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LESÕES BUCAIS EROSIVAS

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LESÕES EROSIVASESTOMATOLOGIA
· A erosão leva a diminuição da espessura epitelial gerando um aspecto clínico avermelhado devido a maior visualização do componente vascular presente no tecido conjuntivo subjacente. 
· Podem causar desconforto no local, em especial sensação de ardência.
· Essas lesões podem ter agentes etiológicos distintos (trauma, infecções, autoimunes, distúrbios sistêmicos).
· O estabelecimento do diagnóstico correto se torna fundamental para que as mesmas possam ser tratadas adequadamente.
Candidíase Atrófica Crônica
· Clinicamente se caracteriza por área eritematosa difusa pontilhada ou granulosa na mucosa de revestimento do palato duro associados às áreas chapeáveis das próteses.
· Trata-se de uma infecção fúngica oportunista superficial, frequente em boca, causada por alguma espécie de Cândida (mais comumente a C. albicans). As diferentes espécies de Cândida fazem parte da composição normal da microbiota da boca. 
· Em alguns casos, fatores locais ou sistêmicos podem favorecer a proliferação destes fungos e, consequentemente, instalação da doença:
· Uso de próteses removíveis ou totais mal higienizadas ou que gerem trauma na mucosa são os mais frequentes. 
· Diabetes Mellitus é uma condição sistêmica muito relacionada com quadros de candidíase bucal.
· O diagnóstico é baseado nos aspectos clínicos, não se faz necessária a realização de exames complementares. 
· O tratamento consiste na orientação quanto à higienização das próteses, sua remoção no período noturno para desinfecção e o tratamento medicamentoso.
· Iniciar com Nistatina suspensão oral 100.000 UI/ml, principalmente em casos de lesões múltiplas ou amplas sobre próteses totais/PPRs.
· Substituir por gel de miconazol oral em casos não responsivos. Em casos raros, o fato de não haver resposta ao tratamento pode ser atribuído a reações alérgicas.
· Em lesões localizadas, o miconazol pode ser a primeira alternativa. Em casos de candidíase sobre dentadura, regiões ásperas da prótese podem gerar micro trauma, portanto devem ser removidas.
· Reavaliar o paciente em 30 dias. Caso não haja remissão do quadro, pode-se fazer uso de antifúngicos sistêmicos como fluconazol.
* Cuidado com as Próteses Removíveis – PPRs e próteses totais desadaptadas, mal higienizadas, antigas ou que não são removidas à noite. 
· Orientar para que as próteses sejam removidas à noite, higienizadas e colocadas em copo com solução desinfetante: 
- Colocar a prótese de molho em um copo de água com uma colher das de sopa de Hipoclorito de Sódio (QBoa) ou na solução de Digluconato de Clorexidina 0,2%, enquanto o paciente dorme à noite. 
- Ao acordar, lavar a prótese com bastante água da torneira antes de usar.
Obs.: O Digluconato de Clorexidina é recomendada especialmente em casos de próteses que apresentam base de metal, que pode oxidar se for utilizada a solução de hipoclorito de sódio. A solução de Digluconato de Clorexidina (0,2%) utilizada para higienização da prótese é mais concentrada do que a utilizada para controle químico de biofilme (0,12%), pois a Cândida penetra no acrílico. Em função disso é necessário que esta solução seja manipulada.
· Avaliar necessidade de ajuste, reembasamento ou confecção de novas próteses. 
Estomatite de Contato
· É uma reação inflamatória ou reação de hipersensibilidade associada a algum tipo de material. 
· Essas lesões podem aparecer em vários sítios da boca e, quando no palato, estão mais associadas ao acrílico de aparelhos/próteses totais e removíveis. 
· Tem sido relatado que isso acontece quando o acrilíco não foi devidamente preparado, permanecendo um alto conteúdo de monômero de metil metacrilato residual. 
· Clinicamente, se caracterizam como áreas avermelhadas/eritematosas limitadas ao local de contato com os aparelhos removíveis. 
· Causa sensação de ardência e/ou dor no local. 
· Em casos raros podem ocorrer reações de ordem sistêmica, de maior ou menor intensidade, como: sensação de queimação, dificuldade na deglutição, edema nos lábios e urticaria. 
· Essas lesões não são muito frequentes, mas devem entrar no diagnóstico diferencial de lesões erosivas em palato. 
· O diagnóstico clínico é feito por exclusão. Inicialmente deve-se suspeitar de candidíase atrófica crônica, porém, após terapia com antifúngico, a lesão não regride. Assim, deve-se pensar em lesão inflamatória de hipersensibidade ao acrílico. 
· A conduta inicial pode ser o reembasamento com condicionadores de tecido, uso de medicação tópica com antiinflamatórios esteroidais. Porém, a resolução só ocorre com a troca do aparelho protético de resina por metal.
