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Alicerce do Paraiso - vol 5 - Meishu-Sama REVISADO

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Prévia do material em texto

COLETÂNEA 
ALICERCE DO 
PARAÍSO 
 
VOLUME 5 
 
 
 
 
 
 
 
IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRASIL 
 
organização e tradução: 
Secretaria de Tradução da IMMB 
São Paulo 
6ª edição revisada – 2019 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
2 
Copyright by Sekai Kyussei Kyo - Atami 
M 456e 
Meishu-Sama, 1882-1955. 
Ensinamentos de Meishu-Sama/Organização e tradução IMMB, 6.ed. - São Paulo: 
Fundação Mokiti Okada, 2019. 200 p 
(Coletânea - Alicerce do Paraíso, v. 4) 
Título original: Tengoku no Ishizue 
Obra em 5 v. 
ISBN978-85-8355-057-0 (Obra Completa) 
ISBN978-85-8355-145-4 
Fé no cotidiano 2. Aprimoramento 3. Pragmatismo religioso 4. Apego 
– Dívidas I. Título II. Série 
CDD-299.5631 
 
Catalogação na publicação: Zilda Soledade – CRB 8/9909. 
Índices para catálogo sistemático: 
1. Igreja Messiânica Mundial : Filosofia espiritualista de origem japonesa 
 
FUNDAÇÃO 
MOKITI OKADA 
 
EDIÇÃO: 
FUNDAÇÃO MOKITI OKADA 
 
Edição de Arte 
Setor de Comunicação e Marketing 
Projeto gráfico e diagramação: Rogério Luiz da Camara 
Impressão e acabamento: Ipsis Gráfica e Editora S/A 
IMMB: 
Divisão de Comunicação - Secretaria de Tradução da IMMB 
Revisão: Ivna Maia Fuchigami 
6 ª edição – dezembro de 2019 
 
Endereço para correspondência: 
Rua Morgado de Mateus, 77 – 3º andar – Setor Comunicação 
V. Mariana – São Paulo – SP – CEP 04015-050 
Tel.: 11 5087-5000 
Direitos autorais reservados. 
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
3 
ÍNDICE 
 
APRESENTAÇÃO DA REEDIÇÃO .................................................................................................. 5 
AGRICULTURA NATURAL .............................................................................................................. 7 
A GRANDE REVOLUÇÃO DA AGRICULTURA: O CULTIVO SEM USO DE ADUBOS EM UMA 
HIGIÊNICA E PRAZEROSA HORTA CASEIRA ........................................................................... 7 
CULTIVO AGRÍCOLA SEM ADUBOS ........................................................................................ 12 
A VITÓRIA DO CULTIVO NATURAL: A FORÇA DO SOLO ....................................................... 22 
PRINCÍPIO DA AGRICULTURA NATURAL ............................................................................... 30 
A GRANDE REVOLUÇÃO DA AGRICULTUR A: A CERTEZA DE 50% DO AUMENTO DA 
PRODUÇÃO DE ARROZ EM CINCO ANOS .............................................................................. 34 
DANOS CAUSADOS PELAS PRAGAS ...................................................................................... 48 
DANOS CAUSADOS PELOS VENTOS E CHUVAS ................................................................... 49 
O PLANETA TERRA RESPIRA .................................................................................................. 51 
ARTE ............................................................................................................................................... 53 
PARAÍSO TERRESTRE ............................................................................................................. 53 
A RESPEITO DO PARAÍSO TERRESTRE ................................................................................. 56 
UMA CONSIDERAÇÃO SOBRE O PARAÍSO TERRESTRE ..................................................... 58 
A ARTE DE DEUS....................................................................................................................... 60 
RELIGIÃO E ARTE (1) ................................................................................................................ 62 
RELIGIÃO E ARTE (2) ................................................................................................................ 64 
RELIGIÃO ARTÍSTICA ............................................................................................................... 65 
CIÊNCIA E ARTE ........................................................................................................................ 66 
A MISSÃO DA ARTE................................................................................................................... 68 
O PARAÍSO É O MUNDO DA ARTE ........................................................................................... 70 
O PARAÍSO É O MUNDO DO BELO .......................................................................................... 71 
PECULIARIDADES DA CULTURA JAPONESA ......................................................................... 74 
A RESPEITO DO JARDIM DA TERRA DIVINA .......................................................................... 78 
O SIGNIFICADO DA CONSTRUÇÃO DO MUSEU DE BELAS-ARTES ..................................... 82 
SOCIALIZAÇÃO DA ARTE ......................................................................................................... 85 
POR QUE AS OBRAS DE ARTE CHEGAM ÀS MINHAS MÃOS ................................................ 88 
MOVIMENTO DE FORMAÇÃO DO PARAÍSO POR MEIO DAS FLORES ................................. 92 
AS PLANTAS TÊM VIDA PRÓPRIA ........................................................................................... 95 
A RESPEITO DA COLETÂNEA DE POEMAS YAMA TO MIZU (MONTE E ÁGUA) ................... 96 
SOCIEDADE ................................................................................................................................... 98 
O SER HUMANO E A LUTA ENTRE O BEM E O MAL ................................................................. 98 
A SUPERSTIÇÃO DO ATEÍSMO ................................................................................................ 98 
POR QUE O MAL SE REVELA ................................................................................................. 101 
PESSOA MÁ, TEU NOME É TOLICE ....................................................................................... 104 
O MALFEITOR É DOENTE ....................................................................................................... 105 
COMO ACABAR COM OS CRIMES ......................................................................................... 108 
A VERDADEIRA PESSOA FORTE ........................................................................................... 111 
O HÁBITO DE RESIGNAÇÃO DOS JAPONESES ................................................................... 112 
VENCER O MAL ....................................................................................................................... 113 
SEJAM FORTES AS PESSOAS DE BEM ................................................................................ 119 
DERROTAR OS MALFEITORES ............................................................................................. 121 
INDIGNAÇÃO CONTRA O MAL ............................................................................................... 123 
A SOCIEDADE E A LUTA ENTRE O BEM E O MAL .................................................................. 127 
SENSO DE JUSTIÇA ................................................................................................................ 127 
O MUNDO DO MAL .................................................................................................................. 130 
EXCLUSÃO DO MAL ................................................................................................................ 134 
A ORIGEM DA CORRUPÇÃO .................................................................................................. 136 
A ORIGEM DOS MALES SOCIAIS ........................................................................................... 141 
A VERDADEIRA CAUSA DA INSEGURANÇA SOCIAL ........................................................... 142 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
4 
O MAL SOCIAL É OU NÃO CAUSADO PELO AMBIENTE?..................................................... 144 
É POSSÍVEL SOLUCIONAR OS MALES SOCIAIS? ................................................................146 
A MÁ CONDUTA DAS CRIANÇAS ........................................................................................... 150 
JORNAL QUE INSPIRA O BEM ................................................................................................ 152 
OS VIRTUOSOS BEM-SUCEDIDOS NA VIDA ........................................................................ 154 
A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL PODE SER EVITADA ........................................................ 155 
A NAÇÃO ...................................................................................................................................... 160 
DIRETRIZES PARA A RECONSTRUÇÃO DO JAPÃO ............................................................ 160 
O IDEOGRAMA SU................................................................................................................... 164 
UM NOVO CONCEITO DE PATRIOTISMO .............................................................................. 165 
O JAPÃO É UM PAÍS CIVILIZADO OU BÁRBARO? ................................................................ 168 
O CARÁTER DEPENDENTE DOS JAPONESES ..................................................................... 170 
OS JAPONESES NÃO TÊM AMBIÇÃO .................................................................................... 175 
NAÇÃO REGIDA PELO CAMINHO .......................................................................................... 178 
OBEDIÊNCIA AO CAMINHO PERFEITO ................................................................................. 180 
SEJA UM CIDADÃO DO MUNDO ............................................................................................. 183 
RELIGIÃO, EDUCAÇÃO E POLÍTICA ......................................................................................... 186 
RELIGIÃO, EDUCAÇÃO E POLÍTICA ...................................................................................... 186 
RELIGIÃO E POLÍTICA............................................................................................................. 188 
AS LEIS E O CARÁTER SELVAGEM DO SER HUMANO ........................................................ 189 
PODER REVOGANTE E PODER LEGISLATIVO ..................................................................... 192 
A TOLICE DO CONTROLE DA NATALIDADE ......................................................................... 193 
NÃO MENOSPREZE OS CÁLCULOS ...................................................................................... 194 
A EDUCAÇÃO PRECOCE É PREJUDICIAL ............................................................................ 197 
POR QUE NASCEM GÊNIOS................................................................................................... 199 
FONTES DOS ENSINAMENTOS E RESPECTIVA TRADUÇÃO EM JAPONÊS ........................ 201 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
5 
APRESENTAÇÃO DA REEDIÇÃO 
 
É com imensa gratidão e alegria que disponibilizamos a edição 
revisada do volume 5 da coletânea Alicerce do Paraíso. 
 
Ensinamentos de Meishu-Sama são a revelação e cristalização 
do Amor de Deus por meio de palavras e ainda o próprio Caminho 
para vivermos o paraíso neste mundo. Sem dúvidas, para tal, são 
imprescindíveis transformações nos diversos setores da vida, e 
aprendemos com Meishu-Sama que a base delas “deve ser a 
revolução do pensamento humano”1. 
 
Neste volume, dividido em três capítulos, é possível conhecer 
diferentes aspectos sobre Agricultura Natural, Arte e Sociedade, na 
prática da fé messiânica. 
 
A essência do método da Agricultura Natural é a consciência 
de que o solo é um ser vivo criado por Deus para a produção de 
alimentos de origem vegetal. Com o desejo de expandir tal 
consciência, Meishu-Sama praticou a agricultura e publicou diversos 
textos a partir de 1948. Sua visão de vanguarda precedeu os diversos 
movimentos surgidos no século XX em prol de uma agricultura limpa, 
sustentável e livre de substâncias artificiais. 
 
