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Direito Ambiental Aula 1
I - Evolução histórica do direito ambiental no 
Brasil 
 A história do direito ambiental no Brasil nos remete ao início da colonização, mais 
precisamente nos primeiros anos da fixação portuguesa em terras além mar.
 Nas primeiras décadas do século XVI, a Coroa Portuguesa transfere grande parte de seu corpo 
jurídico constituído como lei a ser cumprida em terras coloniais. Assim, as Ordenações 
Afonsinas – primeiro Código legal Português, cujo trabalho de compilação foi concluído em 
1446 – homenagem ao rei que ocupava o trono português, D. Afonso V, instala-se no Brasil . 
Suas fontes básicas foram o Direito Romano e o Direito Canônico, além de leis promulgadas 
desde D. Afonso II e determinações e resoluções das Cortes celebradas a partir de D. Afonso 
IV, reunindo, também, as concordatas dos reis antecessores – D. Diniz, D. Pedro e D. João.
 A preocupação Real com a proteção das riquezas florestais estava motivada pela necessidade 
premente do emprego das madeiras para o impulso da almejada expansão ultramarina 
portuguesa.
 Em 1530, os portugueses, diante dos constantes ataques franceses,
interessados em contrabandear a madeira, enviam à terra nova a
expedição de Martim Afonso de Souza, que visa distribuir as terras
conforme legislação das sesmarias ( WAINER, 1999, p 11)
 Em 1548, D. João III implantou um novo sistema denominado Governo
Geral, com o principal propósito de centralizar o poder em nome da
Coroa Portuguesa, para evitar os descaminhos do pau-brasil, além de
criar mecanismos para conter os crescentes ataques ingleses na
Amazônia, e dos franceses no Maranhão. ( WEHLING, A. WEHLING, 1994)
 Surge, nessa fase, uma legislação especial através de cartas régias,
alvarás e provisões; o primeiro destes é outorgado a Thomé de Souza em
17/12/1548, que em seu capítulo 35, reafirma o regime do monopólio do
pau-brasil, cuja extração deveria ser feita “com o menor prejuízo da
terra.” (RFA, vol. 1. pp. 35/51:144, 145 e 146 )
 Em 1580, o Brasil passa para o domínio espanhol sob Felipe II, que se preocupa muito com nossas
riquezas naturais. A essa época, Pero Magalhães de Gândavo descreve a condição climática no
Brasil,(hoje completamente alterada) – seis meses de verão de setembro a fevereiro e seis meses de
inverno de março a agosto – e Gabriel Soares de Souza descreve as riquezas naturais das terras
brasileiras. Concomitante a isso, uma grande devastação assola as florestas de Portugal, levando D.
Felipe II, em 09/06/1594, a expedir carta de regimento contendo verdadeiro zoneamento ambiental,
delimitando áreas de matas.
 Dada a importância da extração do Pau-Brasil, madeira de grande valor e de grande importância no
âmbito europeu do período, em 12/12/1605, foi criada a primeira lei protecionista florestal brasileira
– Regimento sobre o Pau-Brasil – o qual proibia, entre outras coisas, seu corte , sem expressa licença
real, aplicando penas severas aos infratores e realizando investigações nos solicitantes das licenças.
Este Regimento foi inserido no Regimento da Relação e Casa do Brazil em março de 1609, que foi o
primeiro Tribunal brasileiro instalado na cidade de Salvador, com jurisdição em toda a colônia.
 Neste sentido, salientamos a legislação florestal de 08/05/1773, na qual D. Maria I ordena ao Vice-Rei
do Estado do Brasil, cuidado especial com as madeiras cortadas nas matas e arvoredos,
especialmente naquelas que tivessem árvores de pau-brasil
1.2 - Reino Unido a Portugal e Império 
 No início do século XIX, após a invasão napoleônica em terras lusitanas e conseqüente vinda da
família real para o Brasil, as Ordenações Manoelinas vindas de Portugal começam a vigorar, com
poucas mudanças em relação à ordenação anterior. ( Ordenações Manuelinas on line )
 Com o advento da independência, surgem novos ordenamentos, editados no Brasil.
 A primeira Constituição do Brasil em 1824, denominada de Constituição Imperial Brasileira trouxe o
avanço legislativo, fazendo surgir vários princípios constitucionais, que davam garantias aos
proprietários possibilitando, com isso, um maior rigor na questão ambiental.