Lesão Associada a Trauma por Sexo Oral 
(Felação)
· A felação é a estimulação do pênis com a boca. 
· Dependendo da intensidade e frequência com que é realizado o sexo oral, pode ocasionar uma lesão avermelhada, normalmente ovalada, única, na região posterior de palato duro/anterior palato mole. 
· Isto ocorre devido a pressão negativa e traumas repetitivos. 
· O diagnóstico é estabelecido geralmente após se descartar candidíase ou baseado na anamnese e aspecto clínico. 
· A conduta é suspender o trauma e observar a regressão da lesão.
Gengivite Descamativa
· É um termo clínico genérico utilizado para descrever uma alteração gengival inflamatória de aspecto erosivo/avermelhado, que pode ser um sinal clínico de algumas doenças autoimunes mucocutâneas, como o líquen plano erosivo, o pênfigo vulgar e o penfigóide beningo de mucosa.
· Os pacientes apresentam quadros variados de eritema, edema e ulcerações em mucosa gengival. 
· Nota-se descamação do epitélio associada à sintomatologia dolorosa ou ardência. 
· Geralmente os pacientes não apresentam apenas o quadro gengival, estando presentes também lesões ulceradas em outros sítios da boca, assim como lesões em pele. 
· A realização de uma biópsia parcial/incisional, seguida de exame histopatológico e, por vezes, imunofluorescência são fundamentais para estabelecer o diagnóstico. 
· O estabelecimento do diagnóstico definitivo é fundamental, visto que cada doença tem um curso clínico distinto. 
· O tratamento varia conforme o diagnóstico da doença de base, mas o uso de corticoide e imunossupressores/imunomoduladores, associado ao controle periodontal são importantes para manutenção da saúde gengival e regressão das lesões. 
· Nos casos de gengivite descamativa utiliza-se corticoide em uma placa de acetato, que funciona como uma moldeira para manter o medicamento em íntimo contato com a mucosa.
Língua Geográfica
· É uma desordem inflamatória de etiologia desconhecida que afeta o epitélio da língua. 
· Essa lesão também é conhecida como glossite migratória benigna ou eritema migratório. 
· Clinicamente pode-se observar áreas despapiladas, lisas, levemente avermelhadas, que mudam de local com episódios de exacerbações e remissões. 
· As lesões podem ser observadas principalmente em dorso, bordas e ápice.
· Podem apresentar uma linha esbranquiçada em torno das erosões. 
· Possui sintomatologia variada, que pode se apresentar ardência local até dor e queimação, principalmente associadas ao estímulo de alimentos ácidos, quentes, picantes e condimentados. 
· Pacientes em estado de imunossupressão comumente apresentam maior profundidade das erosões associado a quadros sintomáticos. 
· O diagnóstico é baseado apenas nas características clínicas. 
· Pacientes com língua geográfica geralmente não requerem tratamento, embora o uso de medicamentos tópicos anti-inflamatórios possam aliviar a sintomatologia local.
Glossite Atrófica
· É uma alteração em língua que se caracteriza pelo despapilamento do dorso lingual de forma localizada, multifocal ou generalizada. 
· Apresenta etiologia variada, sendo por carência nutricional com deficiência de vitamina B, ácido fólico, além de quadros de anemia, diabetes e outras debilidades sistêmicas. 
· O dorso lingual exibe eritema difuso devido à ausência ou atrofia das papilas, deixando um aspecto liso conhecido vulgarmente como “língua careca”. 
· Comumente pode se notar quadros de infecção secundária sobrepostaàs áreas atróficas. 
· Conforme o grau de atrofia podem apresentar ardência, dor ou queimação. 
· O aspecto clínico é decisivo para o diagnóstico e a investigação laboratorial das condições hematológicas e nutricionais deve ser realizada através da solicitação de um hemograma, glicose em jejum, e níveis séricos de vitamina B12, ácido fólico e ferritina. 
· Caso se observe alguma alteração sistêmica o paciente deve ser encaminhado ao médico para diagnóstico e tratamento das alterações.
· Usualmente, prescrevemos antifúngico, por ter alta frequência de infecção secundária por alguma espécie de Cândida. Esse tratamento promove apenas a diminuição da sintomatologia. 
· A reepitelização só irá ocorrer quando a alteração sistêmica ou imunológica for corrigida.
Glossite Romboidal Mediana
· Se caracteriza por um quadro inflamatório da porção medial do dorso de língua, em associação direta com a infecção oportunista pela Cândida Albicans, podendo ser uma manifestação clínica de candidíase eritematosa no dorso lingual. 
· Uma área despapilada, avermelhada, central no dorso de língua com forma ovalada ou romboide. Em alguns casos podem ser levemente nodulares ou fissuradas. 
