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NOEMI ANDRADE 1 ANTAGONISTA DE RECEPTOR H2 Os antagonistas H2 da histamina são drogas amplamente utilizadas, isoladamente ou em associação com outros fármacos, como antiácidos, nos estados de hipersecreção cloridopéptica. Os antagonistas H2 da histamina mais utilizados na prática clínica são a cimetidina, ranitidina e famotidina. OBS: No entanto a Ranitidina foi suspensa a importação de insumos para produção no Brasil. A ação tem caráter cautelar e preventivo, uma vez que estudos em animais classificam a substância NDMA como um provável agente cancerígeno humano. A NDMA é uma nitrosamina e pode ser encontrada na água e em alimentos, mas não é esperado que cause danos quando ingerida em níveis muito baixos. Portanto, a Anvisa continuará atuando para evitar nitrosaminas nos medicamentos e atuará com seus parceiros internacionais para proteger a saúde dos pacientes, com a adoção de medidas efetivas para impedir que essas impurezas estejam presentes nos medicamentos. FARMACOCINETICA 0s antagonistas H2 da histamina são rapidamente absorvidos após a administração oral. A concentração sanguínea máxima da cimetidina ocorre entre 45 e 90 minutos após sua administração. Apenas 30% da cimetidina são metabolizados pelo sistema de oxigenase de função microssomal hepática. A famotidina 6 20 vezes mais potente que cimetidina e 7,5 vezes mais potente que a ranitidina. Após a administração oral, o inicio do efeito anti-secretor aparece dentro de uma horas e atinge seu valor máximo dentro de uma a três horas. MECANISMO DE AÇÃO A célula parietal possui receptores H2 sensíveis a histamina, respondendo a quantidades menores que a concentração limiar que atua sobre os receptores H2 nos vasos sanguíneos. No homem, a histamina é derivada dos mastócitos ou células contendo histamina semelhante aos mastócitos que se Iocalizam próximo à céIula parietal. Há uma liberação basal de histamina que pode ser aumentada pela gastrina e acetilcolina. A ação estimulada de histamina da célula parietal e outros Iocais envolve a estimulação da adenil-ciclase e aumento do AMP-ciclico. Os antagonistas H2 inibem competitivamente a interação da histamina com os receptores H2, sendo altamente seletivos. Embora existam receptores H2 em diversos tecidos (músculos Iiso vascular e brônquico, coração, útero e provavelmente cérebro), os antagonistas H2 pouco interfere nas respostas fisiológicas outras além da secreção gástrica. Estes fármacos inibem a secreção gástrica estimulada pela histamina e outros agonistas H2 de forma competitiva e dose dependente. Também inibem a secreção ácida provocada pela gástrina e, em menor grau, por agonistas muscarínicos. Além disso, essas drogas inibem a secreção ácida basal de jejum, noturna, estimuIada por alimentos, por distensão fúndica e por vários fármacos, mostrando a importância da histamina na medicação de diversos estímulos. Os antagonistas H2 diminuem tanto o volume de suco gástrico secretado como sua concentração de íons H+, bem como de pepsina pelas células principais das glândulas gástricas. Não alteram a concentração plasmática de gastrina nas condições de jejum, mas a elevação normal pós prandial pode ser acentuada devido à redução por “feed-back” da inibição da secreção de gastrina que é acionada pelos íons H. NOEMI ANDRADE 2 INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS Para entender como esses fármacos agem primeiro deve-se lembrar que a bomba de próton está localizada na célula parietal, que fica no estômago, ela recebe estímulos para liberar H+(próton) e libera cloreto para formar o ácido clorídrico. Ou seja, as células parietais são responsáveis para formar o suco gástrico para manter o pH do estomago em mais ou menos 2. Então, como o próprio nome diz esses fármacos agem