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Proteção dos filhos

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Direito de Família 
5º período - 2021 
proteção dos filhos 
O Código Civil, depois de tratar da separação judicial e do divórcio, dedica um capítulo à proteção da 
pessoa dos filhos (arts. 1.583 a 1.590). 
O rompimento do casamento ou da união estável dos genitores não pode comprometer a 
continuidade da convivência dos filhos com ambos. O exercício do poder familiar em nada é 
afetado. O estado de família é indisponível. 
Deixando os pais de viver sob o mesmo teto, ainda que haja situação de conflito entre eles, é 
necessário definir a divisão do tempo de convívio com os filhos de forma equilibrada. A doutrina 
critica a expressão “guarda”, uma vez que remete à posse. 
Assim, sugerem que a convivência familiar seria um termo mais adequado. 
visão histórica: 
O Código Civil de 1916, com claro viés punitivo, determinava que, em caso de desquite, os filhos 
menores ficavam com o cônjuge inocente. 
A Lei do Divórcio aplicava a mesma punição ao cônjuge culpado, mas o juiz tinha a faculdade de 
decidir diversamente. 
Foi a Constituição Federal que consagrou o princípio da igualdade e assegurou ao homem à mulher 
os mesmos direitos e deveres referentes à sociedade conjugal, provocando reflexos significativos no 
poder familiar. O Estatuto da Criança e do Adolescente, ao dar prioridade absoluta a crianças e 
adolescentes, transformou-os em sujeitos de direito. 
Com o passar dos anos, em virtude da evolução da sociedade, as mulheres ingressaram no mercado 
de trabalho e nas esferas de poder, sendo que maridos e companheiros foram convocados a 
participar mais da vida dos filhos. 
O fato é que os homens se uniram em número significativo de associações e organizações não 
governamentais. A primeira conquista ocorreu em 2008, com alteração do Código Civil, instituindo a 
guarda compartilhada (Lei 11.698/2008). Além de definir o que é guarda unilateral e guarda 
compartilhada, a Lei sinalizou preferência ao compartilhamento. Mas o uso da expressão “sempre 
que possível”, deu margem a uma equivocada interpretação por parte da jurisprudência. De forma 
quase unânime, juízes passaram a não conceder a guarda compartilhada, se presentes 
desentendimentos entre os genitores. 
Depois surgiu a Lei da Alienação Parental (Lei 12.318/2010) que, por duas vezes, diz ser a guarda 
compartilhada prioritária. Também o ECA assegura a guarda compartilhada na hipótese de a adoção 
ser concedida quando os candidatos já estejam separados. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
Diante da pouca ou quase nenhuma eficácia da alteração levada a efeito, a chamada Lei da Igualdade 
Parental (Lei 13.058/2014), determina o compartilhamento de forma equilibrada, mesmo quando 
não existir acordo entre os pais. O juiz tem o dever de informar aos pais o seu significado. E não 
havendo acordo entre eles, será estabelecida a guarda compartilhada. 
Em boa hora veio a normatização que assegura a ambos os genitores a responsabilidade conjunta e 
o exercício de direitos e deveres concernentes ao poder familiar e a imposição da guarda 
compartilhada com a divisão do tempo de convívio de forma equilibrada entre os pais. Ambos os pais 
persistem com todo o complexo de deveres que decorrem do poder familiar, sujeitando-se à pena 
de multa se agirem dolosa ou culposamente (artigo 249 do ECA). 
convivência familiar: 
Com o rompimento da convivência dos pais, há a fragmentação de um dos componentes da 
autoridade parental, mas ambos continuam detentores do poder familiar. 
O critério norteador na definição da residência do filho é a vontade dos pais. Como também a 
visitação pelo genitor que não detém a guarda, prevalece o que for acordado entre eles. 
A definição de quem irá permanecer com a guarda dos filhos não fica exclusivamente na esfera da 
família natural: a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendente. Pode ser 
deferida a qualquer outra pessoa, havendo preferência por membro da família extensa: aquela que 
se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes 
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e 
afetividade. Ou seja, a alguém que revele compatibilidade com a natureza da medida. 
guarda unilateral: 
A cessação do vínculo de convivência dos pais não altera as relações deles com os filhos (CC, art. 
1.632). A lei define guarda unilateral (CC, art. 1.583, §1º): é a atribuída a um só dos genitores ou a 
alguém que o substitua. A guarda exclusiva a um dos genitores decorre do consenso de ambos ou 
quando um deles declarar ao juiz que não deseja a guarda compartilhada. 
Claramente a preferência é pela guarda compartilhada. Tanto é assim que, na audiência, o juiz tem 
o dever de informar aos pais o significado e a importância desta modalidade de convivência. E, 
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar é aplicada a guarda 
compartilhada. 
A cessão do vínculo de convivência dos pais não altera as relações deles com os filhos. Ainda que a 
