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Resumo – Capítulo 9: Risco e Custo de Capital – Parte II Uma empresa que pretenda fixar um custo de capital para uma linha particular de negócios normalmente procura as pure plays, que são sociedades públicas especializadas em uma atividade. Os custos de capital globais de uma empresa são praticamente inúteis para conglomerados. Estes buscam se diversificar em diversos setores não correlacionados. Muitas pessoas associam instintivamente o risco à variabilidade dos ganhos ou dos fluxos de caixa, mas a maior parte dessa variabilidade reflete o risco diversificável. O que efetivamente interessa é a intensidade da relação entre os lucros da empresa e os lucros conjuntos de todos os ativos reais. Geralmente dizemos que uma unidade de produção com custos fixos elevados em relação aos custos variáveis tem uma alavancagem operacional elevada. Os custos são variáveis se dependerem do volume de produção. Os custos fixos são fluxos de saída de caixa que ocorrem independentemente de o ativo estar ou não sendo utilizado. Os que recebem os custos fixos são como os credores do projeto – recebem simplesmente um montante fixo. Os que recebem os fluxos de caixa líquidos do ativo são como os detentores dos capitais próprios – recebem o que resta após o pagamento dos custos fixos. O risco dos fluxos de caixa não é o único risco. Um projeto com fluxos de caixa de prazo muito longo é mais exposto a essas oscilações na taxa de desconto do que um com fluxos de caixa de curto prazo. Às vezes, os gestores financeiros aumentam as taxas de desconto em uma tentativa de compensar esses riscos, mas esse método não faz sentido, pois os riscos diversificáveis não devem aumentar o custo do capital. Os gestores normalmente consideram vários resultados possíveis para os grandes projetos, por vezes com probabilidades explícitas já incluídas. Mas, mesmo quando o conjunto de resultados e as probabilidades não forem explicitados, o gestor ainda poderá considerar os bons e os maus resultados, e também o resultado mais provável. Quando os resultados ruins superam os bons, a previsão dos fluxos de caixa deverá ser reduzida até que o equilíbrio seja restaurado. É verdade que os mercados são mais voláteis nas economias em desenvolvimento, mas uma grande parcela desse risco é diversificável para os investidores nos Estados Unidos, na Europa ou em outros países desenvolvidos. Também é verdade que mais coisas podem dar errado para projetos nesses países, particularmente nas nações politicamente instáveis. Ocorrem expropriações. Por vezes, os governos deixam de cumprir suas obrigações em relação aos investidores internacionais. Assim, é importante refletirmos sobre os riscos colaterais e dar-lhes pesos nas previsões dos fluxos de caixa. Na prática das decisões de investimento aplica-se geralmente uma única taxa de desconto ajustada ao risco a todos os fluxos de caixa futuros. A utilização dessa taxa pressupõe que o risco do projeto não sofre alterações ao longo do tempo, permanecendo constante. Sabemos que isso não é verdade, visto que os riscos a que as empresas estão expostas mudam constantemente. Aqui, estamos nos aventurando em áreas difíceis, mas há um modo de considerar o risco que pode sugerir uma solução. Por vezes, ouve-se afirmar que como os fluxos de caixa temporalmente mais distantes comportam um risco maior, deveriam ser descontados a uma taxa mais elevada do que os fluxos de caixa mais próximos. Essa noção está completamente errada: acabamos de ver que usar a mesma taxa de desconto ajustada ao risco para os fluxos de caixa de cada ano implica uma maior dedução para risco dos fluxos de caixa posteriores. A razão é que a taxa de desconto compensa o risco suportado por período. Às vezes encontramos casos em que a utilização de uma única taxa de desconto ajustada ao risco pode trazer problemas; mais tarde avaliaremos algumas opções. Como o risco de uma opção é constantemente alterado, torna-se necessária a utilização do método dos equivalentes certos.
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