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1 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 Anafilaxia • Reação de hipersensibilidade sistêmica grave, com início súbito, potencialmente fatal, decorrente da liberação de mediadores inflamatórios por mastócitos ativados. • Mortalidade: 1 a 3 mortes por milhão de habitantes/ano • Aumento da prevalência, da gravidade e da diversidade de alergénios • Problema global: subdiagnóstico e subtratamento • Prevalência mundial estimada de anafilaxia é de 0,3% • Acomete vários órgãos e sistemas simultaneamente • Atividade farmacológica de mediadores liberados após a ativação de mastócitos e basófilos • Intensidade da liberação das substâncias + sensibilidade individual → manifestações clínicas • A anafilaxia pode ser imunológica, não imunológica e idiopática • Anafilaxia Imunológica IgE mediada: alimentos, fármacos, venenos • Anafilaxia imunológica não IgE mediada: mediadores do sistema complemento. • Anafilaxia não imunológica: física, frio, calor, radiação UV, exercício, outros desencadeantes: etanol, fármacos. • Anafilotoxinas: C3a, C4a e C5a • Ação direta: histamina, curare, anticonvulsivantes e morfina. • Sistemas acometidos: pele e mucosas, aparelho respiratório, TGI, sistema cardiovascular e neurológico. • Fatores de risco para maior gravidade: asma não controlada, rápida instalação do quadro clínico após contato com o agente, uso de β-bloqueador ou IECA. Quadro Clínico: Rubor, prurido, urticária, angioedema, rash, ereção pilar. Prurido labial, língua e úvula Prurido periorbital, eritema, edema, eritema conjuntival, lacrimejamento. Palidez, sudorese, cianose. Nariz: prurido, congestão, rinorréia, espirros Laringe: prurido, “aperto na garganta”, disfagia, disfonia, rouquidão, estridor, prurido no ouvido Dispnéia, tosse, sibilância, opressão torácica Hipóxia Náusea, cólica abdominal, vômitos e diarreia Hipotensão, sensação de fraqueza, taquicardia, vertigem Angina e arritmia Síncope, estado mental alterado, convulsão Contrações uterinas Perda de visão, visão turva Zumbido Sensação de morte iminente Liberação esfincteriana • Em 10% dos casos há uma reação bifásica, com retorno dos sintomas cerca de 8-12h após o episódio de anafilaxia • Pode ser causado por doses inadequadas de epinefrina no tratamento inicial ou demora. • Pode ser mais ou menos grave. Frequência de Sinais e Sintomas Urticária e angioedema 88% Rubor 26% Prurido sem rash 5% Dispneia e sibilância 55-60% Angioedema de VAS >25% Tontura, síncope, hipotensão, visão turva 30-35% Náusea, vômito, diarreia, dor abdominal 25-30% Cefaleia 5-8% Dor subesternal 5% Convulsões 1-2% Critérios para identificação de Anafilaxia: 1. Início agudo (minutos a várias horas) com envolvimento da pele, tecido mucoso e, pelo menos, um dos seguintes: a. Comprometimento respiratório b. PA reduzida ou sintomas associados de disfunção de órgãos-alvo c. Sintomas gastrointestinais graves, especialmente após a exposição a alérgeno não alimentares 2. Início agudo de hipotensão ou envolvimento da laringe após exposição a um alérgeno conhecido ou altamente provável para esse paciente (minutos a várias horas, mesmo na ausência de envolvimento cutâneo típico). Diagnóstico Diferencial • Reação Vasovagal • Síndromes flush 2 Beatriz Almeida – Medicina UFCG Turma 78 • Outras causas de choque: hemorrágico, cardiogênico, séptico • Síndromes com excesso de produção endógena de histamina: mastocitose sistêmica, urticária pigmentosa, leucemia basofílica • Doenças não-orgânicas: pânico, munchausen, disfunção de pregas vocais, histeria • Outras: AEH, feocromocitoma, síndrome red-man • Escromboidismo Diagnóstico: • Clínico • Exames complementares (pouco disponíveis): • Triptase sérica: elevada até 6h, útil em determinações seriadas. • Histamina sérica: elevada em até 60min, instável à manipulação. Causas principais: • Medicamentos • Alimentos • Venenos de insetos: hymenoptera • Látex • Ocupacional • Aeroalérgenos • Plasma seminal • Idiopática Na ausência de um tratamento definitivo, a orientação para evitar a exposição a produtos contendo látex é a principal abordagem para prevenir as reações sistêmicas graves. Fatores de agravo: crianças, adolescentes, gestantes e idosos, pacientes com asma, doenças cardiovasculares, mastocitose, rinite alérgica, dermatite atópica, doenças psiquiátricas, IECA, beta-adrenérgicos, etanol, sedativos, antidepressivos, hipnóticos, drogas recreacionais, exercício físico, infecções agudas, estresse emocional, alterações na rotina, estado pré-menstrual. Tratamento: • Adrenalina: prepara o organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração, eleva a tensão arterial, relaxa certos músculos e contrai outros. • Indicações: edema de língua, edema na garganta, dificuldade de deglutir, voz rouca, dificuldade para falar, respiração ruidosa, chiado no peito, tosse persistente, sensação de que vai desmaiar, tontura, confusão mental, palidez (criança), perda da consciência. • Plano de ação: medica depois faz acesso venoso, ABCDE → buscar vias aéreas pérvias, chamar por ajuda, manter paciente deitado com pernas elevadas → adrenalina intramuscular no músculo vasto-lateral da coxa → oxigenioterapia Adrenalina Intramuscular: • <10kg: 0,01 ml • <20kg: 0,02 ml • <30kg: 0,03 ml • Adulto: 0,03-0,05 ml Doses: reavalização após 5min, pode repetir após 15min ou 30min. Medicamentos de 2ª Linha: Corticoides (prevenir fase tardia), Anti-histamínicos (difenidramina), broncodilatadores, vasopressores (noradrenalina, vasopressina, metaraminol), antagonistas bloqueadores beta-adrenérgicos (glucagon) Após fase crítica: manter o paciente em observação por 12-24h; alta da emergência: anti-histamínico + corticosteroide oral por 5 a 7 dias, encaminhar ao especialista para elucidação diagnóstica e definição do tratamento. Prevenção da crise: • Anafilaxia idiopática: anti-H1 + anti-H2, CO, Anti-LT • Veneno de inseto: Imunoterapia alérgeno-específica • Outras causas: dessensibilização • Adrenalina de auto-aplicação – EpiPen
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