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Aula 07 - Córtex Motor

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TRANSCRIÇÃO FISIOLOGIA - CÓRTEX CEREBRAL
	Vamos ver hoje córtex motor. A gente sabe que, antes do sulco central, a gente chama isso de córtex frontal. Nele encontramos essa área pré-frontal que em nós, humanos, primatas, essa parte ela é bem mais desenvolvida. Se a gente for estudar nosso antepassados, podem lembrar que ela região da testa era mais plana, até mesmo achatada, era uma depressão em direção à parte interna do crânio. Então essa área pré-frontal ela foi se desenvolvendo. À medida que o ser humano foi evoluindo, essa área pré-frontal foi ganhando espaço lá no córtex. O que tem de importante aqui é o quê? Essa área pré-frontal ela é considerada como a estrutura cortical que regula as outras estruturas que fazem parte do sistema límbico. Vulgarmente, popularmente se chama de "freio das nossas emoções e comportamentos". Além de controle de nossas emoções e nosso comportamento, essa área pré-frontal também é local sede das nossas memórias. Memórias de longo prazo. 
	Aqui nós estamos vendo essa pequena região que é chamado de ÁREA DE VOCALIZAÇÃO ou ÁREA DE BROCA. Se houver, por exemplo, um acidente vascular cefálico nessa região, a pessoa vai perder a capacidade de vocalização. Essa área de Broca está presente nos dois hemisférios ou apenas em um? Só em um, no hemisfério ESQUERDO. Se qualquer pessoa tiver uma lesão na área de Broca, perde a capacidade de vocalização.
	Aqui nós temos essa região, falando da vocalização, que é a ÁREA SENSITIVA DA FALA, que é a ÁREA DE WERNICK. Essa área representa como função a parte sensitiva da fala, a compreensão da linguagem falada. Quando se tem pessoas em determinados estados de coma, sempre se aconselha falar com o paciente. Por quê? Pode ser que essa região do córtex esteja ativa e ouvir a voz de alguém que ela goste pode ir ativando outras áreas, isso ajuda a ativar o córtex cerebral. Diferente da área de Broca, a área de Wernick está presente nos dois hemisférios.
	CÓRTEX AUDITIVO SECUNDÁRIO ou ÁREA ASSOCIATIVA DA AUDIÇÃO - Por que associativa? As informações sobre a audição elas vem pra essa área e vão ser encaminhadas para outras regiões, por exemplo, para o sistema límbico. Um cachorro começa a latir, por exemplo, pode ser que a maior parte das pessoas que estão aqui na sala comecem a ter medo.
	 
	O que vai nos interessar na aula de hoje é a frente do sulco central e essa partezinha logo após o sulco central. A frente do sulco central nós vamos ter o CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO, chamado de ??? (não entendi o nome). Logo acima do córtex motor primário, ele colocou isso tudo como uma área pré-motora, mas logo à frente (parte mais dorsal) você tem uma área chamada de AMS (Área Motora Suplementar). Abaixo nós vamos ter a área chamada de pré-motora (parte mais ventral). Pode-se dizer assim: a área motora cortical é formada pelo córtex motor primário, a área motora suplementar e a área pré-motora.
	Atrás do sulco central nós vamos encontrar o CÓRTEX SOMATO-SENSORIAL/SOMATO-SENSITIVO que também vai estar estritamente correlacionado com as funções do córtex motor. Por quê? Porque para eu elaborar um ato motor, eu preciso receber informações sensitivas (táteis, somestésicas e até as informações sobre dor). Nós vamos ter que essa região somato-sensorial recolhe informações para o córtex motor para que ele execute esse movimento, que será um movimento voluntário. Além de suprir o córtex motor com aquelas informações táteis, cinestésicas, sensoriais... ele também dá o feedback do movimento que foi planejado e executado.
EXEMPLO: Uma pessoa quer pegar uma caneca de café. ETAPAS DA AÇÃO MOTORA
Ela pergunta onde ficam os neurônios responsável pela mão e começa perguntar dos outros também, mostrando o homúnculo motor.
HOMÚNCULO MOTOR 
	As mãos se destacam e nelas os dedos se destacam, principalmente o polegar, devido a sua importância. A face também recebe grande destaque.
Aqui nessa figura o que se destacam são: a face, mãos. Os pés nem tanto, mas no homúnculo sensorial esse pé fica gigante.
Aluno: Eu vi também em anatomia que essa cara tem grande representatividade, por conta da musculatura mímica.
Professora: Sim, existem vários tipos de movimentos faciais que a gente consegue fazer e que os outros animais não fazem. Eu já falei para vocês que cachorros não sorriem.
Aqui está mostrando de uma forma mais esquemática esse controle, chamados sistemas descendentes. Córtex motor, tronco encefálico. O córtex vai planejar o movimento. Lá no tronco encefálico os neurônios são alimentados por informações que vem dos núcleos vestibulares, do cerebelo (que coordena esses movimentos), vão ativar neurônios lá no circuito local na medula, tronco encefálico. E a ação será finalmente executada pelos músculos esqueléticos. Então, existe uma hierarquia no comando. Isso mostrando o movimento voluntário. Lembrando: se for um ato reflexo, a resposta reflexa vai se sobrepor a esse comando. Mas o comando também pode interferir nessa resposta reflexa. (Ex: eu pisei em alguma coisa e no lugar de sair mancando, eu saí arrastando o pé para dizer que não foi nada. Bailarinas não se desequilibram como nós, elas aprendem uma técnica para que, caso aconteça, elas não se machuquem.) Então, nós aprendemos a modular essas respostas reflexas.
Aqui, o nosso córtex motor que está localizado no lobo frontal e se conecta com várias áreas. Por exemplo: área visual, área sômato-sensorial (o córtex acessa a informação para saber como vai executar o movimento), cerebelo.
O córtex, em geral, possui 6 camadas de neurônios: I. Camada molecular (mais externa), II. Camada granular externa, III. Camada piramidal externa, IV. Camada granular interna, V. Camada piramidal interna e VI. Camada fusiforme. As células que vão dar origem a essa via córtico-espinal estão concentradas na camada 5, chamadas de células piramidais ou células de Betz. Ela se chama piramidal, porque o soma lembra a forma de uma pirâmide. E a gente sabe também, que esse sistema é chamado de piramidal, porque ele sai do córtex e vai cruzar na decussação das pirâmides. Essa via primária é chamada de sistema piramidal.
