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CONCEITO DE PERSONALIDADE Soma de bens corpóreo e incorpóreos da pessoa natural ou jurídica Soma de aptidões da pessoa Isto é, aquilo que a pessoa é, tanto no plano corpóreo, quanto no social DELIMITAÇÃO DO CONCEITO DE PESSOA NATURAL Exclui-se: Animais, Seres inanimados, Entidades místicas, Entidades metafísicas São objetos de direito: ar, a água, o solo e as pedras, entidades religiosas, Deus, mundo, almas PERSONALIDADE CIVIL INÍCIO DA PERSONALIDADE Nascimento com vida (CC, art. 2o) Mas assegura-se, desde a concepção, os direitos do nascituro (CC, art. 2o) →Teoria natalista →CC Francês exige que o nascituro → Independe do corte do cordão seja apto para vida umbilical (LRP, art. 53, § 2o) TEORIA NATALISTA Não seria pessoa, porque é necessário o nascimento com vida O nascituro não teria direito, mas mera expectativa de direitos Nascituro seria então uma coisa? A resposta é sim, já que teria apenas expectativa de direitos Está cada vez mais distante das técnicas de reprodução assistida e da proteção ampla de direitos da personalidade e da dignidade da pessoa humana TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL Personalidade começa com o nascimento com vida Nascituros são sujeitos a uma condição suspensiva (são direitos eventuais) Está apegada a questões patrimoniais, não resolvendo sobre direitos pessoais. Evento futuro e incerto Acaba reconhecendo uma mera expectativa de direitos Washigton de Barros Monteiro, Miguel Maria Serpa Lopes e Clóvis Beviláqua TEORIA CONCEPCIONISTA Nascituro é pessoa e tem direitos resguardados por lei Art. 1o do Esboço Teixeira de Freitas: “As pessoas consideram- se nascidas apenas formadas no ventre materno. A Lei lhes conserva seus direitos de sucessão ao tempo do nascimento” Maria Helena Diniz, Flávio Tartuce, Giselda M. F. N. Hironaka, Silmara J. Chinellato, Pontes de Miranda, Rubens Limongi França, Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona Filho, Roberto Sinese Lisboa, CristinaoChaves de Farias, Nelson Rosenvald, Francisco Amaral, Guilherme Calmon Nogueira da Gama, Antônio Junqueira de Azevedo, Gustavo Rene Nicolau, Renan Lotufo TEORIA CONCEPCIONISTA Ganha força com a Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2015), que proíbe engenharia genética em embrião humano Possibilidade de utilização de células- tronca para fins científicos e terapêuticos, desde que os embriões sejam considerados inviáveis (art. 5o, Lei 11.105/2015) Possibilidade de utilização de células embrionárias nos casos de embriões congelados há 3 anos ou mais da data da publicação da Lei 11.105/2015 ou já congelados na data da publicação da norma, depois de completarem 3 anos, contados a partir do congelamento A Lei 11.105/2015 exige que os genitores do embrião autorizem a utilização para esses fins. Pais e não proprietários! GANHO REFORÇO COM A LEI DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS (LEI 11.804/2008) Direito de alimentos da mulher gestante (art. 1o) Despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto Já haviam julgados anteriores a lei (TJMG, Ag. 1.000.00.207040- 7/000) Inclusive referente a alimentação especial, CRÍTICAS: assistência médica e psicológica, exames 1. Neologismo infeliz → alimentos são para complementares, internações, partos e grávida e não ao seu estado biológico (Silmara demais prescrições preventi vas e terapêuticas Junho Chinellato_ indispensáveis, a juízo do médico, além do 2. Seria melhor que a lei fosse denominada lei 13 outras que o juiz entender pertinentes (art. 2o) dos alimentos do nascituro (Flávio Tartuce) Constitucionalidade da Lei 11.105/2005 declarada pela ADIN 3510, STF (Decisão acertada: 1) presunção de morte dos embriões; 2) ponderação (interesses da coletividade) NASCITURO = EMBRIÃO? NÃO Nascituro → vida intra ulterina Embrião → vida ultra ulterina Maria Helena Diniz SIM Estão na mesma situação fática Nascituro está protegido no CC, art. 2o e o embrião pela Lei 11.105/2005 Giselda M. F. N. Hironaka, Silmara J.Chinellato e Flávio Tarturce ARESTOS QUE CONFIRMA A TEORIA CONCEPCIONISTA DANO MORAL A NASCITURO PELA MORTE DO PAI • STJ, REsp 399.028/SP, entre outros DANO MORAL A NASCITURO – RAFINHA BASTOS • STJ, REsp 1.487.089/SP –Caso Wanessa Camargo - CQC SEGURO DPVAT PELA MORTE DE NASCITURO • STJ, REsp 1.120.676/SC, entre outros NASCITURO TEM DIREITOS PATRIMONIAIS? Sim Ex.: doação a nascituro (CC, art. 542) Doação condicional (evento futuro e incerto) NATIMORTO E SEUS DIREITOS DIREITOS DA PERSONAL IDADE Tais como nome, imagem e sepultura En. 1, I JDC/CJF