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toxocara e ancylostoma

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Ana Beatriz Mendes – Medicina Veterinária @_bia.mendes 
Toxocara 
Espécies: Toxocara canis – HD: cães – 
Localização no intestino delgado. 
 Toxocara cati – HD: felinos – 
Localização no intestino delgado. 
Ciclo: As fêmeas fazem a postura dos ovos, que 
saem nas fezes, e formam-se L1, L2 e L3 
dentro do ovo. Vias de infecção do HD: 
1. Por ingestão de ovo larvado: o hospedeiro 
definitivo ingere os ovos com L3 e as larvas 
são liberadas no tubo digestivo e penetram na 
mucosa do intestino delgado. Pela circulação 
porta, seguem para o fígado, depois para o 
coração e para os alvéolos pulmonares, onde 
fazem a muda para L4; chegam à glote, são 
deglutidas e migram novamente ao intestino, 
onde mudam para a fase adulta- Ciclo de Loss 
(ou hepatotraqueal) que ocorre em cães jovens 
(até 3 meses). 
Em cães adultos, o ciclo mais frequente 
acontece com a ingestão dos ovos larvados 
com L3; estes eclodem e as larvas alcançam 
os pulmões (não migram até a glote), adentram 
à circulação de retorno para o coração e são 
bombeadas pela aorta para as diferentes 
partes do corpo, onde se mantêm ativas por 
anos nos tecidos. 
PPP: 4 a 5 semanas 
2. Via transplacentária: em fêmeas gestantes, 
as larvas passam pelo sangue arterial e podem 
contaminar o feto. Se a cadela se contaminar 
antes da gestação e tiver as larvas na 
musculatura, em virtude das alterações 
hormonais, elas podem ser reativadas e 
contaminar o feto. É a forma de contaminação 
mais importante nos cães. 
- As larvas são mobilizadas cerca de 3 semanas 
antes do parto e migram para os pulmões do 
feto, onde mudam para L3 antes do parto, e 
no recém-nascido o ciclo se completa quando 
as larvas seguem para o intestino. 
- T. cati não apresentam essa via! 
3. Via transmamária: as fêmeas passam as 
larvas aos filhotes por meio do leite. Não há 
migração pulmonar no filhote por essa via. 
4. Por hospedeiros paratênicos: pode haver 
contaminação do cão e do gato por meio da 
ingestão de roedores, aves e outros animais 
que ingeriram ovos larvados e têm as larvas 
infectantes nos seus tecidos. As larvas ficam 
encapsuladas nos tecidos e não ocorre 
desenvolvimento nos hospedeiros paratênicos. 
 
Patogenia: 
- A migração das larvas ocorre sem lesão 
aparente dos tecidos e os adultos provocam 
pouca reação no intestino (infecções 
moderadas). 
- A fase pulmonar está associada a pneumonia, 
às vezes, acompanhadas de edema pulmonar; 
adultos causam enterite mucoide, podendo 
haver oclusão parcial ou completa do intestino 
(infecções maciças). 
 
Importância: 
- Humanos: a ingestão acidental do ovo com a 
L3 de Toxocara canis provoca a larva migrans 
visceral, ou seja, faz com que a larva siga pela 
circulação até o fígado e desencadeie reações 
de corpo estranho, podendo causar lesões 
hepáticas. As larvas costumam migrar 
principalmente para o fígado, mas podem fazer 
migração para outros órgãos, sendo os olhos os 
mais frequentemente afetados. A larva na 
retina forma um granuloma que pode causar 
perda parcial da visão. Em alguns casos, pode 
atingir o nervo óptico, causando perda total da 
visão. 
 * Mais frequente em crianças com um a 
cinco anos → hábitos geofágicos: 
ingerirem ovos embrionados de Toxocara 
spp presentes em objetos ou ambientes 
contaminados. 
 * LMV: hipereosinofilia crônica, que pode 
ser acompanhada por leucocitose e lesões 
granulomatosas. As larvas de T. canis também 
Ana Beatriz Mendes – Medicina Veterinária @_bia.mendes 
podem afetar o globo ocular e gerando a 
síndrome Larva migrans ocular. 
 * As larvas de Toxocara canis podem 
atravessar a barreira hematoencefálica 
produzindo na espécie humana à 
neurotoxocaríase. 
- Em cães e gatos, a infecção pode causar 
pneumonia, enterite mucoide e até oclusão 
parcial ou completa do intestino e, em casos 
mais raros, perfuração com peritonite. 
 
Diagnóstico: 
1. Exame de fezes: técnicas de flutuação para 
identificação dos ovos. 
2. Nos hospedeiros acidentais reservatórios, 
como o ser humano, devem-se fazer exames 
para pesquisa de anticorpos ou reação em 
cadeia de polimerase (PCR). 
 