Nós temos uma via direta. De onde sai essa via? Do azul ou do vermelho? Do córtex motor e o pré motor? O trato corticoespinal (que cruza – 90% das fibras – na decussação das pirâmides, no bulbo; vindo para o sistema anterior ou lateral, mobilizando músculos distais, realizando movimentos mais finos, delicados) sai do córtex motor primário. 
E o sistema extrapiramidal? De onde ele se inicia? A via rubroespinal faz parte desse sistema extrapiramidal. 
Qual é a relevância desses sistemas piramidal e extrapiramidal (para a fisiologia não há relevância, porque o que nos interessa são os tratos – onde começa, onde termina e suas funções)? Na clinica, eles têm alguma importância?
Alunos: Saber qual lado do corpo vai ser afetado por uma lesão.
Professora: Se o sistema pela via direta (Piramidal) for atingido, será afetada a movimentação realizada por que tipo de músculo? Distais. 
Eu também posso ter déficit nos músculos axiais? Existe um trato corticoespinal que chega mais na porção medial da medula, ou não? Existe um trato corticoespinal lateral e medial? 
Há o trato corticoespinhal lateral e anterior. Então, que dizer que haverá déficit em músculos que estão localizados mais distalmente. A maioria dos AVCs apresentam lesões nos membros, e mais frequentemente nos membros superiores. Lesões nas pernas são mais devido a traumatismos. Eu até comentei com vocês que os pacientes ficam com aquela hiperextensão e às vezes é necessário injetar toxina botulínica para diminuir a contração (vai impedir a ligação da acetilcolina com os receptores, então os músculos vão relaxando).
Aluno: Atingiria os músculos proximais se a lesão fosse aonde?
Professora: Os tratos Rubroespinal e corticoespinal lateral fazem parte do sistema lateral. 
Alunos: Então, seria nos tratos que fazem parte do sistema extrapiramidal?
Professora: Todos os outros fazem parte do sistema medial. Vão vir para parte medial e vão controlar. (Eu até falei para vocês: “Puxa,há tantos tratos só para controlar esses motoneurônios na parte medial”. Porque é bem mais importante você manter a postura e o seu equilíbrio. Se você perder a destreza dos movimentos, claro que isso vai prejudicar um pouco, mas bem pior será você não conseguir manter a sua postura e o seu equilíbrio.)
Aluna: Alguns tratos vestíbulo [...] (não consegui ouvir direito quais são – 44min50) possuem relação com o cerebelo. Pode-se dizer que eles afetam as vias de saída do cerebelo. Eu posso dizer que eles afetam a [...] do movimento?
Professor: Sim, eles vão alimentar o cerebelo. Por exemplo, o trato vestíbuloespinal sai dos núcleos vestibulares, vão para o cerebelo, voltam para os núcleos vestibulares para fazer conexão com os motoneurônios. Sim, o cerebelo é alimentado por essas informações, ele processa.
Aluna: E assim, ele faz ajustes e correções no movimento?
Professora: Sim, ajustes e correções. 
Aqui nos temos as camadas corticais do córtex motor e do córtex sensorial. Existe uma diferença na disposição dessas camadas. Camadas I, II e III, camadas integrativas, parecem que possuem mais ou menos a mesma espessura. Camada IV é maior na sensorial (tem sua lógica, o córtex sensorial vai receber mais informações sensoriais) e observa-se uma faixa estreita no córtex motor, pois ele se alimenta de algumas informações sensoriais. Entre as camadas V (células piramidais) e VI, elas são maiores no córtex motor. Saem para outras partes do cérebro, saem para outros núcleos. São subcorticais, então, a saída é bem maior.
Aqui é falando de uma forma resumida, o tínhamos falado anteriormente, sobre o planejamento e a organização do movimento. Há participação dos núcleos da base (eles vão dizer “iniciem o movimento e para fazer tal movimento, vocês tem que fazer tal coisa”) e levam a informação para as áreas corticais pré-motoras. Cerebelo também processa informação e manda informação para a área pré-motora. Córtex sensorial também levam informações para a área cortical pré-motora. E essa informação vem para o córtex motor primário, que vai dizer para o movimento ser executado. Executou o movimento, a informação sai lá pelo???, vem pelas vias espinocerebelares, vão voltar para o cerebelo, e o córtex motor também será informado sobre a execução daquele movimento. Então, nada acontece no nosso corpo sem que haja... [prof. não completou a frase]
Aluno: O trato espinocerebelar vai chegar ao córtex motor, mas antes vai passar pelo cerebelo é?
Professora: Passa pelo cerebelosai do cerebeloTálamocórtex motor.
Como é que se sabe que esse movimento é voluntário? (Obviamente, se ele não for uma resposta reflexa.) Você governa, você decide se vai executar aquele movimento.
Vamos entender isso aqui: “Estímulos sensoriais não ditam movimento”. Eles guiam a tarefa que você tem que executar. Então, essas informações sensoriais não determinam que você vai fazer tal movimento. É verdade isso?
Aluno: Não são aquelas duas outras áreas que planejam? A área motora suplementar e a pré-motora.
Professora: Certo! Então o córtex sensorial manda informações lá para o córtex motor. Quem vai dizer “Eu vou elaborar tal movimento” é a área motora suplementar. Ela vai consultar os núcleos da base. E área pré-motora vai dizer para você executar tal movimento aos neurônios do córtex motor primário. 
Então, não é a informação sensorial que vai dizer. Não vai sair do córtex sensorial e vai para o córtex motor primário e diz “faça esse movimento”. Não. Ele manda informações para que você elabore o plano daquele movimento. 
O movimento voluntário pode ser iniciado internamente, sem o estímulo sensorial. Essa frase parece boba, mas não é. Eu quero elaborar um movimento, então, eu tento elaborar com aquilo que eu planejei com minha área motora suplementar. Eu vejo a foto de uma bailarina e posso pensar em executar esse movimento. Eu posso ver e tentar desempenhar, com todos os neurônios da minha camada 5 do meu córtex motor primário, para chegar até aí.
	
Dúvida: Então os neurônios que vão sair do córtex saem camada 5, é?
Professora: Eles estão concentrados na camada 5.
