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Resumo - AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS - DIREITO INTERNACIONAL

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Direito Internacional - Autodeterminação dos povos 
Geisy Garnes 
O princípio da autodeterminação dos povos confere o direito de autogoverno, liberdade 
política, direito de existência e independências aos povos. Ele pode ser entendido em duas 
dimensões: a interna, que refere ao estabelecimento da forma de governo pelo. E a 
internacional, que assegura a independência e a soberania desse povo. É um princípio 
extremamente democrático. 
Historicamente, ele surge na revolução francesa e na independência americana, junto com 
a ideia de supremacia estatal e dos povos. Durante a revolução industrial, para suprir as 
necessidades do novo sistema, ele é deixado de lado e volta a ganhar força após a 1ª 
Guerra Mundial. 
Nessa época vários tratados são firmados para garantir essa independência dos povos e 
vários países da Europa passam por uma restruturação. A perceptiva muda com o 
crescimento do nazismo e em 1939 eclode a 2ª Guerra Mundial com a invasão da Polônia. 
Isso leva Estados Unidos e Grã-Bretanha a oficializar o princípio da autodeterminação 
dos povos e em 1941 é assinada a Carta do Atlântico como instrumento de reação as 
invasões nazistas. 
Nesse tratado, o presidente dos Estados Unidos e o primeiro ministro britânico declaram 
que não desejam alteração territorial “em desacordo com os desejos livremente expressos 
pelos povos”. Falam que respeitam a direito de todos em escolher sua forma de governo 
e exatamente por isso desejam a restauração do governo e dos direitos soberanos que 
foram privados dos povos invadidos. 
Em 1945 o princípio é inserido na Carta das Nações Unidas, que já prevê a 
autodeterminação no primeiro artigo do primeiro capítulo. “Desenvolver relações 
amistosas entre as nações, baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e 
autodeterminação dos povos e tomar outras medidas apropriadas para reforçar a paz 
mundial”. 
É a partir desse princípio que muitas colônias da África e da Ásia conquistaram sua 
independência. Nos anos 60/ 70 a assembleia geral da ONU e a Corte Internacional de 
Justiça ratificaram o direito legítimo das nações à autodeterminação dos povos. Mas foi 
em 1966 que esse pensamento foi consolidado no Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, sociais e culturais, que foi assinado por 160 países. 
É previsto também no primeiro artigo do pacto: “Todos os povos têm direito a 
autodeterminação. Em virtude desse direito determinam livremente seu estatuto político 
e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural”. 
Hoje, no atual status do Direito Internacional, além dessa questão territorial, esse 
princípio garante uma independência cultural e social. Encontrei alguns artigos que 
defendem a autodeterminação como um direito humano, já que deriva de uma série de 
direitos e entre suas atribuições tem o dever de proteger da violação de direitos 
fundamentais. Por isso esse conceito se vincula ao reconhecimento da existência dos 
povos e da preservação de suas identidades culturais. 
VALE LEMBRAR: é o princípio da autodeterminação que garante o direito ao estado da 
palestina. Ele também pode ser aplicado, em âmbito local, aos povos indígenas. O 
Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho, principal instrumento 
internacional de proteção aos direitos dos povos indígenas, garante “o poder de decidir 
sobre prioridades em relação ao processo desenvolvimento e gerir na medida do possível, 
seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural”, como defende Juliana 
Santilli.

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