 Seguindo este mesmo caminho de evolução legislativa, em 1830 foi promulgado o Código Penal do
Império que reservava dois dispositivos (artigos 178 e 257) para a repreensão ao corte de árvores (
MAGALHÃES, 1990).
 Neste mesmo período de Monarquia, ficaram estabelecidas através do Código Comercial, Lei nº
601/1850, as sanções administrativas e penais para quem derrubasse árvores e realizasse queimada
ilegal. Foi a primeira Lei de Terras que assegurou uma maior proteção ambiental ao país já que tratou
do princípio da responsabilidade por dano ambiental. Instituiu poderes aos delegados e sub-delegados
de polícia a fim de que estes realizassem o trabalho de fiscais e conservadores das matas.
1.3 - A República 
 A Constituição de 1891, a primeira da República, em matéria ambiental, foi totalmente omissa. Não
continha um dispositivo sequer sobre essa matéria. No entanto, a legislação ordinária mostrou-se
pródiga na proteção dos nossos recursos naturais.
 No ano de 1895, o Brasil foi signatário do convênio das Egredes, celebrado em Paris, que foi
responsável pela preservação de milhares de garças que povoavam rios e lagos da Amazônia. Ainda no
campo internacional , fomos signatários de outros convênios, em 1902, cuja finalidade era proteger
as aves úteis à agricultura. Em 1911, por força do Decreto n° 8.843 de 26 de junho , demos um
significativo passo em matéria ambiental: foi criada a primeira reserva florestal do Brasil, no antigo
Território do Acre. Essa imensa reserva florestal, infelizmente, não foi implantada, ficando só no
papel. À mesma época sob o governo do Marechal Hermes, tivemos a primeira tentativa
de elaboração de um código florestal, fato que não se concretizou.
 O nosso Código Civil de 1916 proibiu as construções capazes de poluir ou inutilizar, para o uso
ordinário , a água de poço ou a fonte alheia (art. 584).. Mais tarde, em 28 de dezembro de 1921, foi
criado o Serviço Florestal do Brasil, pelo Decreto n° 4.421. Seu objetivo, estabelecido no art. 1°, era
a conservação e aproveitamento das florestas. É o embrião do atual Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. O Serviço Florestal Brasileiro foi sucedido pelo
Departamento de Recursos Naturais Renováveis ( Decreto n° 17.042/25) , e este Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento Florestal – IBDF ( Decreto-lei n° 289/67), já extinto e substituído pelo IBAMA.
 Com o advento da Constituição Federal de 1988 ocorre uma grande
ampliação no paradigma que tange à preocupação ambiental. A carta
magna de 1988 dedica um capítulo integral à tutela de valores
ambientais.
 O texto procura mostrar, que a proteção ambiental ganhou ênfase com a
Nova Constituição Federal, precisamente no art. 225 e em outras
normas constitucionais, seja de forma expressa ou implícita.
 Nas considerações finais, verifica-se ratificação da necessidade do
esforço e do trabalho em conjunto, envolvendo autoridades e a
comunidade, para a manutenção do mais recente e, mais precioso dos
bens: a qualidade de vida.
Direito Ambiental Aula II
AS GERAÇÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
 Para tornar mais inteligível o estudo e fornecendo um complemento à introdução
histórica trabalhada acima, faz-se mister, dentro da problemática acerca do
mercado de compra e venda de créditos de carbono, como vemos de acordo com a
bibliografia consultada, que encontra-se em fase de implementação no país,
levantar algumas questões que servirão para nortear nosso estudo. Acerca desta
proposição perguntamo-nos: quais os princípios ambientais que norteiam este
instituto?; Este faz parte de qual geração de direitos?; Qual a relação destes com o
fomento de mecanismos de desenvolvimento limpo?; e, quais os benefícios que este
instituto pode trazer para a proteção do meio ambiente?
 Então, em um primeiro plano,vamos apontar as gerações de Direitos Fundamentais,
bem como situar o Direito Ambiental, e a preocupação com o Meio Ambiente dentro
desta gradual evolução.