Meishu-Sama ensinou-nos que a missão da arte é melhorar os 
sentimentos humanos, enriquecer e dar sentido à vida. Seu empenho 
na construção dos Protótipos do Paraíso em Hakone e Atami 
expressa seu firme propósito de socialização da arte ao maior 
número de pessoas. 
 
Na temática da sociedade, somos convidados a refletir sobre a 
importância da Religião e da Arte para superar a predisposição para a 
luta, ou seja, nosso caráter semicivilizado. O conflito entre o bem e o 
 
1 Conforme Ensinamento “A Arte de Deus” publicado neste volume. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
6 
mal é abordado em vários textos, bem como nos são apresentadas 
esclarecedoras considerações sobre Educação, Política, Economia, 
entre outras. 
 
Quanto às alterações em relação às edições anteriores deste 
volume , destacam-se: a) inclusão da fonte em que o Ensinamento foi 
publicado pela primeira vez (vide relação na página 246); b) inclusão 
do Ensinamento “A grande revolução da agricultura: o cultivo sem uso 
de adubos em uma higiênica e prazerosa horta caseira”, que 
anteriormente era publicado no volume 4, além da publicação na 
íntegra do texto: “A grande revolução da agricultura: a certeza de 
50% do aumento da produção de arroz em cinco anos”. 
 
As alterações nos títulos estão indicadas no sumário. Os textos 
presentes neste volume constam na coletânea Tengoku no Ishizue 
(Alicerce do Paraíso), editada pela Igreja no Japão. A data do 
Ensinamento é, via de regra, aquela que consta nesta mesma 
coletânea. 
 
Ao final do livro, é possível ter acesso ao índice geral dos 
Ensinamentos publicados na coletânea Alicerce do Paraíso, por 
ordem alfabética e com a indicação do volume em que o texto consta. 
 
Que a força e a luz dos Ensinamentos de Meishu-Sama nos 
iluminem e nos guiem rumo à permanente melhoria do nosso 
pensamento e da nossa ação! 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
7 
AGRICULTURA NATURAL 
 
A GRANDE REVOLUÇÃO DA AGRICULTURA: O CULTIVO SEM 
USO DE ADUBOS2 EM UM A HIGIÊNICA3 E PRAZEROSA HORTA 
CASEIRA 
 
No primeiro número da revista Tijo Tengoku, publiquei um 
artigo voltado para os agricultores em que detalhei o cultivo agrícola 
sem adubos. Desta vez, explicarei, principalmente, as hortas caseiras. 
 
Na referida revista e no jornal, divulguei os excelentes 
resultados obtidos pelos agricultores por meio do cultivo sem adubos. 
Acredito que os leitores tenham conseguido entender, em linhas 
gerais. As hortas caseiras são praticadas principalmente por leigos e, 
por essa razão, posso a afirmar categoricamente que as boas-novas 
do cultivo sem adubos traz uma grande alegria, tal qual uma luz que 
surge na escuridão. 
 
Até agora, nas hortas caseiras, utilizava-se principalmente 
esterco como adubo, mas manuseá-lo é, evidentemente, insuportável 
tanto pela questão do mau cheiro quanto por outros aspectos. 
Adotando-se o cultivo sem adubos, tais sofrimentos desaparecem, 
tornando-se uma prática higiênica e profundamente prazerosa. Além 
disso, é menos trabalhoso, e os resultados são bem melhores 
comparados aos da agricultura que usa adubos. Por conseguinte, é 
como se matassem dois coelhos com uma só cajadada. Vou 
enumerar as vantagens de cultivo: 1 – Sendo utilizado apenas 
composto à base de vegetais, o agricultor terá menos trabalho e 
estará livre da parte desagradável causada pelo uso de esterco; 2 – 
As hortaliças obtidas são de melhor qualidade e possuem sabor 
incomparável às cultivadas com adubos; 3 – O tamanho e a 
quantidade das hortaliças aumentam; 4 – O aparecimento de pragas 
 
2 Até 1951, Meishu-Sama se referia ao método agrícola que desenvolveu como “cultivo agrícola 
sem adubos”. Somente após essa data é que ele passou a chamar de Agricultura Natural. 
3 Título anterior: “A higiênica e agradável agricultura natural nas hortas caseiras”.Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
8 
reduz-se a uma pequena fração quando equiparado ao cultivo com 
adubos,dispensando-se, adubos, dispensando-se, evidentemente, o 
uso de agrotóxico; 5 – A preocupação com a transmissão de 
parasitas, principalmente de lombrigas,torna-se desnecessária. 
 
Muitas outras vantagens poderiam ser citadas, mas relacionei 
apenas as principais. 
 
Uma vez que os espaços nas hortas caseiras são pequenos, 
normalmente não se plantam arroz nem trigo, e sim, hortaliças. Por 
essa razão, vou explicar as experiências de cultivo que tive com 
algumas delas. 
 
As batatas-inglesas são bem brancas, de consistência 
cremosa e de aroma agradável, que chegam a estimular fortemente o 
paladar. O tamanho e a produção reduzidos apontados pelos 
praticantes leigos se devem aos adubos anteriormente utilizados no 
cultivo das mesmas. Sem sua aplicação, o tamanho e a quantidade 
serão maiores. 
 
As plantas de milho são mais altas, os caules, mais grossos, e 
as folhas, bem mais verdes do que o comum. As espigas são mais 
grossas e compridas, com os grãos bem adensados e alinhados, 
macios e doces. As pessoas ficam admiradas com seu sabor 
inigualável. 
 
Os nabos são bem brancos, de casca lisa; seu comprimento e 
grossura apresentam-se maiores e são mais macios e saborosos que 
os comuns. A frequente ocorrência de textura fibrosa e com 
pequenas cavidades nos nabos são em decorrência do uso de 
adubos. 
 
Todas as hortaliças que são apropriadas para conservas, tais 
como acelga, mostarda, espinafre, repolho, possuem aroma 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
9 
agradável, são volumosas, macias e muito apetitosas. No final do ano 
passado, um praticante de horta caseira trouxe-me três acelgas que 
pesavam mais de 5 kg cada uma. Eu nunca havia visto uma acelga 
daquele tamanho. 
 
Evidentemente, as leguminosas também têm bons resultados 
na produção pelo nosso método de cultivo. A altura da planta e as 
folhas são menores, como é o caso do edamame, [N .T.: soja ainda 
na vagem verde], mas a produção chega a dobrar. A maioria das 
vagens contém quatro grãos, e as de apenas um grão são muito 
raras. Com o cultivo por meio de adubos, tanto o caule como as 
folhas das leguminosas em geral crescem muito, e a ocorrência da 
queda de flores é maior. Consequentemente, a produção de grãos 
torna-se reduzida. Sem dúvida, a produção sem o uso de adubos 
aumenta de 50 a 100%. 
 
As berinjelas apresentam boa coloração, casca macia e aroma 
agradável. Não só pela aparência, mas também pelo sabor, quem já 
as provou não consegue comer as que são produzidas com adubos. 
 
Vou abreviar detalhes sobre a cebola, a cebolinha, o tomate, a 
abóbora, tipos de pepino e outros, cujas qualidades se mostraram 
excelentes. Especialmente, a abóbora apresenta textura muito 
cremosa e sabor adocicado indescritível. 
 
Entre os tubérculos, a batata-doce cresce tanto que chega a 
nos surpreender. Se deixá-la por muito tempo sem colher, torna-se 
inimaginavelmente grande. 
 
O mesmo se verifica com as frutas, em especial as cítricas. O 
caqui e o pêssego, entre outras, produzem frutos incomparavelmente 
mais saborosos do que os de cultivo com adubos. 
 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
10 
Acima está um breve relato. A seguir, explicarei o princípio e a 
utilização do composto. 
 
No cultivo sem adubos, é necessário o uso do composto. 
Existem dois tipos de composto: o de folhas de mato e o de folhas de 
árvores. O primeiro é apropriado para ser misturado à terra, e o 
segundo é indicado para fazer o berço de folhas4. A respeito disso, 
desejo expor o efeito da Agricultura Natural e seu princípio. 
 
Nosso método agrícola difere do usual com adubos porque, em 
primeiro lugar, considera o solo como uma matéria profundamente 
misteriosa feita pelo Criador para a produção de alimentos de origem 
vegetal. À vista disso, fazer o solo expressar sua vitalidade ainda 
mais é que possibilita o cumprimento de seu objetivo original. 
Desconhecendo este princípio e baseados em uma interpretação 
errônea, os antigos passaram, não se sabe desde quando, a usar 
adubos. Como resultado,o solo perde o vigor original e morre. Na 
tentativa de recuperar a vitalidade do solo, passaram a utilizar adubos 
de maneira indiscriminada, os quais intoxicaram as plantas. Dizem 
que o solo japonês empobreceu, mas a causa está, evidentemente, 
na aplicação de adubos. Especialmente nos anos recentes, como 
resultado do uso de fertilizantes químicos, o processo de degradação 
do solo acelerou. 
 
Uma boa prova disso consiste em acrescentar solo trazido de 
outro lugar quando ocorre queda da produção de arroz e, por meio 
dessa prática, observa-se a ocorrência de uma melhora temporária. 
Os agricultores interpretam que, devido ao cultivo realizado ao longo 
dos anos, houve o esgotamento de nutrientes da terra, que foram 
absorvidos pelas plantas e, com isso, a produção caiu. Portanto, 
acham que o ideal é trazer solos virgens e ricos em nutrientes de 
outro lugar. Contudo, isso é um grave erro, pois, na verdade, a cada 
ano, o solo perde sua vitalidade em consequência da utilização de 
 
4 Berço de folhas: técnica utilizada em países de clima temperado para melhorar o 
desenvolvimento das plantas, aquecendo-se o solo. Vide também o Ensinamento “Cultivo 
agrícola sem adubos”, publicado neste volume. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
11 
esterco e fertilizantes químicos. Com o acréscimo de terra isenta da 
toxina dos adubos, em parte, ocorre sua recuperação. 
 
