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Lipídeos O que são lipídeos? Os lipídios constituem uma classe de moléculas quimicamente diferentes mas tem a insolubilidade em água como característica comum. Os ácidos graxos, por exemplo, são importantes para a formação dos lipídeos de membrana e de gorduras de reserva conhecidos como triacilgliceróis. Ácidos graxos: tipos e nomenclatura Os ácidos graxos ocorrem na forma livre ou como componentes de lipídios mais complexos. Saturados: só ligações simples. Insaturados: 1 a 5 ligações duplas com geometria cis. Monoinsaturados: ácido graxo com uma única ligação dupla. Poli-insaturados: ácido graxo com 2 ou mais ligações duplas. Nomenclatura: Oficial da IUPAC: estabelece que o átomo de C1 é o C da carboxila, e o átomo vizinho ao C da carboxila, é considerado o carbono alfa. E, temos ainda uma nomenclatura que vai levar em consideração caso o ácido graxo for insaturado, a posição dessa ligação. No exemplo acima (a), há um ácido graxo insaturado com 18C. Nesse caso fica: 18:1(referente ao número de insaturações), a posição dessa insaturação que vai entre parênteses com a letra delta e a posição onde o C insaturado se encontra (Δ9). Depois disso, o nome oficial desse ácido graxo: ácido cis-9-octadecenoico. Ômega (alternativa): Nessa nomenclatura, considera-se como C1 o carbono da metila na extremidade oposta à carboxila, e esse carbono é o C1 ou C ômega. As posições das ligações duplas são sempre referentes a esse carbono ômega. Exemplo (b): verifica-se a ligação dupla que está mais próxima ao C ômega, nesse caso é uma ligação que está a distância de 3C do C1. Nesse caso, temos um Ômega 3. Ácidos graxos essenciais Classificação dos ácidos graxos baseada no aspecto nutricional, ou seja, na necessidade da presença deles na dieta ou não. São considerados ác. graxos essenciais aqueles que o organismo não sintetiza e que por essa razão devem estar presentes na dieta. Esses ác. graxos são da família ômega-3 e ômega-6. No caso do ômega-3, os mais importantes são o ác. alfa-linolênico. E na família ômega-6 é o ác. linoleico. Características dos ác. graxos Em A: todos os ác. graxos apresentam um grupo carboxil (polar - hidrofílico) e uma cadeia hidrocarbonada apolar - hidrofóbica. Em B: ác. graxo monoinsaturado, ligação dupla cis está representada em vermelho. Ela confere uma dobra rígida na cadeia hidrocarbonada. Em C: agrupamento de várias moléculas de ác. graxos saturados, que se apresentam na forma estendida, os ác. graxos em conjunto são estabilizados por interações hidrofóbicas. Em D: vários ác. graxos saturados e insaturados, nesse caso, há um agrupamento menos estável devido a presença dos ác. graxos insaturados. Triacilgliceróis: ésteres de ácidos graxos do glicerol Os ác. graxos podem esterificar as moléculas do glicerol (álcool), formando estruturas chamadas de triacilgliceróis, também conhecidos como triglicerídeos. São formados pela união de três ácidos graxos com uma molécula de glicerol. Triacilgliceróis: estrutura química Apresentam ligação do tipo éster se forma entre a carboxila do ácido graxo com uma hidroxila do glicerol. A união de tr~es ác. graxos para formar um triacilglicerol é bastente conveniente nas células que pretendem armazenar grandes quantidades de energia em um pequeno espaço. Os adipócitos são células especializadas em armazenar triacilgliceróis como combustível de reserva. Os triacilgliceróis mistos contêm três ácidos graxos diferentes ligados à cadeia do glicerol. Triacilgliceróis: armazenados no tecido adiposo Nesta imagem, observa-se uma secção transversal de tecido adiposo branco de humanos, no qual cada célula contém uma gotícula de gordura (branco) tão grande que espreme o núcleo (corado em vermelho) contra a membrana plasmática. Ceras: estrutura química Ceras são ésteres de ácidos graxos de cadeia longa com álcool de cadeia longa. Elas têm uma característica bastante hidrofóbica que confere essas moléculas a impermeabilidade à água. Lipídeos de membrana Os lipídeos de membrana são anfipáticos, ou seja, apresentam parte da molécula hidrofóbica (cor rosa e amarela) e parte hidrofílica (azul). Os lipídeos de membrana são divididos em 3 classes: Fosfolipídeos: eles têm em comum o fato de apresentarem fosfato na parte hidrofílica da molécula. Glicolipídeos: eles têm em comum o fato de apresentarem carboidrato na parte hidrofílica da molécula. Lipídeos éter de arqueias: eles têm estrutura química bem variável, os representados na imagem, tem duas cadeias de alquila longas com cada extremidade com ligação éter com a porção glicerol. Glicerofosfolipídeos São lipídios de membrana nos quais dois ácidos graxos estão unidos por