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Para mais resumos: gg.gg/ricpassei Histologia normal das vias aéreas inferiores Tipos celulares comuns Porção condutora A traqueia e os brônquios possuem basicamente a mesma composição histológica, sendo continuidade do epitélio respiratório das vias aéreas superiores. Os bronquíolos terminais seguem um padrão parecido, entretanto apresentam progressiva diminuição da altura do epitélio, para permitir a transição para a porção respiratória. Células ciliadas (epitélio colunar pseudoestratificado ciliado): responsáveis pela motilidade do aparelho mucociliar, vibrando de forma harmônica e na mesma direção Células basais: são células-tronco que renovam o epitélio respiratório quando necessário Células mucossecretoras: realizam a secreção de mucina para a luz das vias aéreas; estão presentes tanto no epitélio, sob forma de células caliciformes, quanto na camada submucosa, na forma de glândulas submucosas Células de clara: são células secretoras de glicoproteínas Células neuroendócrinas: estão relacionadas com terminações nervosas da mucosa respiratória, tendo tanto função sensitiva (hipóxia, temperatura, osmolaridade) como secretora (modulação da proliferação celular, da permeabilidade vascular e do tônus muscular) Porção respiratória Os bronquíolos respiratórios apresentam composição similar, embora NÃO encontremos as células mucossecretoras, e seu epitélio apresenta-se delgado a ponto de transitar entre formato cuboide e estratificado. A região dos ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos apresenta um epitélio simples estratificado, especializado nas trocas gasosas, formando uma barreira muito delgada – a barreira hematoaérea. Pneumócitos tipo I: constituem a maior parte do epitélio alveolar, sendo responsáveis pelas trocas gasosas Pneumócitos tipo II: são especializadas na função de produzir surfactante, substância capaz de controlar a tensão superficial dos alvéolos e evitar seu colabamento Macrófagos alveolares: são a primeira linha de defesa do compartimento alveolar, antes mesmo dos neutrófilos Introdução ao câncer pulmonar O carcinoma broncopulmonar é o câncer diagnosticado com mais frequência e a maior causa de mortalidade por câncer mundialmente; isso se deve, em grande parte, ao tabagismo. De acordo com o tipo celular afetado, podemos classificar o câncer de pulmão, sendo os principais tipos: Carcinoma de pequenas células Carcinoma de células escamosas Carcinoma de grandes células Adenocarcinoma Etiologia Como nos diversos tipos de neoplasias, o câncer de pulmão resulta da interação de fatores ambientais com alterações genéticas múltiplas. O tabagismo ativo ou recente é presente em 80% dos casos de câncer pulmonar; outras substâncias tóxicas incluem asbestos, radônio e radicais livres. A ação dos carcinógenos no tabaco é atribuída a transversões guanina-timina, que são o suficiente para converter proto- oncogenes em oncogenes (como os oncogenes RAS, MYC, HER- 2/NEU). Mutações no TP53 (gene supressor de tumor) também são atribuídas à carcinógenos do tabaco, como o benzopireno, pela transversão G:C → T:A. Indivíduos com história familiar de câncer pulmonar têm risco 2,5 vezes maior do que a população geral. Outro gene de importância é o gene CYP1A1 que codifica a proteína citocromo P-450. Câncer de pulmão Para mais resumos: gg.gg/ricpassei Sintomatologia A maioria dos carcinomas gera pacientes assintomáticos, principalmente nas fases iniciais das alterações celulares. Os sintomas mais comuns e com duração prolongada (vários meses) incluem: Tosse (principalmente em tumores centrais, nos brônquios) com duração maior que 3 semanas Perda de peso Dor torácica por acometimento da pleura Dispneia Hemoptise associado a focos hemorrágicos no tecido neoplásico Carcinoma epidermoide O carcinoma de células escamosas é o mais associado ao tabagismo e o mais comum em homens; a localização de maior frequência é nos grandes brônquios; possui crescimento lento e a disseminação hematogênica é tardia. Os marcadores diagnósticos são p63 positivo e TTF-1 negativo. Genética Forte associação com deleção no gene CDKN2A (9p) e gene TP53 (17p). Perda de expressão do gene supressor de tumor RB (retinoblastoma). Lesões precursoras Os carcinomas de células escamosas são precedidos por metaplasia escamosa ou uma displasia do epitélio brônquico, que são condições associadas a uma reação defensiva à fumaça do tabaco. Em seguida, inicia o carcinoma in situ, que pode durar vários anos e fica limitado acima da lâmina basal. Finalmente, torna-se um carcinoma de células escamosas invasivo ao ultrapassar os limites da lâmina basal; a partir disso, o tumor pode crescer na luz brônquica e obstruir as vias aéreas, além de tornar o epitélio suscetível a infecções. Morfologia Macroscopicamente, como em todos os tipos de tumores, o tecido neoplásico é branco-acizentado e endurecido; em tumores volumosos, ocorrem áreas focais de hemorragia e/ou necrose, apresentando pontilhados vermelhos ou amarelo- esbranquiçados. Microscopicamente, o carcinoma de células escamosas é caracterizado pela presença de queratinização celular, que assumem a forma de pérolas córneas ou células individuais com citoplasma denso e eosinófilo (célula disceratótica), e pontes