· Frequentemente podemos observar “lesão beijada” no palato duro, refletindo o espelhamento da lesão pelo contato da região dorsal da língua no palato duro.
· Pode causar discreta sintomatologia de ardência. 
· O diagnóstico é clínico e o tratamento é medicamentoso com antifúngicos.
Candidíase Atrófica Aguda
· Essa é uma forma de candidíase eritematosa que se caracteriza pela erosão/vermelhidão do dorso lingual de forma difusa, associada à sensação de queimação. 
· Os principais fatores predisponentes neste tipo de candidíase é o uso crônico de antibióticos, xerostomia e imunossupressão. 
· Clinicamente a língua fica com um aspecto muito semelhante à glossite atrófica (língua careca). 
· O tratamento é à base de antifúngicos. Inicia-se o tratamento com o tópico e se não houver resposta passamos para o sistêmico. 
· Deve-se investigar possível comprometimento sistêmico para descartar a glossite atrófica.
Eritroleucoplasia/ Eritroplasia
· Essas alterações são desordens potencialmente malignas, ou seja, são alterações epiteliais que tornam esse tecido mais suscetível ao desenvolvimento de um câncer. 
· A Eritroleucoplasia é um subtipo de leucoplasia e, portanto, representa uma lesão avermelhada com placas ou manchas esbranquiçadas. As áreas avermelhadas geralmente apresentam maior grau de displasia epitelial.
· O principal fator etiológico é o fumo. 
· O diagnóstico é clinico, mas de exclusão, e a biópsia se faz necessária para saber se há ou não a presença e o grau de displasia epitelial. 
· A conduta a essas lesões é a suspensão do fumo e a remoção total da lesão, quando for possível. 
· Após o exame histopatológico, define-se o acompanhamento do paciente, sendo este semestral nos casos que não apresentaram displasia epitelial e trimestral nos casos que apresentaram essa alteração epitelial. 
· Caso o diagnóstico histopatológico revele um carcinoma espinocelular, o paciente deve ser encaminhado para o cirurgião de cabeça e pescoço para realização do tratamento. 
· A Eritroplasia é uma lesão muito mais rara e se apresenta como mancha ou placa vermelha, cujo diagnóstico é feito pela exclusão de outras lesões. 
· A maior parte dos casos que clinicamente parecem eritroplasia, quando biopsiados, revelam tratar-se de um carcinoma espinocelular.
· Deve-se estar atento às áreas vermelhas, que sempre mostram maior agressividade histológica quando comparadas com área brancas.
Reação Liquenóide
· Ocorrem na mucosa devido ao uso de medicamentos ou amálgama.
· Clinicamente, elas não podem ser diferenciadas do líquen plano. 
· O diagnóstico diferencial e a evolução no processo de obtenção do diagnóstico final se faz após removermos o medicamento ou o material irritativo local. 
· Os principais agentes desencadeadores de reações liquenóides são: Amálgama, Captopril, Carbamazepina, Alopurinol, Fenitoína, Furosemida, Isoniazida e o Propranolol.
Queilite Angular
· Uma forma de candidíase eritematosa situada nas comissuras labiais. 
· Clinicamente pode ser observado eritema, fissuras e descamação nas comissuras. 
· Usualmente, são assintomáticas e acometem pessoas idosas com redução da dimensão vertical de oclusão e sulcos acentuados nas comissuras labiais. 
· Pacientes imunossuprimidos também podem apresentar essas lesões. 
· O diagnóstico é baseado no aspecto clínico. 
· O tratamento envolve o uso de antifúngicos tópicos.
Queilite Exfoliativa
· Essa lesão se caracteriza clinicamente como fissuras e descamação persistente do vermelhão do lábio, envolvendo frequentemente ambos os lábios. 
· Nos casos mais severos o processo inflamatório pode ser mais intenso e gerar crostas hiperceratóticas amareladas e espessas, que podem ser hemorrágicas ou exibir fissuração, pode afetar a pele perioral. 
· Mulheres são mais afetadas. 
· A maior parte dos casos parece estar relacionada com trauma crônico secundário, como lamber, morder, picar ou sugar os lábios, que podem estar associados ou não a distúrbios psicológicos. 
· Nos casos em que não há evidência de trauma crônico deve-se descartar infecção por candidíase crônica, queilite actínica ou queilite alérgica. 
· Mesmo com uma investigação completa, existe com frequência um número de pacientes com queilite esfoliativa clássica em que nenhuma causa subjacente pode ser identificada. 
· Uma vez estabelecido o diagnóstico deve-se, quando possível, remover o agente causal. 
· A aplicação de batom ou cremes labiais para hidratação demonstra bons resultados em casos mais leves. Nos casos mais severos, pode-se utilizar cremes ou pomadas a base de corticoides, associados a antifúngicos. 
· Em caso sem resposta ao tratamento, a crioterapia pode ser indicada.

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