Então nós vamos ver populações de neurônios codificadores. Já ouviram falar? Existem neurônios específicos no córtex motor primário que vão responder a um determinado tipo de direção do movimento. É bem interessante. Então nós vamos ter populações de neurônios que vão disparar potenciais de ação se o movimento é feito em 180º, 45º, 90º... Então são populações que tem funções bem específicas. Então isso representa a chamada SOMATOTOPIA. Lembrem daquele homúnculo. Aquele homúnculo, aquela divisão grosseira da representação dos planos das regiões do nosso corpo, é tão detalhado que chega a ter populações de neurônios codificadores que vão responder direção de um dado movimento. Já que vocês estão estudando para histologia, vamos revisar: lembrem que lá na retina tem células ganglionares que vão responder a informações específicas. Nós temos neurônios no córtex visual primário que respondem, por exemplo, à direção da luz. É um experimento bem interessante, eu trago na aula de visão: o experimentador coloca um ? para deixar os olhos bem abertos e fica passando um feixe de luz, e ele acopla microeletrodos a um aparelho sonorizador para representar o quê? O barulho dos potenciais de ação. Então quando ele passa um determinado estimulo luminoso na direção vertical, silêncio. Ele passa na direção diagonal, aí naquele campo visual ele começa a haver uma salva de disparo de potenciais de ação, mostrando que essa somatotopia no córtex visual existe uma coisa semelhante aqui no córtex motor primário: nós temos populações de neurônios que vão disparar salvas de potenciais de ação dependendo da direção do movimento. Esses experimentos foram feitos em macacos. Acontece em humanos? Acontecem também. Foram feitos experimentos, não experimentos de cortar a cabeça do humano, mas com tomografia.
Pergunta: somatotopia é o nome desses potenciais que aparecem, é?
Resposta: somatotopia quer dizer o quê? Soma quer dizer o que? Corpo. Topia? Localização. A localização do corpo é bem específica lá no nosso córtex motor primário. Isso começa giro pré-central e continua até o nível celular. Existem células que vão responder a determinadas direções dos movimentos.
Então as áreas pré-motoras vão dizer as características do movimento e nós vamos depois receber depois um feedback desse movimento elaborado através da área sensorial.
Olha ai: o córtex motor, aquele homúnculo... Aqui tá mostrando. Percebam o pé dele como é pequenininho. Em comparação com a mão, a área motora do pé é muito pequenininha, fica na parte medial. Não sei se alguém teve tempo de ver o vídeo lá sobre uma menininha que eu postei, que não tem a metade do cérebro. Ela fez uma cirurgia porque tinha muitas crises de epilepsia por dia. Ela tirou um hemisfério todinho.
Duvida: mas ela tirou o hemisfério direito ou esquerdo? Se tirasse o esquerdo, perdia a área da fala...
Resposta: ela tirou o direito.
Aluno: Então ela podia falar ainda, né?
Professora: mas quando você tira um hemisfério o que acontece? Vai desenvolvendo as funções no outro... Mas olha só, ATENÇÃO: a menina fez a cirurgia e ela tinha 2 anos e alguma coisa. Então os médicos aconselham que seja dessa idade, 2 anos e meio, porque depois a plasticidade vai diminuindo.
Dúvida: mas isso pode acontecer com qualquer pessoa? Por exemplo, um bebê, se você tirar metade do cérebro dele, ele consegue se regenerar?
Professora: não vamos dizer que sim. Vai existir uma pequena proporção, muito pequena, que vai ter déficits mais importantes. Uns vão conseguir se recuperar, a plasticidade é mais acelerada que outros, isso aí depende do desenvolvimento neural da criança. Mas assim, a plasticidade no cérebro jovem é uma coisa impressionante! Eu vejo isso nos meus pacientes: ratos. (começa a falar que tá faltando rato na ufal)
Se você fizer um experimento, estimulação elétrica no córtex motor primário, você vai causar o movimento mas não o desejo de realizar o movimento. Entende a diferença? Chega láno seu córtex motor primário, lá na região que está representada sua mão, dou uma descarga elétrica, sua mão vai fazer assim, sem você ter vontade de ter feito aquela movimentação. Por quê? O desejo de realizar um movimento vem da área motora suplementar.
Pergunta: da pré-motora também, né?
Resposta: A pré-motora um pouquinho menos. É ela que vai pegar esse desejo seu e vai colocar ele em prática. Pega essa informação e manda para o córtex motor primário, dizer ó: mobilize tais neurônios.
Pergunta: então a ordem para se fazer uma ação seria primeiro a pessoa pensar, aí ela manda para a pré-motora, e a pré-motora manda para o córtex motor primário?
Professora: é. Isso foi feito com os primeiros neurocirurgiões, eles faziam neurocirurgias e começavam a estudar, dar choquezinhos elétricos e saíram mapeando o córtex motor, vendo: olha, mexeu a mão agora, mexeu a perna, saía mapeando. Em neurocirurgia se faz isso, para saber, por exemplo, se aquele tumor que está sendo extirpado, não está causando déficit funcional. Ele vai lá e dá uma descargazinha elétrica aí: ah, mexeu o dedo, então tá ok, estou fazendo meu trabalho direitinho. Vai testando a funcionalidade, tá? Mas o paciente não teve o desejo de realizar aquele movimento. Ele respondeu apenas a uma estimulação. Se houver uma lesão lá no córtex motor primário, a gente sabe que vai ter paralisia do lado contralateral por conta da decussação das pirâmides, onde as fibras vão cruzando para o lado oposto. Na medula vai cruzando o restante.
Pergunta: o desejo de realizar um movimento vem da área motora suplementar, né?
Professora: é.
Duvida: mas elas ficam nessa 2ª camada ou não tem isso nessa área? (acho que ele queria dizer sobre a 5ª camada)
Professora: não tem isso não na suplementar. A motora suplementar é aquela que tá lá em cima mesmo. Aquela 5ª camada é onde estão as células piramidais que vão formar o trato cortico-espinhal.
Pergunta: então essas células piramidais vão estar somente na parte do córtex motor primário, né?
Professora: isso mesmo.
Dúvida: e os núcleos da base? Em qual momento eles vão agir? Eles têm relação com o córtex motor primário ou com motora suplementar...? Porque tipo, eu tinha lido que eles vão estar relacionados com o inicio do movimento, como se fosse um gatilho.
