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O Sertanejo- resenha COMPLETA

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ALENCAR, José de. O Sertanejo. 3ª. Livraria José Olympio Editora: Rio de Janeiro, 1955
Ana Clara Brito Rodrigues Cotrim
O Sertanejo, obra regionalista escrita por José de Alencar, foi publicada em 1875. O romance foi escrito em prosa e narrado em terceira pessoa. Ele está dividido em duas partes: a primeira possui vinte capítulos e a segunda conta com um a mais. 
A obra traz a história de um corajoso sertanejo: Arnaldo Loureiro, que se preocupa em proteger a vida dos seus patrões, os moradores da Oiticica. Entretanto, a pessoa com quem ele mais se preocupa e por quem faria qualquer coisa para manter salva é a filha dos seus patrões, D.Flor, a quem ele dedica uma extrema adoração
Arnaldo enfrenta vários perigos para conseguir proteger a sua querida D. Flor, seja do incêndio, que acontece no início da narrativa, até das emboscadas armadas por Marcos Fragoso, o qual era apaixonado pela filha do capitão-mor Campelo, mas teve o seu pedido de casamento negado por ele. 
O clímax da obra acontece quando a fazenda Oiticica é cercada por vários homens a mando de Marcos Fragoso a fim de que o pai de D.Flor reconsiderasse o seu pedido e essa bela dama fosse dada a ele como esposa. O capitão-mor, conhecido por ser um homem rígido, não aceita tal afronta e decide realizar imediatamente o casamento entre sua filha e seu sobrinho, Leandro Barbalho. Ao ver a cerimônia que estava acontecendo no pátio da fazenda, Marcos Fragoso e os seus homens invadem a Oiticica e tem início uma terrível batalha. Nesse momento, o herói Arnaldo, que devido à sua astúcia já tinha conseguido entender todos os planos de Marcos Fragoso, consegue interferir no conflito que estava acontecendo e proteger D. Flor e os outros moradores e faz com que os sequestradores fossem embora da Oiticica. Entretanto, como o astucioso sertanejo não queria que D. Flor se casasse, Leandro Barbalho é assassinado a seu pedido. 
O desfecho acontece com Arnaldo sendo agradecido pelo patrão por ter salvado a vida da sua amada filha e dando a ele a liberdade de fazer qualquer pedido.
Analisando o contexto histórico, O Sertanejo faz parte dos chamados romances regionalistas e por essa razão pretende valorizar os territórios mais afastados do Brasil, além de possuir uma maneira única de construir os personagens que estarão envolvidos na trama.
 Nessa obra, portanto, Alencar visa descrever o sertão de modo que as características positivas sejam exaltadas, desconsiderando os hábitos cotidianos da população sertaneja. As ricas caracterizações feitas pelo autor constroem um cenário confortável e, em alguns momentos, aconchegante, mesmo com as menções à seca que vez ou outra aparecem ao longo da narrativa. 
Ainda seguindo as bases do nacionalismo, Alencar utiliza a descrição do personagem Arnaldo para continuar a exaltação ao sertão. Descrevendo-o como um homem corajoso, astucioso e fiel aos patrões, Alencar pretende valorizar o homem sertanejo, a fim de que fosse criada uma identidade nacional que exaltasse, também, os morados de lugares afastados das metrópoles, mas tipicamente brasileiros. Entretanto, o autor concebe um herói mítico que em poucos pontos se assemelha à realidade sertaneja, assim como foi feito em seus romances indianistas ao retratar o povo nativo, tornando uma descrição idealizada e distante da realidade do povo brasileiro.
Dessa maneira, pode-se dizer que um dos principais objetivos de José de Alencar ao escrever O Sertanejo é colocar a população do interior em evidência no cenário nacional. Entretanto, desde a descrição do espaço geográfico até a configuração do herói, a narrativa está repleta de estereótipos que em pouco se assemelha ao sertão real. Não é dado destaque ao difícil cotidiano enfrentado pela população local e cria-se uma imagem mítica e heroica de um sertanejo a fim de valorizar esse povo e criar um sentimento de orgulho nacional.

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