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Indução do parto e cesárea

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Indução do parto e cesárea 
Indução do parto, o que é? 
- é a utilização de métodos que desencadeiam contrações uterinas objetivando o 
inicio do trabalho de parto para assegurar o nascimento da criança em um tempo 
apropriado, quando se avalia que a mesma estará mais segura fora do útero que 
dentro dele ou para melhorar o prognóstico materno. 
- é o inicio artificial do trabalho de parto. 
O que deve ser feito antes de induzir um parto? 
Deve-se avaliar e documentar no prontuário antes de iniciar a indução: 
• Indicação da indução e ausência de contraindicação; 
• Confirmação da idade gestacional; para evitar parto prematuro por 
acidente. 
• Confirmação da apresentação cefálica, se feto vivo; 
• Adequação pélvica; pelve proporcional ao tamanho do feto por avaliação 
do toque 
• Condições cervicais pelo score de Bishop; recomendado SEMPRE (no 
score favorável induz-se com ocitocina e no score não favorável induz-se a 
maturação do colo com Misoprostol). 
 
Com exceção da altura da apresentação fetal, os demais pontos (dilatação, 
apagamento, consistência e posição) estão relacionados com o colo. 
➢ 6 ou menos pontos é um colo imaturo 
➢ 7 ou mais é um colo maduro 
• Estado das membranas; se estão integras ou rotas, se estiver rota avaliar a 
qualidade do líquido. 
• Atividade uterina; paciente pode já estar tendo contração. 
• Batimentos cardiofetais e cardiotocografia basal, onde disponível; 
Quais os potenciais riscos da indução? 
• Aumento da incidência de parto vaginal operatório (uso de fórceps) e 
cesariana; 
• Alterações de contratilidade uterina; (contração pode ser ineficaz com 
taquissistolia ou hipersistolia) 
• Anormalidades da frequência cardíaca fetal (FCF); 
• Síndrome de hiperestimulação; (como no caso da motilidade uterina) 
• Rotura uterina; se tiver cicatriz prévia por cesárea ou mioma não 
considerado como boa indicação. 
• Prematuridade devido à estimativa inadequada da idade gestacional; 
• Possível prolapso ou compressão de cordão quando se usa a rotura 
artificial de membranas; 
Assegurar que condições adequadas de assistência estejam presentes, como: 
• Disponibilidade de pessoal médico ou de enfermagem para monitorar a 
frequência cardíaca fetal e contrações uterinas a cada 15-30 minutos 
durante todo o processo de indução; 
• De preferência, a disponibilidade de bomba de infusão para uso de 
ocitocina; 
• Um agente tocólitico disponível para uso nas alterações de contratilidade 
uterina. 
As indicações para o parto podem ser eletivas ou terapêuticas. 
Eletivas: por convênio do médico e/ou da paciente. 
Terapêuticas: decorrentes do maior risco fetal e/ou materno pela permanência do 
feto no útero. 
• Síndromes hipertensivas da gravidez descompensada; 
• Isoimunização Rh; 
• Rotura prematura de membranas a partir de 34 semanas completas; 
• Intercorrências clínicas maternas descompensas (ex: diabetes 
insulinodependente, doença renal, hipertensão crônica, etc.); 
• Gestação acima de 41 semanas 
Quais as indicações para a indução do parto? 
• Oligodramnia; risco de compressão de cordão e alterações da vitalidade 
fetal. 
• Restrições do crescimento intrauterino; 
• Insuficiência uteroplacentária; 
• Morte fetal (cap. Óbito fetal) 
• Corioamniote; porque a cesariana nessas situações aumenta o risco de 
infecção e sepse. 
• Fatores logísticos (ex.: história de parto rápido, distância do hospital, 
condições psicossociais etc.). Nesses casos, a indução deve ser bem 
discutida com a mulher e seus acompanhantes, frisando os possíveis 
riscos e realizada somente após a estimativa acurada da idade gestacional. 
Situações de maio cuidado na indução do parto? 
• Grande multiparidade (maior que quatro); 
• Apresentação de vértice não encaixada; 
• Polihidrâmnio; 
• Gestação múltipla; 
• Presença de uma cicatriz uterina segmentar ou transversa; dando 
preferência para ocitocina, não usar mesoprostol. 
