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Puericultura Profª Dra. Paola Pinheiro Pamela Barbieri – T23 – FMBM 1 Definição: Fixação e a multiplicação bacteriana no trato urinário. Localizada ou pode acometer todo o trato urinário: ◦ Infecção urinária baixa – bexiga. ◦ Pielonefrite - fixação bacteriana no parênquima renal. Epidemiologia: Uma das doenças mais comuns da infância ◦ Uma das de maior morbidade na infância Primeiros 11 anos de vida: 3% meninas; 1,1% meninos. 1º ano de vida: meninos > meninas (devido a má-formação; fimose fisiológica). Serviço de urgência ◦ 3,5% da febre sem sinais localizatórios = ITU →Etiologia: Gram-negativos aeróbios (enterobactérias) ◦ Escherichia coli (80 a 90% primeira infecção), Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, Proteus, Serratia. Obstrução do trato urinário, bexiga neurogênica e litíase renal ◦ Proteus, Pseudomonas, Enterococus, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli →Fisiopatologia: Urina e o trato urinário são estéreis. Períneo e a zona uretral de neonatos e lactentes são colonizados por bactérias (uso de fraldas) - Escherichia coli, Enterobacteriaceae e Enterococus sp Prepúcio de meninos não circuncidados – Proteus ◦ Colonização reduz após o 1º ano. → Ocorre ascenção de bactérias à região periuretral Fatores de resistência do hospedeiro: Hábito miccional normal - evita a estase. Urina de composição e osmolaridade adequadas - efeito inibitório sobre a multiplicação bacteriana. Estímulo à reação inflamatória - produção de citocinas tais como as interleucinas 6 e 8 em resposta à agressão. →Quadro Clínico: Varia de acordo com a faixa etária e a localização da infecção; RN: manifestações inespecíficas: ◦ Baixo ganho de peso, anorexia, vômito, irritabilidade, hipoatividade, hipotermia, convulsão; ◦ Alta probabilidade de bacteremia – disseminação hematogênica; ◦ Alta frequência de mortalidade (10%). Puericultura Profª Dra. Paola Pinheiro Pamela Barbieri – T23 – FMBM 2 Lactente: ◦ Febre – principal manifestação. ◦ Hiporexia, vômitos, dor abdominal e ganho ponderoestatural insatisfatório. ◦ Polaciúria, gotejamento urinário, disúria, urina com odor fétido, dor abdominal ou lombar – raros. Pré-escolares e escolares: ◦ Febre + sinais e sintomas do trato urinário; ◦ Pielonefrite - Adinamia, calafrios, dor abdominal e nos flancos; ◦ Cistite - Enurese, urgência, polaciúria, disúria, incontinência e/ou retenção urinária com urina fétida e turva ◦ Atenção: disúria ≠ ITU Balanopostite ou vulvovaginite são diagnósticos diferenciais. Em lactentes e pré-escolares: constipação intestinal é o principal fator de risco – intestino entra em contato com parede da bexiga, havendo translocação. Adolescentes: ◦ Disúria, polaciúria e dor à micção, urgência miccional, hematúria e febre (febre deve investigar pielonefrite). ◦ Início da atividade sexual é fator de risco; pesquisar IST associada. →Diagnóstico Clínico Exame físico completo: ◦ Sinal de Giordano: punho-percussão lombar dolorosa ◦ Aumento do volume renal a palpação ◦ Exame genital Laboratorial: ◦ Urina I (triagem) e Urocultura (confirmação) Coleta: Jato médio Saco coletor (alto risco de falso-positivo). Punção suprapúbica Cateterismo vesical (pcte sem controle esfincteriano; bebês que usam fralda). →Diagnóstico: Urina I: ◦ Piúria: > 5 piócitos/campo ou 10.000 piócitos/mL Pode estar ausente em 23% a 50% Cilindros piócitos – pielonefrite Desidratação grave, inflamação de estruturas contíguas, injúria química, glomerulonefrite ◦ Bacteriúria: sensibilidade 94%, especificidade 92% ◦ Nitrito positivo: sensibilidade 50%, especificidade 92% Puericultura Profª Dra. Paola Pinheiro Pamela Barbieri – T23 – FMBM 3 Bacteriúria Assintomática: Bacteriúria significativa sem nenhuma sintomatologia urinária. Achado ocasional. Definição: 3 uroculturas consecutivas com bacteriúria significativa em um período de 3 dias a 2 semanas ◦ Transitória: 95% de normalização em 12 meses ◦ Persistente: permanece por anos seguidos ◦ pacientes com meningomielocele, bexiga neurogênica e que necessitem de cateterismo vesical de repetição. Não deve ser tratada. Tratamento: Criança > 3 meses (bom estado geral): tratamento ambulatorial ◦ Cefalosporinas de 1ª geração, sulfametoxazol + trimetoprim e nitrofurantoína. < 3 meses, grave acometimento do estado geral: hospitalização. ◦ Cefalosporinas de 3ª geração (ceftriaxona ou ceftazidima) ou os aminoglicosídeos (gentamicina ou amicacina); ◦ Recém nascidos: tratamento empírico para sepse precoce (penicilina ou ampicilina com aminoglicosídeo). Acompanhamento após tratamento Indicada a avaliação por imagem após o primeiro episódio bem documentado. Puericultura Profª Dra. Paola Pinheiro Pamela Barbieri – T23 – FMBM 4 Associação entre ITU e anomalias do trato urinário ◦ Refluxo vesico ureteral, obstrução. Diretrizes para a solicitação de exames USG de vias urinárias: ◦ < 3 anos com ITU atípica ou recorrente ◦ > 3 anos com ITU recorrente Prevenção de recorrência Intervir ou prevenir constipação intestinal. Aumento do consumo hídrico ◦ 4 a 8 anos – 1000ml a 1400ml/ dia ◦ 9 a 13 anos – 1600ml a 2400ml / dia ◦ 14 a 18 anos – 1800ml a 2000ml / dia Urinar a cada 2 ou 3 horas Realizar micção dupla Considerar postectomia em meninos com fimose
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