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Proteínas As proteínas são formadas por resíduos de aminoácidos, unidos entre si por ligações peptídicas. Como forma a ligação peptídica? Ela é formada pela desidratação do grupamento alfacarboxila de um aminoácido com o grupamento alfaamino do outro aminoácido. Relembrando que a ligação peptídica é uma ligação covalente. A imagem acima mostra um peptídeo formado por 4 resíduos de aminoácido. Cada aminoácido participante de um peptídeo de uma proteína é denominado resíduo. As ligações peptídicas estão destacadas pelo círculo vermelho e em verde estão indicadas as cadeias laterais. Qual é o tamanho de uma cadeia polipeptídica em uma proteína? O tamanho da cadeia polipeptídica pode variar, desde uma proteína pequena aproximadamente 100 resíduos de aminoácido) até as grandes como a timina com (27 mil resíduos de aminoácidos). A grande maioria das proteínas possuem menos de 2 mil resíduos de aminoácidos. Uma proteína pode ter apenas uma cadeia polipeptídica ou mais cadeias. Além disso, destaca-se que a composição de aminoácidos podem variar em diferentes proteínas. Funções das proteínas São moléculas versáteis, a função de uma proteína está relacionada com a estrutura 3D de uma proteína, ou seja, está relacionada a sua conformação. A conformação por sua vez tem relação direta com a sequência de resíduos de aminoácidos da cadeia polipeptídica, quando uma proteína perde sua conformação, ela perde sua função. Funções: ★ estrutural ○ colágeno, que constitui tecido conjuntivo ★ defesa ○ imunoglobulinas ★ transporte ○ hemoglobina ★ enzimática ○ aumentam a velocidade das reações ★ além de funções nutricionais, contrátil, armazenamento, receptores de hormônios e neurotransmissores, mensageiros intracelulares. Forma das proteínas As proteínas podem ser classificadas através de sua forma. ★ fibrosas ○ são aquelas que apresentam cadeias polipeptídicas em forma de longos filamentos ou folhas ○ são resistentes e flexíveis ○ insolúveis em água, são proteínas que desempenham função estrutural (garantindo suporte, forma e proteção externa) ○ possui estrutura tridimensional simples ○ exemplo: queratina, colágeno, fibrina ★ globulares ○ proteínas em formas de globos/esféricas ○ apresentam função dinâmicas ○ são hidrossolúveis ○ exemplos: enzimas, imunoglobulinas ★ proteínas de membrana ○ grande parte da proteína interage com membrana plasmática ou com a membrana de uma organela ○ exemplos: receptores, canais iônicos Outra forma de classificar as proteínas é quanto a presença ou não de um grupo prostético na sua estrutura. ★ proteína simples: ○ contém apenas resíduos de aminoácidos e nenhum outro constituinte químico. Exemplo: queratina. ★ proteína conjugada: ○ possuem além da cadeia polipeptídica, um grupo prostético, que pode ser um lipídio, carboidrato, grupamento fosfato, heme, nucleotídeo de flavina ou um metal. Exemplo: mioglobina, proteina que contém como grupo prostético um heme ○ mioglobina: (imagem acima), apresenta uma cadeia polipeptídica e o grupamento heme. ○ hemoglobina: composta por quatro cadeias polipeptídicas, e cada cadeia apresenta um grupamento prostético heme, no qual o átomo de ferro está coordenando com 4 átomos de nitrogênio. Níveis estruturais das proteínas Estão organizadas estruturalmente em 4 níveis hierárquicos: ★ primária ○ diz respeito a sequencia /quantidade de resíduos aminoácidos e a composição deles na proteína e ligadas apenas pelas lig. peptídicas ★ secundária ○ arranjos estáveis de resíduos de aminoácidos que dá origem a padrões estruturais recorrentes, como é o caso da alfa-hélice ★ terciária ○ estrutura tridimensional, enovelada, complexidade estrutural elevado ★ quaternária ○ mais de uma cadeia polipeptídica e interação entre cadeias polipeptídicas através de ligações não covalentes. Estrutura primária Refere-se a estrutura covalente dessa proteína, ou seja, inclui as ligações peptídicas e pontes de sulfeto. Ela determina a forma tridimensional da proteína, diferenças nas funções são resultados nas diferenças na composição e na sequência de resíduos de aminoácidos dessa proteína. Exemplificado abaixo, há a estrutura primária da insulina bovina. Constituída por duas cadeias polipeptídicas e ligações de sulfeto, intra e inter cadeias. Estrutura secundária Refere-se a uma estrutura local da cadeia polipeptídica, com arranjos estáveis de resíduos de aminoácidos dando origem a padrões estruturais recorrentes. Exemplos: hélices alfa, folha beta pregueada e tripla hélice do colágeno. Acontecem interações entre resíduos de aminoácidos que se encontram próximos na estrutura primária. Alfa-hélice: há uma ligação de H entre o oxigênio do grupo carbonila de uma ligação peptídica e um hidrogênio amídico de outra ligação peptídica vizinha. A ligação de H está representado pelo tracejado azul e são individualmente ligações fracas, mas como estão em grande número na alfa-hélice elas conferem uma estabilidade a esta estrutura. Os grupos R (cadeias laterais dos resíduos de aminoácidos) se projetam para fora do esqueleto helicoidal. Abaixo, mostra outro tipo de estrutura secundária: conformação folha beta pregueada: também estabilizada por ligações de H, essa estrutura a cadeia polipeptídica se encontra estendida de forma