigem?
Professor: Quem tem labirintite não anda assim com as pernas afastadas, mas se você pedir para juntar as pernas ele perde o equilíbrio, já vai caindo.
Quem tem uma lesão lá no arquicerebelo, se juntar as pernas também vai perder o equilíbrio? Vai. Porque já anda com a base alargada. E para juntar as pernas aí depende, se fechar os olhos, complica mais ainda. Uma coisa é juntar as pernas e você mantém né, os olhos em um ponto de referência para não perder o equilíbrio. 
Aluna: Professora, porque esse aspecto visual faz a pessoa manter o equilíbrio?
Prof: Você fixa um ponto e vai mantendo esse ponto de referência para não perder o equilíbrio. Se você tentar acompanhar várias coisas que estão se movimentando é como se você tivesse rodando. 
Aluna: E no caso se eu fechar os olhos?
Prof: Você perde o ponto de referência. 
Quem tem labirintite, perde um ponto de referência, mas o cerebelo ta integro, o aparelho vestibular ta integro, o córtex mantém o equilíbrio. 
Aluna: Prof, não entendi a lesão no vestíbulo e na parte do cerebelo.
Prof: Uma lesão no aparelho vestibular, você vai ter um problema na informação que vai mandar sobre posição, aceleração e rotação da cabeça. 
Aluna: Mas também não vai estar afetando a informação que o cerebelo ta recebendo?
Prof: Vai. Tanto lesão no vestíbulo quanto no cerebelo, vai dá alteração na postura e equilíbrio. Precisa o cerebelo saber também como está a cabeça, posição. O problema é que o sinal já sai truncado aqui dessa primeira estação. O cerebelo não vai receber informação muito correta, mas ele recebe várias outras informações sobre posicionamento dos seus músculos, articulações, grau de tensão dos músculos, recebe informação lá do córtex cerebral, ele vai tentando compensar essa informação que está vindo ali sobre a posição da sua cabeça.
Aluna: Então o desequilíbrio é só por conta da posição da cabeça? Porque as informações dos outros membros, da perna, do braço, é tudo tranquilo.
Prof: O problema só está aqui no aparelho vestibular. Nesse caso ta, as outras informações estão ok. Agora se o problema for no cerebelo (paleocerebelo), informações sobre posição de cabeça ta o que? Cabeça ta parada, movimentando, manda pros núcleos vestibulares (que também não estão com problema) mas quando chega no cerebelo, tem problema. E agora, como eu vou integrar essa informação? A cabeça está nessa posição, o núcleo vestibular, ele mesmo não pode controlar os músculos para tentar manter o equilíbrio? Pode. A informação vem né, o aparelho vestibular, núcleos vestibulares e para a medula espinal, mas ela também passa no cerebelo, mas não vai ter a modulação nem o refinamento para o controle do equilíbrio. Mas eu vou saber perfeitamente onde está minha cabeça, mas não terei o refinamento para manter a posição corretinha. O que é que o corpo faz? Vamos alargar a base. 
Aluna: No caso são duas informações é? Uma que já vai direto, e outra vai passar pelo cerebelo?
Prof: Sai daqui do aparelho vestibular, núcleos vestibulares, vai descendo aqui os colaterais e depois aqui subindo para fazer o controle de que? Dos músculos extra... e os colaterais que estão indo para o cerebelo.
Aluna: Aí só essa via estaria interrompida no caso.
Prof: Aqui a informação é corretinha, mas a informação que vai ser tratada pelo cerebelo não.
Qual das 3 seria a pior lesão? Arque, paleo ou neocerebelo?
Pra mim seria a do arquecerebelo. Você não conseguir manter a postura é a pior. 
Aluna: Prof, mas a labirintite tem momentos de crise ne? Minha avó tem e agora ela não está na crise, mas se ela fechasse as pernas e o olho, ela perderia o equilíbrio mesmo não estando na crise?
Prof: Hj não, na crise sim.