Primeira Geração
 A primeira geração de direitos fundamentais, contemporânea do
movimento constitucionalista do Século XVIII, exalta os valores
fundamentais da pessoa humana, exigindo o reconhecimento de direitos
básicos sem os quais não é possível conceber-se o ser humano como
pessoa. Temos como exemplos: o direito de contratar, o direito de
propriedade, a liberdade de expressão do pensamento, a liberdade de
culto religioso, de liberdade política. Estão ligados ao dever de
abstenção do Estado em face dos indivíduos. ( BONAVIDES, 2000, p.516)
Segunda Geração
 Os direitos fundamentais de segunda geração enfatizam as novas
conquistas do homem, respondendo a um anseio geral de confirmação
do indivíduo como pessoa cultural, socialmente operante e
economicamente ativa. Esses novos ícones vieram em resposta aos
efeitos nocivos do culto egocêntrico ao individualismo preconizado pelo
pensamento liberal e que moveu o constitucionalismo clássico. Os
flagelos gerados pelas duas Grandes Guerras fizeram a sociedade e o
Direito repensarem o indivíduo dentro de uma nova dimensão de direitos
fundamentais, enaltecendo-o especialmente sob o aspecto social. Estão
relacionados aos direitos de prestação ou positivos: de proteção do
trabalhador, de saúde e de educação públicas. ( SARLET, 1998, p.50)
Terceira Geração 
 A terceira geração de direitos fundamentais preconiza uma síntese dialética dos
valores decantados nas duas primeiras versões, pois não valoriza exclusivamente o
indivíduo em si mesmo, nem ovaciona apenas as conquistas sociais. A nova versão, a
nova percepção de direitos fundamentais, passa a salientar o conceito humanitário,
enfocando a adequação dos valores consagrados pela experiência humana em face
da nova dinâmica social, cultural e econômica. É o homem numa perspectiva
universalizante, sendo consagrados os direitos ao desenvolvimento, à paz, ao meio
ambiente, ao consumo, à comunicação. É nessa terceira geração de direitos
fundamentais que se moldam os direitos difusos. Exemplos: direito ao
desenvolvimento dos povos, à democracia, à paz. ( SARLET, 1998, p 51)
Quarta Geração
 Os direitos fundamentais de quarta geração resultam da preocupação política que os
avanços tecnológicos impõem ao meio social e que afetam as estruturas econômicas,
culturais e jurídicas vigentes. Os direitos fundamentais de quarta geração refletem
a posição política do homem num mundo globalizado. A extrema capacidade de
"estar" no mundo, sem limitações geográficas, e tendo como barreiras ("fronteiras")
apenas os valores morais, culturais e tecnológicos, fazem o Direito redimensionar o
valor do homem. Esse redimensionamento do homem agindo (articulando direitos e
deveres, praticando infrações, etc.) num novo espaço (cibernético globalizado)
exige do Direito uma nova construção de princípios, regras e valores que tenham a
capacidade de compatibilizar os direitos consolidados ao longo desses mais de três
séculos de história constitucional e as novas perspectivas que se apresentam à
realidade humana.
 Tratando pontualmente nosso estudo, o foco recairá sobre os Direitos
fundamentais de terceira geração. Nessa categoria de direitos, estão
elencados os direitos difusos, como o direito ao meio ambiente, à
qualidade de vida, o direito à paz e ao progresso, observado a
autodeterminação dos povos. São direitos da quarta geração o direito à
democracia, o direito à informação, e o direito ao pluralismo.(
BONAVIDES, 2000, p. 525)
 De acordo com Rui Carvalho Piva (2000, p.118) a relação jurídica
ambiental:
 nasce de um fato jurídico, que assim é considerado porque concretiza,
mediante valoração, uma previsão normativa que se refere a direitos
que protegem interesses ambientais, os quais são meta-individuais, de
natureza indivisível, cujos titulares são pessoas indeterminadas e ligadas
por circunstâncias de fato.
 Como salienta Maria Luiza Faro Magalhães (2002, p. 36), citando Nelson
Nery Jr:
 Esta nova ordem de interesses protegidos tem, como característica mais
marcante, o fato que, a titularidade a ela associada configura um
direito difuso do qual “nenhum indivíduo é, isoladamente, seu titular,
mas sim a sociedade como um todo.
Bibliografia: 
 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 10ª ed. - São Paulo: Malheiros, 2000.