Sendo assim, o composto tem por finalidade impedir a 
compactação do solo e aquecê-lo. Para tornar mais vigorosa a 
capacidade de crescimento das plantas,o fundamental é promover o 
desenvolvimento da raiz. O primeiro passo consiste em não deixar o 
solo compactar; daí a necessidade de se misturar composto ao solo. 
Para promover o crescimento dos pelos radiculares das plantas, 
deve-se utilizar o composto à base de mato, pois suas fibras são 
macias e não atrapalham o crescimento dos mesmos. As fibras das 
folhas de árvores, no entanto,são mais duras e, por esse motivo, não 
convém misturá-las ao solo. É melhor utilizá-las para formar um berço 
de folhas sob o solo, a fim de aquecê-lo. O ideal seria preparar uma 
camada de uns 30 cm de solo misturado ao composto à base de 
capim e, abaixo dela, um leito da mesma espessura, usando apenas 
composto à base de folhas de árvores. 
 
No cultivo de hortaliças em geral e de leguminosas, o processo 
descrito é conveniente, mas em se tratando de nabo, cenoura, 
bardana e similares, em que se visa ao crescimento das raízes, deve-
se dimensionar as camadas de maneira adequada. Na medida do 
possível, fazer canteiros altos e possibilitar que as raízes recebam 
bastante sol fará com que o crescimento melhore muito. Em se 
tratando, por exemplo, de batata-doce, os canteiros altos devem ter 
mais ou menos 60 cm de altura, dispondo-se as mudas em uma 
distância de 30 cm uma da outra. Assim procedendo, será possível 
colher batatas-doces gigantes. 
 
Ouve-se dizer frequentemente que o melhor é dispor os 
canteiros em sentido Norte-Sul ou Leste-Oeste, mas esse 
procedimento é para que as plantas recebam incidência solar maior. 
Por essa razão, basta dispô-los levando em consideração a posição 
de melhor insolação e a direção do vento. Quando este é muito forte, 
há possibilidade de os caules se quebrarem ou de a terra se espalhar. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
12 
Assim sendo, é necessário plantar árvores como quebra-vento, fazer 
cerca, objetivando minimizar a ação do vento. 
 
Como princípio, quanto mais limpo5 o solo for mantido, maior 
será a sua vitalidade. Portanto, a utilização de materiais inadequados 
no solo como o esterco traz resultados adversos. Mesmo que seja por 
desconhecimentodesse fato, o trabalho realizado não só será 
infrutífero, mas também trará resultados negativos. 
 
Evidentemente, os americanos jamais comem hortaliças 
produzidas no Japão, por temerem a presença de parasitas. Em se 
tratando do cultivo sem adubos, não haverá motivos para 
preocupação, o que é realmente uma grande revolução da agricultura 
e uma boa-nova para todos nós. 
 
Jornal Hikari 3, 30 de março de 1949 
 
CULTIVO AGRÍCOLA SEM ADUBOS6 
 
Para explicar o que é o cultivo agrícola sem adubos, começarei 
pelo seu princípio básico. Afinal, o que é o solo? Sem dúvida, ele foi 
feito pelo Criador para cultivarmos cereais e hortaliças, que são 
importantíssimos para a manutenção da vida humana. Por 
conseguinte, sua essência é profundamente misteriosa, impossível de 
ser decifrada pela ciência materialista. Até hoje, a agricultura, sem 
perceber, acabou tomando o rumo errado e, como consequência, 
menosprezou a força do solo, chegando à conclusão de que, para se 
obterem produtos agrícolas melhores, o solo dependia da adubação 
artificial, que usa esterco, fertilizantes químicos, entre outros, fato 
verificado até hoje. 
 
 
5 Neste caso, o solo limpo significa um solo que não contém as impurezas dos fertilizantes e 
outros materiais tóxicos. 
6 Título anterior: “Introdução à Agricultura Natural”. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
13 
Consequentemente, com o empobrecimento e as modificações 
gradativas das características do solo, sua capacidade produtiva 
acabou diminuindo. Sem perceber isso, o ser humano se iludiu, 
acreditando que a causa das más colheitas é a falta de adubos e 
passou a utilizá-los em maior quantidade, o que acabou reduzindo, 
ainda mais, a força do solo. Atualmente, o solo japonês está tão 
pobre, que a unanimidade dos agricultores lamenta o fato. 
 
Vou listar alguns fatos para que fique claro como a adubação 
artificial é terrível. 
 
1 – Hoje, o maior problema talvez seja o aparecimento de 
pragas. No entanto, sem procurar elucidar as causas do seu 
surgimento, os agricultores têm-se concentrado apenas no seu 
extermínio. Penso que eles agem assim justamente por não 
conseguirem descobrir a causa e acreditarem, sem alternativa, ser 
essa a melhor maneira de combatê-las. O fato é que as pragas 
surgem dos adubos, e o atual aumento das espécies de pragas é 
inteiramente decorrente do crescimento dos tipos de adubos. Os 
agricultores desconhecem que os pesticidas empregados, ainda que 
consigam combater os insetos indesejados, infiltram-se no solo e o 
degradam, causando o aparecimento dessas pragas. 
 
2 – Absorvendo os adubos,as plantas enfraquecem 
acentuadamente e dobram-se com facilidade ante a ação do vento e 
da água. Da mesma forma, pela ocorrência da queda das flores, a 
quantidade de frutos é reduzida. Além disso, pelo fato de as plantas 
alcançarem maior altura e suas folhas se tornarem maiores, os frutos 
acabam ficando na sombra. Por essa razão, no caso do arroz, do 
trigo, da soja, as cascas ficam mais grossas e os grãos, menores. 
 
3 – O sulfato de amônia ou a amônia presente no esterco, bem 
como os demais fertilizantes químicos, na maioria, são venenos 
violentos. Uma vez que eles são absorvidos pelas plantas, 
geralmente acabam sendo ingeridos também pelo ser humano. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
14 
Mesmo que isso ocorra em quantidades ínfimas, não se pode dizer 
que essas substâncias não façam mal à nossa saúde. A realidade 
nos mostra que mais de 80% dos japoneses possuem parasitas, 
principalmente o verme intestinal, e sua causa evidentemente são as 
ovas contidas no esterco que se desenvolvem no interior do corpo 
humano. A própria Medicina está a afirmando ultimamente que, se 
suspender por dois a três anos a utilização do esterco como adubo, o 
problema de verme s e demais parasitas deixará de existir. Nesse 
aspecto, os resultados obtidos pela agricultura sem o uso de adubos 
são fabulosos. 
 
4 – Ultimamente, o preço dos adubos tem aumentado, de 
modo que a despesa que se tem com eles é quase igual à receita 
oriunda da venda da produção aos órgãos controladores, cujos 
cálculos não condizem com os dos agricultores, que, por sua vez, são 
forçados a vender seus produtos também no mercado paralelo. 
 
5 – É grande o esforço e o trabalho expendidos com a compra 
e a aplicação de adubos e inseticidas. 
 
6 – Os produtos obtidos por meio do cultivo sem adubos são 
extremamente saborosos e, como se desenvolvem bem, tanto o 
tamanho do produto quanto a colheita são bem maiores que os 
adquiridos com adubos. 
 
Com o que acabamos de expor, creio que o leitor pôde 
compreender que a toxicidade dos adubos é realmente pavorosa e 
que o cultivo que não os utiliza é muito mais vantajoso. Em uma 
análise geral, podemos concluir que, na economia agrícola, não será 
nada difícil duplicar seu lucro. Não seria exagero afirmar que, na 
verdade, se trata de uma revolução jamais vista na agricultura 
japonesa. 
 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
15 
A seguir, vou apresentar o método e os resultados que atingi 
com minha experiência e os relatos de várias pessoas que já 
alcançaram excelentes resultados decorrentes da prática desse tipo 
de cultivo. 
 
O que penso é o seguinte: entre os japoneses, quantos deles 
conhecem o verdadeiro sabor das hortaliças e legumes? Diríamos 
que pouquíssimos. Isso porque, evidentemente, hoje não existe 
nenhum produto agrícola em que não se utilizem fertilizantes 
químicos e esterco. Absorvendo esses elementos, os produtos 
acabam perdendo o sabor atribuído pelos Céus. Se, ao invés disso, 
fizermos com que os mesmos absorvam os nutrientes da própria terra, 
seu sabor natural, que é realmente magnífico, surgirá 
espontaneamente. Minha alegria de viver tornou-se incalculavelmente 
maior após conhecer o sabor das hortaliças e legumes cultivados 
sem os adubos. Além da economia de dinheiro e de mão de obra, 
ficamos livres do desagradável mau cheiro e do risco da propagação 
de parasitas. Essas hortaliças tornam-se mais saborosas, reduz-se o 
surgimento das pragas e ocorre o aumento da produção. Enfim, 
matam-se sete coelhos com uma só cajadada7. 
 
Não consigo ficar sem agir por um minuto sequer diante de um 
problema tão sério. Quero levar esta boa-nova ao mundo inteiro e 
compartilhar seus benefícios o quanto antes possível. 
 
Primeiramente, quero explanar a teoria e sua prática. Afinal, 
qual é a capacidade do solo? Ele é formado pela união de três 
elementos fundamentais – terra, água e fogo –, que constitui a força 
da trilogia. 
 
Evidentemente, o elemento terra é a força fundamental para o 
desenvolvimento das plantas, e os elementos água e fogo são forças 
complementares. Logo, de acordo com a qualidade do solo, que é a 
 
7 O ditado diz “Matar dois coelhos com uma só cajadada”, mas Meishu-Sama usou um número 
maior para enfatizar a vantagem de se praticar a agricultura sem adubos. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
16 
força primordial, a influência nas plantas será boa ou má. Assim 
sendo, a condição básica para desenvolvermos um bom cultivo é a 
melhoria da qualidade do solo. Quanto melhores forem as 
propriedades do elemento terra, mais satisfatórios serão os 
resultados. 
 
