Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
45 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 4 Estrutura organizacional e a perspectiva estruturalista Neste capítulo, trazemos a terceira corrente da perspectiva clássica da administração: a Teoria da Burocracia, que tem em Max Weber seu principal expoente. As teorias clássicas foram propostas, em sua essên- cia, por engenheiros e industriais com duas motivações principais em seus estudos: conceber a administração na configuração de “ciência e técnica” pelo uso da engenharia e da matemática; entender aspectos específicos do trabalho industrial e, especialmente, as consequências econômicas e psicofísicas das tarefas. Nesse sentido, somente Henry Fayol, conforme apresenta Silva (2008), pode ser considerado uma ex- ceção, devido à sua visão da administração como função geral. 46 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . A Teoria da Burocracia surgiu da necessidade de maior organização das empresas, que cresciam em tamanho e em complexidade de ope- ração. Vale lembrar que essa teoria é contemporânea às teorias propos- tas por Taylor e Fayol, mas não teve notabilidade até 1940. Conforme Silva (2008, p. 147), uma organização é “a estrutura de relacionamentos, poderes, papéis, atividades, comunicações e outros fatores que existem quando pessoas trabalham juntas”. É importante lembrar que todos os tipos de atividades administrativas se utilizam de alguma forma da burocracia: as organizações atuais utilizam documen- tos, sejam físicos (papel) ou digitais (dados), de maneira sequencial e contínua entre suas várias unidades funcionais. Estudar a burocracia e as estruturas organizacionais é fundamental para entender as organizações e seu poder sobre a sociedade atual. 1 Max Weber e a Teoria da Burocracia A administração burocrática teve origem na Europa, no início do sécu- lo XX, como alternativa às demais teorias da época, estudadas nos ca- pítulos 2 e 3. Tem como base a racionalidade nos sistemas administra- tivos pautados em relacionamentos humanos, necessários para maior produtividade. A escola burocrática introduziu o aspecto institucional nos estudos da administração a partir de conceitos do direito, da política e da sociologia. A Teoria da Burocracia proposta por Max Weber complementa as de- mais teorias da perspectiva clássica. Weber tinha sólida formação em história, literatura, psicologia, teologia e filosofia. Suas teorias burocrá- ticas permaneceram desconhecidas nos Estados Unidos até a década de 1940, passando a ter relevância na medida em que as organizações cresciam e se tornavam mais complexas, demandando maior organiza- ção estrutural. Weber defendia que a estrutura, a estabilidade e a ordem nas organizações podiam ser alcançadas por meio de uma hierarquia 47Estrutura organizacional e a perspectiva estruturalista M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. de atividades integradas especializadas. A burocracia proposta por ele não estabelece regras e sistemas inflexíveis, mas o meio mais eficiente para execução dos trabalhos. Para Weber, o burocrata é responsável por coordenar os esforços entre as atividades especializadas – os chama- dos órgãos de linha, estudados no capítulo anterior. Conforme mostra o quadro 1, a burocracia tem as seguintes características: Quadro 1 – Max Weber: características da burocracia CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO Divisão do trabalho As atividades são desmembradas para que o trabalho humano seja intercambiável. As posições têm suas responsabilidades e autoridades definidas. Hierarquia de autoridade Posições e/ou empregados são organizados de forma hierárquica. Cada posição tem seus deveres e privilégios bem definidos. Racionalidade Seleção com base na qualificação técnica. Promoções ocorrem por mérito e por capacidade técnica. Regras e padrões Decisões são guiadas por regras, disciplinas e controles, aplicados de maneira impessoal aos clientes e aos empregados das organizações. Compromisso profissional Os administradores recebem salários – relação distinta a de propriedade. Gerentes são essenciais para as atividades administrativas (maior e melhor monitoramento). Registros escritos Manutenção de registros para estabelecer a continuidade organizacional e a uniformidade nas transações organizacionais. Impessoalidade Regras e procedimentos aplicados de maneira uniforme e impessoal – maior isonomia nas avaliações. Fonte: adaptado de Silva (2008, p. 148). Uma das concepções básicas da teoria de Weber reside na estrutura de autoridade das organizações. Para ele, autoridade não significa po- der e persuasão. 