guarda seja unilateral, compete a ambos o pleno exercício do poder familiar. O não guardião pode 
ter os filhos em sua companhia em períodos estabelecidos por consenso ou fixados pelo juiz. 
Igualmente tem ele o dever de supervisionar os interesses dos filhos. Para isso, tem legitimidade para 
solicitar informações e até prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações 
que direta ou indiretamente afetam a saúde física e psicológica, bem como a educação dos mesmos. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
É atribuição dos pais, o dever de dirigir a criação e a educação dos filhos, tendo ambos os pais o dever 
de fiscalizar sua manutenção e educação. Tanto isso é verdade que, mesmo ao genitor que não 
convive com o filho, a escola tem o dever de informar sobre a frequência e o rendimento do aluno, 
além da execução da proposta pedagógica da escola. 
convivência compartilhada: 
Quando do rompimento do convívio dos pais, acaba ocorrendo uma redefinição das funções 
parentais, que resulta em uma divisão dos encargos. O dinamismo das relações familiares, com o 
maior comprometimento de ambos no cuidado com os filhos, faz vingar a guarda conjunta ou 
compartilhada, que assegura maior aproximação física e imediata dos filhos com cada um deles. 
Por isso, compartilhar a guarda dos filhos é o reflexo mais fiel do que se entende por poder familiar. 
É a modalidade de convivência que garante, de forma efetiva, a corresponsabilidade parental, a 
permanência da vinculação mais estrita e a ampla participação dos dois na formação e educação 
do filho, do que a simples visitação não dá espaço. 
Os fundamentos da guarda compartilhada são de ordem constitucional e psicológica, visando 
basicamente garantir o interesse dos filhos. Significa mais prerrogativas aos pais, fazendo com que 
ambos estejam presentes de forma mais intensa na vida dos filhos. 
Compartilhar a guarda de um filho diz muito mais com a garantia de que ele terá pais igualmente 
engajados no atendimento aos deveres inerentes ao poder familiar, bem como aos direitos que tal 
poder lhes confere. A guarda compartilhada deve ser tomada, antes de tudo, como uma postura, 
como o reflexo de uma mentalidade, segundo a qual pai e mãe são igualmente importantes para os 
filhos de qualquer idade e, portanto, essas relações devem ser preservadas para a garantia de que o 
adequado desenvolvimento fisiopsíquico das crianças ou adolescentes envolvidos venha a ocorrer. 
Somente quando ambos os pais se manifestam expressamente pela guarda unilateral o juiz não 
pode impor o compartilhamento. No entanto, caso um dos genitores não aceite a guarda unilateral, 
deve ser determinada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, a guarda compartilhada, 
se esta for a orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar (artigo 1584, §2º, CC). 
A guarda compartilhada se aplica a qualquer modelo de família.Pode ser fixada por consenso ou via 
determinação judicial, quando ambos forem aptos a exercer o poder familiar. Caso não adotada a 
forma compartilhada no divórcio ou na dissolução da união estável, é possível ser buscada por um 
dos pais em ação autônoma (artigo 1584, inciso I, do CC). 
Como existe a possibilidade de crianças e adolescentes estarem sob a guarda de pessoas outras 
que não os genitores – o que ocorre de forma bastante frequente com relação aos avós – nada 
impede que seja estabelecida a guarda compartilhada entre avós e genitores, ou entre estes e 
algum outro parente. 
O regime de compartilhamento não se reflete na obrigação alimentar, até porque nem sempre os 
genitores gozam das mesmas condições econômicas. Como as despesas do filho devem ser divididas 
entre ambos os pais, os alimentos podem ser buscados pela via judicial. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
Há uma modalidade de guarda compartilhada que, além da perfeita harmonia entre os genitores, 
exige certo padrão econômico. É a que se chama de aninhamento ou nidação. O filho permanece 
na residência e são os genitores que se revezam, mudando-se periodicamente cada um deles para 
a casa em que o filho permanece. Só que, nesta hipótese, há necessidade da mantença de três 
residências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
igualdade parental: 
Muitas foram as alterações no Código Civil que regulamentaram a guarda compartilhada. Até ser 
explicitado (CC, art. 1.584, §2º): o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma 
equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos 
filhos. 
A expressão “divisão equilibrada do tempo” tem gerado muitos questionamentos, sobre o limite e 
extensão deste equilíbrio. Giselle Groeninga afirma existir uma confusão quanto ao seu significado. 
Diz ser importante que esta se dê tendo em vista as condições e interesses que variam em cada 
fase do desenvolvimento dos filhos, como também de acordo com as possibilidades dos pais, 
levando-se em conta o exercício diferenciado das funções parentais. 
 