Tratamento: 
- Tratamento anti-helmíntico: a piperazina vem 
sendo substituída por benzimidazois 
fenbendazol e mebendazol e nitroscanato. 
- Cães filhotes: 2 semanas de idade, com 
reforço 2-3 semanas depois + tratamento 
simultâneo da cadela. Outra dose aos 2 meses. 
- Tratamento dos adultos a cada 2-3meses. 
- Cadelas prenhes: fembendazol 3 semanas 
antes do parto e 2 dias após. 
Ancylostoma 
Espécies: A. caninum - cães, raposa e, 
ocasionalmente o homem. 
 A. tubaeforme - gatos. 
 A. braziliense - cão e gato. 
iclo: direto. 
→ Os ovos são liberados para o meio ambiente 
com as fezes. 
→ As larvas L1 podem eclodir, passar a L2 e 
desenvolver a forma L3 em 5 dias, em 
condições ambientais favoráveis. A 
infecção ocorre pela penetração cutânea ou 
ainda pela ingestão da L3. 
→ Hospedeiros paratênicos (que têm a L3) 
podem ser importantes na transmissão. 
1. Penetração: as larvas migram pela via 
sanguínea para os pulmões, onde se 
desenvolvem em L4 nos brônquios e na 
traqueia, são deglutidas e chegam ao intestino 
delgado, onde se desenvolvem até a forma 
adulta. 
2. Ingestão da L3: as larvas podem penetrar a 
mucosa bucal e migrar para os pulmões ou ir 
diretamente ao intestino e tornarem-se 
patentes. Como os vermes são ovipositores 
prolíferos, um cão infectado pode eliminar 
milhões de ovos por dia durante várias 
semanas. 
 *Em cadelas suscetíveis, parte das L3 que 
migram até os pulmões alcança os músculos 
esqueléticos, onde ficam latentes. 
3. Transmamária: Quando a cadela fica prenhe, 
há reativação das L3, eliminadas no leite 
durante aproximadamente 3 semanas após o 
parto, infectando, assim, a ninhada. 
Normalmente, há anemia grave em filhotes até 
a 3ª semana de vida. 
 * Não é evidenciada transmissão 
transplacentária. 
Patogenia: 
→ Anemia hemorrágica aguda ou crônica. 
→ Comumente observada em cães com menos 
de 1 ano: infectados via transmamária, 
suscetíveis em razão das baixas reservas de 
ferro. 
 * Perda de sangue, aproximadamente no 
8º dia de infecção, quando o adulto jovem 
desenvolveu sua cápsula bucal com dentes, 
prendendo tampões na mucosa contendo 
arteríolas. 
Diagnóstico: 
- Sinais clínicos presentes 
- Exame hematológico 
- Exame fecal: detecção de grande 
quantidade de ovos nas fezes confirma o 
diagnóstico, embora, em alguns casos, não 
sejam identificados durante o período de 
sinais clínicos graves. 
Ana Beatriz Mendes – Medicina Veterinária @_bia.mendes 
- Necropsia, o intestino delgado encontra-se 
com vários pontos hemorrágicos causados 
pela fixação do parasito. 
Tratamento e controle: 
- Terapia anti-helmíntica e higiene adequada. 
- Após confirmação da infecção pelo exame de 
fezes, os cães desmamados e os adultos 
podem ser tratados em intervalo de 3 meses. 
- As fêmeas gestantes devem ser tratadas 
durante a prenhez, no mínimo 1 vez, com anti-
helmíntico eficaz contra as formas larvais 
(milbemicina), para reduzir a infecção 
transmamária; 
- Exame de fezes no período de acasalamento 
e durante a gestação. Já os filhotes lactentes 
devem ser tratados, no mínimo, 2 vezes – com 
1 a 2 semanas de vida e 2 semanas depois –, 
com atenção especial às dosagens. 
- A transmissão perinatal de formas larvais de 
Ancylostoma e Toxocara pode ser reduzida por 
meio da administração oral de fembendazol 
diariamente por 3 semanas antes até 2 dias 
após o parto. 
- No local onde vivem os cães, recomenda-se 
que o piso não apresente fendas, seja seco e 
feito preferencialmente de concreto. As fezes 
devem ser removidas diariamente. 
 
Importância: A. braziliense: 
- Causa a larva migrans cutânea no homem, 
caracterizada por tratos inflamatórios 
eritematosos na derme e por prurido intenso. 
Penetra na pele e vaga na derme, não se 
desenvolvem, mas as lesões cutâneas 
geralmente persistem por semanas. 
 
* Obs: 
- Leucocória - larva de Ancylostoma presentedentro da retina do olho humano. 
- As larvas de Toxocara e Ancylostoma caninum 
causam a larva migrans ocular → depositam-
se no olho (rastreio pelo retinograma). 
Provocam inflamação no globo ocular que pode 
causar a perda parcial ou total da visão.

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