48 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .IMPORTANTE Conforme Silva (2008), Weber define poder como “a probabilidade de o indivíduo executar sua vontade por meio de ameaças, coações, manipu- lações das condições e/ou qualquer outro método que gere obediência não voluntária”; a persuasão, por outro lado, é a habilidade de influenciar decisões por meio da lógica, da razão e da argumentação. Para Weber, a autoridade remete à obediência de decisões ou or- dens de forma voluntária, uma vez que é legítima. Conforme apresen- tado por Silva (2008), há três tipos de autoridade legítima: Quadro 2 – Max Weber: tipos de autoridade legítima AUTORIDADE DESCRIÇÃO EXEMPLO Tradicional Baseada no direito divino e na tradição cultural. Clãs, tribos, sociedades medievais Carismática Autoridade tem traços arbitrários, místicos e personalísticos, rejeitando a tradição. Alguns partidos políticos, grupos revolucionários e religiosos Racional Normas sociais, geridas por meritocracia e com traços impessoais, técnicos e racionais. Forças armadas, organizações públicas e/ou privadas Fonte: adaptado de Silva (2008, p. 150). A Teoria da Burocracia proposta por Weber estabelece dimensões e funções burocráticas que possibilitam maior eficiência às organiza- ções. Nesse sentido, Silva (2008) faz a seguinte síntese: • Especialização: conforme aptidão/habilidade do empregado. • Estrutura: relacionamento lógico das atividades. • Previsibilidade: regras e regulamentos como ferramentas de previsibilidade. 49Estrutura organizacional e a perspectiva estruturalista M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Racionalidade: julgamentos de acordo com critérios aceitos. • Democracia: competência como base para alcance/manuten- ção de cargo (conceito de que os cargos são abertos a qualquer pessoa). PARA PENSAR Sobre as teorias propostas por Weber, Silva (2008) afirma que Weber não estabelece a burocracia como “regra-impedimento”, que gera ineficiên- cias para as organizações. Para Weber, a administração burocrática, com viés puramente técnico, permitealcançar o mais alto grau de eficiência. Quanto maior a racionalidade atingida, mais eficiente é o controle sobre os funcionários – redução dos custos de transação e custos de influên- cia trabalhados por Milgrom e Roberts (1992). Weber estabeleceu a Teoria da Burocracia com base na previsibilida- de do seu funcionamento. Entretanto, conforme Chiavenato (2010) nos mostra, a aplicação das teorias de Weber foi acompanhada por obser- vações não previstas e que levam ao aumento da ineficiência das orga- nizações, as chamadas “disfunções da burocracia”. A burocracia ideal, segundo Chiavenato (2010), sofre disfunções de acordo com a variável “pessoas”. Tais disfunções podem ser sintetizadas da seguinte maneira (CHIAVENATO, 2010, p. 86-88): • Internalização das regras e apegos aos regulamentos: normas e regulamentos substituindo os objetivos da organização. • Excesso de formalismo e de papelório: necessidade de que tudo seja testemunhado por escrito, levando à definição leiga de que “burocracia” significa montanha de papéis. • Resistência à mudança: previsibilidade e padronização leva o funcionário à “segurança da rotina”; a quebra da rotina ameaça a segurança. 50 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Despersonalização do relacionamento: relações enfatizam car- gos e não pessoas, distanciando os membros da organização. • Categorização como base do processo decisório: decisões ba- seadas na hierarquia da organização e não no conhecimento téc- nico dos funcionários. • Superconformidade às rotinas e aos procedimentos: funcioná- rios passam a trabalhar em função dos procedimentos e das re- gras estabelecidas, não em função dos objetivos definidos. • Exibição de sinais de autoridade: utilização intensiva de sinais para ressaltar aqueles que detêm autoridade legítima. • Dificuldade no atendimento/conflito com clientes: visão orienta- da às normas, procedimentos e regulamentos internos; pressões dos clientes são vistas como ameaças à segurança. As disfunções citadas fazem com que as burocracias se desconec- tem das demandas dos clientes, impactando diretamente na capaci- dade de mudança, inovação e criatividade da organização. Segundo Chiavenato (2010), as causas das disfunções da burocracia decorrem das diferenças individuais entre pessoas, desconsideradas pelos mode- los burocráticos de Weber. As decisões administrativas se baseiam frequentemente na rela- ção entre duas ou mais variáveis. A relação entre diferentes variáveis nos permite projetar níveis de investimentos em marketing, consumo de energia elétrica etc. O procedimento estatístico chamado análise de regressão pode nos mostrar como as variáveis se relacionam. A repre- sentação genérica de uma equação para modelos de regressão linear é a seguinte: y = β_0 + β_1 x_1 + Є_erro 51Estrutura organizacional e a perspectiva estruturalista M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Sempre haverá o componente “erro” em toda projeção, pois não há modelos que não tenham, por definição, esse componente em suas representações. 