 
 
 
 
 
 
“Guarda alternada” e “residência alternada” são situações distintas. A expressão residência 
alternada tem sido utilizada para caracterizar um regime de distribuição igualitária do tempo de 
convivência doméstica dos filhos com os genitores, de forma consistente e estável, quer 
Enunciado 603 do CJF: a distribuição do tempo de convívio na guarda compartilhada deve atender precipuamente ao 
melhor interesse dos filhos, não devendo a divisão de forma equilibrada, a que alude o §2º do artigo 1583 do Código 
Civil, representar convivência livre ou, ao contrário, repartição de tempo matematicamente igualitária entre os pais. 
Enunciado 604 do CJF: a divisão, de forma equilibrada, do tempo de convívio dos filhos com a mãe e com o pai, 
imposta na guarda compartilhada, não deve ser confundida com a imposição do tempo previsto pelo instituto da 
guarda alternada, pois esta não implica apenas a divisão do tempo de permanência dos filhos com os pais, mas 
também o exercício exclusivo da guarda pelo genitor que se encontra na companhia do filho. 
Enunciado 606 do CJF: o tempo de convívio com os filhos de forma equilibrada com a mãe e com o pai deve ser 
entendido como divisão proporcional de tempo, da forma que cada genitor possa se ocupar dos cuidados pertinentes 
ao filho, em razão das peculiaridades da vida privada de cada um. 
É possível afastar a guarda compartilhada com base em peculiaridades do caso concreto mesmo que não previstas no 
§ 2º do art. 1.584 do CC? 
O STJ está dividido, havendo decisões em ambos os sentidos: 
1ª) NÃO. A guarda compartilhada apresenta força vinculante, devendo ser obrigatoriamente adotada, salvo se um dos 
genitores não estiver apto a exercer o poder familiar ou se um deles declarar ao magistrado que não deseja a guarda do 
menor. 
 2ª) SIM. As peculiaridades do caso concreto podem servir como argumento para que não seja implementada a guarda 
compartilhada. Ex: se houver dificuldades geográficas (pai mora em uma cidade e mãe em outra, distante). Isso porque 
deve-se atentar para o princípio do melhor interesse dos menores. Assim, as partes poderão demonstrar a existência de 
impedimento insuperável ao exercício da guarda compartilhada, podendo o juiz aceitar mesmo que não expressamente 
previsto no art. 1.584, § 2º. A aplicação obrigatória da guarda compartilhada pode ser mitigada se ficar constatado que 
ela será prejudicial ao melhor interesse do menor. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
semanalmente, no sistema quatro dias vs. três dias, quer seja mensalmente, no modelo mês com o 
pai/mês com a mãe, ou ainda por qualquer outro período de rodízio previamente estabelecido. 
Na hipótese de a guarda ser determinada judicialmente é que cabe estabelecer atribuições e definir 
os períodos de convivência. Para isso, recomendável que seja feita avaliação por equipe 
interdisciplinar e, se necessário o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico aos pais. 
A concessão da guarda compartilhada não subtrai a obrigação alimentar do genitor que tem melhor 
situação financeira, pois o filho merece desfrutar de condição de vida semelhante na residência de 
ambos. Sobre a quantificação dos alimentos, pouca alteração o regime convivencial poderá trazer, 
exceto em caso excepcionais, uma vez que grande parte dos gastos infanto-juvenis se voltam às 
despesas com escola, plano de saúde, material escolar, remédio, roupas e calçados que se manterão 
fixos, independentemente do período em que o filho permanece com cada um dos genitores. 
• Base de moradia: a guarda compartilhada é definida como responsabilização e o exercício 
conjunto dos direitos e deveres dos pais concernentes ao poder familiar dos filhos, devendo 
o tempo de convívio com cada um dos pais ser dividido de forma equilibrada. 
Não importa a discordância de um ou de ambos os pais, ou eventual estado de beligerância entre 
eles. Encontrando-se ambos aptos ao exercício do poder familiar, a guarda é sempre compartilhada. 
Imposta a guarda compartilhada, cabe ao juiz, de ofício, atentando às necessidades específicas, 
promover a divisão equilibrada do tempo de convívio com cada um dos pais, nem que para isso 
precise de socorrer-se da orientação de equipe interdisciplinar. 
Ora, se o filho deve conviver com ambos os genitores mediante divisão equilibrada do tempo, 
