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Resumo - Anistia, graça ou indulto - Direito Penal II

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Geisy Garnes 
 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
 
a) Conceito 
 
1) Anistia – É o esquecimento do fato ou dos fatos criminosos. Se aplica em regra a 
crimes políticos, militares e eleitorais. 
No entanto é inaplicável aos delitos de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, terrorismo e os definidos como crimes hediondos. Como determina o Art. 5º, inciso 
XLIII da Constituição Federal e o Art. 2, inciso I da Lei 8.072. 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
(Regulamento) 
Lei 8.072 
Art. 2 - Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
(Vide Súmula Vinculante) 
I - anistia, graça e indulto; 
Sua concessão é competência do Congresso Nacional, pode ser aplicada antes e depois 
de condenação e possui carácter retroativo e irrevogável. 
É dividida em: 
Imprópria – Concedida depois da condenação, pois recai sobre a pena. 
Geral ou Plena – Cita fatos e atinge todos aqueles que cometem tal crime. 
Parcial ou Restrita – Cita fatos, mas exige uma condição. 
Incondicionada – A lei não determina qualquer requisito para sua concessão. 
 
Condicionada – Exige requisito para a sua concessão. 
1.1) Graça – Clemência destinada a uma determinada pessoa, não ao fato solicitado. 
 
1.2) O induto – Tem caráter coletivo, sempre defende um grupo de sentenciados e 
normalmente inclui os beneficiários conforme a duração das penas. 
No Brasil temos o Induto Natalino, que consiste em um texto sugerido pelo Conselho 
Nacional de Política Criminal e Penitenciária, passa pelo crivo do Ministro da Justiça e é 
expedido para o Presidente em forma de decreto. Assim um determinado grupo de 
sentenciados ganham o perdão judicial. 
A Graça e o Indulto são extinção da punibilidade concedia pelo Presidente da República, 
que tem possibilidade de delegar atribuição ao Ministro de Estado. Em ambos os casos 
não é necessário pedido dos interessados. Geralmente os benefícios são aplicados após 
condenação transitada em julgado. 
Apesar de extinguir a punibilidade, na Graça e no Indulto persiste os efeitos do crime de 
modo que o condenado não retoma a condição de primário. 
Podem ser: 
Total/Plena – Quando a punibilidade é extinta por completo. 
Parcial – Quando é concedida a diminuição da pena, ou a sanção é substituída. 
 
b) Principais semelhanças. 
Os três benefícios concedem “perdão” de pena. O Estado renúncia ao seu Jus Puniendi, 
ao seu poder/dever de punir. Esse “perdão Judicial”, que causa a extinção da punibilidade 
tem objetivo de conferir mais efetividade a pena, para que ela não se torne mera repressão. 
Além disso, não podem ser aplicados em crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico 
de ilícitos de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo, como determina o Art. 2, inciso 
I da Lei 8.072. 
Entre Graça e Indulto as semelhanças são maiores. Ambas são concedidas pelos 
Presidente da República e são aplicadas após a condenação transitada em julgado. 
 
c) Principais diferenças 
Conforme Damásio de Jesus, a Anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue 
totalmente a punibilidade. Em regra, atinge crimes políticos e pode ser concedida pelo 
poder legislativo, tanto antes da sentença final, como depois da condenação irrecorrível. 
Já a graça e indulto extingue a punibilidade, podendo ser parcial. São de competência 
exclusiva do Presidente da República, aplicadas a crimes comuns e pressupões o trânsito 
em julgado da sentença condenatória. 
 
