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Complicações em Anestesia Local

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Complicações em Anestesia Local 
↪ Para a realização de um procedimento 
anestésico local, o CD deve conhecer os riscos de 
complicações associados a essa prática. Apesar 
de apresentarem uma baixa incidência, a 
anestesia local é amplamente utilizada na 
Odontologia. Sendo assim, o profissional deve 
estar capacitado para atuar desde uma conduta 
preventiva até um preparo técnico-científico, 
para saber lidar com uma intercorrência durante 
este tipo de procedimento. 
Como prevenir? 
↪ Realizar uma boa anamnese e um exame 
clínico detalhado no paciente. 
↪ Pacientes que apresentam história de 
alteração sistêmica apontam maior risco de 
desenvolver complicações. 
↪ Identificar os sinais vitais do paciente antes do 
procedimento, afinal, após a infiltração do 
anestésico, há uma tendência de elevação da PA 
por conta dos vasoconstritores do anestésico, 
associada a ansiedade e dor. 
↪ Monitorar os sinais vitais. 
 
Pacientes Cardiopatas 
↪ A American Heart Association orienta o uso 
restrito de anestésico com vasoconstritores, 
com limitação do vasoconstritor a 0,04 mg por 
consulta. 
↪ 1 tubete na diluição 1:50.000. 
↪ 2 tubetes na diluição 1:100.000. 
↪ 4 tubetes na diluição 1:200.000. 
Pacientes gestantes 
↪ Os anestésicos lidocaína e mepivacaína, 
apresentam respectivamente, risco B e C para a 
gestação. 
↪ O uso de vasoconstritores pode acelerar ou 
induzir o trabalho de parto, ex.: felipressina. 
Complicações Sistêmicas 
↪ Não é muito comum, mas alguns indivíduos 
apresentam alterações sistêmicas que podem 
contraindicar a anestesia local. 
Superdosagem 
↪ Aumento excessivo dos níveis sanguíneos de 
determinado fármaco em vários órgãos ou em 
tecido-alvo. Pode estar associada a fatores 
relacionados ao paciente e/ou ao fármaco. 
↪ Paciente: peso, interação medicamentosa, 
gênero, doenças sistêmicas e genéticas. 
↪ Fármaco: concentração, vasoatividade, dose, 
via de administração, velocidade de injeção e 
vasoconstritores. 
↪ O nível plasmático do fármaco está na 
dependência da velocidade de absorção, 
distribuição e eliminação, podendo a 
superdosagem resultar de: adm excessiva, adm 
intravenosa, biotransformação lenta, 
eliminação lenta, e absorção rápida do 
anestésico local. 
↪ As doses máximas sugeridas de cada 
anestésico se relacionam a pacientes saudáveis. 
 
↪ Pacientes comprometidos sistemicamente, 
idosos e sob uso de determinadas medicações 
devem ter suas doses totais reduzidas. 
↪ Soluções anestésicas do tipo amida são 
metabolizadas no fígado, sendo assim, pacientes 
com insuficiência hepática podem eliminar a 
solução de forma inadequada, e assim, o volume 
normal do anestésico vai se tornar 
potencialmente tóxico. 
↪ Em pacientes com insuficiência renal ocorre o 
mesmo, pois o anestésico não é totalmente 
excretado pela urina, acumulando-se no 
organismo. Nesses casos, indica-se a articaína, 
pois é biotransformada pelas colinesterases 
plasmáticas e teciduais e gera um metabólito 
inativo, com toxicidade cardíaca e neurológica 
irrelevante. 
↪ Para crianças, indica-se a lidocaína 2%, com 
epinefrina 1:100.000 por ser mais eficaz e 
segura. 
↪ Para evitar a superdosagem indica-se a 
realização do cálculo da dose máxima. 
 
