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Fichamento VECCHIA, Rodnei. O meio ambiente e as energias renováveis – instrumentos de liderança visionária para a sociedade sustentável 1ª Ed. São Paulo: Manole, 2010.(Capítulo IV) O Protocolo de Quioto é o primeiro item de uma agenda global positiva sobre meio ambiente do século XXI. A humanidade superou a bipolaridade da Guerra Fria e o risco de uma tragédia nuclear. Necessita-se, agora, encontrar os instrumentos adequados para superar um inimigo silente e mortífero: o desequilíbrio ambiental. A ciência, a tecnologia, a responsabilidade social e organizacional e a educação devem ser os alicerces da construção de um novo modelo de gestão ambiental que, no caso do setor energético, esteja focado em fontes de energia renováveis e não poluentes.(p.147) Não haverá combustível fóssil para atender a essa demanda decrescimento na utilização de energia.O desenvolvimento sustentável incorpora a produção de energia, e a estagnação econômica é insustentável. A energia de biomassa é uma das soluções.(p.148) O ano de 2008 registrou um recorde nacional no consumo de combustíveis, que atingiu 105,9 bilhões de litros, 8,4% superior a 2007. O álcool hidratado manteve-se como líder de consumo, com aumento de 41,9% e consumo de 13,2 bilhões de litros, enquanto a gasolina A (sem adição de álcool anidro) ficou em apenas 2,2%. Os veículos flex fuel e a competitividade dos preços do etanol foram os principais responsáveis por esse estouro de consumo do produto.(p.149) A sustentabilidade da matriz energética brasileira será estabelecida principalmente pela contribuição da agricultura de energia. A energia de biomassa fará a transição no processo de substituição do petróleo como matéria-prima em seu uso como combustível pela utilização de biocombustíveis. É a contribuição brasileira para um planeta verde e para uma sociedade sustentável.(p.150) Da produção total de cana, aproximadamente 50% são utilizados para produção de etanol e 50% para açúcar.(p.151) Em comparação com o petróleo e seus derivados, o álcool combustível apresenta baixa toxidez, elevada biodegradabilidade, e em casos de derramamentos acidentas e vazamentos, os impactos ambiental do etanol são substancialmente inferiores aos danos causados pelos combustíveis fósseis.(p.153) O biodiesel,por ser biodegradável, não tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos, ao ser utilizado em motor diesel convencional, resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, em uma redução substancial de monóxido de carbono (de 45 a 71%) e de hidrocarboneto não queimados. Reduz também a emissão de materiais particulados (fuligem e fumaça preta). Suas emissões são isentas de compostos sulfurados, que são substâncias tóxicas e cancerígenas. Ao se misturar com o diesel mineral, melhora sua lubricidade, sendo seu rendimento como combustível similar e até superior ao do diesel.(p.155) O PNPB tem como objetivos: reduzir as emissões de poluentes; reduzir a importação de diesel mineral; incentivar a produção e o consumo de um produto renovável e limpo; gerar emprego e renda no campo; e diminuir as disparidades regionais por meio de incentivos à produção vinculada à agricultura familiar, concentrada no Nordeste, no Norte e no semiárido brasileiro. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) avaliou o potencial de produção de oleaginosas no Brasil e concluiu que é possível produzir todo o diesel nacional e ainda gerar excedentes, sem expandir a fronteira agrícola, sem causar danos ambientais nem competir com a produção de alimentos.(p.156) O fato é que ainda não se encontrou a matéria-prima adequada para o biodiesel, como é a cana-de-açúcar para o etanol, e a solução deve ser um mix de diversas oleaginosas, dependendo das condições do local produtor e das posturas públicas, mas de preferência uma fonte autóctone. Mesmo sendo um produto renovável, o biodiesel pode contribuir para o aquecimento global. O produto, a partir da colza, apesar de reduzir em até 80% a emissão de CO², emite 13% a mais de óxido nitroso que o diesel mineral. Por outro lado, o biodiesel apresenta uma série de benefícios ambientais, como o aproveitamento de resíduos agrícolas e industriais, a diminuição do volume de materiais enviados a aterros sanitários e a redução da poluição atmosférica, principalmente em grandes centros urbanos.(p.158) Em resumo, entre 1975 e 1989, o Proálcool fincou as bases da industrialização e do consumo em larga escala do etanol. Apesar de muitos contratempos e tropeços e de não ter como foco a proteção ambiental, atirou no que viu (substituto do petróleo) e acertou no que viu e no que não viu (benefício ambiental).(p.167) Muitos países demonstram interesse em desenvolver a produção e a utilização do etanol. Esse mercado ainda é incipiente, mas a demanda por combustível renovável e ambientalmente adequado é crescente, e está no caminho de construir um mercado mundial para o produto.(p.170) O crescente interesse mundial por substitutos dos derivados de petróleo e por redução de gases poluentes provocou uma intensa demanda pelo uso de álcool combustível. O mercado sucroalcooleiro brasileiro, que produz e consome o etanol, constitui o mais importante programa de combustível comercial renovável já implementado no mundo até hoje.(p.173) O etanol pode ser obtido de diversas formas de biomassa, o milho nos EUA, a beterraba na Europa e a cana-de-açúcar no Brasil, maior exportador de açúcar e maior produtor de cana do mundo, seguido pela Índia e pela Austrália.(p.174) O etanol é um produto agrícola muito influenciado pelo clima, por isso tem preços extremamente voláteis, em especial por causa da ausência de estoques reguladores e da característica de produção da safra, concentrada cem oito meses do ano.(p.179) O álcool é um combustível produzido a partir de fontes renováveis, e, no uso como oxigenante na gasolina, reduz as emissões de GEE. O produto está posicionado, então, como limpo e em linha com os princípios de desenvolvimento sustentável.(p.203) O que se pode afirmar é que o álcool combustível tem um claro balanço positivo com relação à emissão de poluentes e contribui para a mitigação do efeito estufa.(p.204) Para concluir, o produto álcool combustível faz parte da indústria sucroalcooleira, e, ao analisar o setor com uma visão macroeconômica, pode-se estabelecer uma matriz Swot (iniciais em inglês das palavras strength, weakness, opportunities e threats). A matriz permite vislumbrar e analisar de forma abrangente os principais fatores determinados de status atual do produto no mercado.(p.211)
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