Professora: é verdade. Mas quando eu quero realizar um movimento: o desejo do movimento. (ela começa a desenhar algum esquema no quadro sem dizer nada)
O mesmo aluno da dúvida conclui: então é a suplementar, aí vai para os núcleos da base, aí depois vai pro primário?
Professora: para os núcleos da base, quer movimentar, ok. Ai vem: inicie o movimento. (ficou meio confuso mesmo essa parte) Ai essa informação volta para onde? Pré-motor, córtex motor primário? Quem acha que é pelo córtex motor primário? Só a Laila?
Laila: é porque já vai iniciar o movimento.
Professora: na verdade pode ser pelos dois: pelo pré-motor ou córtex motor primário. Se pode ir pelo caminho mais longo, vai pela pré-motora, aí da área pré-motora, vai para o córtex motor primário. Ou se a necessidade de realizar aquele movimento realmente é muito urgente, ela vem logo aqui com essa informação para o córtex motor primário.
Dúvida: qual é a função da pré-motora? Por que a função dos núcleos da base seria esse gatilho, né, para iniciar o movimento. Aí manda pra pré-motora e a pré-motora vai fazer o quê?
Professora: na área pré-motora eu vou ter neurônios que vão fazer sinapse com os neurônios lá do córtex motor primário. Por exemplo, esse daqui vai levar informação para a perna. Quero movimentar minha perna. Ai eu vou mobilizar neurônios aqui na área pré-motora que façam contato com neurônios do córtex motor primário que mobilizem os músculos que vão fazer o movimento da minha perna. Agora eu quero mobilizar os músculos lá que vão movimentar o meu braço. Eu vou escolher neurônios da área pré -motora que vão fazer sinapse com neurônios do córtex motor primário que vão levar informação até os próprios neurônios que fazem sinapse para que eu movimente o braço, tá? Então ele pega aquela informação, planeja: movimente tais neurônios, tais axônios, que vão fazer eu movimentar meu braço, minha perna, meu tronco... Então, planejando o movimento.
Pergunta: Então no caso dele ir direto para o córtex motor primário, ele não vai pegar esses neurônios né? No caso da resposta mais imediata, que não passa pela pré-motora.
Professora: tem uma vantagem, né? A resposta quando ela é mais imediata ela é muito rápida, no entanto ela vai ser menos especifica, menos precisa, menos elaborada. Mas eu preciso de uma resposta urgente, tá?
Olha ai o mapeamento feito no córtex. Essa figura é lá do Cem bilhões de neurônios. Fizeram mapeamento, vários experimentos foram feitos com o córtex motor primário, com o córtex de macacos. Ai não dá para vocês verem direito, mas está a representação de cada partezinha: da patinha anterior do macaco... Cada partezinha do corpo está representada aqui. O que significa cada partezinha dessa? Cada neurônio que está aqui, se eles forem estimulados, eles vão causar o movimento de dedo, Mão, braço, perna... Então é uma coisa bem especifica, existe uma organização somatotópica. Esse é um mapa que foi desenhado através de um córtex motor primário de um macaco. Aqui está dizendo: “ampliação e os campos em preto representam partes do corpo que se movem quando cada ponto do córtex e estimulado eletricamente”. Ai o cientista vai lá com microeletrodo. 
(começa a falar do balé de Penedos, que tem uma foto no slide) Olha aí, vocês estão tão interessados sobre a função da área motora suplementar, já tem até um exemplo aqui. Ao pensar em flexionar um dedo, os neurônios dessa área motora suplementar começam a disparar potenciais de ação. Só em você pensar. Por que se você pensa é o que? Desejo de realizar o movimento. Os neurônios aqui mostrando, né, são esses neurônios aqui na área suplementar. Eles já estão ativados. Você não está tendo ativação ainda dos neurônios do córtex motor primário, porque por enquanto você está apenas com a intenção de realizar o movimento. Obviamente que isso vai facilitar a execução do movimento, quando você pensa em realizar alguma coisa. Então se você tá em uma competição, você não vai lá sair do seu banco e dizer que vai pular, fazer aquele salto com obstáculo, se ainda fica sentado no seu banco, né? Os atletas de alto nível são até treinados por psicólogos pra ficar imaginando aquele movimento, como aquele movimento deve ser (sempre muito bem sucedido). Então quando você está pensando em realizar um movimento, você já está ativando a área motora suplementar. Isso pode ser visto em pacientes humanos sem precisar abrir a cabeça nem cortar o crânio. Você observa isso injetando um contraste e observando a atividade metabólica daquelas células. Quanto mais vermelha estiver aquela área, mais ativos estão os neurônios.
Dúvida: Então se você pensar muito em uma coisa, tem mais chance de dar certo, é? Alguma coisa que você vai fazer, se você ficar treinando, ficar pensando naquilo, tem mais chance de dar certo?
Professora: pensamento positivo é tudo! Rsrs Sim, falando em ato motor, com certeza. Se você ficar pensando exatamente como você vai executar aquele determinado tipo de movimento, você tem mais chance de dar certo.
Pergunta: no caso de pessoa que tem paralisa do sonho, que quando você acorda de um sonho começa a despertar, quer se mexer mas não consegue se mexer, é essa área que ativa primeiro?
Resposta: (professora para um pouco para pensar, mas no final responde...) Sim. Que ai se trata da intenção. Mas isso é normal. Não é normal durar mais que poucos segundos. Porque você é acordado rapidamente, você vai ficar com essa sensação realmente. Você está tendo uma atonia dos motoneurônios inferiores. Aí quando você percebe que alguma coisa tá errada, você percebe: eu tenho que me movimentar. Você faz um movimento desesperado, né, porque achou que acordou meio paralisado. Atonia do sono REM é fisiológica, não é fisiológico você ficar lá vários segundos sem conseguir se mexer.Dúvida: no caso a área pré-frontal ela estaria relacionada com a suplementar no sentido da... tipo assim, a motivação que eu tenho para iniciar aquele movimento, ela estaria relacionada?
Resposta: com certeza.
Aluna: então você tem a relação pré-frontal com a motora suplementar, né? Uma manda o impulso para a outra.
Professora: manda informação. Queria tanto executar aquele passo que a bailarina fez, né? Você fica idealizando, pensando, começa com a área motora suplementar...
Aluna: então antes de você entrar na área suplementar você teria a estimulação da pré-frontal né?