descabido estabelecer a residência de um dos pais como “base de moradia” do filho. A norma legal 
é de absoluto não senso: Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos 
será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos. 
Assim, para Maria Berenice Dias, se o período de convivência é dividido equilibradamente entre os 
pais, nada justifica eleger-se uma base de moradia; pelo contrário, o compartilhamento da custódia 
do filho pressupõe duplo domicílio. 
direito de convivência: 
Os pais têm obrigação de conviver com os filhos, que decorre do dever de cuidado. O direito de 
convivência não é assegurado somente ao pai ou à mãe, é direito do próprio filho de com eles 
conviver, o que reforça os vínculos paterno e materno-filial. 
Trata-se de um direito de personalidade, na categoria do direito à liberdade, pelo qual o indivíduo, 
no seu exercício, recebe as pessoas com quem quer conviver. Funda-se em elementares princípios 
de direito natural, na necessidade de cultivar o afeto, de firmar os vínculos familiares à subsistência 
real, efetiva e eficaz. 
Na hipótese de ocorrer a atribuição da guarda a terceiros, persiste a obrigação dos pais de 
supervisionarem os interesses do filho, não sendo impedido o exercício do direito de convivência. 
Quem não tem o filho sob sua guarda dispõe do direito de fiscalizar sua manutenção e educação. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
• Execução do regime de convivência: existem meios legais para que as visitas sejam 
cumpridastanto para que um dos pais cumpra o regime de visitação como para que o outro 
entregue o filho. Afinal, deixou o direito de convívio de ser um direito da mãe ou do pai de 
ter o filho em sua companhia. É muito mais que um direito do filho de conviver com o genitor 
que não detém sua guarda. Assim, há uma obrigação – e não simples direito – dos pais de 
respeitarem os horários de visitação. Trata-se de um dos deveres inerentes ao poder 
familiar, cujo descumprimento configura infração administrativa sujeita à multa de 03 a 20 
salários mínimos (ECA, art. 249). 
A execução para o adimplemento da obrigação de visitas pode ser proposta por qualquer dos 
genitores. Tanto o guardião pode vir a juízo para que o outro cumpra com as visitas, como a demanda 
pode ser promovida por quem não o tem sob sua guarda para assegurar o direito de tê-lo em sua 
companhia. 
Nada impede que seja buscado o adimplemento, mediante a aplicação da chamada astreinte: 
mediante a aplicação de multa. A multa cominatória não tem finalidade sancionatória ou reparatória. 
Age como instrumento de coerção indireta, tendente a dar efetividade ao mandamento judicial. 
Essa é uma poderosa forma de induzir o genitor não guardião a cumprir a obrigação de, 
periodicamente, ter o filho em sua companhia. Também serve para obrigar o guardião a entregar o 
filho nos horários e dias estabelecidos. 
O descumprimento da decisão judicial que estabelece a forma de convivência, além de evidenciar 
a prática de alienação parental, também configura ato atentatório à dignidade da justiça (artigo 
77, inciso IV, do CPC), o que enseja a aplicação de multa, sem prejuízo de sanções penais. 
• Ação de busca e apreensão: quando, no período das visitas, o genitor deixa de devolver o 
filho do dia e horário convencionados. Tal omissão enseja o uso da ação de busca e apreensão. 
Trata-se de tutela de urgência de natureza antecipada que se exaure com o cumprimento da 
medida liminar. 
estatuto da criança e do adolescente: 
A expressão “guarda” é utilizada tanto pelo Código Civil como pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente, mas com significado diverso. No âmbito do ECA, diz respeito com a situação de 
crianças e adolescentes que não convivem com qualquer dos pais e estão com direitos ameaçados 
ou violados (artigo 98 do ECA). Tem cabimento em duas situações em especial: 
• Para regularizar a posse de fato; 
• Como medida liminar ou incidental nos procedimentos de tutela e adoção. 
A guarda não gera efeitos sucessórios, não concorrendo o “guardado” à sucessão hereditária do 
guardião. Todavia, transferida judicialmente a guarda a terceiros, o guardião assume obrigação de 
caráter assistencial de natureza material, moral e educacional, sendo que a criança ou o adolescente 