É uma evidência também da adoção da teoria concepcionista CONCEITO DE CAPACIDADE CIVIL Aptidão da pessoa para exercer direitos e deveres na órbita civil (CC, art. 1o) A capacidade é a medida jurídica da personalidade (M. H. Diniz) CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE CIVIL CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO Comum a toda pessoa humana Inerente a toda personalidade Só se perde com a morte CAPACIDADE DE FATO OU EXERCÍCIO Nem todos a possuem Relacionada com o exercício dos atos da vida civil CAPACIDADE CIVIL LIMITADA Quem só tem a capacidade de direito Inerente a toda personalidade Só se perde com a morte CAPACIDADE CIVIL PLENA Quem tem capacidade de direito e de exercício Relacionada com o exercício dos atos da vida civil CAPACIDADE NÃO PODE SE CONFUNDIR COM LEGITIMAÇÃO Condição especial para celebrar determinado ato ou negócio jurídico Ex.: outorga uxória (CC, art. 1.647) LEGITIMIDADE Uma das condições da ação para ser autor ou réu em uma demanda Ex.: CPC, art. 485, IV → extinção da ação no caso de ilegitimidade ABSOLUTAMENTE INCAPAZES CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO (CC, ARTS. 3O E 4º Profunda alteração pela Lei 13.146/2015 (Estado da Pessoa com Deficiência) Convenção de Nova Iorque Sistema anterior preocupava-se não com a pessoa e sim com o seu patrimônio Há conflitos com o novo CPC → PL 757/2015 Afinado realmente com o Direito Civil Constitucional? ABSOLUTAMENTE INCAPAZES (CC, ART. 3º) Absolutamente incapazes (CC, art. 3o) Proibição total para o exercício de direitos por parte da pessoa natural Violação → nulidade absoluta do negócio jurídico (CC, art. 166, I) Devem ser representados ANTES DA LEI 13.146/2015 Menores impúberes Enfermos ou deficientes mentais que não tiverem o discernimento para a prática dos atos da vida civil Aqueles que mesmo por causa transitória não puderem exprimir sua vontade DEPOIS DA LEI 13.146/2015 Menores impúberes PL 757/2015 → pretende incluir pessoas que não podem exprimir vontade e que não são necessariamente pessoas deficientes VERDADEIRA REVOLUÇÃO NA TEORIA DE INCAPACIDADES Não existe mais absolutamente incapaz que seja maior de idade Valoriza-se a dignidade-liberdade e não mais a dignidade- vulnerabilidade Revogação do art. 1.768 CC/2002 pelo art. 747 do CPC ⬄ fim da Não há mais possibilidade de interdição absoluta curatela? PL/SF 757/2015 → busca resolver, substituindo ação de interdição por ação de nomeação de curador ou medida de amparo cautelar DEFICIÊNCIA NÃO AFETA A PLENA CAPACIDADE CIVIL DA PESSOA, INCLUSIVE PARA (LEI 13.146/2015, ART. 6º Casar-se e constituir união estável Exercer direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar Conservar a sua fertilidade, sendo vedada a sua esterilização compulsória Exercer direitos sexuais e reprodutivos Exercer o direito à guarda, à Exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas TOMADA DE DECISÃO APOIADA (ART. 84, LEI 13.146/2015 E CC, ART. 1.783-A) Possibilidade de exercer a sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas A categoria visa auxílioda pessoa com deficiência para celebração de atos mais complexos, caso dos contratos Elege-se pelo menos duas pessoas idôneas com quem possua vínculos e gozem de sua confiança para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre os atos da vida civil Curatela, portanto, vira medida extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso com duração mínima possível → Curador deve ter, preferencialmente, vínculo familiar ou comunitária com o curatelado → Tutela para o caso de serem menores → Deve ser justificada pelo magistrado → Balanço anual → Prestação de contas → Restrito aos direitos de natureza patrimonial e negocial ATOS PRATICADOS PELO MENOR INCAPAZ Eventualmente podem gerar efeitos (En. 138, III JDC) Desde que demonstre discernimento suficiente para tanto Boa-fé Relativização do situação de absolutamente incapaz? Adoção de pessoa maior de 12 anos (ECA, art. 45, § 2o) Deve ser ouvida e manifestar sua concordância RELATIVAMENTE INCAPAZES INCAPACIDADE RELATIVA Aqueles que podem praticar os atos da vida civil, desde que assistidos Caso inobservada, pode gerar anulabilidade ou nulidade relativa do negócio jurídico Depende de iniciativa do lesado (CC, art. 171, I) Proposição de ação no prazo de 4 anos (CC, art. 178) CC/1916 era >16 anos e < 21 anos CC/1916 também incluía os índios ou silvícolas → Estatuto do Índio → assistência pela FUNAI, enquanto não integrados EXEMPLO DE ATOS QUE MENORES RELATIVAMENTE INCAPAZES PODEM PRATICAR, MESMO SEM ASSISTÊNCIA Casar, bastando