• Hipertensão arterial grave; 
• Indução por conveniência do médico ou da gestante; cuidar prematuridade 
iatrogênica 
Contraindicações para indução do parto 
• Absolutas 
o Placenta prévia centro-total; placenta obstruindo o canal do colo 
com risco de morte materna e fetal. 
o Vasa prévia; 
o Apresentação córmica; transversa 
o Prolapso de cordão umbilical com feto vivo; deve ser feita cirurgia 
de emergência 
o Cesárea clássica (incisão longitudinal corporal no útero) anterior e 
outras cicatrizes uterinas prévias (miomectomias) 
o Anormalidades da pelve materna; 
o Tumores prévios (câncer invasivo do colo ou vagina e mioma 
uterino sem segmento inferior); 
o Desproporção cefalopélvica; fetos macrossômicos e pelve não 
favorável. 
o Sofrimento fetal agudo; 
o Cicatriz segmentar de repetição (duas cesáreas ou mais); aumento 
de chance de ruptura. 
o Obstrução do canal do parto; 
• Relativas 
o Frequência cardíaca fetal não tranquilizadora (cardiotoco ou 
sonar) 
o Macrossomia fetal (peso fetal estimado pela ultrassonografia > 
4.000 g); 
o Gestação gemelar; 
o Apresentação pélvica; 
o Doença cardíaca materna; 
o Polidrâmnio; 
o Grande multiparidade; 
o Oligo-hidrâmnio (ILA<5) 
o Cesárea anterior com cicatriz transversa; 
o Herpes genital ativo com feto vivo; 
o Situações de urgência; 
Amadurecimento cervical pré indução 
Para induzir o amadurecimento cervical podem ser usados: 
• Misoprostol (PGE1); o mais usado. 
• Dinoprostona (PGE2); 
• Cateter de Foley (método de Krause); muito antigo, pouco usado 
atualmente. 
Deve-se fazer o amadurecimento se o colo do útero for desfavorável (escore de 
Bishop < ou = a 6), o amadurecimento cervical deve ser realizado antes da indução 
do parto. 
Misoprostol 
• Por via vaginal; mais utilizado, porque por via oral tem mais efeitos 
colaterais como náuseas, cefaleias, baixa absorção. 
• No caso de feto vivo, antes da inserção do Misoprostol deve ser realizada 
avaliação da vitalidade fetal; 
• O Misoprostol deve ser utilizado na dose de 25 microgramas de 6 em 6 
horas até um máximo de 6 doses ou até que o colo apresente escore de 
Bishop >6 ou fase ativa do trabalho de parto, o que ocorrer primeiro. 
Alguns autores sugerem de 4 em 4 horas, mas há risco de induzir 
hiperssistolia/polissistolia 
• Após cada inserção, realizar monitoramento da atividade uterina e 
frequência cardíaca fetal (FCF) periodicamente. 
• TER CUIDADO para não administrar a dose errada de Misoprostol; há 
comprimido de 25 microgramas e de 200 microgramas. 
• Deve ser realizada avaliação dos sinais vitais maternos (temperatura, 
pulso, pressão arterial) de acordo com a rotina, ou seja, de 4 em 4 horas 
durante o período de indução. 
• Não iniciar ocitocina em menos de 6 horas após a última administração de 
Misoprostol; 
• Nas gestantes em uso de Misoprostol que atingem a fase ativa do trabalho 
de parto, não há a necessidade de uso de ocitocina, exceto para outras 
indicações como necessidade de estimulação na vigência de progresso 
inadequado; 
• Não utilizar Misoprostol em gestantes com cesariana prévia devido ao 
risco aumentado de rotura uterina; 
• Durante a indução do trabalho de parto a gestante pode deambular e se 
alimentar normalmente; 
• RISCOS DO MISOPROSTOL: 
o Atividade uterina excessiva ou taquihiperssistolia: mais de 5 
contrações em 10 minutos ou uma contração durando mais de 120 
segundos; suspender uso de Misoprostol 
o Síndrome de hiperestimulação uterina: alterações da contratilidade 
uterina com desaceleração e/ou outras anormalidades da FCF; 
o Se houver sinais de comprometimento fetal. Administre um agente 
tocolítico (terbutalina 025 mg subcutâneo) 
• Contraindicações do uso de misoprostol: 
o Hepatopatia grave; 
o Coagulopatias; 
Dinoprostona (Propess 10mg) (pessário) 
• Tubinho com prostaglandina (PGE2); 
• Aplicar na vagina 01 vez ao dia - fica atrás 
do colo; 
• Deve ser mantido em freezer; 
• Não precisa descongelar para aplicar; 
Cateter de Foley 
• Introduzir sob condiçõesestéreis um cateter de 
Foley de nº 16 ao 24 no canal cervical, 
ultrapassando o orifício interno, e encher o 
balão com 30 a 60 ml de água destilada, para 
provocar distensão local do colo, descolamento 
das membranas, o que estimula o 
amadurecimento do colo; 
 
• O cateter deve ser deixado no local até se soltar 
espontaneamente ou no máximo por 24 horas; 
• O cateter deve ser mantido sob tração, através 
da fixação na face interna da coxa com uma fita 
adesiva ou esparadrapo e submetido a trações 
manuais periódicas, com ajuste da fixação, até o mesmo se soltar; 
• Quando o cateter se soltar, se não houver atividade uterina suficiente, iniciar 
ocitocina conforme protocolo; 
• Contraindicações: placenta baixa, sangramento uterino, rotura de 
membranas, cervicite. 