Então, qual é o método para tornar o solo fértil? Sem dúvida, 
consiste em fortalecer sua vitalidade. Para tanto, é necessário, 
primeiramente, torná-lo puro e limpo, pois, quanto mais puro ele for, 
maior é sua força para o desenvolvimento das plantas. Até hoje, 
contudo, a agricultura considerava positivo aplicar ao solo o máximo 
possível de adubos, contrariando o que foi exposto acima, de onde se 
pode concluir o quanto ela está errada. Para explicar isso, acho que o 
leitor poderá compreender melhor se eu recorrer a uma explicaçãoque mostra o contrário dessa lógica. 
 
O que seria isso? Desde a Antiguidade, os adubos são 
considerados indispensáveis ao plantio, mas a verdade é que quanto 
mais os agricultores os aplicam, mais eles vão “matando” o solo. Com 
a adubação, conseguem-se bons resultados temporariamente. Pouco 
a pouco, no entanto, o solo vai-se envenenando, tornando-se 
necessário o uso de mais adubos para a obtenção de boas colheitas. 
Assim, quanto maior for a quantidade de adubos, maior será o 
resultado contrário. A melhor prova disso está no fato de que, quando 
a colheita de arroz começa a diminuir, os rizicultores acrescentam 
terras de outros locais ao seu campo irrigado, para melhorá-lo. Com 
esse procedimento, a produção agrícola aumenta temporariamente. 
Nesses casos, eles partem de um julgamento equivocado e 
interpretam que o cultivo consecutivo, ao longo dos anos, absorve os 
nutrientes do solo, causando seu empobrecimento. Entretanto, não 
percebem que isso ocorreu devido à sucessiva utilização de adubos. 
As terras novas, isentas de adubos, que são introduzidas ao arrozal, 
têm atividade mais intensa e, por isso, é possível obter bons 
resultados. Gostaria de encerrar a explicação teórica e esclarecer, 
uma a uma ,as vantagens práticas da não utilização de adubos. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
17 
Um primeiro ponto a destacar como característica do cultivo 
sem adubos é a baixa altura das plantas. No cultivo com adubos, elas 
se tornam mais altas, e as folhas ficam maiores e mais densas. 
Tratando-se de leguminosas, conforme já me referi, os frutos ficam à 
sombra e não apresentam bom crescimento. Ocorre, também, uma 
maior queda das flores e, consequentemente, a frutificação também 
diminui. No caso da soja, em especial, se for cultivada sem adubos, a 
produção dobra, e nenhum grão se apresenta bichado. Ademais, seu 
sabor é incomparável, a ponto de deixar as pessoas admiradas. Da 
mesma forma, em outras espécies, como ervilhas, favas, a casca é 
excepcionalmente macia. 
 
Outro aspecto relevante é que, no cultivo sem adubos, jamais 
ocorrem fracassos. Às vezes, um leigo resolve plantar batatas e as 
colhe em quantidade reduzida e em tamanho pequeno. As pessoas 
costumam lamentar a péssima produção, mas não percebem que 
isso resultou do uso excessivo de adubos e interpretam o referido 
resultado de maneira equivocada, ou seja, atribuem o fracasso à falta 
de adubos e passam a usá-los em maior quantidade, o que faz piorar 
a situação. Se, nessas ocasiões, indagamos aos técnicos ou às 
pessoas experientes, estes dizem, por exemplo, que o motivo se 
encontra nas sementes, que não eram boas ou que foram semeadas 
fora da época apropriada, ou então, na acidez do solo. Todos dão 
respostas que fogem totalmente do ponto vital e sequer percebem a 
verdadeira causa. 
 
Contudo, as batatas produzidas sem o uso de adubos 
apresentam-se bem brancas, cremosas, de aroma agradável e 
saborosas. São tão deliciosas que, a princípio, nos fazem pensar que 
são de alguma espécie diferente. O mesmo se verifica com o inhame 
e outros tubérculos. A batata-doce, principalmente, deve ser plantada 
em canteiros altos e, entre estes, deve haver um a boa distância, de 
modo que recebam bastante sol. Dessa maneira, conseguem-se 
batatas enormes e deliciosas, capazes de impressionar qualquer 
pessoa. Aliás, parece que os próprios agricultores não costumam 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
18 
adicionar muito adubo ao solo quando se trata de produzir batata-
doce. 
 
Agora, tecerei considerações a respeito do milho. Seu cultivo 
sem adubos tem apresentado tão ótimos resultados, que merece um 
destaque especial. 
 
No início, por um ou dois anos, a colheita pode não satisfazer 
às expectativas, visto que as sementes ainda contêm as toxinas dos 
adubos. Entretanto, por volta do terceiro ano, os resultados já 
começam a aparecer. Sem toxinas no solo nem nas sementes, o 
milho cresce com o caule bastante grosso, e suas folhas apresentam 
um verde vivo. Se for plantado em um local onde não há escassez de 
água nem de sol, as espigas apresentam- se longas, com os grãos 
bem dispostos e sem espaços entre eles. Logo na primeira mordida, 
percebe-se que são ma cios e doces, com um sabor inesquecível. 
 
Quanto aos nabos, são branquinhos e lisos, cremosos, grossos 
e adocicados, o que os torna muito saborosos. Os nabos fibrosos e 
ásperos são decorrentes das toxinas dos adubos. Aliás, as hortaliças 
produzidas sem adubos apresentam boa coloração, maciez e um 
suave e agradável aroma que estimula o apetite e, em absoluto, 
encontra-se sinais de pragas. Uma vez que não é aplicado esterco na 
fertilização, são muito mais higiênicas. 
 
O que gostaria de recomendar especialmente são as berinjelas 
obtidas por meio do cultivo sem adubos. Elas apresentam excelente 
coloração, aroma agradável e casca macia, as quais realmente 
estimulam o apetite. Em minha casa, atualmente, ninguém mais 
aprecia as berinjelas produzidas com adubos. 
 
Na produção de arroz, deve-se misturar bem a palha do arroz 
picada ao solo alagado, pois a mesma, por absorver o calor, aquece 
o solo. Há,ainda, um detalhe já bastante conhecido: a água fria das 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
19 
montanhas é prejudicial à plantação. Neste caso, não se devem fazer 
lagos intermediários no percurso de água, pois, devido à 
profundidade desses reservatórios, a água não chega a aquecer 
adequadamente. Por conseguinte, as valas devem ser as mais rasas 
e extensas possíveis. 
 
No caso de cucurbitáceas, como o pepino, a melancia, a 
abóbora, qualquer produtor consegue obter excelentes produtos, 
como nunca experimentara. 
 
Os pés de arroz e de trigo são baixos, mas no que se refere à 
qualidade e quantidade de grãos, são excelentes. O arroz, sobretudo, 
apresenta peso, brilho, consistência, além de excelente paladar, e 
vem sendo sempre classificado como arroz de categoria superior. 
 
A pesar da forma simples, creio que pude expor as vantagens 
do cultivo agrícola sem adubos. Não devem existir melhores 
perspectivas do que essas que mencionei para os praticantes das 
hortas caseiras que vemos, atualmente, em quase todos os lugares. 
Principalmente, porque a aplicação de esterco não só acarreta 
transtornos insuportáveis aos praticantes amadores, como também 
pode trazer resultados ruins, além dos inconvenientes e indesejáveis 
vermes intestinais, que acabam se hospedando no intestino humano. 
Até agora, embora fosse por desconhecimento de causa, trabalhava-
se muito e obtinha-se pouco sucesso. 
 
Em contrapartida, no meu caso, apenas semeio e não tenho 
maiores trabalhos a não ser a remoção do mato, que preciso realizar 
de vez em quando, e obtenho excelentes hortaliças. Portanto, posso 
afirmar que não há nada mais gratificante do que esse método de 
cultivo. 
 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
20 
Embora não haja necessidade de adubos químicos nem de 
esterco, conforme já foi explicado, é preciso usar compostos naturais 
intensivamente. 
 
Vou detalhar a respeito. 
 
O mais importante para o desenvolvimento das plantas, em 
qualquer cultivo, é ter cuidado com as pontas das raízes. Esse 
cuidado consiste em fazer com que as radicelas cresçam livremente e, 
para isso, deve-se evitar o endurecimento do solo. O composto 
natural precisa estar semidecomposto, pois, se o estiver totalmente, 
acabará facilitando a compactação do solo. Aquele que é feito 
usando-se somente capim, decompõe-se rapidamente, mas o 
composto de folhas de árvores demora muito mais, devido às fibras e 
nervuras,que são duras; por conseguinte, é necessário deixá-lo por 
longo tempo, até que ocorra sua suficiente decomposição. Como já a 
afirmei anteriormente, a razão disso reside na obstrução do 
crescimento das pontas das radicelas causada pelas fibras e 
nervuras das folhas utilizadas comocompostos orgânicos. 
Ultimamente, ouvimos dizer que é bom fazer o ar chegar às raízes 
das plantas, mas acho que isso não tem sentido, pois sendo um solo 
poroso, que permite até passar o ar, nele se processará um bom 
desenvolvimento radicular. Por conseguinte, de fato, o ar nada tem a 
ver com isso. 
 
Manter o solo aquecido8 é outro ponto que merece atenção. No 
caso das hortaliças e legumes mais comuns, basta fazer uma 
camada de composto natural de mais ou menos 30 cm, a partir de 
uma profundidade de aproximadamente 30 cm. Tratando-se, por 
exemplo, de nabo, cenoura, bardana, cujas raízes constituem a parte 
mais importante, a profundidade deve ser compatível com o 
comprimento da raiz de cada planta. O composto à base de folhas de 
ervas e capim tem que ser bem misturado à terra. O composto à base 
 
8 Vide nota de rodapé nº 4. 
 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
21 
de folhas de árvores deve ser aplicado para formar o leito sob o solo, 
conforme já expliquei anteriormente. Considero este o procedimento 
ideal. 
 