autorização dos pais ou representantes. Servir como testemunha de atos e negócios jurídicos Elaborar testamentos Requerer registro de seu nascimento Ser empresário com autorização Ser eleitor Ser mandatário ad negotia ATOS PRATICADOS COM MENORES RELATIVAMENTE INCAPAZES O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. (CC, art. 180) Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga. (CC, art. 181) SURDOS-MUDOS E ALZHEIMER A princípio, será capaz Em casos excepcionais, relativamente incapaz Nesse caso, estaria enquadrado como pessoa que não pode exprimir sua vontade, por causa transitória ou permanente (CC, art. 4o, III) Ou pessoa com discernimento mental reduzido (CC, art. 4o, II) PRÓDIGOS Depende de interdição Podem exercer atos que não envolvam a administração direta de seus bens A exemplo, de casar ou exercer profissão Não se obriga a eles o regime de separação total de bens SÍNDROME DE DOWN A princípio, será capaz Em casos excepcionais, relativamente incapaz Nesse caso, estaria enquadrado como pessoa que não pode exprimir sua vontade, por causa transitória ou permanente (CC, art. 4o, III) TEORIA GERAL DA REPRESENTAÇÃO TRATAMENTO JURÍDICO DA REPRESENTAÇÃO Poder de agir em nome de outrem Só existe quando o ordenamento jurídico o assegura (CC, art. 120) Para ele, não se confunde, portanto, com a representação voluntária ou mandato NESSE CASO, APLICA-SE A PARTE ESPECIAL (CC, ART. 120) Capítulo específico no CC/2002 (arts. 115/120) Representação pode ser legal ou voluntária (CC, art. 115) A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado (CC, art. 116) Antes da Lei 13.146/2015 > de 16 anos e < de 18 anos Ébrios habituais, viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo Pródigos Depois da Lei 13.146/2015 > de 16 anos e < de 18 anos Ébrios habituais, viciados em tóxicos Aqueles que, por causa temporária ou permanente, não puderem exprimir sua vontade Pródigos Vedado o autocontrato, salvo se a lei permitir ou o interessado (CC, art. 117) Prazo decadencial de 2 anos para ajuizar ação anulatória a questionar o autocontrato (CC, art. 179) O representante é obrigado a provar às pessoas com quem tratar em nome do representado a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de responder pelos atos que a estes excederem (CC, art. 118) Anulabilidade de negócio concluído em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser de conhecimento de quem com aquele tratou (CC, art. 119) PRAZO DE 180 DIAS, A CONTAR DA CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO OU DA CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE. EMANCIPAÇÃO COMPREENSÃO DA EMANCIPAÇÃO Ato jurídico que antecipa os efeitos da aquisição da maioridade e consequentemente da capacidade civil plena em data anterior aos 18 anos de idade Não deixa, contudo, de ser menor, viabilizando a aplicação do ECA (En. 530, VI JDC) Por regra geral, é definitiva, irretratável e irrevogável Ato formal, solene, já que deve ser realizado por instrumento público A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está sujeita a desconstituição por vício de vontade (En. 397, V JDC) CC/1916 possibilitava a emancipação por instrumento particular HIPÓTESES DE EMANCIPAÇÃO (CC, ART. 5O → ROL TAXATIVO OU NÃO?) Flávio Tartuce entende que é taxativo, mas se contradiz ao dizer de outra hipótese legal fora do CC, art. 5º EMANCIPAÇÃO LEGAL, POR EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO • Desde que haja nomeação de forma definitiva • Aí não se incluem serviços temporários ou cargos comissionados EMANCIPAÇÃO LEGAL, POR COLAÇÃO DE GRAU EM CURSO DE ENSINO SUPERIOR RECONHECIDO • Não se aplica ao curso de magistério • Cada vez mais difícil de ocorrência na prática EMANCIPAÇÃO LEGAL, POR ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL OU PELA DE RELAÇÃO DE EMPREGO • Revela amadurecimento e experiência desenvolvida • Prova da economia própria que viabiliza sua subsistência é necessária EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA PARENTAL • Ambos os pais ou por um deles, na falta do outro • Menor com, no mínimo, 16 anos • Imprescindibilidade do instrumento público, dispensada homologação judicial • Deve ser registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais EMANCIPAÇÃO JUDICIAL • Discordância de um dos pais • Deve ser registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais EMANCIPAÇÃO LEGAL MATRIMONIAL • Casamento do menor • Idade núbil é de 16 anos (CC, art. 1.517) • Divórcio e viuvez não faz retornar a incapacidade • Mas o casamento NULO faz retornar a incapacidade com efeitos ex