Mas falando em cerebelo, vamos ver agora os circuitos dos núcleos da base. O que eu vou mostrar é só com relação ao controle do movimento. A gente não vai ver nessa aula núcleos da base e controle do aprendizado, de estado emocional. Os núcleos da base também estão relacionados a isso. Pessoas que tem distúrbios nesses núcleos, o mais famoso deles é Parkinson, além de ter alterações motoras, terão também alterações no estado nervoso. As pessoas começam a ficar deprimidas por conta dessa depleção de dopamina que é uma dessas moléculas que nos dão essa sensação de bem e estar e de prazer.
Esse circuito começa no córtex cerebral e termina no córtex cerebral. Porque eu tenho que consultar os núcleos da base quando eu quero realizar os movimentos voluntários. 
Aluna: Só para contar, na prova só vai cair parte motora dos núcleos da base né?
Prof: Só parte motora.
Parte frontal, quero gerar um movimento, essa informação vai pro cerebelo e também vem para os núcleos da base. Núcleos da base, tálamo, córtex cerebral. Então o circuito começa no córtex, volta pro tálamo e volta para o córtex. 
Vamos lá, esses são os núcleos da base que vamos precisar aqui na aula de fisiologia. Então o neoestriado ou estriado. A gente vai falar desses aqui, caudado, putamen. No paleoestriado, o paleo externo, paleo interno. A substância negra, vamos falar da parte compacta e reticular. E os núcleos subtalâmicos. Esses são os que interessam para realizar esse ato motor. 
Não se usa mais o termo gânglios da base. São núcleos porque são agrupamentos de corpos celulares. Estão na base do cérebro. 
Quando os neurônios da substância negra começam a degenerar, vai diminuir a quantidade de dopamina que age nesse circuito lá dos núcleos da base facilitando uma via que vai dizer que é pra você começar o movimento. Atéhoje não tem cura para o mal de Parkinson, mas tem alguma medicação? L-dopa.
Aluna: Prof, essa substância negra é a do mesencéfalo?
Prof: é a do mesencéfalo.
Aí o que acontece com essas pessoas? Elas têm dificuldade de iniciar o movimento ou não? Tem. Bradicinesia são movimentos lentos. 
Então estriado, putamem, caudado e globo pálido, parte externa e interna. Substância negra, núcleos subtalâmicos, tálamo e a informação volta pro córtex. 
Estão vendo aqui que além de função motora, eles também têm função psíquica. Alguém que tem degeneração de funcionamento desses núcleos aqui, núcleos da base, também vai ter alterações de comportamento. Frequentemente vão entrar no estado de depressão. Então eles vão analisar as ???[01:27:16] voluntárias, aprendizagens motoras.
Só mostrando aqui. Esse corte é um corte coronal. Na anatomia dá para ver uma peça mais ou menos desse tipo, mostrando localização do caloso, caudado, putâmen... 
Mas o que interessa na fisiologia é isso aqui ta? A informação vem lá do córtex cerebral, são neurônios piramidais, chegam lá nos núcleos da base e fazem sinapse com esses neurônios que são chamados de neurônios espinhosos médios. Já começaram a estudar? Já se depararam com esse termo? Neurônios que estão lá no núcleo da base, chamados neurônios espinhosos médios. Por quê? Tão vendo esses prolongamentos aqui? São espinhos dendríticos. Então são bem característicos dos neurônios lá da base. Eles apresentam vários desses espinhos dendríticos. Isso quer dizer que quanto mais espinhos dendríticos o neurônio apresenta, maior vai sendo a área para que aconteça sinapse. Então você aumenta a área de superfície. 
