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Filosofia Geral 1. Aponte as principais características do pensamento mítico. O pensamento mítico era utilizado para explicar alguns fenômenos da natureza e as origens de determinados povos. É a compreensão de algum fato através do mito, uma janela para compreender a realidade, uma narrativa especifica para dar satisfação e uma perspectiva clara sobre um assunto inexplicável, dessa forma não necessita de comprovação e é baseado na crença, além de facilitar o entendimento e usar metáforas para que isso ocorra, com auxílio da oralidade, concretude e o apelo à sinais divinos e a magia. Existe a questão onde o mito se constitui como uma ruptura ou continuidade da filosofia, alguns autores afirmam que há o rompimento entre os dois conceitos, pois a filosofia manifesta a razão e a lógica como pilares para edificar seu conhecimento, dessa forma, busca atingir um conhecimento por causas e não por crenças. Ademais, outros autores defendem a continuidade do mito junto à filosofia, havendo no próprio mito um broto da razão fazendo com que seja visto como o início da racionalização que culminou no desenvolvimento da filosofia. 2. Contraste as características do pensamento mítico com algumas das principais características do pensamento filosófico-científico. Enquanto o pensamento mítico se baseia em metáforas e em uma narrativa própria, o pensamento filosófico-cientifico se edifica sobre o caráter crítico, a racionalidade, respeito aos argumentos racionais, generalização e conclusões que faz o conhecimento ter um caráter lógico, sem deixar espaços vagos, conhecendo as coisas como elas realmente são. 3. Caracterize o contexto do surgimento da sofística. A sofistica é a linha de pensamento desenvolvida pelos sofistas na Grécia no século V a.c, próximo ao desenvolvimento da democracia, e eram uma espécie de professores que dominavam a arte da argumentação e persuasão, e disseminavam suas doutrinas e ensinamentos no mundo grego, eles usavam a linguagem dos filósofos de uma forma diferente, uma concepção ressignificada do homem e da verdade. Os principais sofistas foram Protágoras que defendia a ideia do homem como medida de todas as coisas e Górgias que separava a linguagem do pensamento, a impossibilidade de a verdade ser conhecida. 4. Como se pode entender a retórica e a oratória como artes do discurso? Falar bem e em público é a denominação resumida desses dois conceitos, os sofistas na Grécia antiga utilizavam e ensinavam esse método, de convencimento, nos discursos em assembleias para expressarem seus ideais e doutrinas, dessa forma tornaram-se os meios necessários para um bom discurso e um instrumento de manipulação de opinião. 5. O que significa a maiêutica socrática? A maiêutica ou o método socrático consiste no incentivo de Sócrates pela busca da verdade, ele questionava as pessoas conduzindo-as por meio de perguntas e fazia isso principalmente no mercado de Atenas, afim de leva-las a prática filosófica e assim desperta-las do sonho da ignorância em que repousavam, para isso ele usava o diálogo como método incentivando a exortação da filosofia, a ironia, a indagação das questões e a maiêutica que consistia no caminho da verdade própria/interior que só pode ser encontrada pelo individuo como um “parir de conhecimento”. 6. Qual o sentido do dualismo platônico? O dualismo platônico explica a Teoria das Ideias de um modo geral, usando a divisão de dois mundos, o mundo inteligível e o mundo sensível, o mundo inteligível se caracteriza por ser um plano superior que só pode ser percebido pelo nosso intelecto, o mundo da sabedoria e do conhecimento. O mundo sensível é a representação das ideias que existe no mundo inteligível, mas de um modo falho e sem a perfeição do plano superior. Um exemplo para entender melhor essa teoria é o “Mito da Caverna”, onde há prisioneiros que só conhecem as sombras por meio de uma única fogueira na caverna, essas sombras podem simbolizar o mundo sensível como mera exibição, quando um desses prisioneiros foge e vê o mundo real como ele é realmente e não por sombras, ele atinge o mundo inteligível, onde todas as ideias são perfeitas e sem distorção. 7. Compare a concepção de realidade e de conhecimento na Linha dividida e na Caverna. A realidade é entendida em duas esferas, primeiro como uma relação próxima com os sentidos, que proporcionam a criação de um conhecimento no mundo sensível, que pode ser palpável e mutável. E a segunda é uma realidade imaterial, calcada no mundo inteligível ou “mundo das ideias”, é uma realidade imutável, eterna e perfeita que pode ser percebido apenas com o exercício da razão. A concepção de conhecimento é subjetiva, desenvolvida pela experiencia individual que difere-se entre cada pessoa, fruto da experimentação das ideias separadamente e por desenvolverem uma maneira única de “conhecer” as coisas, dividido entre o mundo sensível e o inteligível, cada um tem seu esboço sensorial de determinadas coisas já conhecidas, como no Mito da Caverna, onde as imagens vistas pelos homens são as coisas que “acreditam ser” e coisas que podem ser racionalizadas perfeitamente, uma ideia perfeita de como determinada é/ou devia ser. 8. Como Aristóteles caracteriza a sua noção de realidade? No que consiste, para ele, o real? Para Aristóteles os sentidos são a fonte de entendimento da realidade, eles proporcionam a noção do real e do abstrato. Segundo ele existe um único mundo que engloba tanto o sensível como o inteligível. Nesse único mundo que existe há a noção de “matéria”, que é o princípio de composição de tudo, e “forma” que caracteriza as coisas como elas são. 9. Qual o sentido e a importância do sistema de Aristóteles? A filosofia de Aristóteles era como um grande sistema de conhecimento – Corpos Aristotelicum. Um conhecimento que pretendia englobar todos os graus da realidade, departamentalizando conhecimentos específicos. Foi por causa dessa filosofia e dos seus estudos que houve uma enorme difusão da cultura grega no período do Helenismo, esse sistema era direcionado para as pesquisas empíricas e estruturação do conhecimento que impulsionou sua disseminação. 10. Compare a concepção de conhecimento e do processo de conhecer nos textos do Mito da Linha Dividida e da Alegoria da Caverna de Platão com a concepção de Aristóteles no texto da Metafísica citado nas páginas 78,79 e 80 do livro. O conhecimento, como dito na questão 7 é individual, dada a cada “ser” essa capacidade de raciocinar e desenvolver seu próprio conhecimento, dentro de dois mundos que refletem separadamente e concebem seus diferentes argumentos sobre o que vemos e o que imaginamos, como um arcabouço que nos dá a capacidade de distinguir e conhecer. Diferente do dualismo platônico, a metafisica aristotélica se baseia em dois elementos que se diferentes, mas indissociáveis, a matéria e a forma. A matéria é o que constitui as coisas e a forma é o meio por onde ocorre a manifestação do indivíduo, desse modo, são as propriedades fundamentais de todo “ser”. Para entender a realidade, há a abstração, que seria a separação da matéria e da forma pelo intelecto humano, como uma forma de chegarmos ao entendimento de algo que conhecemos ou que é comum aos nossos sentidos.
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