pregueada lembrando a dobradura de papel. Essa estrutura é pregueada pois as ligações C-C são tetraédricas e não podem existir em configuração planar. A folha beta pregueada pode existir de forma: ★ folha beta antiparalela: cadeias polipeptídicas seguem em direções opostas ★ folha beta paralela: cadeias polipeptídicas seguem na mesma direção Exemplo de estrutura secundária beta pregueada: proteína fibroína da seda Pode-se observar na imagem abaixo, a fibroína que consiste em camadas de folha betas antiparalelas muito ricas em dois tipos de resíduos de aminoácidos: alanina e glicina. Na imagem abaixo, observa-se que as fitas das sedas mostradas em azul através da micrografia eletrônica, as fitas da seda emergindo de uma fiambreira de uma aranha. Resumindo: tanto as fibras dos tecidos das sedas quanto das teias de aranha, são formadas principalmente pela proteína fibroína. Tripla hélice do colágeno Outro exemplo de estrutura secundária. Pode-se observar que há 3 hélices entrelaçadas, há três resíduos de aminoácidos por volta. Tem a: glicina, prolina, 4-hidroxiprolina que são aminoácidos que recorrem a essa estrutura. Observa-se que na parte interna do colágeno, de uma visão de cima, na parte interna dessas três cadeias, ficam localizados os resíduos de glicina (vermelho), por ser um aminoácido pequeno, ela se encaixa perfeitamente e é necessária para uma junção firme na região onde essas 3 cadeias entram em contato. Estrutura terciária Conformação tridimensional da proteína, ou seja, o dobramento dos elementos de sua estrutura secundária, juntamente com as disposições espaciais das cadeias laterais. Definida pela estrutura primária, muitas vezes resíduos de aminoácidos que estão distantes na estrutura primária, vão se aproximar na estrutura terciária. Essa estrutura é estabilizada por várias interações, como: ligações iônicas, ligações de H, interações higroscópicas e as pontes de sulfeto que estabilizam essa estrutura. Exemplo: mioglobina Proteínas globulares com resíduos de aminoácidos polares na superfície. Em proteínas globulares, resíduos de aminoácidos apolares ocupam preferencialmente o interior da proteína, fora do contato com o solvente aquoso, enquanto os resíduos de aminoácidos polares são localizados na superfície. Na imagem acima, do lado esquerdo, observa-se em vermelho, as cadeias laterais hidrofóbicas, na parte interior na proteína. A direita, em verde, as cadeias laterais hidrofílicas, em contato com solvente aquoso. Estrutura quaternária Abaixo está representada a estrutura da hemoglobina, proteína de estrutura quaternária, apresentando interação entre mais de uma cadeia polipeptídica. A hemoglobina apresenta 4 cadeias: 2 alfa e 2 beta, sendo que em cada cadeia polipeptídica tem-se um grupo prostético heme. Lembrandoque toda molécula que tem mais de uma cadeia polipeptídica apresenta estrutura quaternária, nada mais é do que uma interação entre essas cadeias geralmente por interações não covalentes. Desnaturação e renaturação de proteínas Desnaturação: ocorre quando a proteína é submetida a determinados agentes, como: temperatura elevada, solventes orgânicos (rompimento de interações hidrofóbicas), extremos de pH (alteração na carga repulsão eletrostática), que causam a perda na estrutura tridimensional suficiente para causar perda da função. Não afeta a estrutura primária, as ligações peptídicas são preservadas. Ocorre a perda da estrutura de uma parte da molécula que desestabiliza as demais, caracterizando como um processo cooperativo. Em algumas circunstâncias, a remoção do agente desnaturante pode ocasionar o retorno da proteína no seu estado nativo original, nesse caso, há uma renaturação da proteína, Agora, apresenta-se como a alteração na conformação de uma proteína devido a uma mudança de um aminoácido na estrutura primária que pode acarretar em doenças. Anemia falciforme - doença molecular da hemoglobina Ocorre uma substituição de um resíduo de glutamato por valina, na posição 6 de cada cadeia beta, como resultado dessa mudança, a hemoglobina S tem uma porção hidrofóbica na sua superfície e isso no momento da desoxigenação, causa agregação das moléculas em filamento que se associam em fibras insolúveis e os eritrócitos dessa doença adotam um formato pontiagudo ou forma de foice. Doença priônicas: encefalopatias espongiformes (doença da vaca louca) Doenças relacionadas incluem a doença de Creutzfeldt-jakob, em humanos e a scrapie em ovinos. Todas essas doenças são consideradas encefalopatia espongiforme porque o cérebro fica morfologicamente igual uma esponja. A figura abaixo mostra bem essa forma esponjosa onde há vários vacúolos intracelulares no córtex cerebral. A doença ocorre quando a proteína prion celular apresenta uma conformação alterada, chamada de prion scrapie. A estrutura da proteína prion celular se caracteriza principalmente por hélices alfa, enquanto a prion scrapie apresenta muitas folhas beta, a interação da proteína prion scrapie com a proteína prion celular, converte a prion celular em prion scrapie, causando a doença. Com o tempo de progressão, leva a morte do indivíduo. Esse é um bom exemplo para ilustrar a importância da conformação adequada de uma proteína para as funções celulares.
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