 FRANCO, Antônio Souza. Ambiente e desenvolvimento. In: Textos: ambiente e consumo. Lisboa: Centro de estudos jurídicos. 1996. 

 LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais. Ltda. 2003.
 MAGALHÃES, Maria Luiza Faro. Responsabilidade Civil por danos patrimoniais a interesses difusos: o óbice da quantificação. 
Tese de Doutoramento em Direito. Pontifícia Universidade Católica. São Paulo, 2002. 
 MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 10ª ed. Malheiros Editores: São Paulo. 2002. 

 REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 1995. 

 SARLET, I. W. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.

 VIOLA, E.; LEIS, H. A evolução das políticas ambientais no Brasil, 1971-1991; do bissetorialismo preservacionista para o 
multissetorialismo orientado para o desenvolvimento sustentável. In: HOGAN, J.D. ; VIEIRA, P.F. Dilemas Socioambientais e 
Desenvolvimento Sustentável. Campinas (SP): Editora da UNICAMP, 1992. p 73-102.
A jurisdição civil coletiva e a 
tutela constitucional no meio 
ambiente
 Considerando uma nova forma de tutela processual, os processos de
massa, ou coletivos, sob a legitimidade extraordinária do Novo Código
de Processo Civil, regulados pelo artigo 18, tiveram origem
no comwon law, direito norte-americano com as
chamadas class action e, passaram a sediar judicialmente as reparações
de danos ambientais e de interesse coletivo. Desta forma uma pessoa
física ou jurídica passou a tutelar em nome próprio direito alheio, sendo
direito de uma série de pessoas, pois, as lides ambientais tratam-se em
potencialidade de interesses coletivos, difusos e individuais
homogêneos.
 Sob este viés processual o meio ambiente em sentido amplo e estrito foi elevado à
categoria de direito fundamental intensificando a preocupação de tutela deste bem
jurídico, por isso a Constituição Ecológica em seu artigo 225, parágrafo 3º dispôs da
tripla responsabilidade ambiental, em que o agente poluidor em caso de ação ou
omissão em desfavor do meio ambiente responderá administrativa, criminal e
civilmente, compondo esferas independentes de atuação.
 Nesta conjectura a análise do dano ambiental em sede destas tutelas processuais
civis, ação popular e ação civil pública ambiental é matéria árdua para o
jurisdicionado brasileiro, pela justa dificuldade de mensuração do dano ambiental,
da valoração do bem jurídico, da ampla dispersão de vítimas em acidentes
ambientais, e a complexidade de identificação de seus poluidores, por isso, a
responsabilidade civil ambiental se firma na teoria objetiva e do risco integral, em
regra geral, com a finalidade de facilitar a investigação e reparação do dano
ambiental. Por isso, em regra a culpa e o dolo são afastados do cenário de
investigação, bastando a ação/omissão e o dano propriamente dito, sem observar
as excludentes de responsabilidade.
 Tendo em vista a integridade desta pesquisa o mérito de investigação é “a tutela
constitucional do meio ambiente e a jurisdição civil coletiva”, analisando como o
meio ambiente é tutelado processual e civilmente via constituição federal de 1988.
Em seu corpo estrutural perfaz-se o conjunto de três premissas fundamentais para
pesquisa, iniciando com abordagem da proteção constitucional do bem ambiental, e
os direitos transindividuais, em segundo momento um estudo da responsabilidade
civilambiental e as formas de reparação e quantificação do dano ambiental, para
assim concluir com o aprofundamento da modalidade de ação coletiva, ação civil
pública ambiental.
 A metodologia de pesquisa perfaz uma análise do tipo bibliográfica, com uso de
diversas fontes do direito, em especial a jurisprudencial, de abordagem qualitativa,
e com método científico indutivo. O objetivo da pesquisa é investigar a tutela
constitucional ambiental e suas ferramentas processuais civis de proteção ao meio
ambiente, no âmbito dos direitos difusos e coletivos, sob o fundamento da
magnitude do bem jurídico meio ambiente para vida do homem, e dos demais seres
vivos dentro de um sistema destrutivo mundial de produção econômica, e suposto
desenvolvimento social, que é o capitalismo.