E aqui nós temos alguns interneurônios que vão modular esses neurônios espinhosos médios. E neurônios que estão vindo lá da substância compacta, liberando dopamina. Vejam como a ação da dopamina é moduladora. E está chegando aonde? Nos dendritos, nos espinhos dendríticos desses neurônios espinhosos médios. Então a dopamina modula esses neurônios. Então esses neurônios espinhosos médios emitem seus axônios e vão fazer sinapse com neurônios lá do globo pálido interno, que vai ser a eferência dos núcleos da base. Essa informação vai passar através de duas vias, pela via indireta ela passa pelo globo pálido externo e pela via direta ela passa pelo globo pálido interno. Mas essa que passa pelo globo pálido externo, vai fazer sinapse com o globo pálido interno. Então a eferência vai ser globo pálido interno que vai fazer sinapse depois com o tálamo, que manda a informação de volta para o córtex cerebral.
Pergunta: Professora, o único neurotransmissor que tem nesses núcleos da base é a dopamina? 
Não! Esses neurônios espinhosos vão liberar um neurotransmissor inibitório. Alguém sabe qual é? GABA! Que tem outras vias interneurônio que liberam acetilcolina. Mas os neurônios que estão no circuito dos núcleos da base são Gabaégicos, ou seja, eles liberam GABA. Como vai sair a informação para o córtex cerebral se esses neurônios são gabaérgicos? Então assim, a informação lá do córtex, desse neurônio aqui, ele vai liberar o glutamato, aí chega informação para o neurônio dos núcleos da base. Esse neurônio aqui dos núcleos da base, tem esses prolongamentos dos seus espinhos dendríticos. Isso aqui é um circuito simplificado que eu to desenhando. Aí esse neurônio aqui vai fazendo sinapse...
O córtex libera glutamato, esses neurônios do núcleo da base liberam GABA. Ele sai daqui e depois passa a informação para neurônios do tálamo e a informação pronta para o córtex. 
Essa via que eu desenhei é a via direta. Tem aqui também uma via indireta. Vai passar pelo núcleo pálido externo.
Deixa eu mostrar aqui um desenho bem mais didático do que esse meu. Aqui está mostrando muitos neurônios dopaminérgicos fazendo sinapse próximo aos espinhos dendríticos e nos dendritos.
Pergunta: aí esses daí vão inibir né? Esses da substância negra, eles vão ter uma ação inibitória?
Depende. Se agirem receptores dopaminérgicos do tipo D1, ação excitatória. Se agir em receptores D2, é inibitória. E eu tenho os dois tipos de receptores nos núcleos da base.
Deixa eu mostrar aqui esse circuito simplificado. Eu to querendo me movimentar, então os neurônios lá do córtex liberam glutamato ta? Aí chega lá nos neurônios do núcleo da base, caudado, putâmen... Aqui tá representando apenas como putâmen. Mas a sequência é essa: córtex, caudado, putâmen, globo pálido.
Pergunta: Professora, uma dúvida! Quando ele entra, chega no córtex, vem do córtex e entra no corpo caudado. Aí no corpo caudado, com esses outros [??? 01:34:16] é excitatório ou inibitório?
Inibitório.
Pergunta: Tudo é inibitório? Mas ele vai inibindo um ao outro aí...
Agora é que começa a brincadeira dos núcleos da base. Um vai inibindo o outro, e o que é que vai acontecer?
Pergunta: aí esse que sai do putâmen já é o final? É o resultado da sequência de inibição? Então eu coloco menos, mas não preciso me preocupar com os inibidores de antes porque já ta calculado?!
Isso mesmo!!! Deixa eu mostrar o circuito completo.
Então... córtex libera glutamato, chegou lá no estriado, caudado, putâmen... Só que o estriado libera o quê? GABA. Bom, estimula e a quantidade de GABA que é liberada aqui pelo estriado vai aumentar. Aí o GABA vai fazer o quê? Vai inibir o globo pálido interno, que ele mesmo, globo pálido interno, tem uma ação tônica sobre VA (ventrículo anterior), VL (ventrículo lateral) e tálamo.
Veja só. Cronicamente, o globo pálido interno está ativado. Então quando a gente ta em repouso, a gente não faz movimentos involuntários, ou seja, sem a gente querer, porque se não a gente ficaria assim, já pensou?! Ia ficar fazendo o movimento. Isso não acontece porque existe uma inibição tônica do globo pálido interno sobre o tálamo, que deixa de ativar quem? O córtex. 