adquire a condição de dependência para todos os efeitos de direito, inclusive previdenciários. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
Independentemente da situação jurídica, a colocação em família substituta não implica na suspensão 
nem na extinção do poder familiar. O guardião tem o dever de assistência material, moral e 
educacional, o que lhe confere legitimidade para opor se a terceiros, inclusive aos pais. Mesmo após 
a suspensão ou destituição do poder familiar, persiste o dever de alimentos dos genitores. Quanto à 
convivência, só cabe ser mantida se não vier em prejuízo do filho. 
Guarda segundo o CC Guarda segundo o ECA 
Deixando os pais de viver sob o mesmo teto, ainda que 
haja situação de conflito entre eles, é necessário definir a 
divisão do tempo de convívio com os filhos de forma 
equilibrada. Refere-se a convivência familiar equilibrada. 
Diz respeito com a situação de crianças e adolescentes 
que não convivem com qualquer dos pais e estão com 
direitos ameaçados ou violados. 
• Guarda unilateral; 
• Guarda compartilhada. 
• Guarda provisória; 
• Guarda definitiva. 
Gera todos os efeitos decorrentes da filiação. A guarda não gera efeitos sucessórios, todavia, 
transferida judicialmente a guarda a terceiros, o guardião 
assume obrigação de caráter assistencial de natureza 
material, moral e educacional, sendo que a criança ou o 
adolescente adquire a condição de dependência para 
todos os efeitos de direito, inclusive previdenciários. 
A convivência com ambos os genitores é direito do filho e 
obrigação dos pais. Inclusive, o descumprimento do 
regime de convivência poderá gerar multa. 
Quanto à convivência, só cabe ser mantida se não vier em 
prejuízo do filho. 
A concessão da guarda compartilhada não subtrai a 
obrigação alimentar do genitor que tem melhor situação 
financeira, pois o filho merece desfrutar de condição de 
vida semelhante na residência de ambos. 
Mesmo após a suspensão ou destituição do poder 
familiar, persiste o dever de alimentos dos genitores. 
Competência é da Vara da Família. Competência é da Vara de Infância e Juventude. 
competência: 
O critério para identificar a competência é a situação em que se encontra a criança. 
O juízo das varas da infância e da juventude só é competente se a criança ou adolescente estiver 
com seus direitos ameaçados ou violados, por omissão ou abuso dos pais ou responsáveis ou em 
razão de sua conduta. 
Estando o filho na companhia de um ou de ambos os genitores, as controvérsias que envolvam a 
guarda encontram-se na esfera familiar, no âmbito do Direito das Famílias, e a competência é das 
varas de família. 
De qualquer modo, seja no juízo que for, a competência é a do foro do domicílio de quem detém a 
guarda. A ação corre em segredo de justiça, sendo obrigatória a participação do Ministério Público. 
autorização para viagem: 
O tema é regulado pelo ECA (artigos 83 a 85) e pelo Conselho Nacional de Justiça. 
Quer via terrestre, quer via aérea, ninguém com menos de 16 anos de idade pode viajar para fora 
da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
judicial. Não é necessária autorização se foram comarcas contíguas na mesma região 
metropolitana. 
Dentro do território nacional não é necessária autorização para o filho viajar com somente um 
deles. Para viajar com parentes até o terceiro grau, é preciso provar documentalmente o parentesco. 
Em viagens com uma pessoa maior de idade, basta a autorização de um dos pais ou responsáveis. 
Sem autorização, é indispensável autorização judicial. 
Com referência a viagens internacionais, se o filho estiver acompanhado de ambos os pais não há 
qualquer exigência. Até completar 18 anos, para o filho viajar na companhia de somente um dos 
genitores, é necessária autorização do outro. Para viajarem desacompanhados ou em companhia 
de pessoa maior e capaz, é preciso haver autorização de ambos. A autorização pode ser concedida 
por escritura pública ou documento particular com firma reconhecida. 
Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente brasileiro pode sair do 
país em companhia de estrangeiro. É necessário o consentimento de ambos os genitores para a 
mudança permanente do filho para outro município. 
 Autorização judicial para viagem 
nacional 
Autorização judicial para viagem 
internacional 
 