nessas células inibindo a secreção ácida tanto basal quanto estimulada. Eles são considerados pró fármacos, ou seja, são ativados em meio ácidos o que faz com que esses fármacos tenham uma proteção ao serem ingeridos por via oral como grânulos encapsulados, pois eles precisam ser absorvidos lá nas células parietais para ativarem a sua ação. Os inibidores de bomba de prótons (IBP) são pró-fármacos que exigem ativação em meio ácido ligando- se de modo covalente a grupos sulfidrila na boma H+/K+/ATPase, inativando-a irreversivelmente. Os IBPs são compostos benzimidazólicos e dispõe-se de 5 grupos para uso clínico: omeprazol, esomeprazol (s- isômero do omeprazol), lansoprazol, rabeprazol e o pantoprazol. INDICAÇÕES Os IBP’s são indicados para o tratamento de doenças relacionadas ao excesso de ácido gástrico tais: úlceras hemorrágicas, doença do refluxo gastroesofágico, para prevenção de úlceras pépticas em pacientes que necessitam fazer uso prolongado de AINEs, em protocolos de erradicação da Helicobacter pylori, na síndrome de ZollingerEllison, gastrinomas, esofagite e gastrite. Dentre os inibidores da bomba de próton temos o omeprazol, protótipo da classe, posterior a ele o lansoprazol, pantoprazol, rebeprazol, esomeprazol e por fim o mais recentemente inserido no mercado, o dexlansoprazol. MECANISMO DE AÇÃO No lúmen estomacal a liberação de ácido clorídrico é feita através da enzima H+/K+-ATPase (bomba de prótons), que fica localizada nos canalículos das células parietais. Para que essa enzima seja ativada, depende de três estímulos principais: histamina, gastrina e acetilcolina. O mecanismo de ação dos inibidores da bomba de prótons acontece por meio da inibição da enzima H+/K+- ATPase, fazendo com que ocorra o bloqueio da secreção ácida do estômago, impedindo a troca de H+ e K+, já que a produção ácida ocorre por meio dessa troca. Assim, aumentam o pH do suco gástrico, sendo assim se diferenciam no tratamento de doenças gástricas justamente por inibir o último passo da produção de ácido clorídrico. Ademais, para que ocorra a inibição da enzima H+/K+-ATPase, esse fármaco funde-se com o receptor da enzima por meio de uma ligação covalente com os resíduos de cisteína, fazendo com que a bomba de NOEMI ANDRADE 3 prótons não se regenere, assim a produção de ácido será garantida somente após a síntese de uma nova enzima. Por cerca de 24 a 48 horas essa inibição irreversível atua com ação localizada. Essa classe se mostra superior, em relação aos outros fármacos que também interferem na secreção gástrica, inibindo cerca de 80-95% das bombas de prótons presentes nas células parietais do estômago. Os IBPs produzem uma supressão ácida significativamente mais eficaz e prolongada do que os antagonistas dos receptores H2 e são capazes de manter o pH intragástrico superior a 4 por até 16 a 18 h/dia. FARMACOCINÉTICA Todos esses fármacos são eficazes por via oral. Para que se tenha um efeito máximo, devem ser ingeridos entre 30 e 60 antes do dejejum ou da refeição principal do dia (maior). Alguns são disponibilizados em formulações Intravenosas, como o Esomeprazol, lansoprazol e pantoprazol. Apesar de terem meia-vida de poucas horas no plasma. Eles têm duração mais longa de ação em razão da fixação covalente à enzima H+/K+-ATPase. FARMACODINÂMICA os IBP inibem a secreção tanto em jejum como também estimulada por uma refeição, já que bloqueiam a bomba de prótons, via comum final de secreção de ácido. os IBP inibem 90 a 98% da secreção de ácido em 24 horas, quando administrados em doses convencionais. Quando administrados em doses equivalentes, os diferentes agentes exibem pouca diferença na sua eficácia clínica. EFEITOS ADVERSOS Embora os inibidores de bomba de prótons sejam extremamente seguros, alguns efeitos adversos foram relatados, tais como: diarreia, dor abdominal e cefaleia. Em tratamentos prolongados, pode haver diminuição dos níveis de vitamina B12, além de aumentar o risco de fraturas em quadril. Estes tratamentos de longa duração, em pacientes infectados por H. pylori, provocam aumento da inflamação crônica no corpo gástricoe diminuição da inflamação no antro. Foram relatados casos de hipomagnesemia grave, porém desconhece-se o mecanismo de ação. Há também indícios de que o uso do IBPs aumente o risco para infecções respiratórias e intestinais. