Teoria da Literatura I- Regina Zilberman - Resumo

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Curso: Letras-Inglês Licenciatura Campus: Vergueiro Disciplina: Teoria Literária 
Aluna: Hellen Silva Santos RA: F0967B1 Período: Noturno 
Teoria da Literatura I – Regina Zilberman 
Teoria da Literatura, assim denominada a partir do século XIX, é a ciência que tem por 
objeto de estudo a literatura, ou seja, a análise do material produzido pela literatura, que é uma 
manifestação artística e cultural. O estudo da literatura se inicia desde a Grécia antiga, nos 
séculos IV e V a.C., onde o foco eram os aspectos retóricos dos textos produzidos pelos 
principais autores da época, os quais foram base para a criação de um conjunto de regras para a 
produção literária. Um dos primeiros e principais estudiosos da área foi Platão, que para refutar 
a Oratória, analisou poemas e discursos produzidos e para descrever sua conclusão utilizou a 
palavra Mimese, pois, para ele, toda obra literária é a representação do mundo sensível que, por 
conseguinte é a representação do mundo das ideias, seguindo esse conceito, para definir a poesia 
utilizou o termo “imitação de segundo grau”. Já Aristóteles divide o estudo em duas partes, a 
Poética, que tentou compreender e problematizar a singularidade do fenômeno poético, onde 
predominava a mimese das ações humanas (tema das poesias), e a Retórica, que era voltada para 
as técnicas de Oratória utilizadas pelo indivíduo num discurso. Em ambas as disciplinas, foram 
propostos regulamentos a serem seguidos para que se pudesse produzir, atribuindo a elas caráter 
normativo. 
 No século XIX, a Teoria da literatura voltou o seu olhar para o estudo diacrônico das 
produções literárias, ou seja, investigava o passado de produção de um país, para que pudesse 
ser escrito a História da Literatura daquela nação. O estudo também abrangia a análise dos 
fatores externos que poderiam ter influenciado a obra. Na primeira metade do século XX, duas 
tendências se sobressaíram, uma Formalista, que valorizava a estruturação do texto e a descrição 
do gênero abordado, no qual se destacou um grupo de estudantes russos que através do 
desenvolvimento desta vertente criaram o Formalismo Russo. Dentre os contribuintes, temos 
Vitor Chklovski, que incorporou os conceitos de procedimento e estranhamento, o primeiro 
termo se refere ao conjunto de técnicas empregadas pelo autor na finalidade de criar algo 
totalmente original e desconhecido, o segundo termo se refere ao efeito esperado que a obra 
causaria no público. Chklovski discordava do conceito de mimese, pois, para ele, o leitor não 
deveria esperar encontrar algo já conhecido na literatura, mas sim, entrar em contato com algo 
inteiramente novo, como se o mundo o fosse apresentado pela primeira vez. A segunda 
tendência vigente na primeira metade do século XX é a Sociologia da Literatura, com algumas 
ideias do determinismo, estuda o quanto a sociedade influencia a literatura. Seguindo as ideias 
do Formalismo, surgiu o Estruturalismo Tcheco, que além de se preocupar com as questões de 
linguagem, expandiu seus estudos na área da Fonologia, com a contribuição de Roman 
 
Jakobson (inicialmente formalista), e no estabelecimento de relações entre o estudo literário e a 
Estética, por Jan Mukarovski. Este, estabeleceu que a obra literária é uma estrutura composta 
por elementos que se relacionam e cada um tem suas significações determinadas pelo vinculo 
que estabelece com os demais. Mukarovski incorporou também os conceitos de norma estética, 
que é o conjunto de regras, consolidado pelo tempo, que determina a criação de uma obra 
literária e valor estético, que opõe-se ao primeiro conceito ao ir contra a normatização da 
criação artística. 
 A partir de 1960, a Teoria da literatura ganhou novos campos de estudo com influencias 
de áreas como a Psicanálise, a Antropologia e a Linguística. Dentre eles temos o Pós-
Estruturalismo, a Estética da Recepção, o Desconstrutivismo, a Critica de Gênero, os Estudos 
Pós-Coloniais e os Estudos Culturais. Faz parte dos estudos da Teoria Literária a classificação 
do texto como literário ou não, para uma obra ser considerada literária, ela deve apresentar 
alguns elementos como propósito artístico e principalmente a verossimilhança, que é a 
capacidade do texto de se assemelhar à realidade. A verossimilhança é o que integra os 
elementos da obra, conferindo a ela a coesão e coerência necessárias. O conceito do que é ou 
não literário sofreu constante alteração ao longo do tempo. Por exemplo, na Grécia antiga o que 
definia o caráter literário de uma produção eram as regras estabelecidas pela Poética; no 
Romantismo, valorizava-se o novo e a subjetividade; no Naturalismo, a abordagem de questões 
sociais e psíquicas a partir da ciência; no Modernismo, a contestação dos padrões vigentes e a 
constante busca pela novidade; atualmente avalia-se o caráter ficcional e a verossimilhança do 
texto. 
 Conceitos importantes para a Teoria da Literatura foram os concebidos por Iuri Lotman, 
integrante da Escola de Tártu, voltada à Semiologia. Ele vê a obra literária como uma estrutura 
artística composta por elementos essenciais que a caracterizam como meio de comunicação, 
para a identificação dos elementos estruturas do texto, Lotman o divide em dois eixos: “o 
paradigmático, que reconhece as equivalências, e o sintagmático, que reflete sobre as 
combinações tanto dos elementos idênticos quanto dos elementos distintos.” (ZILBERMAN, 
2012, p.81). Outro grande contribuinte foi Roman Jakobson, participante do Formalismo e 
Estruturalismo, incorporou a Teoria da Literatura os conceitos de Literalidade, que para ele é o 
real objeto da Ciência Literária, pois o uso da língua na literatura se difere no discurso 
cotidiano; e o conceito de Intertextualidade, pelo qual afirma haver uma espécie de dialogo 
entre os textos, pois cada texto faz referencia a um antecedente ou contemporâneo. 
Dados bibliográficos: 
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