Indução do parto propriamente dita 
Métodos: 
• Mecânicos: 
o Cateteres transcervicais; 
 
o Dilatadores cervicais 
higroscópicos 
(laminarias); ao serem 
introduzidas no colo ela 
vão absorvendo líquido, 
dilatando e estimulando o 
colo. 
o Infusão salina extra amniótica (não mais recomendado) – com 
soro fisiológico; 
o Descolamento de membranas; 
 
o Amniotomia (principalmente associada à ocitocina – precisa de 
mais estudos); 
• Farmacológicos: 
o Ocitocina 
o Prostaglandinas (Misoprostol) 
Quando é feita a indução do parto propriamente dita? 
• Quando o colo uterino estiver favorável para a indução (escore de Bishop 
> 6), a ocitocina é o método de escolha; 
• As doses e o aumento da ocitocina devem ser de acordo com a tabela 
adiante, por meio de bomba de infusão; 
• Antes de qualquer aumento na dose, as contrações uterinas devem ser 
avaliadas por palpação ou monitoração eletrônica externa. A menor dose 
efetiva possível deve ser usada para prevenir hiperestimulação uterina; 
• As contrações uterinas devem ser avaliadas de preferência a cada 30 
minutos e a FCF a cada 15 a 30 minutos; 
• Os dados vitais maternos (pulso, temperatura e pressão arterial) devem ser 
avaliados a cada 4 horas ou se a paciente apresentar alguma queixa que dê 
a suspeitarde alteração de FC ou PA; Em caso de frequência cardíaca 
maior que 120 deve-se suspender a indução. 
• Se ocorrerem alterações da contratilidade uterina. 
• A ocitocina pode ser utilizada em gestantes com cesariana prévia seguindo 
os cuidados preconizados neste guia; 
• Não iniciar ocitocina em intervalo inferior a 6 horas após a ultima dose de 
misoprostol nas gestantes que o estiverem utilizando durante a maturação 
cervical; 
 
 
 
*Riscos da ocitocina 
• Alterações da contratilidade uterina: mais de 5 contrações em 10 minutos 
ou uma contração durando mais de 120 segundos; 
• Diminuir a velocidade de infusão e reavaliar a situação. Reiniciar a uma 
dose e velocidade menores caso as condições melhorem; 
• Síndrome de hiperestimulação uterina: alterações da contratilidade uterina 
com desaceleração e/ou anormalidades da CFC, deve-se: 
o SUSPENDER A INFUNSÃO DE OCITOCINA; 
o Posicionar a gestante em decúbito lateral esquerdo; 
o Oferecer O2 por máscara a 10I/min ou cateter 5I/min; 
o Avaliar pressão arterial; 
o Fazer um toque vaginal e avaliar dilatação cervical e prolapso de 
cordão; 
o Considerar infusão rápida de cristaloides; 
o Preparar para uma possível cesariana se as condições fetais não 
retornam ao normal; 
o Administrar um agente tocolítico (terbutalina 0,25 mg subcutâneo) 
Falhas de indução: 
• Para o misoprostol, considera-se falha de indução após 6 doses sem 
trabalho de parto ativo; 
• Para a ocitocina, considera-se como falha do procedimento a ausência de 
padrão contrátil eficaz, ou seja, que promova dilatação cervical 
progressiva, após doses máximas de ocitocina; 
• Deve-se compartilhar com a mulher e seus familiares a decisão sobre a 
conduta. 
Quando a indução apropriadamente conduzida falha, sua indicação deve ser 
reavaliada. Se for eletiva e não incluiu situações de risco materno e/ou fetal, pode-
se suspender o procedimento e adiar a decisão por tempo determinado, com 
concordância de médico e gestante. 
