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Fases finais do desenvolvimento embrionário Objetivo 1: entender como ocorre a organogênese, descrevendo as estruturas embriológicas A organogênese é a fase em que ocorre a diferenciação dos folhetos em órgãos. Ela se inicia, nos cordados, com a neurulação, que consiste na formação do tubo neural a partir da ectoderme. Notocorda e celoma também são formados, sendo esse último delimitado pela mesoderme. Em vertebrados, a partir do ectoderma, forma-se a crista neural. Esta é responsável pela formação de alguns tipos celulares, como os pigmentares, e neurônios sensoriais do sistema nervoso periférico. Ectoderme: Dá origem ao sistema nervoso central e ao sistema nervoso periférico; aos epitélios sensoriais de olhos, orelhas e nariz; à epiderme e a seus anexos (cabelos e unhas); às glândulas mamárias; à hipófise; às glândulas subcutânea e ao esmalte dos dentes. As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, dão origem às células dos gânglios espinais, do crânio (nervos cranianos V, VII, IX e X) e dos gânglios autônomos; às células que formam as bainhas do sistema nervoso periférico; às células pigmentares da derme; aos tecidos musculares, tecidos conjuntivos e ossos que se originam dos arcos faringeos; à medula da suprarrenal e às meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinal. Mesoderme: A mesoderme é o folheto embrionário intermediário da gástrula. A mesoderme dá origem à cavidade celomática. Sendo assim, formará três serosas 9tecidos que revestem e protegem órgãos e estruturas internas): peritônio (abdômen), pericárdio (coração) e pleura (pulmões). O folheto mesodérmico dá origem também aos músculos, tecidos conjuntivos (como o ósseo, o sanguíneo, a derme e as cartilagens), sistema cardiovascular e linfático, sistema urinário e genital, marfim dos dentes e região cortical das glândulas suprarrenais. Endoderme: A endoderme é o folheto embrionário mais interno da gástrula. É este folheto que forma o arquêntero – cavidade embrionária primitiva que dará origem ao sistema digestório. Dessa maneira, a endoderme forma os órgãos do sistema digestório e o seu revestimento epitelial, o sistema respiratório, glândulas como o fígado, pâncreas, timo, tireoide e paratireoides, assim como o revestimento da bexiga urinária. Ao final da gastrulação, o embrião é chamado de gástrula. A última fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, onde ocorre a diferenciação dos tecidos e órgãos. O primeiro estágio dela é a neurulação, quando há formação do tubo neural, que se diferenciará no sistema nervoso central. Durante a neurulação, o embrião recebe o nome de nêurula. A organogênese termina até a oitava semana de gestação, por volta do 56º dia. Nesse período, o embrião mede cerca de 3 cm de comprimento. Depois da nona semana até o nascimento, o indivíduo em formação passa a ser chamado de feto. O nascimento ocorre em média durante a 38ª semana de gestação . Objetivo 2: Entender a relação d formação do aparelho faringeo e o desenvolvimento da face O aparelho faríngeo é constituído por arcos faríngeos, bolsas faríngeas, sulcos faríngeos e membranas faríngeas. Contribuem para formação da cabeça e pescoço, Arcos Faríngeos: *Começam a se desenvolver no inicio da 4 semana (células da crista neural migram do mesencéfalo para a futura região da cabeça e pescoço). *Ao final da 4 semana, quatro pares de arcos são visíveis* OBS: os arcos faríngeos contribuem para a formação da face, das cavidades nasais, da boca, da laringe da faringe e do pescoço. O 1º arco faríngeo forma duas saliências: A saliência maxilar menor origina a maxila, o osso zigomático e a porção escamosa do vômer; A saliência mandibular maior forma a mandíbula. O 2º arco faríngeo contribui para formação do osso hioide. OBS: Os arcos faríngeos contém uma artéria do arco faríngeo (surge do tronco arterial do coração primitivo e passa ao redor do primórdio da faringe para entrar na aorta dorsal); um bastonete cartilaginoso (forma o esqueleto do arco); um componente muscular (se transforma em músculos na cabeça e no pescoço); nervos. >> A cartilagem do 1º arco (cartilagem de Meckel): 1. Se ossifica e forma o martelo e a bigorna. 