Ultimamente, fala-se muito na inconveniência da acidez do 
solo, mas a causa está nos adubos; portanto, se deixar de usá-los, 
essa preocupação passa a não mais existir. 
 
Há outro aspecto que surpreende as pessoas. A agricultura 
considera danosa a prática da cultura repetitiva. No entanto, tenho 
obtido ótimos resultados9 com esse procedimento. Além disso, a cada 
ano que passa, eles vêm melhorando. Pode até parecer milagre, mas 
há uma boa razão para isso. De acordo como que tenho declarado, 
para dar vida ao solo e ativar sua força, é necessário que se realize o 
maior número de vezes possível a cultura repetitiva, pois, assim, a 
terra cria naturalmente uma adaptabilidade no sentido de desenvolver 
melhor o cultivo de hortaliças e legumes. 
 
Sem a utilização de adubos, a quantidade de pragas poderá 
não chegar a zero, mas próximo a isso. Os próprios agricultores têm 
afirmado que o excede adubos aumenta as pragas. 
 
Para a produção de charutos, sabe-se que a melhor matéria-
prima é produzida em Manila e Havana, que não apresenta folhas 
comidas por bichos, e o aroma é muito agradável. Certa vez, ouvi um 
especialista dizer que não se utiliza nenhum adubo na produção 
dessas folhas de fumo. A não ocorrência de insetos em ervas 
daninhas e o agradável aroma de algumas ervas silvestres 
comestíveis colhidas na primavera, entre elas a áster yomena e a 
salsa japonesa, são decorrentes, principalmente, da ausência de 
adubos. 
 
 
9 Além do solo, vários fatores influenciam os resultados de culturas repetitivas; por isso, para 
colocá-las em prática, torna-se necessário um bom planejamento. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
22 
Há mais um aspecto ao qual se deve estar atento: quando se 
introduz o cultivo sem adubos em uma terra de agricultura 
convencional em que os adubos vinham sendo utilizados, não se 
obtêm bons resultados durante um ou dois anos, porque a terra está 
“intoxicada”. É como uma pessoa que bebe, deixa de fazê-lo 
abruptamente e, por algum tempo, fica meio atordoada. O mesmo 
problema se verifica com os fumantes inveterados quando, de 
repente, suspendem o fumo, ou quando os viciados em morfina ou 
cocaína ficam sem estes entorpecentes e não aguentam ficar sem 
eles. Deve-se, portanto, ter paciência por dois ou três anos e, nesse 
espaço de tempo, com a diminuição gradativa das toxinas de adubos 
no solo e nas sementes, o solo começará a manifestar sua força. 
 
Com as considerações que acabamos de tecer sobre o cultivo 
sem adubos, o leitor deverá ter compreendido o quanto a agricultura 
tradicional está errada. Evidentemente, este novo método não tem 
nenhuma ligação com a fé, bastando utilizar os compostos naturais 
para se obterem resultados surpreendentes. Contudo, conseguiremos 
um efeito ainda melhor se, além desse procedimento, purificarmos o 
solo por meio da Luz de Deus. 
 
Coletânea Série Jikan, vol. 2, 1º de julho de 1949 
 
A VITÓRIA DO CULTIVO NATURAL: A FORÇA DO SOLO10 
 
O princípio da Agricultura Natural consiste em fazer manifestar 
a força do solo. Isto porque, até agora, o ser humano desconhecia a 
verdadeira natureza do solo, ou melhor, não lhe era dado conhecê-la. 
Tal desconhecimento levou-o a adotar o uso de adubos e, 
despercebidamente,acabou por colocá-lo em um a situação de total 
dependência em relação a eles,o que tornou essa prática uma 
verdadeira superstição11. 
 
10 Título anterior: “A força do solo”. 
11 Popularmente falando, a superstição é um tipo de crendice que não possui explicação científica. 
Ela é transmitida de geração para geração. Geralmente, quando não conhecem as causas e 
efeitos de certos fenômenos científicos, diversas pessoas atribuem a estes explicações não 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
23 
No começo, por melhor que eu explicasse o que era o cultivo 
agrícola sem adubos,as pessoas não me davam ouvidos e riam de 
mim. No entanto, fui sendo recompensado aos poucos e, ultimamente, 
a cada ano que passa, os praticantes do cultivo natural têm 
aumentado, mesmo porque os resultados das colheitas, em toda 
parte, têm sido surpreendentes. Ainda que, no momento, a maioria 
seja da esfera dos fiéis de nossa Igreja, de hoje em diante surgirão 
gradativamente, em várias regiões, simpatizantes fora desse círculo. 
Nosso método agrícola está se expandindo rapidamente; portanto, já 
se pode imaginar que não está longe o dia em que ele será praticado 
em todo o território japonês. Assim sendo, falando francamente, acho 
que nossa forma de cultivo poderá ser divulgada como “movimento 
de derrubada da superstição do adubo”. 
 
Por ser uma agricultura que não usa absolutamente adubos, 
nem na forma de esterco nem de fertilizantes químicos, mas somente 
compostos naturais, é denominada de método de cultivo natural. 
Evidentemente, a matéria-prima dos compostos naturais são as 
folhas e os capins secos, que se produzem naturalmente. 
Contrariamente, os adubos químicos e os dejetos humanos, o esterco 
de cavalo ou galinha, os resíduos de peixe e as cinzas de madeira 
não caem do céu nem brotam da terra: são aplicados pelo ser 
humano. Portanto, não é preciso dizer que a utilização dos mesmos é 
antinatural. 
 
Originariamente, é certo que nada poderia existir neste mundo 
sem as benesses da Grande Natureza, ou seja, nada nasceria nem 
se desenvolveria sem os três elementos: fogo, água e terra. Em 
termos científicos, esses elementos correspondem, respectivamente, 
ao oxigênio do fogo, ao hidrogênio da água e ao nitrogênio da terra. 
 
racionais. Por exemplo, achar que passar sob uma escada pode dar azar. Contudo, Meishu-Sama 
amplia essa visão ao nomear outros tipos de superstição. Para ele, a crença cega na ciência e no 
progresso como tábua de salvação constitui igualmente uma forma de superstição. Ele ainda 
afirma que considerar superstição aquilo que não é, já é um tipo de superstição. Há diversos 
Ensinamentos da coletânea Alicerce do Paraíso em que o tema aparece: A ciência cria as 
superstições (vol. 1); Religião que revela Deus (vol. 1); Possessão por divindades (vol. 2); 
Insensibilidade em relação à religião (vol.2); A superstição da mentira (vol. 4); A superstição do 
ateísmo (vol. 5), entre outros. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
24 
Na agricultura, não existe um só produto que não tenha relação com 
o oxigênio, o hidrogênio e o nitrogênio. Assim, Deus fez com que os 
cereais e as hortaliças que constituem os alimentos para a 
sobrevivência do ser humano possam ser produzidos na quantidade 
exatade sua necessidade. Analisando a lógica que se segue, será 
possível compreender isso perfeitamente. Seria um absurdo se Deus 
criasse o ser humano e não providenciasse os alimentos que lhe 
possibilitariam a vida. Logo, o fato de determinado país não conseguir 
produzir os alimentos necessários à sua população é porque, em 
algum ponto, ele não está de acordo com as Leis da Natureza criadas 
por Deus. 
 
Assim sendo, enquanto não se atentar para isso, não será 
possível sequer imaginar a solução para o problema da escassez de 
alimentos. 
 
A Agricultura Natural proposta por mim tem como base o 
princípio já citado, e o atual empobrecimento e o cansaço dos 
agricultores japoneses pela falta de alimentação serão solucionados 
sem dificuldades com a prática desse método. Deus, que a tudo vê, 
não deixa passar despercebida essa situação equivocada e, por meio 
de Seu grandioso amor e misericórdia de não os deixar 
desamparados, está se dignando levar, por meu intermédio, o 
princípio da Agricultura Natural ao conhecimento da sociedade. Urge, 
portanto, que os agricultores despertem e adotem o quanto antes 
nosso método. Só assim poderão sair dessa situação. 
 
Conforme já mencionado, os três elementos – fogo, água e 
terra –, são as forças motrizes para desenvolvermos os produtos 
agrícolas. Portanto, se houver uma boa incidência de Sol, se 
garantirmos um bom abastecimento de água e se plantarmos em uma 
terra pura, é certo que obteremos um grande êxito, jamais visto. Não 
se sabe quando, mas o ser humano cometeu um equívoco sem 
tamanho, que foi a utilização de adubos. Isso se deu por ele 
desconhecer, por completo, a natureza do solo. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
25 
Efeitos contrários dos adubos 
 
No início, a aplicação de adubos traz considerável resultado 
Todavia, se essa prática durar por muito tempo,a ocorrência 
gradativa de efeitos contrários será inevitável. Ou seja: as plantas 
vão-se enfraquecendo, perdem a capacidade inerente de absorver os 
nutrientes existentes no solo e alteram suas características, 
precisando assimilar adubos como nutrientes. 
 
Poderão compreender melhor, se fizermos uma analogia com 
os toxicômanos. Quando alguém começa a fazer uso de drogas, 
sente uma sensação muito agradável e, durante certo período, muitas 
vezes, o funcionamento do cérebro se torna mais vivaz. Por não 
conseguir esquecer esse prazer, a pessoa, pouco a pouco, se 
aprofunda cada vez mais no vício e não consegue livrar-se dele. 
Nessa condição,quando o efeito do tóxico acaba, ela fica em estado 
de letargia ou sente dores violentas, e nada consegue fazer. Uma vez 
que a situação se torna intolerável, embora saiba o mal que isso lhe 
faz, acaba consumindo a droga novamente. E chega até mesmo a 
roubar, para obter recursos para adquiri-la. Fatos semelhantes são 
constantemente noticiados nos jornais e podemos compreender quão 
nocivo esse tóxico é. Aplicando tal lógica à agricultura, 
compreendemos de imediato e afirmamos que, hoje, todos os solos 
cultiváveis do Japão estão viciados em adubos, ou seja, gravemente 
doentes. Todavia, tendo-se tornado cegos adeptos dos adubos, os 
agricultores não conseguem despertar. 
 