tunc (retraotivos) MENOR MILITAR, QUE POSSUI 17 ANOS E QUE ESTEJA PRESTANDO SERVIÇO Hipótese que confirma que o CC, art. 5o não é taxativo Outra hipótese de emancipação legal Porém prevista no art. 73 da Lei 4.375/196 DIREITOS DA PERSONALIDADE Ordem jurídica é um todo harmônico DIREITOS FUNDAMENTAIS (CLÁUSULAS PÉTREAS) Diretrizes gerais garantias de todo povo –como sociedade –em se ver livre do poder excessivo do Estado DIREITOS DA PERSONALIDADE Fruto da captação desses valores fundamentais regulados no interior da ordem civilística. Vigoram imediatamente em face das normas privadas. Desempenham funções normais, como proibições de intervenção e imperativos de tutela isto é, EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DF nas REL. entre PARTIC. DIREITOS GERAIS DA PERSONALIDADE Alemanha [Contribuição das Cortes Alemãs] Menosprezo e desprezo dignidade humana Atentados perpetrados contra a personalidade dos particulares Tribunais alemães agiram em proteção da pessoa humana, utilizando-se da CF, em uma forma de direito geral da personalidade TUTELA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DEVE OCORRER PELO: Direito Público e Direito Privado DIREITOS DA PERSONALIDADE E LIBERDADES PÚBLICAS DIREITOS DA PERSONALIDADE: Relações privadas LIBERDADES PÚBLICAS: Perante o Estado, acrescidos de outros direitos econômicos,sociais e políticos CONFIGURAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Cláusula geral de tutela e promoção da pessoa humana (G. Tepedino): EN. 274, IV JDC MAS O QUE SERIAM ENTÃO OS DIREITOS DA PERSONALIDADE? Faculdades jurídicas cujo objeto são diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem assim suas emanações e prolongamentos (R. Limongi França) Direitos de defender o que é próprio, ou seja, sua integridade física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, partes separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica, artística e literária) e sua integridade moral (honra, recato, segredo pessoal, profissional e doméstico, imagem, identidade pessoal, familiar e social) (Maria Helena Diniz) Aqueles que tem, por objeto, os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais (P. Stolze Gaglianoe Rodolfo Pamplona Filho) Aqueles que tem, por objeto, os modos de ser, físicos ou morais do indivíduo e o que se busca proteger com eles são, exatamente, os atributos da personalidade a qualidade de ente considerado pessoa. Na sua especificação, a proteção envolve os aspectos psíquicos do indivíduo, além de sua integridade física, moral e intelectual, desde a sua concepção até sua morte) (Flávio Tartuce) CINCO GRANDES ÍCONES DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE NO CÓDIGO CIVIL RELAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE COM PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA • CF, art. 1º, III SOLIDARIEDADE SOCIAL • CF, art. 3º, I e III ISONOMIA • CF, art. 5º ROL DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE CC, art. 11/21 Exemplificativo (numerusapertus) Tratamento excessivamente rígido da matéria (Anderson Schreiber) Soluções absolutas, definitivas, fechadas, que não se ajustam bem à realidade contemporânea e a própria natureza dos direitos da personalidade DIREITO AO ESQUECIMENTO COMO ESPÉCIE DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Reconhecimento (En. 531, IV JDC) Um dos danos provocados pelas novas tecnologias de informação Origem histórica no campo das condenações criminais Passível de ser assegurado por tutela inibitória (En. 576, VII JDC) Possibilidade de indenização CHACINA DA CANDELÁRIA - LINHA DIRETA (GLOBO) STJ, Resp1.334.097/RJ Homem inocentado R$ 50.000,00 CASO LEBACH–ALEMANHA assassinato de 4 soldados que faziam sentinela de um depósito, que culminou com roubo de munição do exército alemão em 1969 prevalência da liberdade do informar sobre o direito de imagem na instância ordinária Corte alemã resolveu pela proibição, pois: a) não haveria interesse atual pela notícia do crime; b) haveria um risco para a ressocialização do autor da demanda. DANIELLA CICARELLI X GOOGLE – YOUTUBE – RELAÇÕES ÍNTIMAS TJ/SP, Ap. Civ. 556.090-4/4-00/SP •Demanda inibitória da tutela da personalidade DIREITO AO ESQUECIMENTO X LIBERDADE DE IMPRENSA Repercussão geral STF, Ag. RE 833.248 • Técnica da ponderação(Alexy) En. 274, IV JDC CPC, art. 489, §2º hard cases (quando a lei não é clara) 1ª PREMISSA: princípios são mandamentos de otimização 2ª PREMISSA devem prevalecer sobre os princípios de peso menor 3ª PREMISSA procedência de um princípio sobre outro), T1, T2, T3 são fatores fáticos que