A TUTELA CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE 
E OS DIREITOS
 A Constituição Federal de 1988 considera o meio ambiente como um
direito fundamental encartado em seu artigo 225, mas, nem sempre foi
atribuído a tal bem este valor. Durante muito tempo a desproteção
total foi o cenário identificado antes do processo de implementação da
Política Nacional de Meio Ambiente, e a atual Constituição Federal. Os
dispositivos legais anteriormente regulamentados eram esparsos, e não
atingiam sistematicamente a defesa deste bem jurídico. A fase pós crise
ambiental ampliou o interesse e as ferramentas de defesa do meio
ambiente, visto atualmente em seu caráter transindividual, integrando
a classificação de um direito difuso, coletivo ou individual homogêneo.
CLASSIFICAÇÃO DO BEM AMBIENTAL NA 
CF/88 E OS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO
 Quando falamos da classificação do bem ambiental e os instrumentos de proteção
constitucional é devido enfatizarmos as formas de disposição pedagógica da matéria
de Fiorillo (2015) e Silva (2011), vejamos: Silva (2011) organiza o capítulo VI da
Constituição Federal de 1988, expondo que o artigo único 225 divide-se em três
momentos, a cabeça do artigo (caput 225, CF/88) chamada norma matriz ou norma
princípio, o parágrafo 1º que são as normas instrumentos e o parágrafo 2º ao 6º
dispõe sobre as determinações particulares.
 De outro modo, de acordo com Fiorillo (2015, p.47) o artigo 225 em comento pode
ser dividido em quatro partes. A primeira parte aponta como direito de todos o meio
ambiente ecologicamente equilibrado, a segunda parte relaciona-se a compreensão
do bem ambiental, a terceira parte diz respeito à estrutura finalística do direito
ambiental, e o quarto e último ponto é o resguardo do bem ao direito futuro, ou
seja, as futuras gerações.
 Assim conhecendo a forma de elementares doutrinadores interpretarem
o texto constitucional do artigo 225, passemos a conhecer o conteúdo
divisório do capítulo VI que nos remete diretamente a classificação do
bem ambiental, instrumentos de proteção do bem jurídico, titulares do
bem, responsabilidades ambientais e demais. E nota-se observando o
escorço histórico e conteúdo do texto constituinte que a Constituição
Federal de 1988 recepcionou a Política Nacional de Meio Ambiente
(PNMA) que foi instituída em 1981 através da Lei 6938/81, pois, vários
instrumentos, e conceitos da lei estão na CF/88.
 O primeiro deles é o conceito de meio ambiente, e, de acordo com a Lei
6938/81, o artigo 3º, I explica que “meio ambiente é o conjunto de leis,
condições e influências de ordem física, química e biológica que abriga
e rege a vida de todas as suas formas”. (BRASIL, 1981)
 O conceito da Lei de PNMA foi recepcionado pela CF/88 afinal esta
buscou tutelar o meio ambiente natural e artificial, em sentido amplo
fauna e flora, mas também o aspecto do meio modificado pelo homem,
o meio ambiente artificial compreendendo as edificações públicas e
privadas no espaço das cidades, ambos são carecedores de equilíbrio
ecológico, pois, tal equilíbrio reflete diretamente na sadia qualidade de
vida, elementar constitucional da norma matriz. Assim, meio ambiente
passou a compreensão de um conceito neo, onde o meio ambiente do
trabalho, das cidades, o cultural e o digital abrangem o conceito deste
bem jurídico. (FIORILLO, 2015, P. 62)
 Sanado o conceito do bem jurídico, quem são os titulares do meio
ambiente ecologicamente equilibrado? Sirvinskas (2016) assevera
que “todos” do artigo 225, da CF/88 são os sujeitos determinados e os
indeterminados, os primeiros são os brasileiros e estrangeiros residentes
no território brasileiro compondo as gerações presentes, e os segundos
os mesmos, mas que integrarão as gerações futuras, mesmo não
integrando o conceito de vida presente constituem sujeitos do direito
ambiental futuro.

 Fiorillo (2015, p. 48) destaca que o alcance constitucional do
termo todos, fixado no artigo 225 estaria adstrito ao que estabelece o
artigo 5º, no sentido de que brasileiros e estrangeiros residentes no País
é que delimitam a coletividade de pessoas, ainda que indefinidas de um
critério mais específico, com destaque para uma composição
transindividual.