Ocasionalmente, ao ouvirem minhas explicações, eles 
resolvem suspender o uso de adubos artificiais e iniciar o cultivo 
natural. No entanto, como nos primeiros meses os resultados são 
insatisfatórios, concluem, precipitadamente, que o certo mesmo é 
usar os adubos e, desistindo da mudança, voltam à prática anterior. 
 
Já que nosso método de cultivo está alicerçado na fé, as 
pessoas o praticam sem duvidar de nada do que eu digo. Assim 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
26 
procedendo, elas chegam a compreender facilmente o verdadeiro 
valor da Agricultura Natural. 
 
Descreverei a sequência dos fatos que ocorrem com a 
mudança para a Agricultura Natural. 
 
No caso do arroz, ao se transplantarem as mudas para o 
arrozal, durante algum tempo a coloração das folhas não é 
satisfatória, e os talos permanecem finos e, no geral, o pé de arroz 
apresenta-se visivelmente bem inferior ao dos demais arrozais 
convencionais. Isso dá ensejo à zombaria por parte dos agricultores 
vizinhos, o que leva o produtor iniciante da nossa agricultura a vacilar, 
questionando se está no caminho certo. Cheio de preocupação e 
aflição, ele começa a orar a Deus. 
 
Passados dois ou três meses, os pés de arroz começam a se 
tornar mais viçosos e, na época do crescimento, pode ser observada 
uma ampla recuperação, o que traz um grande alívio para o agricultor. 
Finalmente, às vésperas da colheita, seu desenvolvimento já se 
apresenta normal ou até maior, o que tranquiliza os agricultores. Ao 
se proceder à colheita, ocorre o inesperado: o volume da produção do 
arroz, por exemplo, ultrapassa as previsões. Ademais, o produto é de 
boa qualidade, possui brilho e consistência, e seu sabor é inigualável. 
Geralmente, ele se enquadra na classificação tipo 1 ou 2 e, na pior 
das vezes, no tipo 3. Seu peso é também maior em uma proporção 
de 5 a 10% acima do peso do arroz cultivado com adubos, e o mais 
interessante é que, devido à sua consistência, o rendimento não se 
reduz com o cozimento; ao contrário, aumenta em 20% ou 30%. 
Assim, mesmo que a ingestão de arroz seja 30% a menos, a pessoa 
se sente plenamente satisfeita. Logo, até do ponto de vista 
econômico, é vantajoso. 
 
Logo, se todos os japoneses comessem o arroz da Agricultura 
Natural, o resultado seria equivalente ao que se obteria com um 
incremento de produção de 30%. Mesmo mantendo a quantidade de 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
27 
produção atual, a importação de arroz se tornaria desnecessária, o 
que seria maravilhoso para a economia nacional. 
 
Superstição do adubo 
 
Esclarecendo melhor o assunto, o fato de as plantas 
parecerem fracas durante dois ou três meses se deve à presença de 
toxicidade dos adubos tanto no solo quanto nas sementes. Com o 
passar dos dias, essa toxicidade vai sendo eliminada, e o solo e a 
plantação tendem a melhorar, restabelecendo-se a capacidade 
original de ambos. Acho que esta teoria é perfeitamente 
compreensível para os agricultores, pois eles sabem que, após o 
acréscimo de água do campo do arrozal ou uma chuva forte, mesmo 
nos arrozais alagados em estado já degradado, sobrevêm certas 
melhoras. Isso ocorre porque o excesso de toxicidade dos adubos foi 
lavado e reduzido. Quando o desenvolvimento das plantas não é 
bom ,os agricultores costumam repor terras de outras localidades ao 
solo e, com isso, se observa uma ligeira melhora. Os agricultores 
acham que, com as sucessivas e contínuas plantações, o solo foi-se 
tornando pobre devido à absorção de seus nutrientes pelas plantas; 
por esse motivo, a melhora sobrevém com a reposição de novas 
terras. Todavia, isso é um equívoco, pois o solo se enfraqueceu e 
tornou-se pobre em decorrência da toxicidade dos adubos utilizados, 
ano após ano. Por intermédio dessa interpretação, podemos perceber 
facilmente o quanto os agricultores estão influenciados pela 
superstição do adubo. 
 
Os efeitos do uso de compostos orgânicos 
 
Vou explicar a aplicação de materiais orgânicos naturais. Em 
se tratando do cultivo de arroz 12 , corta-se a palha do arroz em 
pedaços bem pequenos, os quais devem ser bem incorporados ao 
solo, para aquecê-lo. No caso de outras culturas, em canteiros de 
terra, deve-se proceder à decomposição das folhas e do capim secos 
 
12 No Japão, o cultivo do arroz se faz em canteiros alagados. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
28 
e misturá-los bem à terra A razão disso é para evitar o endurecimento 
do solo, pois, neste caso, as raízes das plantas têm dificuldade para 
se desenvolver. A respeito disso, atualmente, dizem que é bom fazer 
o ar chegar às raízes, mas isso nãoé verdade, pois não há nenhuma 
razão para isso ser benéfico. Se o ar consegue chegar às raízes, é 
pelo simples fato de que o solo não está compactado. Trata-se de 
uma interpretação equivocada dos agrônomos a respeito disso. 
 
Assim sendo, no caso de cultivos cujas raízes não se 
aprofundam muito no solo, basta misturar à terra compostos de capim. 
Com relação aos produtos de raízes mais profundas, deve-se 
preparar um leito com compostos de folhas de árvores a uma 
profundidade de mais ou menos 30 cm, o qual servirá para aquecer a 
terra. Tratando-se da espessura do leito para as plantas de raízes 
profundas, pelo fato de existirem vários tipos de raízes, ele deve ter a 
espessura que seja de acordo com cada cultura. 
 
Geralmente, as pessoas pensam que existem elementos 
fertilizantes nos compostos naturais, mas isso não é verdade. Sua 
função é aquecer o solo, bem como não o deixar endurecer. No caso 
de ocorrer ressecamento do solo junto às raízes, é preciso forrar essa 
parte com uma quantidade considerável de compostos orgânicos, 
pois esse procedimento faz manter a umidade do solo. São esses, 
efetivamente, os três benefícios eficazes dos compostos naturais. 
 
Como puderam compreender pelo que foi exposto, a base da 
Agricultura Natural consiste em vivificar o solo, o que significa 
conservá-lo sempre puro, não utilizando impurezas como os adubos 
artificiais. Dessa forma, não encontrando nenhum empecilho, o solo 
poderá manifestar suas propriedades integralmente. Além disso, é 
estranho o fato de os agricultores afirmarem: “Vamos deixar o solo 
descansar”, o que também vem a ser um erro. Quanto mais se cultiva, 
melhor o solo se torna. Em termos humanos, quanto mais se trabalha, 
mais saudável se fica; quanto mais se descansa, menos saudável. A 
respeito disso, os agricultores interpretam de forma oposta, 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
29 
acreditando que, quanto mais se realizam os cultivos de forma 
sucessiva, mais fraco o solo vai ficando, em virtude do maior 
consumo dos seus nutrientes pelas plantas e, assim, procuram 
beneficiá-lo fazendo-o “repousar”. Isto tudo está completamente 
errado. Devido aos equívocos, os agricultores acham que a cultura 
repetitiva é danosa e mudam a área de plantio todos os anos o que, 
lamentavelmente, é uma ignorância e está fora de cogitação. 
 
Cultura repetitiva,colheita farta 
 
Assim, em nosso método de cultivo, consideramos a cultura 
repetitiva uma prática benéfica. Uma prova disso é o milho que venho 
produzindo por sete anos, em Gora, Hakone, em uma terra misturada 
com pequenas pedras que, sem dúvida, seria classificada como 
incultivável. A pesar da má qualidade do solo, a colheita deste ano foi 
maravilhosa: as espigas, mais longas que o normal; os grãos, bem 
juntinhos e enfileirados, mais adocicados, macios e saborosos. 
 
Por que digo que a cultura repetitiva é boa? O solo tem a 
capacidade inerente e natural de se adaptar ao que é plantado nele. 
Se fizermos uma comparação com o ser humano, poderemos 
compreender melhor. As pessoas que executam trabalhos braçais 
têm seus músculos desenvolvidos; os escritores, que usam mais a 
cabeça, têm o seu intelecto evoluído. Por essa mesma razão, quem 
muda constantemente de profissão ou de localização não obtém 
sucesso, o que nos leva a concluir o quanto os agricultores estiveram 
errados até hoje. 
 
As boas-novas para a sericultura 
 
Finalizando, gostaria de dizer que, se criarmos o bicho-da-seda 
com folhas de amoreira cultivadas sem adubos, ele não adoecerá, 
seus fios serão de muito boa qualidade, resistentes, brilhantes, e o 
aumento da produção será garantida. Se tal prática fosse realizada 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
30 
em nível nacional, evidentemente ocasionaria uma grande revolução 
no mundo da sericultura e traria incalculáveis benefícios à economia 
do nosso país. 
Jornal Eiko nº 79, 22 de novembro de 1950 
 
PRINCÍPIO DA AGRICULTURA NATURAL 
 
Para que todos entendam realmente o princípio da Agricultura 
Natural, visto que é impossível fazê-lo por meio do pensamento que 
norteia a ciência atual, proponho-me explicá-lo pela ciência 
espiritualista, da qual tomei conhecimento por meio da Revelação 
Divina. No início, talvez seja muito difícil compreender esse princípio. 
Todavia, à medida que o lerem várias vezes e o saborearem bem, 
certamente hão de entender. Caso isso não ocorra, é porque o leitor 
ainda está preso às superstições da ciência e é bom que ele perceba 
isso. 
 