Professora: de várias outras regiões, né? Tanto daquele córtex somatossensorial, do córtex visual, você tem a bailarina dançando e quer executar o movimento. Você viu e despertou aquele desejo em você. Você manda pra sua área pré-frontal, pra sua área motora suplementar, depois para pré-motora e motora primária. Ou mesmo nem vendo, imaginando mesmo. Acho que isso é trabalho dos coreógrafos também né? Como é que criam essas peças tão bem trabalhadas, saíram de onde? Do seu córtex pré-frontal.
Então essa área motora suplementar ela vai selecionar, né. Você vai imaginar qual é o movimento que você vai realizar, manda informação para a área pré-motora e vai... Os neurônios já disparam quando eu tô pensando em realizar um movimento. Os neurônios já começam a disparar. E esses movimentos eles são bilaterais, frequentemente. Aqui ele dá um exemplo: preensão das mãos simultaneamente. Então funciona com a área pré-motora, movimento, aqui ele dá alguns exemplos...
Aqui está a área pré-motora, o córtex pré-motor, está conectado extensivamente com o córtex motor primário. E olhe: cerca de 30% dos neurônios da pré-motora já pode se conectar diretamente com os motoneurônios da medula. Agora imagina, de novo, se a informação sai direto da área pré motora para os motoneurônios, o que vai acontecer com a qualidade desse movimento que eu vou executar?
Resposta: vai ser meio gambiarra.
Professora: gostei rsrs vai ser meio gambiarra, tá. Tanto é verdade que só - só não, 30% já é quantidadezinha grande... mas enfim - 30% é que faz sua ligação direta. Então os outros 70% fazem ligação com o córtex motor primário, para que o movimento seja realmente bem elaborado. 30% dessas fibras vão direto para os motoneurônios.
Pergunta: Mas no caso direta não vai passar pelo motor primário?
Resposta: Exato (?). 30% dessas fibras vão direto para os motoneurônios.
Pergunta: Mas o trato corticoespinhal não vem do motor primário?
Resposta: Vem, mas algumas fibras desse trato também podem ser alimentadas pelo córtex pré-motor que é isso que a gente tá falando. Se você ativar algumas dessas fibras, você pode realizar um movimento, mas que não vai ser com tanta precisão. Ele não passou pelo córtex motor primário, mas a maioria das fibras do trato corticoespinhal saem do córtex motor primário. 
Aqui mostrando que os neurônios disparam antes do início da tarefa. É verdade. Eu quero me movimentar, então a área motora suplementar já começa a disparar potencial de ação. Informação entra no córtex pré-motor. Começa a disparar. Porque eu só vou iniciar, no caso da flexão do nervo, quando essa informação chegar exatamente no córtex motor primário. Antes de iniciarmos a flexão do nervo, os neurônios do córtex pré-motor, começam a disparar potenciais de ação porque eles estão mandando informação para os neurônios do córtex motor primário. Então a sequência é essa: ativa neurônios da área motora suplementar, ativa os neurônios do córtex pré-motor, depois os neurônios do córtex motor primário e ele sim vai dar a ordem para que o movimento seja executado.
Aqui mostrando uma vista lateral e uma vista medial do córtex motor primário, área motora suplementar, córtex pré-motor. Medial e lateral.
Pergunta: Todo movimento voluntário vai passar por isso, né? Sem ser os reflexos. 
...
Pergunta: Porque nós temos muitos movimentos que não são reflexos, mas não paramos muito para pensar e fazer. 
Professora: Tipo andar de bicicleta?
É.
Professora: São atos motores voluntários que são automatizados. 
[Sobre andar de bicicleta e passar em sinais vermelhos...]
Pergunta: Mas ele passa por tudo isso.
Professora: Passa por tudo isso.
Então o córtex motor primário vai receber várias influências: córtex somestésico, área motora suplementar, ... para que ele execute aquela ordem. As informações estão convergindo para o córtex motor primário, por isso que ele tem condições de elaborar uma resposta motora bem refinada, bem especifica.
As aferências para as áreas pré-motoras são de menor número. Se os neurônios do córtex pré-motor quiserem elaborar uma ação a partir daqueles 30% de neurônios que vão para a medula, percebam que essa área recebe bem menos aferências. São aferencias daquelas áreas 5 e 7 de Brodmann, que para a minha prova não precisa saber, precisa saber para anatomia. 
Então aqui o córtex pré-frontal recebendo informações das áreas somatossensoriais e repassa pro córtex motor primário. Pode mandar uma ordem direta, mas recebe bem menos aferências. 
Pergunta: Pré-frontal é o mesmo que pré-motor?
Resposta: Pré-frontal é essa pontinha aqui da área frontal.
Pergunta: Qual a função da área pré-motora? Eu não estou entendendo.
Resposta: A função dela é planejar, organizar o movimento que vai ser feito. Ativar os neurônios do córtex motor primário. Mas ela vai ter algumas fibras que podem responder. Vai mandar uma resposta mais rápida que os neurônios do córtex primário. É possível? É. Mas ela recebe bem menos informações. E porque não manda todas as fibras pro córtex pré-motor primário? Eu não sei. Talvez para dar uma resposta mais rápida que o córtex motor primário.
Pergunta: As fibras somato-sensoriais vão para o córtex pré-motor e ele vai enviar para o córtex motor primário. Mas ela pode pegar e ir direto pro córtex motor primário?
Resposta: Ela alimenta tanto o córtex pré-motor, quanto o córtex motor primário. Pode sim.
Talvez seja um mecanismo de fuga. Você nunca tem no organismo: só tenho essa via, que se ela for lesionada vou perder completamente a função.
Pergunta: Mas a maior parte delas seguiria para onde? Pré-motor ou motor-primário?
Resposta: Somatossensorial? Maior parte direto pro córtex motor primário.
Pergunta: Elas tão vindo do pré-frontal, né? Estou meio perdida.
Resposta: Tudo começa com o sulco central. Tudo que estiver pra frente é frontal. Nessa parte mais anterior é o córtex pré-frontal. Trás do sulco central: area somestésica do somatosensorial, que manda informações pro córtex motor primário que está logo à frente do sulco central e também manda para o córtex pré-motor. Aqui ele tá chamando de córtex pré-motor dorsal e ventral. Entenderam?
Pergunta: O 5 e 7 fazem parte dessa parte sensitiva?
Exatamente.