“A gente só fica parado quando está em repouso porque o globo pálido interno está tonicamente liberando GABA”. Porque se não, nós acabaríamos nos movendo [???01:37:04] contra a nossa vontade. 
Pergunta: o globo estriado é o quê mesmo?
Caudado e putâmen. Na fisiologia é só os dois.
Então o que acontece? Eu quero fazer um movimento, o glutamato estimula o estriado que libera GABA. O GABA inibe essa inibição tônica. Aí o que vai acontecer com o tálamo? vai ser estimulado e vai estimular o córtex. E o que acontece? Executa o movimento. 
Entenderam que a via direta estimula o movimento?
Pergunta: Isso é quando vai fazer o movimento né?
É... Quando vai fazer o movimento. Quando você não quer fazer o movimento, aí tonicamente tá inibido. Quando a gente ta parado, por exemplo, meu braço ta aqui parado, não ta se movimentando. Por quê? Globo pálido interno está tonicamente inibindo o tálamo. Agora quando eu quero elaborar o movimento, acontece isso daí.
Pergunta: Aí não vai ter influência do estriado né, no repouso? Aí o estriado não ta fazendo nada?
Ele ta normal. Eu não quero me movimentar, quero estar parada aqui perto do quadro, não quero realizar movimento... Mas agora eu quero levantar meu braço, quero fazer um movimento, quero demonstrar amplitude de movimento, quero erguer meu braço. Aí tem que fazer o quê? Tirar essa inibição tônica. Como é que eu tiro essa inibição tônica?
Inibindo o inibidor. Aí libera, desinibe o tálamo, manda a ordem para o córtex e o córtex manda a ordem para motoneurônios da medula. Desinibiu. 
Pergunta: Desinibiu como?
Se o córtex não estiver querendo realizar movimento, tonicamente o globo pálido interno está inibindo o tálamo, que inibe o córtex. Aí não realiza o movimento. Aí quando quero realizar o movimento, penso no movimento e os neurônios do córtex se tornam mais ativos, liberam mais glutamato, aí chega no estriado, que aumenta a liberação de GABA, que vai inibir o globo pálido interno. Quando você inibe a inibição, você libera, causa uma desinibição. Aí a via direta facilita o movimento.
Não falei em dopamina ainda. Nem precisei de dopamina para me movimentar ainda.
Agora vamos ver a via indireta, ainda sem dopamina. O córtex, quando estimula o estriado, se essa informaçãovem pelo globo pálido externo, o que vai acontecer? O estriado libera GABA, inibe o globo pálido externo. Olha, vamos tirar esse asterisco, que quer dizer que eles têm uma ação o quê? Tônica inibitória.
Pergunta: Tônica... você quer dizer basal?
Isso! Estão tonicamente ativos. Então, córtex estimula estriado, libera GABA, GABA inibe globo pálido externo, desinibe núcleo subtalâmico e libera o núcleo subtalâmico dessa inibição. O núcleo subtalâmico não libera GABA. Ele libera glutamato. Então já entra um outro componentezinho. Como ele ta desinibido, vai aumentar a liberação de glutamato. Ele estimula mais ainda o globo pálido interno e o que vai acontecer com o tálamo? Ele vai ser mais inibido. E o córtex vai ser inibido. Então a via indireta, ela inibe o movimento. Você começa o movimento, mas ele vai ter que parar. Então, começa o movimento, ativa a via direta. Vai parando o movimento, ou quer inibir do movimento, então tem que ativar a via indireta. 
Pergunta: é para parar o movimento, no caso, essa via aí?
Parar e/ou inibir o movimento. Comecei a agora o movimento, “quero pegar essa caneca!”, “agora não quero mais não!” Tem que inibir o movimento. Parei o movimento.
Pergunta: ô professora, do globo pálido externo para o núcleo subtalâmico [???01:43:53], é o quê que é liberado?