Os próprios fatos comprovam que o que eu exponho é a 
Verdade absoluta. Respeitando este princípio, é certo que, desde o 
primeiro ano, haverá um aumento de 10 a 50% na produção. Por 
outro lado, o método agrícola utilizado atualmente consiste na fusão 
do método tradicional com o científico. Julga-se que houve um grande 
progresso; porém, os resultados mostram exatamente o contrário, 
conforme podemos constatar pela grande quebra da produção no ano 
passado. A causa direta foi que as plantas do arroz não tinham força 
suficiente para superar as inúmeras adversidades climáticas que 
ocorreram. Todavia, qual a causa do enfraquecimento das plantas do 
arroz? Se eu disser que o fenômeno foi causado pelo tóxico chamado 
adubo, todos se surpreenderão, visto que os agricultores, até agora, 
vieram acreditando cegamente que o adubo é imprescindível para o 
cultivo agrícola. Em razão do pouco conhecimento dos agricultores e 
dos pontos cegos da ciência, não foi possível descobrir os malefícios 
dos adubos. 
 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
31 
É inegável o valor da ciência em relação a muitos aspectos. 
Entretanto, pelo menos no que se refere à agricultura, esta não 
somente é impotente, como também está completamente equivocada. 
Por exemplo, desconhecendo a verdadeira natureza do solo e o 
funcionamento dos adubos, considera apenas o método criado pelo 
ser humano, ignorando a força da Natureza. Prova disso é que, 
apesar de muitos anos de esforços em conjunto do governo japonês, 
dos agricultores e dos cientistas, não se vê nenhum progresso ou 
melhoria. Diante de uma fraca colheita como a do ano passado, 
podemos dizer que a ciência não consegue fazer nada, sendo 
vencida pela Natureza sem oferecer qualquer resistência, não 
havendo mais nenhum método a ser empregado. A agricultura 
japonesa está realmente em um beco sem saída. Não obstante, 
devemos alegrar-nos, pois Deus ensinou-me o meio de sair dele – a 
Agricultura Natural. Afirmo que não existe outra maneira de salvar o 
Japão. 
 
A seguir, vou explicar no que consiste este método agrícola. 
 
A origem do problema é a falta de compreensão sobre a 
verdadeira natureza do solo. Até agora, a agricultura tem 
negligenciado o solo, que é o principal, dando maior importância ao 
adubo, que é secundário. Pensem bem. Sem a terra, o que podem as 
plantas fazer, sejam elas quais forem? Um bom exemplo é o do 
soldado americano que, no pós-guerra, praticou a hidroponia no 
Japão, despertando grande interesse. Creio que ainda devem estar 
lembrados disso. No início, os resultados foram excelentes, mas 
ultimamente, pelo que tenho ouvido falar, ele acabou abandonando o 
método. 
 
De maneira semelhante, os agricultores fizeram pouco caso do 
solo, chegando a acreditar que os adubos eram o alimento das 
plantas. Com essa atitude, cometeram um terrível engano. O 
resultado é que o solo se tornou ácido, perdendo sua força original. 
Isso está muito bem comprovado pela grande diminuição da safra no 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
32 
ano passado. Não percebendo seu erro, os agricultores gastam 
inutilmente elevadas somas em adubos, despendendo árduo esforço. 
É uma grande tolice, pois estão produzindo a própria causa dos 
danos. 
 
Empregarei o bisturi da ciência espiritualista para explicar a 
essência do solo. Antes, porém, é preciso conhecer seusignificado 
original. 
 
Deus, Criador do Universo, assim que fez o ser humano, criou 
o solo, afim de que este produzisse alimento suficiente para nutri-lo. 
Basta semear a terra que a semente germinará, e o caule, as folhas, 
as flores e os frutos se desenvolverão, proporcionando-nos fartas 
colheitas no outono. Assim, o solo que produz o arroz é um excelente 
especialista, ao qual deveríamos dar preferência. Obviamente, já que 
se trata da força da Natureza, a pesquisa sobre e força deveria ser o 
foco da ciência. Entretanto, esta se enganou: dependeu mais do 
poder humano do que da força da Natureza. 
 
O que é a força da Natureza? Trata-se da fusão dos elementos 
fogo, água e terra, originados, respectivamente, do Sol, Lua e Terra, 
resultando na incógnita X. O centro da Terra, como todos sabem, é 
uma massa de fogo, a qual é a fonte geradora do calor do solo. A 
essência desse calor atravessa a crosta terrestre e preenche o 
espaço até a estratosfera. Nessa essência, existem duas partes: a 
espiritual e a material. A parte material é conhecida pela ciência como 
nitrogênio, mas a parte espiritual ainda não foi descoberta por ela. 
Paralelamente, a essência emanada do Sol é o elemento fogo, que 
também possui uma parte espiritual e uma parte material; esta última 
é a luz e o calor, mas a outra também ainda não foi detectada pela 
ciência. A essência emanada da Lua é o elemento água, e sua parte 
material é constituída por todas as formas em que a água se 
apresenta; a parte espiritual, da mesma forma , ainda é desconhecida. 
O produto da união desses três elementos espirituais ainda não 
detectados constitui a incógnita X, por meio da qual todas as coisas 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
33 
existentes no Universo nascem e crescem. Essa incógnita é 
semelhante ao Nada, mas é a origem da força vital de todas as 
coisas. Consequentemente, o desenvolvimento dos produtos 
agrícolas também se deve a essa força. Por esse motivo, podemos 
dizer que ele é o adubo infinito. Assim, reconhecendo-se essa 
verdade, amando e respeitando o solo, a capacidade deste se 
fortalece espantosamente. Este é o método agrícola verdadeiro e não 
existe outro. Portanto, praticando este método, o problema da 
agricultura será solucionado pela raiz. 
 
Há mais um fator importante. O ser humano, até agora, 
pensava que a vontade-pensamento 13 , assim como a razão e a 
emoção, limitava-se aos animais. No entanto, talvez se o leitor souber 
que eles também existem nos corpos inorgânicos, ficará boquiaberto. 
Obviamente, como o solo e as plantas também estão nessa mesma 
condição, respeitando-se e amando-se o solo, sua capacidade natural 
se manifestará ao máximo. Para tanto, o mais importante é não o 
sujar e torná-lo ainda mais puro. Com isso, o solo manifestará seu 
sentimento de alegria, e nem preciso dizer o quanto se tornará mais 
ativo. A única diferença é que a vontade-pensamento, nos animais, é 
mais livre e móvel, ao passo que o solo e as plantas não têm 
liberdade de movimento. Assim, mesmo no caso do arroz, se 
pedirmos com sentimento de gratidão uma farta colheita, nosso 
sentimento se transmitirá às plantas e, certamente, seremos 
agraciados. Por desconhecimento desse princípio, a ciência comete 
uma grande falha ao considerar que aquilo que é invisível e 
impalpável não existe. 
 
Jornal Eiko nº 245, 27 de janeiro de 1954 
 
13 Vontade-pensamento: em japonês, ishi sonen. Termo utilizado por Meishu-Sama para 
expressar a intencionalidade do sonen. Para verificar a definição do termo, conferir a nota de 
rodapé nº 39 no Ensinamento “Por que o mal se revela”, publicado neste volume. Ademais, 
supõe-se que este tema se relaciona ao aspecto animista da religiosidade nativa japonesa. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
34 
A GRANDE REVOLUÇÃO DA AGRICULTURA: A CERTEZA DE 
50% DO AUMENTO DA PRODUÇÃO DE ARROZ EM CINCO 
ANOS14 
 
Parte I 
 
Há mais de dez anos, descobri 15 e venho preconizando o 
método de cultivo agrícola natural, que permite obter fartas colheitas 
sem o uso de adubos químicos e de esterco e utiliza apenas 
compostos naturais. 
 
Naquela época, mesmo que eu me voltasse aos agricultores 
tentando convencê-los e fazer com que confiassem, quase ninguém 
me dava ouvidos e, apesar de ter me esforçado muito, não obtive 
resultados satisfatórios. Entretanto, desde o princípio, é minha 
convicção que, uma vez que esse método representa a Verdade 
absoluta, certamente chegará o dia em que os agricultores 
entenderão e perceberão que, se não for dessa forma , eles jamais 
serão salvos. Ao mesmo tempo, como considero que o próprio 
destino da nação está comprometido, cheguei ao dia de hoje sem me 
curvar nem esmorecer. 
 
No entanto, não sei se, feliz ou infelizmente, hoje, quando 
chegamos à grave situação que eu temia, tenho não só a forte 
sensação de que devemos fazer com que os agricultores os 
japoneses em geral passem a entender o cultivo agrícola natural. Do 
mesmo modo, comecei a vislumbrar uma grandiosa luz no futuro do 
nosso método agrícola e, finalmente, com a chegada do momento 
certo, sou levado a realizar uma ampla divulgação. 
 
O que também ajudou na implantação dessa forma de cultivo 
foi o fato que eu sou um religioso, pois não foram poucos os fiéis que, 
 
14 Título anterior: “A grande revolução da agricultura”. 
15 Cultivo agrícola natural: outro nome utilizado por Meishu-Sama para Agricultura Natural 
Messiânica. 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
35 
embora estranhassem bastante minha teoria, acreditaram e 
passaram a praticá-la, o que lhes possibilitou constatar os resultados 
positivos em um espaço de tempo relativamente curto. Desde então, 
vem crescendo o número de simpatizantes e, recentemente, não só 
os fiéis, mas os agricultores de fora da esfera da Igreja passaram a 
se interessar pela nossa agricultura. 
 
O Sr. Sadao Kanezaki, oficial do Ministério da Agricultura e 
Meio Ambiente, apresentou, sob um ponto de vista técnico, o 
resultado de uma rigorosa pesquisa realizada por vários anos que 
reconhece o surpreendente resultado do cultivo natural, o que me 
causa uma incontida satisfação. A razão de minha alegria é que, 
como nosso método de cultivo é norteado por preceitos religiosos, as 
pessoas em geral tendem a considerá-lo supersticioso. Todavia, creio 
que a declaração desse técnico do Ministério terá uma grande 
influência para anular essa imagem. 
 