2. Forma também o ligamento anterior do martelo e o ligamento esfenomandibular. 3. Forma o primórdio da mandíbula. Obs: A musculatura do 1 arco forma os músculos da mastigação. >> A cartilagem do 2º arco: 1. Forma o estribo e o processo estilóide. 2. Forma o ligamento estilo-hióide. 3. Forma o corno menor e a parte superior do corpo do osso hióide. >> A cartilagem do 3º arco: 1. Forma o corno maior e a parte inferior do corpo do osso hióide. >> As cartilagens do 4 e 6 arcos se fundem para formar as cartilagens laríngeas, exceto a epiglote, que se desenvolve do mesênquima da saliência hipofaríngea. OBS: Cada arco é suprido pelo seu próprio nervo craniano. Bolsas faríngeas : >> A faringe primitiva alarga-se cefalicamente onde se encontra com a boca primitiva e estreita-se caudalmente onde se liga ao esôfago. >> Os pares de bolsas se desenvolvem entre os arcos (o endoderma da faringe reveste as superfícies internas dos arcos faríngeos e estende-se para as bolsas). >> O endoderma das bolsas entra em contato com o endoderma dos sulcos faríngeos e, juntos, formam as membranas faríngeas. * A 1 bolsa forma o recesso tubotimpânico. * A 2 bolsa é em grande parte obliterada com o desenvolvimento da tonsila palatina. * A 3 bolsa se expande e forma uma parte dorsal bulbar compacta e uma parte oca ventral alongada. * A 4 bolsa se desenvolve em uma paratireoide superior e forma um corpo ultimofaríngeo. Fases finais do desenvolvimento embrionário Sulcos faríngeos Os sulcos separam os arcos faríngeos externamente Membranas faríngeas Formam-se onde os epitélios dos sulcos e das bolsas se encontram RESUMINDO... O Aparelho Faríngeo começa a se desenvolver no início da 4ªsemana Intra-Uterina, quando as células da crista neural migram para as futuras regiões da cabeça e pescoço. As Células da Crista Neural, vão formar os arcos faríngeos (arcos branquiais). Cada arco é revestido externamente pelo ectoderma e internamente pelo endoderma, e também possuem mesênquima (Tecido Conjuntivo Embrionário) em seu interior. Ao final da 4ª semana Intra-Uterina, é possível notar os 4 arcos faríngeos. Esses arcos faríngeos são separados por uma fissura (Sulco Faríngeo). Cada arco faríngeo, irá dar origem a uma estrutura embrionária. *cada arco faríngeo possui as seguintes estruturas: 1. Artéria � 2. Haste Cartilaginosa � 3. Componente Muscular 4. Nervo >> Os Arcos Faríngeos contribuem consideravelmente para a formação da face, cavidades nasais, boca, laringe e pescoço. > 1º Arco Faríngeo: (Arco Mandibular) > 2º Arco Faríngeo: (Arco Hióideo) 1º Arco Faringeo: é inervago pelo NERVO TRIGEMEO. É o único arco que forma duas saliências: 1) Processo Maxilar; 2) Processo Mandibular. Estruturas derivadas dos componentes do Arco Faríngeo: 1. MÚSCULOS: músculos da Mastigação. Masseter, Pterigóideo,Temporal,Tensor do tímpano,Tensor do véu palatino e etc. 2. ESTRUTURAS ESQUELÉTICAS: Maxila, Mandíbula, Martelo, Bigorna,Zigomático, Cartilagem de Meckel e etc. * A Cartilagem do arco mandibular chama-se: CARTILAGEM DE MECKEL * 2º Arco Faringeo: É inervado pelo NERVO FACIAL (NCVII). Estruturas derivadas dos componentes do Arco Faríngeo: 1. MÚSCULOS: Musculos da Expressão Facial. Bucinador, rissório, frontal, auricular, vente posterior do digástrico, estilo-hióideoetc. 2. ESTRUTURAS ESQUELÉTICAS: Estribo, processo estilóide, corno menor do osso hioide, parte superior do corpo do osso hioide. * A Cartilagem do arco hioideo chama-se: CARTILAGEM DE REICHERT * 3º Arco Faringeo: É inervado pelo NERVO GLOSSOFARÍNGEO (NC IX). Estruturas derivadas dos componentes do Arco Faríngeo: 1. MÚSCULOS: Estilofaríngeo. 2. ESTRUTURAS ESQUELÉTICAS: Corno maior do osso hioide, parte inferior do corpo do osso hioide. 4º Arco Faringeo: É inervado pelo RAMO LARÍNGEO SUPERIOR DO VAGO, RAMO LARÍNGEO RECORRENTE DO VAGO (NC X). Estruturas derivadas dos componentes do Arco Faríngeo: 1. MÚSCULOS: Cricotireoide, Elevador do véu palatino, constritores da faringe, intrísecos da laringe, estriados do esôfago. 