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TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL Conceito - Conjunto de distúrbios orgânicos e psicológicos que ocorre na fase lútea do ciclo, atingindo máxima intensidade nas horas que antecedem a menstruação e desaparecendo no período menstrual * Ocorre da formação do corpo lúteo até a menstruação. Na menstruação todos os sintomas desaparecem * Sabe-se que o problema é ovariano (com o estrógeno e a progesterona) – ao contrário da dismenorreia, que se tirar o útero resolve a doença OBS: SPM tem como características fundamentais a relação temporal com a menstruação e o caráter repetitivo Epidemiologia - Incidência de 40% (2-10% interferem nos afazeres) - Faixa etária: 25-40 anos - A maior parte são casadas, multíparas, com alterações menstruais, problemas emocionais, expostas ao estresse, abuso de álcool, hábitos alimentares incorretos, sedentárias Fatores de risco – “doenças das teorias” Hereditário - Mães apresentaram TPM, filha tem maior probabilidade de desenvolver a síndrome Externo - Doenças na família, dificuldade econômicas, divórcio, pressão no trabalho Endógeno - Mulheres mais sensíveis a mudanças hormonais Etiopatogenia - É controversa, pois não se sabe quem causa - Estrogênio e progesterona → Diminuição da serotonina → ansiedade, irritabilidade, agressão, depressão, sonolência, apetite (leva ao aumento de peso) → Alteração do sistema renina-angiotensina → retenção de Na+ e água → edema, distensão, cefaleia mastalgia e aumento de peso → Hiperprolactinemia: também age na retenção de Na+ e água A etiopatogenia é desconhecida - Fatores hormonais (estrogênio, progesterona, prolactina) - Modificações hidroeletrolíticas (sistema R-A-A) - Deficiências de vitaminas - Alterações de neurotransmissores Dopamina controla a secreção de prolactina e aldosterona Endorfinas são inibidores periféricos das prostaglandidas Melotonina-serotonina - A TPM ocorre na fase lútea, tendo como característica principal a flutuação dos sintomas com o ciclo menstrual - Há um consenso que seja secundária a atividade cíclica do ovário. A menstruação em si não é fundamental, visto que os sintomas se mantêm após histerectomia (retirada do útero) - Parece ser consequência de uma interação complexa e pouco compreendida entre hormônios esteroides ovarianos, peptídeos, opíoides endógenos, neutrotransmissores centrais, prostaglandinas, sistemas autonômicos periféricos e endócrinos - É incapacitante (sintomatologia severa o suficiente para alterar as funções habituais – relacionamento conjugal, social e profissional) Diagnóstico - Alterações do humor: distúrbio disfórico da fase lútea tardia (LLPDD) – 1987 - Alteração mental (DSM-III) – 1989 - Transtorno disfórico pré-menstrual – 1994 - O diagnóstico requer a presença de pelo menos 5 dos seguintes sintomas, sendo que pelo menos 1 deles esteja entre os quatro primeiros (deve-se ter auxílio da psiquiatria): Psíquicos – depressão, irritabilidade, ansiedade, choro fácil, confusão, tensão Somáticos – mastalgia, edema, cefaleia, cólica, tonturas, fadiga Cognitivos – confusão mental, diminuição da concentração, falta de iniciativa Comportamentais – isolamento social, agressividade, compulsão por doce e salgados, aumento de apetite - Ocorrência dos sintomas na fase lútea tardia - Deve-se repetir por pelo menos 3 ciclos consecutivos - O diagnóstico é exclusivamente clínico e baseia-se na anamnese e preenchimento do questionário de sintomas em gráfico, por um período mínimo de 2-3 meses consecutivos Quantificar: intensidade da TPM; predominância dos sintomas físicos e psíquicos; tipo e tratamento que poderá ser ministrado Diagnóstico diferencial - Doenças psiquiátricas (ex. depressão – choro fácil, diminuição da autoestima, falta de iniciativa, desesperança, isolamento) - Doenças crônicas (ex.: anemia, que pode levar a fadiga, falta de iniciativa, sonolência) Tratamento - Por ser moléstia de etiopatogenia ainda desconhecida, torna-se evidentemente difícil tratamento específico – toma-se medidas gerais e medicamentosas Tratamento medicamentoso - Controle ou cessação do