Bom... tem algumas áreas do córtex motor. Área de Broca, se você tiver uma lesão nessa área, você mostra para o paciente essa figura de uma menina dando flores a professora e pede para falar o que ele está vendo. “Garota quer flores. Flores e [...]”. Mudou completamente o contexto. Não é que ele não esteja entendendo. Ele está vendo normal, não é problema no occipital. O problema é quando ele vai articular as palavras. Depois tenta de novo: “a menina quer... a mulher quer... as flores e a mulher”. (profundo)
Pergunta: Se ela escrever está tudo normal?
Resposta: Se ela consegue escrever o problema não está na área de Broca. A área de habilidades manuais está aqui nessa área mais dorsal, está bem pertinho do córtex motor primário. A área de habilidades manuais não foi atingida, foi atingida a de vocalização. São teste bem simples que podem ser aplicados antes de pedir exames caros como a ultrassonografia.
Falando na área de habilidades manuais... Se você tiver uma lesão nessa área você vai ter uma... ataxia ou apraxia? Qual a diferença? [1:33:40 – 1:37:00]
Essa parte ficou bem confusa, então vai aí umas definições do DeCs...
	Descritor Inglês: 
	  
	Ataxia  
	Definição Português: 
	  
	Dificuldade na capacidade em desempenhar movimentos voluntários coordenados suaves. Estaafecção pode acometer os membros, tronco, olhos, faringe, laringe e outras estruturas. A ataxia pode resultar das funções motora ou sensorial deficientes. A ataxia sensorial pode resultar de lesões da coluna posterior ou DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO. A ataxia motora pode estar associada com DOENÇAS CEREBELARES, doenças DO CÓRTEX CEREBRAL, DOENÇAS TALÂMICAS, DOENÇAS DOS GÂNGLIOS DA BASE, lesões do NÚCLEO RUBRO e outras afecções.  
	Descritor Inglês: 
	  
	Apraxias  
	Definição Português: 
	  
	Grupo de transtornos cognitivos caracterizados pela inabilidade em desempenhar habilidades previamente adquiridas, que não podem ser atribuídas a deficiências da função motora ou sensorial. Os dois principais subtipos desta afecção são o ideomotor (ver APRAXIA IDEOMOTORA) e apraxia ideacional, que se refere à perda da habilidade em formular mentalmente os processos envolvidos no desempenho de uma ação. Por exemplo, a apraxia de vestir-se pode resultar de uma inabilidade em formular mentalmente o ato de colocar roupas no corpo. As apraxias são geralmente associadas com lesões do LOBO PARIETAL dominante e giro supramarginal.  
[O áudio tem uma pausa] ... bem próximo aqui do córtex motor primário, muitos os neurônios que vão representar a movimentação do pescoço. A área de movimento ocular voluntária. Lembrando os músculos extraoculares fazem os movimentos esqueda, direita, pra cima, pra baixo de forma obliqua mas também de forma voluntária. Esses núcleos de movimentos oculares vão estar pertinho da área que representa o globo ocular. Dependendo da região nós teremos essas apraxias, falta de coordenação. 
Pergunta: O [...] representa o córtex motor primário?
Professora: Isso.
[Sobre ela e uma paixão com um dançarino e com o Johnny Depp – é muita carência, meu povo!]
Campos motores. Já ouviram falar disso? Já ouviram falar comigo lá daquela tal de unidade motora. O que é unidade motora? É o motoneurônio com as fibras musculares. Ali nós temos os chamados campos motores. Motoneurônio [...] córtex motor primário para inervar outros motoneurônios que vão chegar nos grupamentos musculares. 
Se você estimular um único neurônio motor você pode ativar vários músculos e inibir outros, porque o motoneurônio pode fazer sinapse com interneurônios inibitórios lá da medula. Isso se chama princípio da divergência. Você tem um motoneurônio que você estimula, ele vai mandando a informação e ativa determinado motoneurônio, ou seja ativa certos músculos e inibe outros. Então o sinal saiu de uma célula e foi divergindo para vários músculos. Ou você pode ter o princípio da convergência. Vários motoneuronios convergindo para o mesmo músculo. 
Repetindo. No princípio da divergência do sinal eu tenho um único neurônio cortical que emite vários colaterais inervando motoneurônios da medula e controlando vários músculos. No princípio da convergência do sinal nós temos vários motoneurônios corticais fazendo sinapse com um motoneurônio na medula que faz sinapse com um músculo.
Qual a importância desses dois princípios? Se ampliado você tem um movimento de força, se convergem você tem um movimento mais especifico, elaborado. 
Tem um experimento realizado com macacos que foram treinados para mover um Joystick em direção a um estimulo luminoso e os cientistas estavam observando a excitação dos neurônios da área motora primaria. Podemos perceber que esses tracinhos pretinhos representam os potenciais de ação dos neurônios. O movimento inicia-se em 0, onde está em amarelo está dizendo que houve aumento da atividade do neurônio. E onde está em lilás houve uma diminuição da atividade do neurônio. Quanto ele faz o movimento, em direção 90° há o disparo, aumenta pra 135° aumentou, 180°, 225°. Se ele vier para o lado direito, a atividade dessa mesma população de neurônios estará diminuindo.
 Estão vendo aqui? Quase não há potenciais de ação. Existem populações de neurônios que vão responder a angulação do movimento, enquanto outras populações ficam em silente, não respondem. Isso mostra até que ponto vai a somatotopia, você tem a representação de cada parte do corpo. No córtex motor primário tem neurônios específicos que vão responder a direção do movimento que eu estou executando. Fantástico esse experimento, porque eles viram que existem neurônios no córtex motor que tem preferência por uma determinada direção. Ele só vai mostrar aquela salva de potenciais de ação se o movimento tiver 90°, se tiver 45° vai disparar menos, ou vai ficar silente. Ele mostra o grau de especificidade dos neurônios do córtex motor primário em relação ao movimento. Esses experimentos foram feitos em macacos. São tão sincronizados com a direção do movimento que se pode calcular até pra onde está vindo esse movimento através desses vetores, que existem, por exemplo, nos eletrocardiogramas. Esse ponto preto é a magnitude desses potenciais de ação. Magnitude não quer dizer amplitude, magnitude é a quantidade desses potenciais de ação. Em cada pequena população de neurônios tem um pequeno disparo, um de 30, outro de 40... então você soma esses vetores e no final vai ter a direção e vai poder dizer que nessa região esse grupo de neurônios está disparando mais quando a direção do movimento é de 45°, nessa outra região eu somo os vetores e vejo que esses neurônios disparam mais quando o movimento é de 90°. 