influenciam na colisão e a conclusão máxima proporcionalidade 4ª PREMISSA: pesagem deve ser calcada em um argumentação jurídica com solidez e objetividade para não ser arbitrária e irracional deve ser bem clara e definida a fundamentação de enunciados de preferências em relação a determinado valor constitucional NO CASO LEBACH(1969) • P1 –Liberdade de informação • P2 – Personalidade • C – revestida de interesse atual pela informação (T2), sobre um grave crime (T3), e que põe em risco a ressocialização do autor (T4) é proibida do ponto de vista dos direitos fundamentais: T1 e T2 e T3 e T4 ----R Vida e integridade física Nome da pessoa natural ou jurídica (CC, arts. 16/19 e LRP) Imagem(Imagem- retrato: reprodução corpórea e imagem- atributo: repercussão social da imagem) Honra (subjetiva: autoestima e objetiva: repercussão social da honra) Intimidade (inviolável –CF, art. 5º, X) DIREITO DE NÃO SABERCOMO ESPÉCIE DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE (ÁREA MÉDICA) STJ, Resp1.195.995/SP Realização de exame não solicitado por Tribunal Anti-HIV com resultado positivo Direito de não saber que era portador de HIV Proteção de um direito maior Só tem cabimento na expressa manifestação de preferência e tem limites na probabilidade de violação de outras pessoas (Lucas MiottoLopes) CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE NO CC/2002 Ligados à pessoa humana, ainda que com suas emanações e prolongamentos, pois representam os direitos mais íntimos e fundamentais do ser humano Pessoa jurídica (CC, art. 52) Bioética* e Biodireito** deixaram de ser tratados (Lei Biossegurança) * Pesquisa científica ** Avanços tecnológicos Bioética, medicina e biossegurança Opção sexual da pessoa humana também não foi tratada TEORIAS SUPERADAS SOBRE OS DIREITOS DA PERSONALIDADE Previsões constitucionais e legislativas, dispersas e casuísticas não lograram êxito em tutelar de forma exaustiva todas as manifestações da personalidade CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Intransmissibilidade, e irrenunciabilidade, salvo casos previstos em lei (CC, art. 11) DIREITOS NATOS (CC, ART. 11) E INATOS (PL 699/2011) Natos: nascimento ou concepção Inatos: inerentes à pessoa, ínsitos à sua qualidade, originários do sujeito Nem nato (restritivo), nem inato (jusnaturalismo superado), além do que podem ser expropriados Ilimitados e absolutos, Indisponíveis, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis. DIREITO ILIMITADO E ABSOLUTO Pela impossibilidade de se imaginar um número fechado de direitos da personalidade Caráter absoluto, com eficácia erga omnes, especialmente se confrontados com os direitos pessoais puros (como as obrigações e contratos) Tal regra comporta exceções, havendo, eventualmente, relativização desse caráter ilimitado e absoluto. Pode sofrer limitações voluntárias, desde que não seja permanente, nem geral (En. 4, I JDC) Podem sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercido com abuso de direito de seu titular, contrariando a boa-fé objetiva e os bons costumes (En. 139, III JDC) Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica, consagrando-se os direitos do pacienteno CC (CC, art. 15) Paciente à beira da morte e necessidade de cirurgia de alto TESTAMENTO VITAL OU BIOLÓGICO Ato do paciente não querer se submeter a determinado tratamento Ortotanásia autorizada (Resol. CFM 1.805) médico deixar de empregar medidas em caso de pacientes terminais Resol. CFM 1.805 suspensa, por meio de antecipação de tutela pela JF/DF Possibilidade jurídica do testamento vital ou biológico (En. 528, V JDC) Código de Ética Médica, art. 41 , parágrafo único, acaba por permitir PL 524/2009 – Senado Federal – busca regulamentar DIREITO À VIDA X LIBERDADE RELIGIOSA Evidencia que um direito de personalidade pode ser relativizado se entrar em conflito com outro direito de personalidade Desnecessidade de autorização judicial (TJRS –Ap. Civ. 70020868162-2) previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplicase também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontadelivre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante PREVALÊNCIA DA VONTADE DO PACIENTE Vida representa também uma crença que, assim, apenas parte do médico (Anderson Schreiber) O direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão Monista Existência de um único direito de personalidade, originário e geral, capaz de conter todas as multifacetadas situações existenciais Pluralistas Tipificados nos textos legislativos do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante. (En. 403, V