Optando-se por repetir a indução, pode-se utilizar amniotomia associada ao uso do 
misoprostol ou ocitocina. 
Se a indicação incluiu risco materno e/ou fetal, é indicada a cesárea. 
Cesariana 
O que é? 
Procedimento cirúrgico que consiste em incisão da parede abdominal 
(laparotomia) e do útero (histerotomia) com a finalidade de retirar o concepto. 
Tipos: 
• Cesárea de emergência: quando há ameaça imediata à vida da gestante 
e/ou do feto; ex: descolamento de placenta 
• Cesárea de urgência: quando há comprometimento materno e/ou fetal 
sem risco de vida imediato; ex: eclampsia 
• Cesárea programada: quando não há comprometimento materno ou fetal, 
porém há necessidade de interrupção da gestação. (A partir de 39 
semanas). 
• Cesárea a pedido: eletiva, por desejo da paciente. (a partir de 39 semanas) 
• Cesárea Perimortem: quando a gestante se encontra em estado grave. 
Realizada com o objetivo de salvar o feto ou a mãe; ex: morte cerebral 
materna. 
• Cesárea Post mortem: realizada após a morte materna, com o intuito de 
salvar o feto. 
Contraindicações: 
• Em caso de morte fetal uterina; 
• Em caso de malformações fetais incompatíveis com a vida; 
Pré operatório 
1. Anamnese prévia: história clínica e cirúrgica, antecedentes anestésicos, 
uso de drogas, antecedentes transfusionais, medicamentos em uso, alergias 
e tempo de rotura de membranas; 
2. Exame físico: repetir toque vaginal em pacientes em trabalho de parto 
imediatamente antes da anestesia para assegurar que não houve progressão 
suficiente que permita o parto vaginal; 
3. Exames pré-operatórios mínimos: hemograma e tipagem sanguíneas, 
exceto nas indicações de emergência. 
4. 4. Avaliação pré-anestésica imediata pelo especialista; 
5. Jejum: idealmente (excluindo-se situações de emergência/urgência) 2 
horas sem ingerir líquidos claros, 6 horas sem ingerir dieta leve e 8 horas 
sem ingerir refeições regulares; 
6. Monitorização da paciente em decúbito dorsal; 
7. Acesso venoso periférico; 
8. Preparo da parede abdominal: tricotomia e antissepsia; 
9. Sondagem vesical de demora se necessário; 
10. Antibioticoprofilaxia com Cefazolina, 2g, dose-única – previne 
endometriose pós-parto e infecção de parede abdominal. Para as alérgicas 
à Penicilina indicar Clindamicina 600mg antes da incisão da pele 
(controverso porque alguns pediatras preferem que seja aplicado após a 
retirada do bebê). A profilaxia de endocardite infecciosa não é mais 
recomendada na cesariana na ausência de infecção independente do tipo de 
lesão cardíaca materna; 
11. Termo de Consentimento informado, exceto nas emergências, discutido 
com o paciente e acompanhante assinado e datado antes do procedimento 
incluindo diagnóstico, procedimento, fatores de risco mais comuns e 
importantes e procedimentos adicionados que podem ser necessários 
(laqueadura tubária, remoção de massas anexiais conhecidas) – deveria ser 
preenchido durante o pré-natal; 
12. Anestesia: raquianestesia quando possível. Deve estar disponível material 
para progressão de anestesia geral quando indicado ou complementar; 
13. Antissepsia e assepsia com clorexidina; 
Técnicas cirúrgicas 
Joel-Cohen (Misgav Ladash modificado) 
1. Incisão da pele e subcutâneo 
a. Transversa (Pfannenstiel) – preferencial 
b. Mediana infra-umbilical 
2. Aponeurose: incisão transversa ou mediana com divulsão romba dos 
tecidos 
3. Peritoneo: 
a. Parietal (longitudinal ou transversal) 
b. Visceral (quando necessário com ou sem rebaixamento vesical) 
4. Histerotomia: 
a. Segmentar (preferencial em fetos a termo) 
b. Transversa (incisão de Kerr), arciforme, de cavo superior, 
inicialmente a bisturi frio, pinça romba e depois por divulsão 
bidigital, respeitando-se os plexos uterinos laterais; 
c. Longitudinal ou segmento corporal minimizando extensão ao 