intercelulares. Eventualmente, a neoplasia atinge um estágio sintomático, quando a massa tumoral começa a obstruir a luz do brônquio principal, produzindo atelectasia (colabamento dos lóbulos). As lesões bem desenvolvidas podem ser observadas sob radiografia e tomografia. Para mais resumos: gg.gg/ricpassei Adenocarcinoma O adenocarcinoma é a neoplasia pulmonar mais prevalente, acometendo preferencialmente mulheres, e com associação menos evidente com o tabagismo. Esse tipo de neoplasia acomete predominantemente na periferia dos pulmões, chegando a envolver a pleura visceral; a maioria dos adenocarcinomas atinge as vias aéreas periféricas, a partir de células de clara ou pneumócitos do tipo II. Os adenocarcinomas possuem crescimento lento, formando massas menores que os outros tipos; ainda assim, a metástase ocorre de forma ampla, com disseminações hematogênica e linfonodal precoces. Os marcadores diagnósticos são p63 negativo e TTF-1 positivo. Pode ser dividido em três classificações de acordo com a proporção de acometimento: Adenocarcinoma in situ (não invasivo) Adenocarcinoma minimamente invasivo (tumor <3cm e componente invasivo <5mm) Adenocarcinoma invasivo De outro modo, os adenocarcinomas são classificados pelo formato do tecido neoformado: Acinar Papilífero Mucinoso Lepídico Micropapilífero Sólido Genética Mutações que causam ganho de função oncogênicas nos receptores do fator de crescimento (EGFR, ALK, ROS1, MET e RET, KRAS) Lesões precursoras A principal lesão precursora é a hiperplasia adenomatosa atípica, uma pequena lesão caracterizada por pneumócitos displásicos infiltrando os septos alveolares, formando uma leve fibrose. Morfologia O nome adenocarcinoma provém da morfologia histológica do tecido neoplásico: as células cancerosas se arranjam de maneira similar a glândulas, normalmente como uma camada única de epitélio cilíndrico sobre o tecido alveolar. Carcinoma de pequenas células O carcinoma de pequenas células é mais predominante em homens, e tem forte correlação com o tabagismo; a localização é normalmente central, nos brônquios e no hilo pulmonar. Esse é o carcinoma broncopulmonar mais agressivo e com pior prognóstico (7% de sobrevida em cinco anos), com crescimento rápido e metástase acelerada, de modo que ao diagnóstico já existem metástases nos linfonodos e na medula óssea. Os marcadores diagnósticos são p63 positivo e TTF-1 positivo. Genética Perda de função dos genes TP53 e Rb pordeleções no cromossomo 3p. Amplificação dos genes da família MYC (proto-oncogenes). Lesões precursoras Não existem fases pré-invasivas conhecidas, exceto por um período de hiperplasia das células neuroendócrinas. Para mais resumos: gg.gg/ricpassei Morfologia O grupo celular afetado são as células neuroendócrinas. Microscopicamente, é composto por células pequenas com citoplasma escasso e cromatina nuclear finamente granular (padrão sal e pimenta); as células são redondas, ovais ou fusiforme. As células neoplásicas são denominadas células de Kulchitsky (ou oat cell, pelo formato parecido com grão de aveia). Podem-se observar áreas necróticas no meio da neoplasia. Síndromes paraneoplásicas As síndromes paraneoplásicas são manifestações secundárias à neoplasia, relacionadas à secreção de substâncias no sangue pelas células tumorais. No câncer de pulmão, são frequentemente associadas aos pacientes com carcinoma de células pequenas. Dentre as principais substâncias produzidas nas síndromes paraneoplásicas do carcinoma de células pequenas: Hormônio antidiurético (ADH), induzindo hiponatremia (síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético, SIADH) Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), induzindo síndrome de Cushing (hipercortisolismo) Anticorpos contra canais de cálcio pré-sinápticos, inibindo a liberação de acetilcolina e induzindo a síndrome miastênica de Lambert-Eaton (LEMS) Outra forma de síndrome paraneoplásicas surge a partir de um tumor de Pancost, quando a localização do tumor é no ápice pulmonar direito; nesse caso, ocorre: Síndrome de Horner: compressão do gânglio estrelado (simpático), resultando em sintomas unilaterais que incluem pupila direita contraída (miose), pálpebra superior direita caída (ptose parcial) e transpiração diminuída (anidrose) Síndrome da veia cava superior: compressão da VCS pelo tumor ocasiona estase sanguínea com dilatação das veias cervicais e torácicas, edema facial e dos membros superiores, cefaleia e confusão mental Estadiamento TNM O estadiamento do câncer de pulmão, como qualquer outro, tem como base três fatores: Tumor (T): extensão do tumor e invasão tecidual Linfonodos (N): metástase para linfonodos regionais Metástase (M): presença de metástases a distância Os maiores locais de disseminação metastática incluem o mediastino, linfonodos regionais do hilo e da pleura (>50%), glândulas adrenais (>50%), fígado (30-50%), cérebro (20%) e ossos (20%). Histologia normal Tipos celulares comuns Introdução ao câncer pulmonar Etiologia Sintomatologia Carcinoma epidermoide Genética Lesões precursoras Morfologia Adenocarcinoma Genética Lesões precursoras Morfologia Carcinoma de pequenas células Genética Lesões precursoras Morfologia Síndromes paraneoplásicas Estadiamento TNM
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