2 A perspectiva estruturalista Ao final da década de 1950, a Teoria da Burocracia conduziu a pers- pectiva estruturalista na Teoria das Organizações. De acordo com Hall (2009, p. 44), a estrutura organizacional consiste na “distribuição, em várias linhas, de pessoas entre posições sociais que influenciam os re- lacionamentos entre os papéis dessas pessoas”. Enquanto a estrutu- ra reflete uma composição de elementos formando uma totalidade, o estruturalismo pode ser entendido como uma metodologia analítica e comparativa. Segundo Chiavenato (2010), o estruturalismo reiniciou a preocupação com as estruturas em prejuízo das funções e está voltado para o “todo” e para o relacionamento das partes na sua constituição. De acordo com Chiavenato (2010), a perspectiva estruturalista se concentra no estudo das organizações, na sua estrutura interna e na interação com outras organizações (unidades sociais intencionalmente construídas e reconstruídas visando objetivos específicos). As burocra- cias constituem um tipo específico de organização, as “organizações formais”, que são burocracias por excelência e se caracterizam por regras e regulamentos que reduzem as incertezas do componente hu- mano; as diferenças individuais geram as disfunções já mencionadas. O estruturalismo, segundo Chiavenato (2010), nos permite estudar as interações entre organizações sociais. Conforme estudado no capítulo 1, vivemos em uma sociedade de organizações das quais as pessoas dependem. Segundo a teoria es- truturalista, as organizações podem ser concebidas de duas maneiras, conforme mostra o quadro 3. Quadro 3 – Perspectiva estruturalista: modelos racional e natural 52 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . MODELO DE ORGANIZAÇÃO LÓGICA CARACTERÍSTICAS ABORDAGENS TÍPICAS Racional Sistema fechado Foco nas partes internas do sistema com ênfase em planejamento e controle; expectativa de certeza e de previsibilidade. Taylorismo; Fayolismo; Teoria da Burocracia (Weber) Natural Sistema aberto Foco sobre o sistema e sua independência do ambiente; expectativa de incerteza e instabilidade; organização informal. Teorias modernas da administração, fundamentadas na teoria de sistemas Fonte: adaptado de Chiavenato (2010, p. 95). Além dos diferentes enfoques propostos pela abordagem estrutu- ralista, as organizações se caracterizam por uma diferenciação de po- der. Assim, a responsabilidade por soluções, com diferentes níveis de complexidade, transita entre os níveis hierárquicos da organização. Há três diferentes níveis hierárquicos nas organizações, conforme aponta Chiavenato (2010, p. 96): • Institucional: responsável por definir objetivos e estratégias, ana- lisando o todo e com perspectivas de longo prazo. • Gerencial: transforma as decisões tomadas no nível institucional em planos e programas executados pelo nível técnico. • Técnico: as tarefas são executadas, os programas cumpridos e as técnicas aplicadas. Segundo Chiavenato (2010), a abordagem estruturalista permite a análise de diferentes tipos de organizações, sejam elas pequenas, mé- dias ou grandes, públicas ou privadas. A abordagem estruturalista per- mite ainda analisar as relações externas existentes. Com base na classificação de Etzioni (1967), Chiavenato (2010) pro- põe que as organizações possam ser classificadas em classes ou tipos, conforme o quadro 4. 53Estrutura organizacional e a perspectiva estruturalista M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Quadro 4 – Perspectiva estruturalista: classificações quanto ao tipo de poder TIPO DE ORGANIZAÇÃO/ PODER CONTROLE UTILIZADO LIGAÇÃO ENVOLVIMENTO EXEMPLO Coercitiva Punições e recompensas Ameaça e imposição Alienado e com base no medo Campos de concentração Normativa Moral e ética Fé e ideologia Moral e motivacionalIgrejas e ONGs Utilitária Incentivos econômicos Interesses e vantagens Busca de vantagens Empresas Fonte: adaptado de Chiavenato (2010, p. 96). Complementando a proposta de classificação apresentada no qua- dro 4, também é possível classificar as organizações pela análise do agente que mais se beneficia com a organização. Vale lembrar que as organizações existem para proporcionar benefícios ou resultados para um determinado grupo de pessoas ou a uma comunidade. Blau e Scott (1970), conforme nos apresenta Chiavenato (2010), propõem a seguinte classificação: Quadro 5 – Perspectiva estruturalista: classificações quanto aos beneficiários BENEFICIÁRIO TIPO DE ORGANIZAÇÃO EXEMPLO Membros da própria organização Beneficiários mútuos Cooperativas, consórcios Proprietários ou acionistas Interesses comerciais Empresas familiares e as chamadas SAs Clientes Organizações de serviços Hospitais, organizações filantrópicas Público em geral Organizações de estado Segurança, saneamento básico Fonte: adaptado de Chiavenato (2010, p. 101). 