 É tão importante salvaguardar que a titularidade deste direito em
comento deveria ter sido atribuída expressamente não apenas ao
homem, mas também as demais espécies de seres vivos, por isso, há
atualmente um projeto de lei nº 351/2015 de autoria do Senador
Antônio Anastasia (PSDB-MG) que propõe alterações no Código Civil para
incluir os animais entre os bens e estabelecer que eles não são coisas,
este inclui no artigo 82 e 83 o seguinte “art. 82 […] Parágrafo único. Os
animais não serão considerados coisas. Art. 83… IV – Os animais, salvo
o disposto em lei especial.” (SENADO, 2015)
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
 Além desta titularidade do sujeito do bem jurídico em comento, a
expressão do texto legal do 225, que expõe “meio ambiente
ecologicamente equilibrado”, segundo Sirvinskas (2016, p. 115) esta
expressão deve ser interpretada conciliando o binômio: desenvolvimento
e meio ambiente. Este equilíbrio ecológico não significa a
inalterabilidade das condições naturais, mas sim, a harmonia ou a
proporção e a sanidade entre os vários bens que compõem a ecologia
(populações, comunidades, ecossistemas e biosfera).
 Rodrigues (2009, p. 48) explica que tal direito integra o rol dos direitos fundamentais do artigo 5º,
da Constituição, uma vez que decorre do direito à vida. Na verdade o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado é o direito à vida, mas em uma dimensão mais sofisticada, porque temos
direito a uma vida qualificada, sadia, em um ambiente equilibrado.
 Sob a teoria de dimensão de direitos difundida por Bobbio (1992) o meio ambiente está
compreendido aos direitos de terceira geração, onde também por ocasião da Revolução Industrial
surgiu a sociedade de massa e, por consequência, os conflitos de massa, necessitando o Estado criar
novos direitos para garantir e harmonizar a convivência dos indivíduos considerados em seu
conjunto, ou seja, coletivamente. Há aqui uma mudança do enfoque: do individual para o coletivo.
Foi neste contexto que surgiram os direitos humanos de terceira geração ou dimensão (direitos
coletivos, transindividuais), influenciados por valores de solidariedade. (SALLES, 2014)
 Ainda em sede de norma matriz há no texto constitucional uma divisão de responsabilidades quanto
a conservação e preservação dos recursos naturais entre o Poder Público e a coletividade, então
ambos em sede associativa devem resguardar tal bem, o contrário que pensariam que a imposição é
apenas do poder público, quando de fato não é, não podemos olvidar que os mecanismos de
proteção são bem maiores em relação a este do que a coletividade, como preceitua a Lei de Política
Nacional no artigo 9º.
Conceitos básicos e o 
Direito Ambiental na 
Constituição Federal
1. Conceitos Básicos
 O meio ambiente pode ser conceituado como o
conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica
que permite, abriga e rege a vida emtodas as
suas formas.
1.1 Espécies de bens ambientais.
 O meio ambiente não se limita aos recursos naturais. Ele engloba também todos aqueles elementos
que contribuem para o bem-estar e a felicidade humana. Assim, os bens ambientais podem ser de
três espécies:
 Meio Ambiente Natural (ou físico), que consiste nos elementos que existem mesmo sem influência
do homem. Por exemplo: o solo, água, ar, fauna e flora;
 Meio Ambiente Artificial, que consiste no espaço construído pelo homem, na interação com a
natureza. Por exemplo, as edificações e espaços públicos abertos. A Constituição trata do assunto
principalmente em seu artigo 182, quando trata da política de desenvolvimento urbano, o que inclui,
as construções, os espaços e as atividades desenvolvidas pelos homens na interação com a natureza;
 Meio Ambiente Cultural, que consiste no espaço construído pelo homem, na interação com a
natureza, mas que detém um valor agregado especial por ser referência ligada à memória, aos
costumes ou aos marcos da vida humana. Por exemplo, patrimônio histórico, arqueológico, artístico,
paisagístico e cultural.
1.1.2 Natureza do bem ambiental.
 A natureza do bem ambiental pode ser dividida em dois aspectos, para fins
processuais, ou seja, se se trata de bem difuso, coletivo ou individual.
Ou sobre a titularidade desse bem, se público, privado ou de natureza
peculiar.