Não resta dúvida de que o maior problema do Japão na 
atualidade é a escassez do nosso alimento principal. Após a guerra, 
vimos que não só o nosso território foi reduzido, como também a 
população vem aumentando progressivamente. Chegamos, 
atualmente, a 84 milhões de habitantes, e a situação acabou se 
tornando ainda mais tensa. Este ano, por exemplo, temos um déficit 
bem acima de três milhões de toneladas de arroz 16 . Com muito 
esforço, conseguimos ao menos estabilizar a situação, contando com 
a importação do produto de vários países. Uma vez que o valor da 
importação chega a mais de 100 bilhões de ienes, a economia 
nacional encontra-se em um patamar realmente difícil. Se esta 
questão não for solucionada, o futuro do Japão será preocupante. 
Além do mais, dependendo do cenário mundial, não se sabe nem 
quando nem que tipo de situação poderá se instaurar. Por essa razão, 
precisamos assegurar, a todo custo, uma quantidade básica 
necessária para nossa população. Assim sendo, o governo e os 
 
16 A medida utilizada no original é o koku, uma unidade de volume utilizada no Japão. O déficit 
descrito no Ensinamento original era acima de 22 milhões, sendo que 1 koku corresponde à 
quantidade de arroz necessária para alimentar uma pessoa durante um ano. 
Coletânea Alicerce doParaíso – Volume 5 
 
 
36 
agricultores estão se empenhando o máximo nesse sentido, mas 
infelizmente não têm obtido sucesso. Da mesma forma, observa-se 
até mesmo uma tendência de redução na produção. Este ano, por 
exemplo, em comparação com o ano passado, houve uma diminuição 
de cerca de 450 mil toneladas na produção e, pelo pouco resultado 
que se pode esperar do controle de natalidade incentivado pelo 
governo, prevê-se um aumento demográfico anual superior a um 
milhão de habitantes. Portanto, nada pode ser feito em relação a essa 
grande crise, a não ser aguardar a ocorrência de um milagre 
marcante. 
 
Então, por que nosso país não consegue produzir arroz na 
quantidade necessária para alimentar a população? Este é o ponto 
fundamental que estou querendo expor. O fato é que havia um 
grande equívoco no método agrícola empregado até hoje: a utilização 
de adubos artificiais, como os fertilizantes químicos ou esterco. 
Todavia, ninguém se dera conta desse fato. Por que será que não se 
conseguiu perceber, até agora, um erro dessa dimensão? É porque, 
ao longo do tempo, inconscientemente, todos acabaram sendo 
tomados por um tipo de superstição em relação ao adubo. Como 
descobri esse erro, senti, fortemente, que eu tinha que despertar as 
pessoas dessa ilusão e realizar uma grande revolução no método 
agrícola. Por essa razão, criei esse movimento. 
 
Desejo expor minuciosamente o princípio e os procedimentos 
do nosso método agrícola, que permite a obtenção de fartas colheitas, 
utilizando apenas compostos naturais. Antes, porém, vou explicar os 
resultados do método de cultivo natural. Baseado na média 
alcançada pelos praticantes de todo o país, por meio do nosso 
método de cultivo no prazo de cinco anos consecutivos, será possível 
obter um aumento de 50% na produção. Imagino que as pessoas em 
geral, certamente, não conseguem acreditar. Considerando que, 
atualmente, a safra normal anual seja de 9 milhões e 450 mil 
toneladas, com o aumento de 50%, seriam 14 milhões e 175 mil 
toneladas. Mesmo que os japoneses comam à vontade, haverá um 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
37 
excedente de 1 milhão e meio de toneladas. Por conseguinte, ao 
invés de importar, o Japão terá que exportar esse excedente. E não 
somente isso: trata-se de um método maravilhoso, uma vez que os 
gastos com adubos são dispensados e os danos causados pelas 
pragas, reduzidos a uma parte do que vemos hoje. 
Concomitantemente, os prejuízos causados pelas tempestades e 
enchentes serão reduzidos a menos da metade e, consequentemente, 
o trabalho, provavelmente, diminuirá drasticamente. Tudo isso se 
refere somente ao arroz, mas este método de cultivo se aplica 
também à produção agrícola em geral. Explicarei isso brevemente. 
 
Em primeiro lugar, todos os legumes e hortaliças cultivados 
pelo método natural apresentam, naturalmente, excelentes resultados. 
Por exemplo, as batatas-doces são gigantescas, de um tamanho 
surpreendente. Como a maioria pesa, em média, 2 quilos, a safra 
seguramente dobrará quando comparada ao cultivo convencional, 
que usa adubos. Os grãos também serão maiores e verão aumentar 
sua produção, sendo fácil triplicar a colheita. Os nabos são bem 
brancos, suaves e de consistência macia e, na medida ideal, 
saborosos. As hortaliças apresentam boa coloração e não são 
carcomidas pelos insetos, sendo macias e deliciosas. Além destes, o 
milho, a melancia, a abóbora, todos os cereais, os legumes, as 
hortaliças ou as frutas apresentam ótima e inimaginável qualidade. 
 
Merece uma menção especial o extraordinário sabor dos 
produtos de cultivo agrícola natural. Quem experimenta o sabor do 
arroz, do trigo e das hortaliças de nossa produção, provavelmente, 
nunca mais terá vontade de comer os produtos obtidos com adubos. 
Atualmente, eu também consumo apenas os produtos naturais e, 
felizmente, o número de praticantes desse método aumenta tanto a 
cada dia que, ultimamente, já não consigo consumir tudo o que 
recebo. O mesmo ocorre com as frutas: após a suspensão do uso de 
adubos artificiais, não só a produção, como também a qualidade e a 
receita decorrente de sua venda aumentam a cada ano. Dessa forma, 
todos têm-se mostrado agradecidos. Em se tratando das flores, estas 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
38 
são maiores, suas cores, mais vivas e belas e, quando usadas na 
vivificação floral, geralmente duram mais, deixando os praticantes 
dessa arte extremamente satisfeitos. 
 
No cultivo agrícola natural, ocorre uma acentuada diminuição 
de pragas. Na verdade, os adubos sintéticos provocam o seu 
aparecimento; por esse motivo, é óbvio que eles deixarão de surgir se 
tais adubos não forem mais aplicados. Todavia, na tentativa de 
exterminá-los, utilizam-se atualmente os inseticidas e os defensivos 
agrícolas de forma abundante, os quais, na verdade, penetram no 
solo e se tornam a causa da proliferação dos insetos nocivos, ou seja, 
tudo é causado pela ignorância e nos causa pena. 
 
Ultimamente, podemos dizer que sofremos a ação de 
tempestades e enchentes anualmente, mas os prejuízos têm sido 
menores no cultivo natural. O que ocorre é que, quando as plantas 
absorvem adubos sintéticos, enfraquecem acentuadamente. Ou seja, 
descobri o seguinte: no momento em que as plantas se impregnam 
tanto de esterco como de adubo químico, estes se tornam tóxicos e, 
por sua vez, servem de alimentos para as pragas, ocasionando sua 
propagação. 
 
E, ainda, dependendo do tipo de adubo, há tipos que dão 
origem a microrganismos que se alimentam da própria planta e vão-
se multiplicando. Se surgirem na raiz, devastam as radículas, 
devorando-as e provocando o enfraquecimento do vegetal. Esta é a 
causa da secagem das folhas, da quebra dos caules, da queda das 
flores, da má-formação de frutos, da atrofia das batatas-inglesas e 
outros problemas. Mesmo que não seja na raiz da planta, inúmeros 
tipos de microrganismos se desenvolvem; se a planta for saudável, 
terá força para erradicá-los. Entretanto, como já afirmei, se a planta 
se encontrar enfraquecida devido à aplicação de adubos, ela acaba 
sendo vencida pelos microrganismos. 
 
Coletânea Alicerce do Paraíso – Volume 5 
 
 
39 
A planta cultivada sem adubos é mais resistente aos ventos e 
às chuvas, não caindo com facilidade. Ainda que isso ocorra, a planta 
logo se reerguerá; ao passo que a cultivada com adubo permanecerá 
caída, ocasionando um prejuízo enorme. Poderão compreender seu 
motivo, observando-se as raízes. Nas plantas cultivadas sem adubos, 
a própria raiz é mais numerosa e profunda; por conseguinte, a fixação 
é bem mais forte. 
 
Outro ponto característico, seja com o arroz ou com outras 
hortaliças e legumes, é o tamanho das folhas, que são mais curtas. 
Os agricultores já sabem que, em todas as plantas, quanto mais curto 
o caule e menores as folhas, mais frutos elas dão. Em contrapartida, 
como a planta cultivada com adubos é mais alta e tem folhas grandes, 
à primeira vista, aparenta ser esplêndida, mas geralmente sua 
frutificação é pior do que o esperado. 
 
No caso do bicho-da-seda, se criado em uma amoreira livre de 
adubos será saudável, os fios produzidos serão mais resistentes e 
brilhantes, de qualidade superior e, naturalmente, com uma grande 
produção. Tal resultado será devido ao não surgimento de doenças. 
 
De acordo com o que foi explicado acima, observamos que 
todos os produtos cultivados pelo método natural possuem 
incomparáveis vantagens em relação aos que são produzidos com 
adubos. É necessário que saibam o seguinte: em primeiro lugar, 
deve-se considerar a própria capacidade do solo, o qual foi criado por 
Deus afim de produzir alimento suficiente para prover o ser humano e 
os animais. Dessa forma, por natureza, o solo é pleno de elementos 
fertilizantes, e podemos até dizer que é um aglomerado de adubo. 
Desconhecendo essa realidade até hoje,

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