JDC) DIREITOS DA PERSONALIDADE COMO DIREITOS INTRANSMISSÍVEIS E INDISPONÍVEIS DIREITOS INTRANSMISSÍVEIS, VIA DE REGRA (CC, ART. 11) Não cabe cessão de direitos de forma gratuita ou onerosa (direitos incessíveis) Daí porque não podem ser alienados (direitos inalienáveis) Não podem ser transacionados (direitos intransacionáveis) Não podem ser objeto de compromisso de arbitragem Entretanto, é regra, de tal forma que há disponibilidade relativa (En. 4, I JDC) O direito da personalidade não é disponível no sentido estrito, mas são transmissíveis apenas as expressões do uso do direito de personalidade (Roxana Cardoso Brasileiro Borges) Ex. contrato de imagem de um atleta com uma empresa de material esportivo contrato vitalício (permitidos no exterior, mas não no Brasil, pela ilicitude do seu objeto – En. 4, CJF e CC, art. 166, II) DIREITOS DA PERSONALIDADE COMO DIREITOS IRRENUNCIÁVEIS CC, art. 11 Não podem ser objeto de renúncia Natureza cogente ou de ordem pública CONTRATO DE NAMORO NULIDADE ABSOLUTA DO CONTRATO DE NAMORO (renúncia aos efeitos patrimoniais e pessoais da união estável) RAZÕES: 1. direito de personalidade; 2. fraude à lei da união estável; 3. autonomia privada encontra limitações nas normas de ordem pública e nos preceitos relacionados com a dignidade da pessoa humana. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO (CC, art. 421) não elimina autonomia privada, mas atenua ou reduz o seu alcance, quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana (En. 23 JDC) REALITY SHOWS Participante renuncia ao direito de indenização à título de dano moral em decorrência da edição de imagens O programa em si não traz lesão aos direitos de personalidade (Jones Figueiredo Alves e Mário Luiz Delgado) A depender de como as imagens são expostas, é cabível medidas de proteção (CC, art. 12) DIREITOS DA PERSONALIDADE COMO DIREITOS IMPRESCRITÍVEIS Por envolverem normas de ordem pública, são imprescritíveis Expressão melhor: Direitos não sujeitos à prescrição, porque é a pretensão (e não o direito) que pode prescrever E A AÇÃO PARA REPARAR OS DANOS DECORRENTES DA LESÃO AO DIREITO DE PERSONALIDADE É IMPRESCRITÍVEL? Tortura por policial (STJ, Resp379.414) Regime militar (STJ, Resp 1.480.428) DIREITOS DA PERSONALIDADE COMO DIREITOS IMPENHORÁVEIS E INEXPROPRIÁVEIS Não são passíveis de constrição judicial para satisfação de dívida, seja ela de qualquer natureza Alimentos e instrumentos de trabalho são impenhoráveis, sem prejuízo do rol do CPC (art. 833) Bem de família: Direito pessoal e fundamental à moradia (CC, art. 1.722 e Lei 8.009/90) São vitalícios. Terminam apenas com a morte, mas alguns direitos ainda sobrevivem. PARTE DISPONÍVEL DIREITOS PATRIMONI AIS A DIREITOS DA PERSONAL IDADE SIM Matéria de ordem pública Dignidade da pessoa humana NÃO A pretensão (e não o direito) seria prescritível Entendimento que tem prevalecido na jurisprudência OS DIREITOS DA PERSONALIDADE E AS GRANDES GERAÇÕES OU DIMENSÕES DE DIREITOS AS GRANDES DIMENSÕES OU GERAÇÕES (?) DE DIREITOS DECORRENTES DA REVOLUÇÃO FRANCESA. Jurista theco Karel Vasak, 1979 OS DIREITOS DA PERSONALIDADE E AS DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS Os direitos da personalidade estão ligados com a dignidade da pessoa humana e as dimensões do direito Direitos da personalidade é a herança da Grande Revolução Francesa PREVISÕES LEGAIS DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE NO CC/2002 CC, ART. 11/21 Pessoas físicas e jurídicas são titulares (CC, art. 52 e Sum. 227, STJ) Visão de pessoa é jurídica e não filosófica ou biológica Dano moral limitado à honra objetiva da PESSOA JURÍDICA, QUE NÃO TEM SENTIMENTOS. DANOS INSTITUCIONAIS seria uma expressão mais feliz para dano moral de PJ (Gustavo Tepedino, Heloísa Helena Barbosa e Maria Celina Bodin de Moraes). PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO E DA REPARAÇÃO INTEGRAL DOS DANOS (CC, ART. 12) TUTELA INIBITÓRIA EVITAR O DANO • CPC, art. 497 • Aplicável de ofício (En. 140, CJF) Direito Processo Civil Constitucional (CPC, arts. 1º e 8º) • Astreintes: multa judicial TUTELA REPRESSIVA REPARAR O DANO • Material (danos emergentes e lucros cessantes) • Moral ou Extrapatrimonial • Estético (Súm. 387, STJ) DIREITOS DA PERSONALIDADE DO (CC, ART. 12) Ofensa ao direito de personalidade do morto legitimidade dos lesados indiretos cônjuge*, ascendente, descendente e colaterais até 4º grau Companheiro está equiparado (En. 275, IV JDC) Dano indireto ou em ricochete Tais legitimados agem em nome próprio nesse caso (En. 400, V JDC) Ajuizamento por qualquer um dos legitimados (En. 398, V JDC) DIREITOS À IMAGEM DO MORTO (CC, ART. 20) Lesão à imagem do morto legitimados também estão os lesados indiretos, exceto os colaterais até 4º grau (CC, art. 20, par. un. e En. 5, I JDC) É difícil posicionar a imagem (retrato ou atributo) na situação concreta do art. 12 ou 20 do CC Há quem sustente, por isso, a extensão também aos coletareis, assim como se faz ao convivente (Silmara J. Chinellato) Lesão à imagem do morto legitimados também estão os lesados indiretos, exceto os colaterais até 4º grau (CC, art. 20, par. un. e En. 5, I JDC) O LIVR O ES TR E LA S OLITÁRIA – UM BRASILEIR O C HAMAD O GARRI NC H A Um dos julgados mais conhecidos sobre tutela da personalidade do morto Direito das filhas do jogador Danos morais pelas afirmações feitas STJ, Resp 521.697 O LIVRO LAMPIÃO – O MATA SETE Estudo histórico realizado pelo advogado Pedro de Moraes Lampião teria sido homossexual e constantemente traído por sua mulher, Maria Bonita Ação proposta pela única filha do casal, Expedita Ferreira Nunes Ilicitude da publicação de uma biografia, sem autorização dos titulares do direito de imagem Proc. 201110701579 – 7ª Vara Cível de Aracaju Decisão reformada pelo TJ/SE, uma vez que a liberdade de expressão é valor fundamental na ordem democrática nacional. DIREITO AO PRÓPRIO CORPO CC, art. 13 Direito de disposição de partes separadas do próprio corpo em vida para fins de transplante Salvo por exigência médica Quando importar diminuição permanente da integridade física ou contrariar os bons costumes CORREÇÃO OU ADEQUAÇÃO DO SEXO DO TRANSEXUAL Transexualismo é uma patologia para entidades médicas, pois a pessoa tem um desvio psicológico permanente de identidade sexual, com rejeição do fenótipo e tendência à automutilação e autoextermínio (Res. 1.955/2010 – CFM) É uma forma de wanna be 1ª) Princípio da liberdade 2ª) Princípio da igualdade em sentido amplo • Direito fundamental à identidade genética 3ª) Princípio da fraternidade •SPAM, Envio de e-mail indesejado como abuso de direito (CC, art. 187)• Infidelidade virtual • Contratos eletrônicos ou digitais 4ª) Patrimônio genético do indivíduo (DNA) Existem movimentos científicos e sociais que consideram a transexualismo como uma condição sexual, daí porque seria preferível a expressão transexualidade daí porque existem ações no Judiciário que pleiteiam a alteração do sexo sem necessidade de cirurgia de adequação de sexo. Tansgenitalização é dispensável (En. 42, I Jornada de Direito de Saúde do CNJ) Repercussão geral reconhecida no STF (RE 670.422) Preservar e priorizar a vida ou prestigiar os bons costumes? Autorização de cirurgias de transgenitalização e de alteração do prenome e do sexo (En. 276, IV JDC) Alteração do prenome na jurisprudência no mesmo sentido (STJ, Resp 737.993) Direitos de uso de material biológico para fins de pesquisa científica (CC, art. 11/13) Cessão gratuita não contraria bons costumes Manifestação de vontade deve ser livre e esclarecida Pode ser revogada a qualquer tempo Conforme normas éticas que regem a pesquisa científica En. 401, V JDC e 532, VI JDC Pesquisas envolvendo seres humanos demanda aprovação de Comitê de Ética, de composição multiprofissional e com assinatura de TCLE – Termo Consentido Livre e Esclarecido Deve constar informações claras e relevantes do objeto da pesquisa, seus benefícios e riscos, a gratuidade de participação, a garantia de reparação dos danos causados na sua execução e a faculdade de retirada imotivada do consentimento a qualquer tempo sem prejuízo para sua pessoa DOAÇÃO DE ÓRGÃOS (CC, ART. 14) Possibilidade com objetivo científico ou altruístico No todo ou em parte Depois da morte Passível de revogação a qualquer tempo 110 Precedida de diagnóstico de morte encefálica Depende de autorização de parente maior, da linha reta ou colateral até 2º grau, ou do cônjuge sobrevivente, mediante documento escrito perante duas testemunhas Manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares (En. 277, IV JDC) Indispensabilidade de consentimento dos adolescentes para doação de medula óssea (En. 402, V JDC) DIREITOS DO PACIENTE CC, art. 15 Princípio da beneficência e não maleficência Deve-se buscar o melhor para aquele que está sob cuidados médicos ou de outros profissionais de saúde Pode deliberar sobre os aspectos concernentes a tratamento médico que lhe possa causar risco de vida, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos (En. 533, VI JDC) Deve ser interpretado com base no exercício da autonomia da vontade Processo de consentimento informado deve ser promovido para adequada informação