54 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3 Implicações da Teoria Estruturalista As organizações são unidades que buscam atingir objetivos plurais e/ou simultâneos. A eficiência organizacional é medida pelo alcance desses objetivos definidos para a organização e que têm por funções: • apresentar o futuro; • legitimizar as atividades da organização; • estabelecer padrões para avaliação de êxito, eficiência e rendimento; • criar unidades de medida para mensuração da produtividade. A definição dos objetivos é intencional, mas não necessariamente segue uma lógica racional. Fatores internos e externos provocam mu- danças nos objetivos, uma vez que as organizações se relacionam com o ambiente no qual estão inseridas. A forma como são estruturadas define sua relação com o ambiente. Há dois conceitos fundamentais para a chamada “análise interorganizacional”: 1. Interdependência com a sociedade: nenhuma organização é au- tônoma e depende de outras organizações e da sociedade para garantir sua sobrevivência; ou seja, sem oferta não há demanda, e vice-versa. Há uma interdependência com a sociedade que pode limitar a liberdade de ação da organização. 2. Conjunto organizacional: cada organização interage com uma cadeia de organizações em seu ambiente, o chamado “conjunto organizacional”, conceito proposto por Merton (1966). Segundo Chiavenato (2010), os estruturalistas inauguraram um novo ciclo na teoria administrativa ao destacar as relações externas às or- ganizações. Ao contrário das teorias clássicas, a teoria estruturalista é descritiva e explicativa. As contribuições dessa abordagem podem ser 55Estrutura organizacional e a perspectiva estruturalista M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. melhor analisadas pelo quadro comparativo proposto por Chiavenato (2010). Quadro 6 – Modelo burocrático versus Modelo estruturalista ASPECTOS MODELO BUROCRÁTICO ABORDAGEM ESTRUTURALISTA Ênfase Estrutura organizacional Estrutura, pessoas e ambientes Abordagem Organização formal Organização formal e informal Conceito Sistema social como conjunto de funções oficiais Sistema social construído e reconstruído visando objetivos Administração Abordagem simplista Sociedade de organizações e abordagem múltipla Comportamento humano Ocupação de cargo ou hierarquia Desempenho de vários papéis Concepção do homem Homem organizacional Homem organizacional Relação entre objetivos Prevalência dos objetivos organizacionais Balanço entre objetivos organizacionais e individuais Preocupação Eficiência máxima Eficácia e eficiência Fonte: adaptado de Chiavenato (2010, p. 104). Considerações finais As abordagens da perspectiva clássica enfatizavam a estrutura or- ganizacional e os processos da organização humana, especialmente as relações do trabalhador com sua tarefa ou trabalho. Enquanto a admi- nistração científica defende um estudo detalhado, indutivo e empírico sobre cada tarefa, determinando a maior eficiência, as teorias adminis- trativas e da burocracia são menos empíricas, menos dedutivas e com modelos prescritivos em observações e situações mais gerais. 56 Teorias da administração Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Neste capítulo, vimos que a Teoria da Burocracia gera disfunções por sua incapacidade de prever todas as situações possíveis aos modelos de organização. Tais disfunções levam à maior ineficiência organizacio- nal. Já a perspectiva estruturalista envolve a integração dos conceitos clássicos, trabalhados até então por meio da análise das variáveis ex- ternas às organizações. Nesse sentido, a teoria estruturalista redimen- siona as variáveis internas e avança para uma abordagem sistêmica no estudo das organizações. Referências BLAU, Peter; SCOTT, W. Richard. Organizações formais. São Paulo: Atlas, 1979. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à teoria das organizações. São Paulo: Manole, 2010. DECENZO, David; ROBBINS, Stephen P. Fundamentos de administração: con- ceitos essenciais e aplicação. São Paulo: Pearson, 2004. ETZIONI, Amitai. Organizações complexas. São Paulo: Atlas, 1967. HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. São Paulo: Prentice Hall, 2009. MERTON, R. K. Estrutura burocrática e personalidade. In: CAMPOS, E. C. (Org.). Sociologia da burocracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1966. MILGROM, Paul; ROBERTS, John. Economics, organization and management. Trad. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1992. SILVA, Reinaldo O. Teoria da administração. São Paulo: Pearson, 2008.
Compartilhar