Esses macaquinhos foram treinados para estender ou fletir o pulso. Em azul estão representados os potenciais de ação e em vermelho, os movimentos. Quando é que começar a disparar? Macaquinhos estão alí sem peso nenhum, será que ele precisa continuar a fazer distensão ou não? Não, não está segurando nada, você tem um disparo basal, digamos assim, de potenciais de ação. Agora você vai e coloca um peso na mão dele, agora, para sustentar o peso, vai ter que fazer uma flexão. O que está aumentando aqui? O numero de disparo de potenciais de ação, só que ele chama atenção que o número de disparo de potenciais de ação começa antes de ocorrer a flexão do musculo. Os neurônios do córtex motor, prevendo o que vai acontecer, já vão aumentando o tônus flexor para sustentar aquele peso. Se não houvesse isso haveria distensão. 
P: alí, num tá em repouso? Por que a extensão?
R: para sustentar o peso do próprio braço. Para isso tem o disparo de alguns potenciais de ação. Agora ele coloca uma dificuldade, um peso nesse braço e tem que mantê-lo distendido, se não deixa cair, para isso tem que acionar os músculos flexores com mais força para sustentar esse peso. Muitos potenciais de ação para flexionar esse braço. 
São chamados também de feixes posturais antecipatórios. O córtex motor primário já está prevendo que ele vai ter que aumentar a força muscular no flexor para ele sustentar aquele peso. Como ele vai prever isso? O macaquinho está atento ao que tá acontecendo, ele viu o peso. Se ele tivesse com o olho fechado, primeiro iria ter uma distensão e depois uma resposta rápida de flexão (isso não é um reflexo, é um ato voluntário). Existem neurônios no trato cortico-espinhal que vão decodificar a direção, a força do movimento. 
[vídeo]
Já ouviram falar em neurônios espelhos? Mostraram que temos neurônios no lobo frontal que são ativados quando o animal fazia um movimento ?. foi por isso que eu mostrei esse vídeo, o macaco via alguém apanhar a uva-passa com os dedos, eles viram que tinham neurônios semelhantes na mesma área sem que o animal estivesse fazendo o movimento, então eles perceberam que esses neurônios era neurônios-espelhos. Se você tiver vendo outra pessoa fazer um movimento complexo, que você nunca realizou antes, os neurônios-espelhos vão identificar cada parte do nosso corpo, mecanismos proprioceptivos e a gente tenta imitar conscientemente. Se você estiver vendo alguém fazer algum movimento, uma apresentação de dança, por exemplo, e for analisar, seu neurônios-espelhos estarão ativados como se você estivesse realizando aquele movimento. Para tentar realizar o movimento, tem que mandar informações para o córtex motor primário. Esses neurônios-espelhos ficamna área frontal. Os neurônios da área motora suplementar também são ativados quando você fica observando um movimento, você fica já com a intenção de realizar esse movimento, esses neurônios-espelhos estão correlacionados com uma propriedade que os humanos, macacos também, que é chamado de empatia, você vê uma pessoa chorando você começa a chorar também, uma pessoa sorrir você sorrir também, você começa a imitar aqueles movimentos. Quando você assiste a um filme você se coloca no lugar do personagem, parece que você está correndo como aquele personagem está, dirigindo como o personagem, está você sente mais empatia por um personagem. De uns anos pra cá, alguns pesquisadores estão estudando exatamente a função desses neurônios espelho, ou melhor falando, a diminuição desses neurônios espelho com o autismo. Alguns pesquisadores já começaram a estudar, se, nas pessoas que tem autismo, alguns circuitos desses neurônios espelho não estariam prejudicados, visto que o autista tem pouca empatia. Então, através de ressonância magnética, pesquisadores têm estudado quais são as regiões que são ativadas quando se observa um comportamento e queremos elaborar aquele mesmo movimento. 
P: Em relação à essa escolha entre kiki e bulba para cada imagem, tem algum explicação envolvendo neurônios?
R: Sim, porque você associa formas, cores com sentimentos e também isso pode interferir em determinado ato motor que você queira elaborar. 
Vocês estão vendo esse macaco na mesa onde tem um circulo? Isso é o espaço do macaco, o seu território. Então vem o outro querendo se “meter” no espaço do macaco. Ai ali está registrando neurônio 1, neurônio 2 e neurônio 3. Aqui está correspondendo ao disparo dos neurônios espelhos seletivos para espaço extrapessoal, aqui para o espaço pessoal do macaco. E aqui ele pegou um neurônio espelho clássico que não tem nada a ver com divisão de espaço. Então ele está com um objeto, e o macaco esta observando, porém o objeto está fora do espaço extra-pessoal. E o que está acontecendo com o disparo desses neurônios? O neurônio 1 está respondendo apenas a observação, ele não sabe ainda o que vai acontecer. Quando o pesquisador coloca algo na área dele o que tá acontecendo ai? O neurônio 2 vai responder o que está acontecendo no espaço, e o neurônio 3 não tem seletividade para o que está acontecendo. 
Vocês estão entendendo o gráfico? Isso aqui é o experimento 1, quando o objeto tá fora, ai o que que tá acontecendo, o objeto tá aqui fora, e o animal está observando. Aí o neurônio 1 tá “observando”, dos neurônios espelho, o 1 é seletivo para esse espaço que está do lado de fora. Ele ta respondendo, então tem potencial de ação. O neurônio 2, ele responde ao que? Se o objeto estiver lá no espaço onde está o macaco. O objeto está fora do espaço dele, o que está acontecendo com o numero de “spikes” desse neurônio 2? Ele entrou no espaço pessoal dele, pode fica ai brincando do lado de fora, porque vai mudar o que aqui?! Esse neurônio 3 é uma espécie de neurônio de controle clássico que tá disparando, não tem nenhuma relação com a divisão de espaço. Agora o pesquisador vem e coloca o objeto dentro do espaço do macaco, o que vocês acham que vai acontecer? Quando ele coloca o objeto aqui, no espaço dele o que que acontece com esses neurônios espelho que respondem à posição do objeto fora do espaço? A despolarização diminuiu. Na situação 2 entrou no espaço do macaco, os neurônios espelho já começaram a assinalar. E aqui é aquele neurônio controle que praticamente não mostrou atividade alguma. E agora, que que tá acontecendo aqui nessa figura 3? O macaco viu o objeto na área, e o neurônio do espaço extrapessoal disparou. Ele viu a representação daquele objeto que tava lá fora e que agora está aqui dentro, e agora não está simulando a ação, ele também está com o objeto. O que aconteceu aqui com esse neurônio 2 que é do espaço do macaco? Aumentou o disparo, incorporou aquele objeto no espaço dele. Enquanto isso o neurônio 3 continua com o mesmo movimento basal.