miométrio ativo. Cuidado com risco de lesão vesical porpropagação; 
d. Corporal ou cesárea Clássica – reservada para os seguintes 
casos: 
i. Prematuridade extrema sem trabalho de parto; 
ii. Falta de formação ou segmento inferior estreita (idade 
gestacional abaixo de 32 semanas); 
iii. Placenta anterior (prévia-cesárea-opcional); 
iv. Anel contrátil de Bandl; 
v. Dificuldade no acesso ao segmento inferior (varizes, 
bexiga anômala); 
vi. Post mortem; 
vii. Fetos xifópagos; 
viii. Apresentação transversa de dorso inferior; 
ix. Apresentação pélvica pré-termo 
Técnica e conduta pré-operatória 
Abertura 
• Abertura da pele e do tecido subcutâneo a bisturi, transversal, arciforme de 
cavo superior, 2 a 3 cm acima do pube, com 10 a 12 cm de extensão 
(incisão de Pfannenstiel); 
• Pinçamento e ligadura dos vasos atingidos; 
• Incisão da aponeurose a bisturi, transversal, arciforme de concavidade 
superior, prolongando-se lateralmente, com tesoura de Metzembaum, por 1 
a 2 cm além da incisão da pele; 
• Pinçamento da aponeurose com pinças Kocher; 
• Descolamento dos retalhos superiores da aponeurose por divulsão digital, 
no sentido cranial, criando espaço suficiente para a extração fetal; 
• Descolamento caudal até a sínfise pubiana. Hemostasia dos vasos 
perfurantes da aponeurose; 
• Descolar a linha média com tesoura Metzembaum ou bisturi elétrico; 
• Pinçamento e ligadura dos vasos atingidos; 
• Pinçamento dos retos abdominais com pinças Allis; 
• Divulsão digital longitudinal dos retos abdominais; 
• Pinçamento do peritônio parietal com pinças de Kelly; 
• Celiotomia parietal longitudinal com tesoura Metzembaum, protegendo-se 
os intestinos com os dedos indicador e médio da mão oposta colocados sob 
o peritônio, para cima até a altura da abertura dos músculos reto-
abdominais, e para baixo até a proximidade do fundo vesical; 
• Coloração da válvula de Doyen, suprapúbica; 
• Incisão do peritônio visceral com bisturi ou tesoura de Metzembaum, 
transversal, arciforme de côncavo superior, na altura da prega vésico-
uterina; 
• Incisão do segmento uterino a bisturi, arciforme de côncavo superior, 
superficialmente nas laterais e aprofundando-se na região central; 
• Botoeira na região central com pinça de Kelly; 
• Divulsão digital das fibras uterinas, orientada pela incisão superficial; 
• Amniotomia, se necessário. 
 
5. Extração do concepto: 
Quando cefálico, realizar manobra de Geppert (obstetra posiciona a mão no 
interior da cavidade uterina, orientando a saída da cabeça (occipício) do feto, 
enquanto o auxiliar pressiona o fundo uterino) ou fórceps; 
Obs.: caso o feto esteja em apresentação pélvica, a sua retirada obedece aos 
mesmos tempos e técnicas propostas para o parto vaginal. 
Parto 
• Extração do concepto na apresentação cefálica: 
• Orientar o occipital do concepto para a incisão; 
• Retirar a válvula de Doyen; 
• Manter a mão espalmada entre o pube e a apresentação fetal conduzindo-a 
de encontro à histerotomia, enquanto o auxilia faz ligeira pressão no fundo 
uterino; 
• Desprendimento do polo cefálico; 
• Desprendimento delicado das demais partes fetais; 
• Clampeamento do cordão umbilical, 8 a 10 cm da sua inserção abdominal, 
e se possível, 1 a 3 minutos após o desprendimento fetal. Coleta de sangue 
do cordão-enfermagem; 
• Aguardar o desprendimento da placenta, auxiliando sua saída com a 
manobra de Credé. Nos casos em que houver demora da resposta uterina, 
realizar a extração manual da placenta; 
 
6. Clampeamento e secção do cordão umbilical em acordo com a equipe de 
neonatologia; 
7. Extração da placenta (preferencialmente, espontânea, com tração 
controlada ou manual) 
8. Limpeza da cavidade uterina (curagem), até certifica-se de que não há 
restos de membranas ou material placentar. 