 
 
Menor de 16 anos 
• Comarca contíguas na mesma 
região metropolitana: NÃO; 
• Demais regiões: SIM 
• Viajar com somente um dos pais: 
NÃO; 
• Viajar com pessoa maior de 
idade: SIM. 
• Viajar com somente um dos pais: 
NÃO; 
• Viajar com pessoa maior de 
idade: SIM. 
De 17 a 18 anos completos NÃO. SIM. 
dano efetivo: 
Comprovado que a falta de convívio pode gerar danos, a ponto de comprometer o 
desenvolvimento pleno e saudável do filho, a omissão do pai gera dano afetivo suscetível de ser 
indenizado. A negligência justifica, inclusive, a perda do poder familiar, por abandono. 
A possibilidade de reparação por danos, por meio da responsabilidade civil, se dá pelo 
descumprimento do dever objetivo de cuidado, expresso na Constituição da República, noCódigo 
Civil e no ECA. É a omissão do dever de cuidado objetivo, previsto constitucional e legalmente que 
caracteriza o ato ilícito. 
A lei responsabiliza os pais no que toca aos cuidados com os filhos. A ausência de cuidado, o 
abandono moral, violam a integridade psicofísica dos filhos, bem como o princípio da solidariedade 
familiar, valores protegidos constitucionalmente. Esse tipo de violação configura dano moral. E quem 
causa dano é obrigado a indenizar. O valor deve ser suficiente para cobrir as despesas necessárias 
para que o filho possa amenizar as sequelas psicológicas. 
A ação de indenização decorrente do abandono afetivo é da competência das varas de família. O 
prazo prescricional é de três anos, a contar da maioridade do filho. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
alienação parental: 
Não raras as vezes, quando da ruptura da vida conjugal, se um dos cônjuges não consegue elaborar 
adequadamente o luto da separação, com o sentimento de rejeição, ou a raiva pela traição, surge o 
desejo de vingança que desencadeia um processo de destruição, de desmoralização, de descrédito 
do ex-parceiro. 
O filho é utilizado como instrumento da agressividade, sendo induzido a odiar um dos genitores. 
Trata-se de verdadeira campanha de desmoralização. Pode incidir em qualquer um dos genitores e, 
num sentido mais amplo, pode ser identificado até mesmo em outros cuidadores. Pode ser levado a 
efeito frente aos avós, tios ou padrinhos e até entre irmãos. 
Alienação parental é definida como (artigo 2º da Lei 12.318/10): interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós 
ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, para que 
repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
Havendo indícios de sua prática, possível a instauração de procedimento autônomo ou incidental, 
que tem tramitação prioritária, devendo o juiz adotar as medidas necessárias à preservação da 
integridade psicológica do filho. Um dos pais ou algum parente que se sinta vítima da alienação 
parental pode intentar a ação. 
 