↪ Toxicidade leve: taquicardia, hipertensão, 
sonolência, confusão e gosto metálico (5-10 
min). 
↪ Toxicidade média: tremores, alucinações, 
hipotensão e bradicardia (após 15 min). 
↪ Toxicidade tardia: inconsciência, convulsão 
tônico-clônica, disritmia, parada respiratória e 
circulatória. 
↪ O tratamento para convulsão consiste em 
colocar o paciente em decúbito dorsal e se 
necessário, administrar anticonvulsivante. Em 
caso de depressão respiratória, monitorar os 
sinais vitais e fazer manutenção da via aérea. 
Meta-Hemoglobinemia 
↪ Reação sistêmica adversa, incomum, dose 
dependente, que provoca alterações no 
transporte sanguíneo do oxigênio. Pode ser de 
origem congênita (alterações enzimáticas na 
hemoglobina) ou adquirida (exposição a 
fármacos/toxinas). 
↪ Está associada principalmente à prilocaína, 
também ocorrendo com articaína. 
↪ O paciente apresenta pele pálida e/ou 
coloração acinzentada, mucosas cianóticas, 
letargia, dispneia e taquicardia. 
Colinesterase Plasmática Atípica 
↪ Patologia hereditária que causa a alteração 
desta enzima sintetizada pelo fígado. 
↪ Deve-se atentar para a administração de altos 
níveis de anestésico do tipo éster, assim 
preferindo um do tipo amida. 
Hipertermia Maligna 
↪ É uma síndrome multifatorial de origem 
hereditária, sendo mais comum em pessoas com 
menos de 30 anos. 
↪ Esses pacientes devem ser submetidos a 
anestésicos do tipo amida. 
↪ As manifestações consistem em desordens 
musculoesqueléticas, acidose respiratória, 
cianose, taquicardia, rigidez muscular, febre > 
42 °C e óbito. 
Alergia 
↪ Estado de hipersensibilidade adquirido pela 
exposição a certo antígeno. 
↪ As manifestações incluem prurido, pápulas, 
broncoespasmo, hipotensão arterial, edema de 
faringe e anafilaxia. 
↪ Os anestésicos do tipo éster geralmente 
causam reações alérgicas. 
↪ Em paciente alérgico a amina-éster, deve-se 
utilizar amino-amida, já para os alérgicos ao tipo 
amida, utiliza-se outro do mesmo tipo, pois não 
possuem reação cruzada. 
↪ Reações alérgicas leves podem ser tratadas 
com anti-histamínicos. Reações graves são 
complementadas com adrenalina 0,3 - 0,5 mg 
intramuscular/subcutânea, oxigênio, sinais 
vitais, urgência médica e SBV. 
Interação Medicamentosa 
↪ Ocorre quando dois ou mais fármacos são 
administrados em um paciente, interferindo no 
efeito esperado dos fármacos, podendo causar 
a potencialização ou redução, e resultar em 
efeitos adversos de grau leve a grave. 
↪ Os fármacos mais utilizados na Odontologia 
são anestésicos locais, antibióticos, anti-
inflamatórios, analgésicos e sedativos. Com 
relação aos anestésicos, geralmente interagem 
com fármacos com mecanismos de ação 
semelhantes ao seu, podendo causar de uma 
simples potencialização do efeito anestésico até 
a toxicidade anestésica. 
1. Antidepressivos Tricíclicos 
↪ Podem ter como efeitos colaterais no sist.. 
cardiovascular: aumento da PA e arritmias 
cardíacas, já que tais fármacos agem inibindo a 
receptação de noradrenalina e serotonina nas 
terminações nervosas adrenérgicas. 
↪ Noradrenalina e levonordefrina devem ser 
evitadas em usuários desse fármaco. 
↪ Opta-se pelo uso da felipressina. 
2. Sedação Opioide 
↪ Tal interação reduz o limiar de toxicidade, 
podendo causar crises convulsivas e os demais 
sintomas de superdosagem. 
↪ O CD deve ter formação farmacológica 
adequada para saber lidar com os efeitos 
adversos. 
3. Inibidores do Metabolismo 
↪ Anestésicos locais do tipo amida são 
metabolizados no fígado e excretados pelos rins, 
sendo assim, em pacientes portadores de 
disfunção hepática ou que são submetidos à 
fármacos de ação inibitória, pode haver uma 
diminuição nas taxas de eliminação do 
anestésico local. 
↪ Para esses tipos de pacientes, aconselha-se: 
inoculação prévia do anestésico local, realização 
da aspiração, injeção lenta do anestésico, 
redução de tubetes. 
4. Cocaína 
↪ Sua associação com anestésicos contendo 
aminas simpatomiméticas gera um acúmulo de 
noradrenalina, causando aumento da PA, da FC 