9. Desnecessária dilatação cervical manual ou instrumental da cesariana 
eletiva; 
10. Exteriorização uterina pode ser feita se sangramento importante, 
necessidade de melhor exposição anexial ou massagem uterina mais 
efetiva; 
11. Síntese da cavidade abdominal por planos, sempre respeitada a 
hemostasia. 
a. Histerorrafia com fio tipo Vicryl-0 em sutura contínua ancorada 
(em um plano se histerotomia segmentar, em dois planos se 
histerotomia corporal); 
b. Revisão da cavidade abdominal com inspeção de anexos (tubas 
uterinas e ovários); 
c. Contagem de compressas e agulhas; 
d. Não se recomenda fechar o peritônio visceral e parietal; 
e. Aproximação dos músculos retos abdominais com fio tipo Vircryl 
2-0; 
f. Fechamento de aponeurose em chuleios simples com fio tipo 
Vicry-0; 
g. Aproximação do tecido subcutâneo se espessura maior que 2 cm- 
funcionalmente não é importante, mas para a estética sim; 
h. Sutura de pele (contínua ou não, a depender do biotipo da paciente 
e do risco infeccioso) com nylon. 
12. Descrição minuciosa, no prontuário, do procedimento, indicação, tipo de 
histerotomia, achados intraoperatórios, estado dos anexos e ovários além 
de procedimentos complementares; 
Pós-operatório 
Prescrição: 
• Repouso relativo, com estímulo à deambulação assistida após recuperação 
anestésica; 
• Dieta líquida nas primeiras 04 horas de pós-operatória, evoluindo para 
branda a seguir, conforme aceitação ou resolução da náusea. (Liberação 
imediata de líquidos claros nos procedimentos sem complicações); 
• Hidratação venosa proporcional às perdas. Acesso venoso hidrolisado nas 
primeiras 24 h; 
• Ocitocina venosa. Considerar o uso de misoprostol via retal, 600mcg para 
pacientes de alto risco para HPP; 
• Analgesia sistemática (AINE, Dipirona, Tramadol, Codeína+Paracetamol); 
• Antieméticos- porque alguns analgésicos são estimulantes do vômito; 
• Manter sonda vesical, pelo período máximo de 06 horas, se deambulando 
bem, devendo ser retirada pela enfermagem na ausência de recomendação 
de drenagem de demora; 
• Observar sangramentos; 
• Controle de sinais vitais e tonicidade uterina (contração) a cada hora nas 
primeiras 6 horas a cada 04 horas nas primeiras 12 horas e a cada 08h até a 
alta; 
• Avaliação da tonicidade uterina conforme indicada reportando e agindo 
quando loquiação aumentada; 
• Estimular precocemente a amamentação, caso não haja contraindicação; 
• Estimular movimentação no leito e quando possível, deambulação precoce 
assistida; 
• Curativo da ferida operatória- não costuma ser feito hoje, paciente toma 
banho direto; 
• Troca no 1º dia pós-operatório (lavar a incisão com soro fisiológico, secar 
adequadamente) - não é feito habitualmente, banho mais álcool para 
higienizar é suficiente; 
• Retirada do curativo após 24 horas do parto (costuma ser retirado antes). 
manter a ferida descoberta com higiene usando água corrente e sabão. 
Cobrir cicatriz enquanto cicatriz for secretante; 
Alta hospitalar 
• Após um mínimo de 36 horas nas cesarianas de baixo risco com puerpério 
fisiológico e após pelo menos 72 horas se houver alguma 
patologia/complicação; 
• Prescrever analgésicos, contraceptivo de escolha (normalmente após a 
primeira consulta pós alta na UBS), Sulfato Ferroso enquanto estiver 
amamentando e medicações compensadoras das possíveis comorbidades; 
• Orientar quanto a dieta, higiene pessoal, cuidados com a ferida operatória 
e com as mamas; 
• Estimular amamentação; 
• Fornecer relatório de alta com registro da indicação cesariana, tipo de 
incisão histerotômica e possíveis intercorrências e achados operatórios – é 
pouco feito, mas deveria ser feito. 
Complicações: 
• Intraoperatoriais: 
o Hemorragias 
▪ Hipotonia/atonia uterina; 
▪ Lacerações; 
o Lesão do trato urinário 
o Lesão intestinal 
o Anestésica 
• Pós operatório imediato 
o Infecção 
▪ Endometrite; 
▪ Parede abdominal; 
o Tromboembolismo 
▪ TVP/TEP 
o Tromboflebite pélvica 
o Hematomas 
• Pós operatório tardio 
o Aderências; 
o Dor pélvica crônica 
o Endometriose 
o Placenta prévia 
o Acretismo placentário 
o Infertilidade

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