do paciente. DIREITO AO NOME, SINAL OU PSEUDÔMINO (CC, arts. 16/19) Contra atentado de terceiros, principalmente que expõem o sujeito ao desprezo público ou ao ridículo, acarretando dano moral ou patrimonial. Normas que protegem o nome também são de ordem pública ELEMENTOS QUE FAZEM PARTE DO NOME (CC, art. 16) Prenome (nome próprio da pessoa) • Ex. Carlos Prenome Sobrenome, nome, apelido ou patronímico, nome de família Ex. Souza Partícula Ex.: “e” Partícula Agnome (visa perpetuar nome anterior já existente) • Ex.: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho NOMES EM PUBLICAÇÕES OU REPRESENTAÇÕES (CC, ART. 17) O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Tutela do nome cabe mesmo sendo utilizado indevidamente, sem que exponha a pessoa ao desprezo público Daí porque seria um retrocesso o artigo, porque delimita NOME EM PUBLICIDADE OU PROPAGANDA COMERCIAL (CC, ART. 18) Vedação a sua utilização, sem autorização Cabíveis medidas preventivas e repressivas Proteção cabe mesmo não mencionando o nome, mas sendo capaz de identificação Cazé Peçanha x Curso de línguas (TJ/SP, Ap. 994.03.015985-0) PSEUDÔNIMO (CC, ART. 19) Nome atrás do qual se esconde um autor de obra artística, literária ou científica Já existia previsão (art. 24, II, Lei 9.610/98) Direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis (art. 27, Lei 9.610/98) Alcança também o cognome ou alcunha (nome artístico utilizado por alguém, mesmo não constando esse registro da pessoa) O NOME E A LRP Prenome é definitivo Admite-se a substituição por apelidos públicos e notórios (art. 58) Na prática, mais fácil alterar o prenome do que o sobrenome O nome, com todos os seus elementos, envolve preceitos tanto de ordem pública, como de ordem privada. ALTERAÇÃO DO NOME Ação específica Sentença deve ser registrada das pessoas naturais CASOS DE ALTERAÇÃO DE NOME (ROL DESCRITIVO) • Exposição ao ridículo ou a embaraços, inclusive em casos de homonímias (nomes iguais). Ex.: Decio Pinto; • Erro de grafia crasso, perceptível de imediato. Ex.: Frávio; • Introdução de alcunhas ou cognomes. Ex.: Lula, Xuxa; • Introdução do nome do cônjuge ou convivente. • Introdução do nome do pai ou da mão, havendo reconhecimento posterior de filho ou adoção. • Para tradução de nomes estrangeiros. Ex.: John; Havendo coação ou ameaça decorrente de colaboração com apuração de crime (proteção de testemunhas); • Para inclusão de sobrenome de um familiar remoto (questão não pacífica – STJ, Resp 1.310.088); • Para inclusão de nome de família do padrasto ou madrasta por enteado(a), havendo motivo ponderável para tanto e desde que haja concordância dos primeiros, sem prejuízo de seus apelidos de família; • Casos de abandono afetivo do genitor, excluindo-se o sobrenome paterno em casos tai (Inf. 555, STJ) ALTERAÇÃO DE NOME POR AQUELE QUE ATINGE MAIORIDADE CIVIL 1 ano (LRP, art. 56) Não pode prejudicar os apelidos de família Averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa Mas não seria imprescritível? STJ tem entendido possível, desde que haja motivo plausível para tanto (Resp 538.187) DIREITO À IMAGEM E DIREITOS A ELE CONEXOS Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais (CC, art. 20). Independe de prova do prejuízo pela publicação não autorizada de imagem da pessoa para fins econômicos ou comerciais (dano moral in re ipsa) Não exclui direito à informação e a liberdade de expressão (CF, art. 5º, IV, IX e XIV) 126 Há no art. 20, CC/2002 uma restrição muito rígida (Anderson Schreiber) FUNÇÃO SOCIAL DA IMAGEM Imagens verdadeiras, desde que elas interessem à coletividade STJ, Resp 984.803 Critérios para serem ponderados em relaç ão a imagem (STJ) Excelente mecanismo, já que a Lei de Imprensa foi declarada inconstitucional (Inf. 544, STF) Imagem-retrato Fisionomia de alguém O que é refletido no espelho Imagem-atributo Soma de qualificações do ser humano O que ele representa para sociedade DIREITO DE INFORMAR (i) o grau de utilidade para o público do fato informado por meio da imagem; (ii) o grau de atualidade da imagem; (iii) o grau de necessidade da veiculação da imagem para informar o fato; e (iv) o grau de preservação do contexto originário do qual a imagem foi colhida. IMAGEM (i) o grau de consciência do retratado em relação à possibilidade de captação da sua imagem no contexto da imagem do qual foi extraída; (ii) o grau de identificação do retratado na imagem veiculada; (iii) a amplitude da exposição do retratado; e (iv) a natureza e o grau de repercussão do meio pelo qual sedá a divulgação
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