2. ESTRUTURAS ESQUELÉTICAS: Cartilagem: tireóidea, cricoide, aritenoide, corniculada, cuneiforme. Objetivo 3: Conhecer os anexos embrionários, destacando a composição e papel da placenta Os anexos embrionários são estruturas membranosas extraembrionárias que surgem durante o desenvolvimento embrionário de alguns animais vertebrados a partir dos folhetos germinativos. Anexos embrionários são estruturas presentes durante o desenvolvimento embrionário, sendo formadas pelos folhetos germinativos. Essas estruturas atuam em processos como: 1. Nutrição; 2. Respiração 3. Excreção; 4. Proteção do embrião, auxiliando, assim, em seu desenvolvimento. No entanto, é importante ressaltar que essas estruturas não fazem parte do corpo do embrião. Bolsa amniótica ou âmnio é uma membrana formada a partir do ectoderma e mesoderma que envolve o embrião de répteis, aves e mamíferos. Ele delimita a chamada cavidade amniótica, a qual apresenta em seu interior o líquido amniótico. Este possui como principais funções proteger o embrião contra choques mecânicos e evitar a sua desidratação. Os animais que possuem essa estrutura são chamados de amniotas, e os que não possuem, de anamniotas. Permitiu a independência da água para a reprodução. A bolsa amniótica ou âmnio é constituída por uma fina membrana que delimita essa estrutura cheia de um líquido denominado amniótico. A placenta também é um anexo embrionário, entretanto, essa estrutura é exclusiva dos mamíferos, sendo formada normalmente pela interação entre o cório e o alantoide. A placenta é um órgão formado durante a gestação, que tem como papel principal promover a comunicação entre a mãe e o feto e, assim, garantir as condições ideais para o desenvolvimento do feto. Ela garante a passagem de nutrientes da mãe para o feto, a troca gasosa e a remoção das excretas. Tudo isso através do cordão umbilical, que liga a mãe ao feto. As principais funções da placenta são: 1. Fornecer nutrientes e oxigênio para o bebê; 2. Estimular a produção de hormônios essenciais para a gestação; 3. Fornecer proteção imunológica ao bebê; 4. Proteger o bebê contra impactos na barriga da mãe; 5. Eliminar resíduos produzidos pelo bebê, como a urina. Fases finais do desenvolvimento embrionário Mais do que um órgão de trocas respiratórias e nutritivas entre mãe e feto, a placenta é um importante órgão endócrino. Juntamente com o feto, a placenta é fonte de hormônios esteroides comuns ao ovário (estrógeno e progesterona) e mais outros hormônios por ela produzidos de forma exclusiva. Dos hormônios exclusivos produzidos pela placenta, destacam-se a gonadotrofina coriônica humana e hormônio lactogêncio placentário. hCG – gonadotrofina coriônica humana: Dos hormônios da gravidez, talvez o mais conhecido seja o hCG ou a gonadotrofina coriônica humana. O hCG é produzido pela camada de células (córion) do blastocisto que, juntamente com outras estruturas, formará a placenta madura. Após 24h da implantação, já é possível detectar esse hormônio no sague. Isso permite que a gravidez seja diagnosticada mesmo antes do aparecimento dos seus sintomas típicos e atraso menstrual. A partir da 6º semana, há um aumento exponencial do hCG até seu pico por volta da 10a semana de gravidez. Mas não é só para anunciar a gravidez que o hCG é importante. Ele estimula o corpo lúteo a continuar secretar a progesterona até a sua produção ser assumida pela placenta. Sem esse estímulo, o corpo lúteo duraria apenas 14 dias. Hormônio Lactogênio Placentário (hLP): O lactogênio placentário humano é um hormônio bem menos falado. Tem ação mista, parte semelhante ao hormônio de crescimento (GH), parte semelhante à prolactina, O hLP estimula o desenvolvimento da mama e lactação. Esse hormônio também causa resistência à ação da insulina, reduzindo a captação de glicose pelos tecidos maternos a fim de disponibilizar mais energia para o feto. É pela resistência à ação da insulina, acentuada pelo pico de hLP no segundo trimestre de gestação, que há elevação do risco de diabetes gestacional em algumas mulheres. objetivo 4: explicar as alterações fisiológicas da gestante no segundo trimestre >> ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ: Alterações endócrinas: A gravidez gera uma