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS A redução da acidez gástrica pode modificar a absorção de fármacos como cetoconazol, itraconazol, digoxina e atazanavir. O metabolismo da varfarina, da fenitoína e do diazepam podem ser inibidos pelo uso do omeprazol. O metabolismo do diazepam também pode ser diminuído pelo esomeprazol. A depuração da teofilina pode ser intensificada pelo uso do lansoprazol. Já o rabeprazol e o pantoprazol não demonstram interações medicamentosas significativas. NOEMI ANDRADE 4 Resumindo: AGENTES PROCINÉTICOS Os agentes procinéticos são utilizados no manejo dos distúrbios motores do trato digestivo, em especial no refluxo gastroesofágico, na doença do refluxo gastroesofágico e na gastroparesia. Também são indicados para o tratamento de sintomas como a dispepsia, diminuição da motilidade gástrica, controle de náuseas e vômitos. CLASSES DE FÁRMACOS Os agentes procinéticos atuam de modo a facilitar a motilidade gastrintestinal, através do aumento do tônus da musculatura lisa do trato gastrointestinal (TGI), assim como do peristaltismo e da taxa de esvaziamento gástrico. Com isto, alguns desses fármacos possuem também ação antiemética. O estímulo da motilidade do aparelho digestivo, ocorre através da ação direta sobre o músculo liso entérico ou através da interação com os neurônios do sistema nervoso entérico. BENZAMIDAS São exemplos de fármacos pertencentes a esta classe, a metoclopramida e a bromoprida. Atuam no esôfago, estômago e intestino delgado proximal. São antagonistas dos receptores D2 da dopamina, bloqueando e tendo efeito procinético secundário. Como resultado, se observa o aumento da motilidade e esvaziamento gástrico. Também reduzem o relaxamento do estômago, aumentando as contrações do antro gástrico e a sensibilidade e resposta à ação da acetilcolina. • A metoclopramida deve ser utilizada com cuidado em crianças, pois a dose terapêutica é próxima à dose em que se observam os efeitos adversos, como a sonolência, irritabilidade e distonias. • A bromoprida é altamente indicada em indivíduos que apresentam alterações gástricas mais severas, pois age reduzindo as sensações desagradáveis, como as náuseas e a plenitude pós- prandial, que é a sensação desconfortável de persistência prolongada do alimento no estômago. A cisaprida é um derivado da metoxibenzamida, considerado um agente serotoninérgico. Atua aumentando e coordenando a motilidade propulsora gastrintestinal, de modo a impedir a estase e o refluxo. Ao estimular os receptores 5-HT4 da serotonina, aumenta a liberação de acetilcolina no sistema nervoso entérico, resultando no aumento das contrações antrais, do peristaltismo e esvaziamento gástrico. Diferente dos outros fármacos aceleradores da motilidade, a cisaprida não possui propriedade antidopaminérgica ou estimulante dos receptores colinérgicos, de modo a não causar os efeitos adversos provocados por esses medicamentos. NOEMI ANDRADE 5 OBS: Por regulamentação da ANVISA, medicamentos que contenham em sua fórmula a cisaprida têm a sua produção e venda proibidas no País, devido a relatos de Síndrome do QT longo, que pode resultar em arritmias e morte. EFEITOS ADVERSOS Entre os mais comuns, estão a sedação, sensação de boca seca e cefaleia.
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