ligação éster ao primeiro e ao segundo carbono do glicerol e um grupo polar está unido por ligação fosfodiéster ao terceiro carbono do glicerol. Precursor: ácido fosfatídico. Alguns exemplos de glicerofosfolipídeos no quadro acima. Esfingolipídeos Lipídeos de membrana compostos por uma molécula de aminoálcool (esfingosina), uma molécula de ácido graxo de cadeia longa e um grupo polar (em azul) unido por uma ligação glicosídica (glicoesfingolipídeos) ou uma ligação fosfodiéster (fosfoesfingolipídeos). A ceramida é um precursor de todos os esfingolipídeos. Alguns exemplos de esfingolipídeos no quadro acima. Galactolipídeos Lipídeos de membrana de cloroplastos nos quais 1 ou 2 resíduos de açúcar, a galactose, estão conectados por uma ligação glicosídica ao carbono 3 de um 1,2-diacilglicerol. Lipídeos éteres de arqueias As arqueias vivem em condições extremas de temperaturas elevadas, pH baixo e alta força iônica. Portanto, os lipídeos de arqueias são bastante resistentes a essas condições extremas. Eles são bastante diversificados, mas em geral apresentam cadeias hidrocarbonadas longas, as quais estão ligadas a duas moléculas de glicerol por ligação éter. Como grupo polar, tem os carboidratos e glicerolfosfato como no exemplo abaixo. Eicosanóides São as prostaglandinas, tromboxanos e os leucotrienos produzidos a partir dos ác. araquidônico. Observa-se que a síntese de prostaglandinas e tromboxanos podem ser inibidas por ação de antiinflamatórios não esteróides, como a aspirina e o ibuprofeno, que bloqueiam a conversão de ác. araquidônico em prostaglandinas e tromboxanos, por inibirem a enzima ciclooxigenase. Esteróis Lipídeos de membrana que contém o núcleo esteróide, que consiste em 4 anéis fusionados (3 anéis com 6C e 1 anel com 5C). Que são designados pelas letras A,B,C,D. O colesterol é o principal esterol nos tecidos animais, adquirimos colesterol apenas de fonte animal. Molécula anfipática com grupo cabeça polar (hidroxila no C3) e um corpo hidrocarbonado apolar (núcleo esteróide e cadeia hidrocarbonada apolar em C17). Regula a fluidez da membrana. Esteróides derivados do colesterol Os esteróides são derivados oxidados dos esteróis. Eles têm o núcleo esteróide, mas não a cadeia alquila ligada ao anel D. Estrutura de vários hormônios que pertencem a essa classificação. Hormônios sexuais: Hormônios sintetizados no córtex da gl. suprarrenal. O cortisol é um glicocorticóide que regula o metabolismo de carboidratos. A aldosterona é um mineralocorticóide que regula a reabsorção de sódio nos rins. A prednisona e prednisolona são esteróides sintéticos que apresentam ação antiinflamatória. O brassinolídeo, representado abaixo, é um regulador do crescimento em plantas. Ácidos biliares são produzidos a partir do colesterol O colesterol é importante para várias funções, como a síntese dos hormônios sexuais, glico e mineralocorticóides, síntese de vitamina D. Ele também é importante para a produção dos ácidos biliares, que por sua vez são essenciais para a digestão dos lipídeos da dieta, eles se misturam aos lipídeos formando pequenas gotículas que são chamadas de micelas, que facilitam a absorção de monoglicerídeos e ác. graxos pelas células da mucosa do ID. Compostos isoprenóides São derivados do isopreno. Dentro dessa classificação, tem-se a vitamina E e K, que são vitaminas lipossolúveis. Temos a ubiquinona que é um transportadorde elétrons na mitocôndria, também conhecida como coenzimaQ. Plastoquinona que é transportadora de elétrons em cloroplastos. Tem também a molécula do dolicol que é um transportador de açúcar. Modelo do mosaico fluido para a estrutura da membrana plasmática Em vermelho está destacado os lipídeos que constituem a membrana: glicolipídeos, fosfolipídeos, colesterol (esterol), esfingolipídeos. As porções hidrofóbicas em cada monocamada interagem entre si. Os grupos polares hidrofílicos interagem com a água em cada superfície da bicamada. O colesterol contribui para a fluidez da membrana. As proteínas integrais são mantidas por interações hidrofóbicas com os lipídeos da bicamada e as cadeias laterais dos resíduos de aminoácidos apolares. Tanto as proteínas quanto os lipídeos são livres para se moverem lateralmente na bicamada lipídica. Composição lipídica da membrana plasmática e membranas de organelas de hepatócito de rato Observa-se que de forma geral, os fosfolipídeos são os principais componentes da membrana, também há um alto conteúdo de colesterol, principalmente na membrana plasmática do hepatócito de rato. Os esfingolipídeos dependendo do tipo de organela, eles podem estar presentes em concentrações relativamente elevadas também.
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