 
d) situações concretas de aplicação de cada destes institutos. 
2) Anistia – Período da Ditadura Militar no Brasil. 
Em 1975 o movimento pela anistia é iniciado pela advogada Therezinha Zerbini, que teve 
o marido forçado a sair do país por não apoiar o golpe, através da criação do Movimento 
Feminino pela Anistia (MFPA). Em 1978 é criado o Comitê Brasileiro pela Anistia 
O movimento ganha força e apoio de intelectuais, artistas e da opinião pública. Uma das 
manifestações mais importante aconteceu em fevereiro de 1979, quando um bandeirão 
com o slogan da campanha foi hasteado pela torcida da Gaviões da Fiel durante um 
clássico entre Santos e Corinthians no estádio do Morumbi. 
Em 28 de agosto de 1979, a lei nº 6.683 concedeu a anistia a todos que cometeram crimes 
políticos ou eleitorais e àqueles que sofreram restrições em seus direitos políticos em 
virtude dos Atos Institucionais e Complementares, entre 02 de setembro de 1961 e 15 de 
agosto de 1979. 
A lei, no entanto, é fonte de debate até hoje. Em 2010 o STF (Supremo Tribunal Federal) 
decidiu por 7 a 2 que a Lei da Anistia é constitucional. Em janeiro deste ano os ministros 
decidiram ainda que apesar da anistia se imprescritível, a propositiva de ação com 
finalidade reparatória ou indenizatória prescrevem em 5 anos. 
2.1) Induto – No final de 2017 o então Presidente Michel Temer decretou indulto natalino 
e reduziu o tempo de pena a condenados por crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça, como os de colarinho branco. A possibilidade de liberar condenados por 
corrupção, principalmente denunciados pela Operação Lava Jato, ganhou repercussão no 
país. 
O ex-deputado Luiz Argôlo, preso nos desdobramentos da Operação estava entre os 
condenados que correspondiam aos requisitos do induto. 
2.2) Graça – Não há registro da conceção de Graça na história recente do país, por ser 
benefício cedido exclusivamente pelo Presidente da República. 
No entanto em 2019 o Presidente Jair Bolsonaro manifestou interesse em conceder Graça 
aos policiais presos por crimes cometidos durante o exercício da função, e citou casos 
emblemáticos como o massacre de Carandiru e o do Eldorado dos Carajás, no Pará. 
O que aconteceu naquele ano, no entanto, foi a assinatura do indulto natalino para 
policiais presos por crimes culposos, ou seja, quando não há intenção. 
 
e) Aplicação dos crimes hediondos. 
Por determinação de lei e no entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) não há 
possibilidade de aplicação de Anistia, Graça ou Indulto para condenados por crimes 
hediondos. 
 
Essa garantia é feita no Art. 5º, inciso XLIII da Constituição Federal, no Art. 2, inciso I 
da Lei de Crimes Hediondos. A discussão, no entanto, é cada dia mais ampla. Em 2019, 
decreto assinado pelo Presidente Jair Bolsonaro e pelo então ministro da Justiça e 
Segurança Pública, Sérgio Moro, que determinou o indulto humanitário, que tem por 
finalidade beneficiar presos que contraíram doença depois de encarcerados. 
A norma não permite a aplicação do indulto para condenados por crimes violentos, de 
corrupção e ao que cumprem pena no sistema penitenciário federal. Ainda assim é 
discutida a possibilidade de aplicação do benefício a condenados por crimes graves, mas 
em condições especiais, como medida de integração social. 
 
Fontes de pesquisa: 
ConJur - Publicado decreto de indulto humanitário a presos com doença grave 
A possibilidade de concessão de indulto em crimes hediondos (jusbrasil.com.br) 
https://www.institutoformula.com.br/direito-penal-diferenca-entre-indulto-graca-e-
anistia/ 
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/441186828/anistia-graca-e-
indulto 
https://noticias.uol.com.br/colunas/juliana-dal-piva/2021/02/21/lei-da-anistia-dias-
toffoli-novo-relator.htm 
https://jus.com.br/artigos/970/anistia-graca-e-indulto-renuncia-e-perdao-decadencia-e-prescricao 
https://www.conjur.com.br/2019-fev-11/publicado-decreto-indulto-humanitario-presos-doenca-grave
https://alexismadrigal.jusbrasil.com.br/artigos/472273507/a-possibilidade-de-concessao-de-indulto-em-crimes-hediondos
https://www.institutoformula.com.br/direito-penal-diferenca-entre-indulto-graca-e-anistia/
https://www.institutoformula.com.br/direito-penal-diferenca-entre-indulto-graca-e-anistia/
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/441186828/anistia-graca-e-indulto
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/441186828/anistia-graca-e-indulto
https://noticias.uol.com.br/colunas/juliana-dal-piva/2021/02/21/lei-da-anistia-dias-toffoli-novo-relator.htm
https://noticias.uol.com.br/colunas/juliana-dal-piva/2021/02/21/lei-da-anistia-dias-toffoli-novo-relator.htm
https://jus.com.br/artigos/970/anistia-graca-e-indulto-renuncia-e-perdao-decadencia-e-prescricao
https://jus.com.br/artigos/970/anistia-graca-e-indulto-renuncia-e-perdao-decadencia-e-prescricao

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