O juiz pode agir de ofício e o Ministério Público dispõe de legitimidade para a demanda. O foro 
competente para ação é determinado pelo domicílio dos pais. 
 
 
Caracterizada a prática de alienação parental ou conduta que dificulte a convivência paterno-filial, 
sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal do alienador, o juiz, além de declarar a 
ocorrência de alienação parental e advertir o alienador, pode adotar medidas outras como: ampliar 
o regime de convivência familiar; estipular multa; determinar a alteração da guarda unilateral para 
guarda compartilhada ou sua inversão; e até suspender a autoridade parental. 
animais de estimação: 
A justiça tem sido acionada para deliberar sobre guarda, convivência e alimentos dos animas de 
estimação, uma vez que não existe nenhuma regulamentação legal. 
Há toda uma discussão sobre a natureza dos animas domésticos, sendo questionada a classificação 
como coisas. Inclusive estão sendo chamados de seres sencientes, com capacidade cognitiva, 
podendo sofrer e sentir emoções, formando com seus donos uma família multiespécie. 
Determinada a realização de perícia psicológica ou biopsicossocial, o laudo deve ser apresentado em 90 dias. 
A injustificada mudança de domicílio para local distante é reconhecida como prática alienadora, sendo admitida a 
fixação cautelar do domicílio, a fim de inibir o distanciamento entre pai e filho e, por conseguinte, o deslocamento de 
competência. Além disso, caracterizada a mudança abusiva de endereço, o juiz pode inverter a obrigação de levar ou 
retirar o filho da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. 
 
 
Direito de Família 
5º período - 2021 
A guarda é um instituto que trata da posse de fato de pessoas incapazes. Mas, em face da semelhança 
com o conflito sobre a convivência com os filhos, possível a aplicação analógica dos mesmos 
dispositivos legais. 
O conceito de família vem adquirindo tal elasticidade que a doutrina denomina de família 
multiespécie, constituída pelos donos e seus animais de estimação, membros não humanos. Deste 
modo, a disputa pelo animal de estimação, quando do término do casamento ou da união estável, 
deve ser apreciada pelo juízo de família. 
Independentemente de serem de propriedade de um ou do outro, a tendência é reconhecer a 
cotitularidade e a concessão de tutela jurídica aos animas domésticos, com o estabelecimento de 
períodos de custódia compartilhada. Pode ser deferida a guarda unilateral ou conjunta. 
Também é estabelecido o pagamento de verba de natureza alimentar, para custear ração, tosa, 
vacinas, consultar veterinárias e outras necessidades. 
Proteção da pessoa dos filhos 
 
Guarda unilateral 
Compreende-se por guarda unilateral “a atribuída a um 
só dos genitores ou a alguém que o substitua (CC, art. 
1.593, §1º). 
 
 
 
 
 
 
Guarda compartilhada 
O art. 1.583, §1º, do CC, conceitua a guarda 
compartilhada como “a responsabilização conjunta e o 
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não 
vivem sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar 
dos filhos comuns”. 
• A guarda compartilhada pode ser estabelecida 
mediante consenso ou determinação judicial. 
Caso não convencionada na ação de divórcio, 
pode ser buscada em ação autônoma. Também 
pode ser requerida por qualquer dos pais em 
ação própria. 
 
 
Direito de visita 
O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, 
poderá visita-los e tê-los em sua companhia, segundo o 
que acordar com o outro cônjuge, ou se for fixado pelo 
juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação. 
• Os avós, segundo critério do juiz, tem direito de 
vista aos netos, depois do fim do relacionamento 
dos pais da criança ou adolescente. 
 
 
 
Alienação parental 
Caracteriza-se como a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou 
induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que 
tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, 
guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que 
cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de 
vínculos com este.

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