Traduzindo: pra que serve isso aqui? Trazendo para o nosso comportamento, se isso acontece com o macaco também acontece com nós primatas humanos tá? Isso mostra a presença desses neurônios espelho diferentes.
P: Professora porque na situação 1 e na situação 3 quando o macaco pega o objeto dispara o mesmo neurônio? É como se ele estivesse lembrando o que ele viu na situação 1 ou algo assim?
R: Exatamente. Eles não são neurônios espelho? Ele observou o comportamento, o neurônio espelho observou o objeto que estava ali fora, ai o neurônio espelho já começa a disparar informações agora quando o objeto passou para dentro do espaço dele.
Trazendo isso pra gente, pra que será que serve esses tipos de neurônios espelhos diferentes. Será que tem alguma função protetora? Sobrevivência? 
P: Então em tudo que nós fazemos esses neurônios estão em atividade, porque tudo que a gente vê é diferente, então eles estão sempre funcionando? Sempre em atividade?
R: Eles estão sempre em atividade, mas por exemplo, aquela foto que eu mostrei da bailarina, pra mim aquilo representa uma coisa, então provavelmente meus neurônios espelho gostariam de desenvolver aquela atividade disparando uma frequência maior do que os dela ou os de Rodrigo. Assim como existem ações que você gostaria de representar e eu não. Pra você esses neurônios vão disparar um pouco mais por que você tem empatia com aquele tipo de ação.
P: Mas aí já é algo involuntário né? Você não imita um bocejo por empatia.
R: Um bocejo tem sim empatia, por isso que quando a gente vê alguém bocejando ou rindo a gente acaba rindo, chorando também. Você pode chorar por empatia além de chorar por causas reais concretas, mas você olhando uma pessoa chorar você pode ter empatia de chorar também.
P: Então as vezes eles estão mais “disparados”?
R: Sim, eles podem estar mais “disparados”, agora isso vai depender de uma pessoa pra outra. Ela pode não ter empatia por aquele tipo de situação, mas e nesse tipo de situação aqui quando invadem o nosso espaço, será que isso é perigoso ou não? Tem pessoas que não gostam nem de receber abraço. 
Quando estou observando uma coisa ali fora, meus neurônios vão disparar. Quando chegar mais próximo de mim, eu já vou ter mais atenção no que eu posso fazer em relação aquele comportamento que eu observei. O comportamento do experimentador não foi um comportamento agressivo, ele poderia ter sido. Se ele tivesse jogado um pepino no macaco, será que os neurônios espelho não iam tentar fazer o mesmo tipo de ação? Com certeza né. Quando você é agredido, se você não pensar muito, se você não frear com seu córtex pré-frontal, você não tem vontade de agredir também? Tem vontade. 
Olha só, isso aqui é um córtex cerebral de um paciente de verdade, abrimos agora o crânio de um paciente. Vocês podem fazer esse experimento, seguindo a sequencia da imagem a partir do dedo mindinho. O experimentador foi observando as áreas do córtex que vão sendo ativadas no individuo controle ou no individuo que foi treinado. Ele mostra que o treinamento vai alterando representações motoras no córtex motor primário, ou seja, vão ter mais neurônios que vão controlar esses movimentos dos dedos, que altera a representação? Alguém que toca algum instrumento será que tem uma representação mais importante dos dedos no córtex cerebral? Alguém que corre terá uma representação melhor dos músculos das pernas no córtex motor primário? Se você desenvolve, se você treina você aumenta a representação, o que não significa numero de neurônios, mas numero de contatos sinápticos. Com treinamento, com aprendizagem o numero de sinapses aumenta. 
Vocês sabem o que são memorias implícitas e explicitas? Memoria explicita é aquele tipo de memoria que eu sei que sei, a exemplo de contar ou narrar algo do passado. Memoria implícita são memorias que as vezes não sabemos que temos, como por exemplo: eu não sei nadar, eu caio numa piscina, o que eu vou fazer? Vou elaborar movimentos que eu já vi pessoas fazendo (olha aí neurônios espelho) e tentar nadar.Isso faz parte do aprendizado motor, embora eu nunca tenha nadado.
Se você dá uma tarefa pra um macaco de deslocar essa alavanca e tendo um circuito que ele tem que obedecer. Quando ele começa a fazer o desenho é esse (imagem da esquerda), ai ele vai treinando até chegar 35 dias depois do inicio do experimento fazendo exatamente na angulação que o pesquisador tinha ensinado pra ele. 
P: Num animal pode caracterizar isso como adestramento né?
R: Sim, num animal sim, porque ele recebe uma recompensa. 
Isso aqui é só pra dar um exemplo: se você sofre uma lesão no seu córtex motor, se você faz fisioterapia ou se você não faz fisioterapia o que que vai acontecer? Obviamente se você não fizer fisioterapia você vai perder parte da função motora, no caso de um acidente vascular foi na área do córtex motor que representa a mão, mas um mês depois fazendo fisioterapia mais conexões vão sendo recrutadas. Então neurônios que antes nem faziam parte daquele circuito que iam ajudar você a movimentar a mão eles começam a tentar restaurar algumas funções. 
Então nesse slide de conclusão de tudo que eu falei, vocês tem que saber muito bem direitinho somente isso. Como é que o movimento voluntario começa. Então a ideia do movimento vem do seu córtex frontal, você idealiza o movimento na área motora suplementar, essa informação passa para a área pré-motora, córtex motor primário executa o movimento, lembrando que o córtex motor primário e a área pré-motora recebem informações do córtex somatossensorial, recebem informações do córtex visual, a área frontal manda informação também pra essas áreas e o córtex motor primário pra se iniciar o movimento consulta os núcleos da base, cerebelo, é processado e passa para os motoneurônios inferiores executar.

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