GABA. E subtalâmico libera glutamato. É excitatório. Pálido interno libera GABA e quando a gente quer inibir o movimento, quer ficar parado, tem que aumentar o quê? A liberação de GABA pelo globo pálido interno, porque ele inibe o tálamo e, consequentemente, não ativa o movimento.
Onde entra a dopamina aí? É na substância negra compacta que está no mesencéfalo onde é liberada a dopamina e no mal de Parkinson o problema está na degeneração desses neurônios que liberam a dopamina.
O que causa a destruição dos neurônios dopaminérgicos presentes na substância negra compacta na doença de Parkinson?
R – O estresse oxidativo? Sim, mas Já existem estudos mostrando o efeito danoso de agrotóxicos sobre estes neurônios, estas substâncias seriam capazes de destruir os neurônios dopaminérgicos da substância negra.
Olha aqui temos os receptores D1 e D2, se a dopamina se ligar em um receptor D1 ela é excitatória e se ela se ligar em receptores D2 ela é inibitória.
Nós temos uma concentração maior de receptores dopaminérgicos excitatórios que estão relacionados com a via direta (estriado – globo pálido interno – tálamo – córtex).
Será que a dopamina agindo na via direta vai facilitar os movimentos, ou ela vai inibi-los?
R – facilitará os movimentos, pois com a liberação da dopamina, esta estimulará o estriado (que tem uma concentração maior de receptores D1, que são excitatórios) aumentando a liberação do GABA, o qual vai inibir o globo pálido interno que estava inibindo o tálamo e consequentemente o córtex, ou seja, quando eu inibo o inibidor vou facilitar os movimentos. Resumindo, a dopamina na via direta estimula o início do movimento.
Então no Parkinson diminui dopamina, o que vai deixar a via direta menos estimulada, então o paciente vai ficar com dificuldade em iniciar os movimentos.
E a dopamina agindo em receptores D2 nos estriado, o que acontece? O que vai acontecer com a liberação de GABA pelo estriado?
Com a ação da dopamina sobre receptores D2 ocorre a inibição da liberação de GABA no estriado, consequentemente temos menos GABA agindo sobre o globo pálido externo o deixando menos inibido, deste modo há um aumento de GABA liberado pelo globo pálido externo como consequente menos glutamato produzido pelo subtalâmico, deste modo o globo pálido interno vai liberar menos GABA, de tal modo que a via indireta fique menos inibida e o movimento seja facilitado, facilita, pelo menos um pouco, o movimento por uma ação indireta modulatória, pois quem estimula mesmo o movimento vai ser a via direta.
Então, no Parkinson, faltou a dopamina estimulando a via direta, deste modo vai ser mais difícil o início dos movimentos, explicando a bradicinesia característica da doença.
No indivíduo normal eu tenho níveis de dopamina normais que vai inibir a liberação de GABA nigroestriada, ou seja, vai ser menos inibição do globo pálido externo, consequentemente o subtalâmico vai ser mais inibido, o que vai diminuir a liberação de glutamato.
Gente, o glutamato, liberado pelo córtex, age no receptor e vai causar lá nos neurônios espinhosos médios um PPSE, potencial pós sináptico excitatório. E aí eu tenho a dopamina que fala aqui na imagem sem efeito direto, porque ela tem ação modulatória que a via vai acontecer córtex mandando sinal pelo estriado, globo pálido externo e interno, tálamo e córtex. Então a dopamina vem exercer um efeito modulatório nessa via, ai o glutamato age lá no neurônio espinhoso médio aumentando a resposta dessa célula. Se a dopamina agir nos receptores D1 na via direta ela vai aumentando a fosforilação desses receptores.
Pergunta: Ô professora o que determina se é direta ou indireta são os receptores que ela vai agir?
Resposta: Sim, porque direta será via do globo pálido interno, se ela age no globo pálido externo, é via indireta, que é aquele estriado globo pálido interno no núcleo subtalâmico, globo pálido interno tálamo e córtex. Essa é a via indireta.