e do consumo de oxigênio, podendo ocasionar 
infarto do miocárdio, arritmias e parada 
cardiorrespiratória. 
↪ Os procedimentos em pacientes usuários de 
cocaína devem ser realizados no mínimo 24 
horas após o uso da droga, somado aos cuidados 
da inoculação lenta de anestésico. 
↪ Em caso de urgência, utilizar a felipressina, 
pois a mesma não tem ação no sistema cardíaco. 
Complicações e Acidentes Locais 
Fratura da Agulha 
↪ É rara, mas ainda possível. As principais 
causas são: falha na fabricação, movimentação 
súbita do CD ou paciente e erros de técnica. 
↪ Após a quebra, o CD deve procurar aporção 
proximal da agulha. Em caso de não mais 
conseguir encontrá-la, o CD deve aguardar 21 
dias, acompanhando o paciente. 
↪ Irá se desenvolver uma fibrose ao redor da 
agulha, ajudando o CD a intervir depois. Exames 
de imagem podem ser necessários. 
Dor ou Queimação 
↪ Podem ocorrer por: injeção rápida, perda do 
fio da agulha gengival após várias reutilizações 
em múltiplos bloqueios, perfuração direta de 
um tronco nervoso, laceração do periósteo 
durante o trajeto da agulha gengival, injeção do 
anestésico no interior de fibras musculares 
↪ Para evitar: realizar técnica anestésica 
apurada, utilizando anestésico tópico 
previamente à anestesia e realizando uma 
infiltração lenta do anestésico, com o uso de 
uma agulha descartável, evitando reutilizações 
da agulha em múltiplos bloqueios. Outro fator 
associado é a contaminação do anestésico. 
Anestesia ou Parestesia Persistente 
↪ Pode ser consequência da infiltração de 
contaminantes junto com o anestésico (ex.: 
álcool 70%), de trauma direto ao nervo ou de 
hemorragia durante a infiltração. 
↪ Em caso de trauma direto ao nervo, o CD deve 
recuar a agulha cerca de 1-2 mm. 
↪ A reversão do quadro geralmente ocorre 
espontaneamente, mas pode ser utilizada a 
vitamina B12, que age recuperando os danos 
nervosos. 
Trismo 
↪ Limitação da abertura bucal. 
↪ Pode ocorrer em caso de infiltração do 
anestésico no interior de fibras musculares. A 
toxicidade do anestésico em ação com os 
vasoconstritores pode levar a uma fibrose 
persistente na musculatura da mastigação, 
podendo chegar a níveis de necrose. 
↪ Para evitar, o CD deve evitar o uso excessivo 
de anestésico na mesma região e a reinserção da 
agulha por várias vezes no mesmo sítio cirúrgico. 
↪ Pode ser feita a indicação do uso de 
anti-inflamatórios e relaxantes musculares, 
seguida da realização de fisioterapia. 
Lesão e Necrose dos Tecidos 
↪ Pode ser causada por uso excessivo de 
anestésico tópico/local ou por mordedura de 
lábio. 
↪ Para prevenir, o CD deve evitar os excessos de 
anestésicos, principalmente na região palatina, 
onde o tecido gengival é bem fino. 
↪ Para os casos de mordedura de lábio, é 
fundamental a orientação por parte do CD e dos 
responsáveis pela criança. 
Paralisia do Nervo Facial 
↪ Nervo responsável pela motricidade da 
musculatura facial. 
↪ É passageira, e sua duração depende do 
tempo do efeito anestésico, a quantidade e o 
seu tipo. 
↪ Deve-se tranquilizar o paciente, e orientá-lo 
quanto à proteção do globo ocular. 
↪ Durante um AVC, a paralisia do nervo facial é 
um dos sinais. Sendo assim, o CD deve saber 
investigar essa hipótese analisando a pupila do 
paciente. 
↪ Em caso de AVC, ocorre uma anisocoria 
(desarmonia na contração das pupilas). 
Hematoma 
↪ Acúmulo de sangue em espaço anatômico 
extravascular. 
↪ Após uma infiltração anestésica em áreas que 
apresentem reparos anatômicos vasculares 
nobres, como no bloqueio do nervo alveolar 
superior posterior e do nervo alveolar inferior, a 
punção da agulha pode lesionar um vaso, 
causando o extravasamento de conteúdo 
sanguíneo. 
↪ Ao notar a formação do hematoma, se o 
profissional perceber o aumento de volume no 
momento da anestesia, deverá interrompe-la, 
realizar compressão da região visando a 
hemostasia do sangramento e observar os riscos 
relacionados à região do hematoma.

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