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Análise de conjuntura filme o jardineiro fiel

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APS – Análise de Conjuntura Internacional
	Aluno e RA: Lyandra Silva Santos - 20947355
Filme/ série escolhido: O Jardineiro Fiel
Relação entre o filme e a disciplina
	Quais temáticas são levantadas pelo filme e com quais temáticas estudadas na disciplina o filme se relaciona?
O filme aborda a forma como as indústrias se instalam nos países do continente africano sobre a prerrogativa dos Estados falidos, se utilizando desta narrativa para impor seus interesses no local, sobrepujando qualquer tipo de lei sobre direitos humanos que esteja declarada nas Nações Unidas. Além disso, o filme vai expor a miséria e a vulnerabilidade do Quênia como uma realidade que assola todo o país, sem qualquer ressalva em que, por sua condição de não garantir a lei, a ordem e os recursos básicos de sobrevivência, precisaria de uma relação paternalista com Estados desenvolvidos para garantir a sobrevivência dos civis. Isso mostra como o imaginário africano é inventado por outros, em um estado permanente de infância. No caso no filme, a ajuda humanitária é enfatizada, bem como suas falhas e interesses.
	Analise o filme a partir das categorias de análise de conjuntura
Acontecimentos: Assassinato de Tessa, esposa do diplomata. Um “cisne negro” que desencadeou uma série de acontecimentos futuros; Indústria farmacêutica fazendo testes de um novo medicamento em humanos.
Cenários: Estado do Quênia, onde se passa a maior parte do enredo e que influencia a visão sobre o tema a partir do imagético sobre ele.
Atores e seus interesses: KDH, indústria suíço-canadense com interesse de comercializar a preços superfaturados o medicamento Dypraxa para tuberculose a baixos custos de pesquisa; 3 Abelhas, grupo de investidores com interesse de difundir o remédio no Quênia e lucrar bilhões com a venda; Governo britânico, pois a fábrica da KDH ficaria localizada no país de Gales, logo o interesse britânico é na economia do próprio país; Tessa, ativista social com o objetivo de denunciar e frear o teste do Dypraxa em humanos; Justin, diplomata com o mesmo interesse póstumo de sua esposa, assim como a justiça pela morte dela.
Relação de forças: Entre a KDH, os 3 Abelhas e o Governo Britânico a relação de forças é cooperativa pela difusão e comércio no Dypraxa, onde cada um teria um benefício financeiro; Já a relação de forças entre esses 3 atores e o governo queniano é de dominação e subalternidade, uma vez que a relação de colonizador e ex-colônia parece não ter evoluído e o Quênia permanece sujeito a uma relação paternalista com intervenções humanitárias na saúde; Quanto a sociedade civil e os atores citados acima, a relação de forças é de desigualdade e submissão, pois a população que necessita de remédios e tratamentos para as mais diversas causas, não teriam acesso gratuito a estes se não assinassem um termo consentindo o uso do Dypraxa em seus corpos, mesmo que não soubessem seus efeitos colaterais ou a razão do uso do medicamento.
Relação entre estrutura e conjuntura: O Quênia é uma ex-colônia da Inglaterra que conseguiu sua independência há pouco tempo (1963), logo a influência que o governo britânico exerce no Estado ainda é muito forte. A indústria farmacêutica está para a África assim como a indústria de armas está, portanto os direitos humanos dos civis não são considerados na agenda política de ambos os Estados, visto que a indústria relatada no filme faz doação de remédios vencidos para o continente africano a fim de abater impostos. Além disso, é exposto como a lucratividade sobrepõe qualquer questão humanitária, pois o objetivo de Tessa era que o remédio voltasse para o laboratório para que fosse reformulado, a fim de curar a tuberculose, mas esta ação levaria pelo menos mais 3 anos de pesquisa fazendo com que os 3 Abelhas perdessem milhões investidos, logo o remédio segue sendo testado em humanos e os resultados dos testes são manipulados para que este tenha uma visibilidade positiva.
	Qual é (ou quais são) a(s) crítica(s) feita(s) pelo filme ao mundo retratado no mesmo? 
Em uma camada mais superficial, O Jardineiro Fiel vai expor uma situação de calamidade e injustiça social sobre a sociedade civil queniana, bem como a negligência do governo britânico sobre a equidade entre Estados em acordos de paz e de Direito Humanos. Porém, sob um olhar mais crítico, vemos no filme como o Quênia é retratado enquanto um Estado falido e a miséria é a única escolha que seus cidadãos têm, fazendo com que seja essencial a intervenção de Estados desenvolvidos no país, seja com doações de insumos para sobrevivência ou na política doméstica. O filme também critica a atuação das indústrias farmacêuticas em territórios chave do continente africano, utilizando-os como verdadeiros laboratórios, tanto que um dos personagens do filme usa as frases “trocas descartáveis para pacientes descartáveis” e “não há assassinos na África, apenas mortes lamentáveis” para legitimar o teste de medicamentos perigosos em humanos.

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