série de mudanças endócrinas no organismo. O elemento básico que provoca tais mudanças é a implantação da placenta e sua ação de sustentação da vida do feto. A placenta sintetiza dois tipos diferentes de hormônios, os peptídicos e os esteróides. Dentre os peptídicos estão o hormônio gonadotropina coriônica (HCG), o hormônio somatotropina placentária e a tireotropina placentária. Os esteróides produzidos são o estrógeno, a progesterona e andrógenos. Alterações cardiorrespiratórias: Anatomicamente, observa-se a elevação do músculo diafragma devido ao aumento do útero e da resistência da musculatura abdominal. Consequentemente, o coração é deslocado para a esquerda e para cima, tomando uma posição horizontalizada em relação ao coração da mulher não grávida. Esse aumento aparente no tamanho do coração, que pode ser observado em radiologia, ocorre devido à hipertrofifi a do ventrículo esquerdo, dificultando o diagnóstico de cardiopatias em mulheres grávidas. O aumento do volume sanguíneo ocorre entre a 10ª e 20ª semanas, e se dá principalmente pelo aumento do volume plasmático e da pré-carga (volume de sangue que chega do retorno venoso ao coração). Como consequência ocorre aumento da demanda sanguínea para o útero, protegendo a mãe quanto ao retorno venoso prejudicado pela posição ereta, e preparando-a para os efeitos adversos da perda de sangue no parto. Alterações digestórias: Na boca observa-se hiperatividade das glândulas salivares, o que pode levar à sialorréia. A diminuição da estabilidade dos dentes pode ser consequência da falta de ácido ascórbico e cálcio, e as cáries, se aparecerem não são por descalcificação, mas sim por falta de flúor ou má higiene [1]. O apetite pode diminuir no início da gravidez e começa a aumentar a partir do terceiro trimestre. Náuseas e vômitos são frequentes [1,10,14]. O estômago pode mudar sua posição pela ompressão do útero. Ocorre aumento no tempo de esvaziamento gástrico e pode ocorrer aumento na pressão intragástrica, além de hipersecreção com hipoacidez e hipocloridria, não aumentando o poder fermentativo [1]. O esôfago diminui de tamanho, há elaxamento da cárdia e se houver aumento da pressão intra-abdominal pode acontecer reflfl uxo esofágico. É muito comum verififi car a presença de pirose (azia) nas grávidas, e isso ocorre devido à somatória de alguns fatores, como refluxo de secreções acidógenas para o esôfago e diminuição da pressão intra-sofagiana. Alterações urinárias : Observa-se aumento no suprimento de sangue renal desde o início da gravidez.Os rins aumentam de peso e tamanho, Há gestantes normais que excretam glicose durante a gestação, embora não se deve descartar a hipótese de diabetes. Foi demonstrado que na excreção urinária da grávida há quantidade aumentada de nutrientes. Ocorre perda de vitaminas hidrossolúveis e aminoácidos muito maior que nas mulheres não- grávidas. Observa-se aumento da capacidade ureteral com coluna de urina mais estática pela diminuição do tônus e do peristaltismo. Alterações dermatológicas: As alterações na pele e anexos durante a gravidez ocorrem principalmente pela ação dos hormônios e pelo aumento do metabolismo. O aumento no flfl uxo sangüíneo para a pele leva a maior atividade das glândulas sebáceas e sudoríparas. O efeito sobre a acne é imprevisível e em alguns casos a mulher desenvolve acne pela primeira vez durante a gravidez [15]. Pode ocorrer hiperpigmentação na face, aréolas mamárias, linha alba e região vulvoperineal. Alterações de pigmentação ocorrem em resposta ao hormônio melanotrófifi co estimulante e normalmente tendem a desaparecer após o parto [16]. Estrias podem aparecer sobre nádegas, abdome e mamas. Alterações musculoesqueléticas: Com relação às alterações musculoesqueléticas decorrentes da gestação, o fisioterapeuta atua tanto na prevenção quanto no tratamento dos distúrbios que possam ocorrer nesse período. Alterações hormonais induzem a um aumento generalizado nas articulações, favorecendo entorses de tornozelo. Outras articulações que fifi cam com a mobilidade aumentada são sacroilíaca, sacrococcígea e pubiana.
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