fluxo menstrual (ACO) - Substâncias que estimulam a síntese dos neurotransmissores: exercícios - Tratamento sintomático – o mais utilizado, receitado por ginecologistas, é a fluoxetina Medidas gerais - Tranquilizar Pois é uma patologia endócrino-ginecológica de causa incerta, e não “da cabeça da mulher” (eliminar medos, expectativas e crenças a respeito da TPM) - Orientar e aconselhar (importância de mudanças no estilo de vida e na maneira de lidar com problemas cotidianos, evitando decisões importantes nos dias que antecedem a menstruação) - Mudança de estilo de vida - Prática de esportes: libera endorfinas - Redução da ingesta de açúcar refinado, sal, cafeína e gordura animal Tratamento medicamentoso - Deve ser realizado no período sintomatológico e usar cada droga de acordo com a predominância das manifestações cínicas - Cada droga em uso deve-se terem mente as possíveis reações adversas Sono: aumenta melatonina e diminui serotonina → depressão Claridade: aumenta a concentração de serotonina e diminui melatonina Tratamento sintomático - Cefaleia e cólica: analgésicos, AINE, hormonal - Retenção hídrica: diuréticos (espironolactgona e hidrocloritiazida) - Sintomas psíquico: drogas psicoativas (psiquiatra) (agem no SNC, potencializando a ação do ácido gama-aminobutirico) *É um tratamento é multidisciplinar Psicoterapia de apoio - Relacionamento médico paciente constitui uma importante arma d terapêutica - De todas essas variações um fato é certo: os sintomas desaparecem por completo com o começo do fluxo menstrual - A psicoterapia é obrigatória em mulheres cujos sintomas depressivos e agressividade estão presentes de forma intensa Tratamento neuropsicotrópicos - BZD: flufenazina (cuidado com dependência) Alprazolam (ação ansiolítica e antidepressiva) - Fluoxetina (10-20mg/dia) – no período da fase lútea (a partir do 16º dia) – bons resultados - Sertralina - Amitriplina (mulheres com ideias suicidas) Tratamento medicamentoso pode ser resumido em - Analgesicos: paracetamol (500mg 8/8hrs) - AINE: cetoprofeno (50mg 8/8hrs) ou ácido mefenamico (500mg 8/8hrs) - Inibidores específicos da COX2: rofecoxib (50mg 1x/dia), celecoxibe, meloxicam - Inibidor das prostaglandinas: peroxicam (20mg/dia) No tratamento controle do ciclo menstrual – torna o ciclo anovulatório: - Acetato de medroxiprogesterona (150mg de 3/3 meses): bloqueia a menstruação (mas há o efeito colateral da depressão) - Implante de etenogestrel: reduz acentuadamente a produção ode estrogênio através da liberação contínua do hormônio Efeitos adversos: sangramento continuo, reduz a cefaleia e tem pouca interferência com o peso e com a libido - DIU levonogestrel - Allurene (progesterona) contínua - ACHO – estrogênio/progesterona - Análogos de GnRH – castração química - Ooforectoma e histerectomia – situações reservadas Outros - Enxaqueca crite = ergotamina, sumitriptano e AINE - Edema: diurético - Aspatato de magnésio – relaxamente muscular - Aspartato de potássio - Vitamina E: reduz transformação de ácido araquidônico em PGF2 e aumenta a produção de PGE1, além de bloquear a diminuição do ácido gama-linoleico - Fitoterapicos: extrato de passiflora, ácido gama-linoleico e Hipericum perforatum - Piridoxina (B6) – irritabilidade e anti-depressivo Co-fator na biossíntese de dopamina e serotonina - Citrato de cálcio Prognóstico - Falha terapêutica - Diagnóstico incorreto - Longo tempo de alívio - Persistência dos sintomas - A importância maior da TPM deve-se aos problemas sociais e comportamentais que determina. Com a maior participação da mulher no mercado de trabalho, a atenção tem sido voltada para o impacto no absenteísmo (não vai trabalhar) e na queda da produtividade Diagnóstico - Labilidade afetiva - Irritabilidade acentuada e persistente - Tensão ou ansiedade acentuadas - Humor deprimido ou sensação de desespero - Interesse diminuído pelas atividades usuais - Fatigabilidade fácil ou acentuada perda de energia - Sensação subjetiva de dificuldade na concentração- Acentuada alteração do apetite, ânsia por alimentos - Insônia Página 4 de 4
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