Pergunta: O que vai determinar se vai inibir ou estimular o estriado se vai ser estimulação direta ou indireta, como seria essa divisão?
Resposta: Para onde vem as conexões. Aí tem a conexão pro córtex, vem do córtex e vai chegar e estimular as vias diretas tem o córtex estriado, globo pálido interno. Ai tem ligações que são córtex-estriado-globo pálido externo-subtalâmico globo pálido interno-tálamo-córtex, então tem neurônios que estão se comunicando ou via do pálido interno (Via direta) ou via por pálido externo (Via indireta).
Pergunta: Aquele desenho era o que dividia, quando fosse inibição ia ficar indireto, quando fosse estimulação...?
Resposta: Você está falando da Dopamina? Sim. Na dopamina você tem receptores D1 estimulatórios que estão agindo predominantemente na via direta. Tem mais receptor D1 na via direta, por isso que a dopamina quando age na via direta vai estimular o movimento. 
Agora se eu tenho a dopamina agindo em receptores do tipo D2, na via indireta, aumenta, modula o movimento.
Alguns autores dizem que tem receptores D1 na via indireta, mas essa é a separação mais recomendada, porque tem muito mais na vida direta.
A dopamina agindo na via direta vai aumentar a estimulação do córtex cerebral.
Vamos ver algumas alterações a nível do comportamento. A gente já comentou Parkinson, bradicinesia, hipocinesia. E acinesia? Alguém sabe o que é isso? Ausência de movimentos. 
Além dos neurônios gabaérgicos e dopaminérgicos existem neurônios que liberam acetilcolina nos núcleos da base. Então o problema no Parkinson está na diminuição de dopamina, que vai inibir o início dos movimentos. Mas eu tenho alguns neurônios que estão ativos, estimulatórios, que podem estimular algumas vias que saem dos núcleos da base ativando circuitos motores no córtex. Por isso que pode aparecer esses tremores de repouso. São algumas vias colinérgicas que ativam o córtex cerebral, por isso que pode dar os tremores de repouso. 
Pergunta: Essa acinesia é num estado mais grave do Parkinson?
Sim, num estado bem mais grave. A pessoa não consegue realizar quase nenhum movimento.
Doença de Hundington: Doença genética autossômica associada à degeneração nos neurônios gabaérgicos e colinérgicos nos núcleos da base. E aí, o que vai acontecer? Movimentos espasmódicos incontroláveis, especialmente dos membros e movimentos de controção. Tem a chamada coréia de Hundington, movimentos com as pernas, com os braços. Se tem essa degeneração dos neurônios gabaérgicos, que tem ação tônica para inibir movimentos involuntários quando estamos em repouso. Se eles estão degenerados, o paciente vai fazer movimentos sem querer, porque não há um controle na tonicidade dos movimentos voluntários. São movimentos balísticos que são difíceis de controlar. 
Na primeira imagem abaixo mostrao circuito normal. Vou dançar... Córtex libera glutamato que vai agir no estriado que vai liberar GABA inibindo a inibição, libera o tálamo e quero dançar... dancei.
Pergunta não audível do aluno:
Resposta: Nós temos a substância negra compacta que libera dopamina e a reticulada, eu não me lembro bem, mas acho que libera acetilcolina ou é glutamato, acho que não é inibitório. Essa substância negra está no mesencéfalo.
Substância negra compacta está com a dopamina diminuída (2º imagem abaixo), então como essa dopamina estimula a via direta, eu vou dançar... tudo bem não tenho problema no córtex frontal. Eu tô tendo menos estimulação da dopamina, então a via direta está menos estimulada. Eu vou ter dificuldade de realizar o movimento. Posso dançar? Posso, mas lentamente e com maior dificuldade. E isso dependendo do grau de degeneração dos neurônios dopaminérgicos.
Eu não estou lembrando o que libera a substância negra reticulada, mas ela é modulada pelo GABA, e estimula o tálamo.
26

Outros materiais