 Para fins processuais, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um bem
difuso, já que se enquadra perfeitamente ao disposto no artigo 81, parágrafo
único, do Código do Consumidor, que define bens difusos como
aqueles “transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato”.
 Quanto à titularidade, a Constituição Federal dispõe que o meio
ambiente ecologicamente equilibrado é bem de uso comum do povo.
 A questão é que o Código Civil divide os bens públicos (do Estado),
quanto a sua destinação, em bens de uso comum do povo (afetados ao
uso indistinto de todos), de uso especial (afetados aos serviços e
equipamentos públicos) e dominicais (sem afetação nenhuma), tudo a
dar a impressão de que os bens ambientais são públicos, já que a
Constituição usou a mesma expressão “bens de uso comum do povo”
para o meio ambiente. Sendo assim, quando a Constituição Federal diz
que o meio ambiente destina-se ao uso comum do povo, não está
conferindo a propriedade dele ao Estado ou ao povo, só está deixando
claro que Estado e povo têm direito de exigir sua proteção (e o dever de
protegê-lo).
1.2 Poluição e degradação do meio 
ambiente.
Além do conceito de meio ambiente, a Lei 6.938/1981 traz outros conceitos básicos de
suma importância.
Há dois conceitos que devem ser diferenciados. São os de degradação da
qualidade ambiental e de poluição.
Já o poluidor, de acordo com a lei, pode ser tanto uma pessoa física como uma pessoa
jurídica, pública ou privada, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental.
Por fim, são considerados recursos ambientais a atmosfera, as águas interiores,
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os
elementos da biosfera, a fauna e a flora.
2. O Direito Ambiental na Constituição Federal.
 Antes da Constituição de 1988, que tratou de forma bastante expressiva e inédita
da proteção ao meio ambiente, existia poucos textos legislativos regulando a
matéria.
 No Brasil, apenas na década de 1960 é que surgiram leis tratando do assunto,
como os Códigos Florestal (Lei 4.771/1965), de Caça (Lei 5.197/ 1967), de Pesca
(Dec.-Lei 221/1967) e de Mineração (Dec.-Lei 227/1967), mesmo assim eram
diplomas voltados para a questão administrativa e penal, sem que trouxessem
instrumentos materiais e processuais tendentes a garantir a reparação efetiva de
danos ao meio ambiente. A Lei 7.347/1985 (Lei de Ação Civil Pública), por sua
vez, completou as lacunas existentes, instituindo um instrumento processual
eficaz na busca da reparação dos danos causados ao meio ambiente, conferindo
legitimidade para agir ao Ministério Público, ao poder público e até às
associações civis para o ingresso de demandas visando proteger esse tipo de
interesse difuso, que é o meio ambiente.
 Sobreveio a CF/ 88, que estabeleceu os seguintes comandos:
 que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é tanto um direito como um dever de todos, inclusive do Estado;
 que as futuras gerações também têm esse direito;
 que o poder público tem também deveres específicos de proteção, como restaurar processos ecológicos essenciais, prover 
o manejo ecológico, preservar a diversidade e integridade do patrimônio genético, fiscalizar a manipulação de material 
genético, definir espaços de conservação especialmente protegidos, exigir estudos prévios de impacto ambiental nas 
atividades perigosas, controlar determinadas atividades (inclusive industriais e comerciais), promover a educação 
ambiental, dentre outros deveres;
 que a responsabilidade civil é objetiva;
 que a reparação do dano deve importar na recuperação do bem violado, de acordo com a solução técnica exigida pelo 
órgão público competente, não devendo ser suficiente a mera conversão da obrigação em perdas e danos;
 que os causadores de danos ambientais também poderão responder na esfera penal;
 que as pessoas jurídicas também poderão responder na esfera criminal;
 que as responsabilidades civil, administrativa e criminal são independentes;
 que a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônios 
nacionais especialmente protegidos; repare que o Cerrado e a Caatinga são ecossistemas que não foram considerados, 
pela Constituição, como patrimônio nacional;
 que são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção 
dos ecossistemas naturais;
 que as usinas que operarem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não 
poderão ser instaladas.
 tratamento constitucional do meio ambiente está nos seguintes pontos:
 na tutela geral do meio ambiente (art. 225);
 no princípio da função social da propriedade (arts. 5°, XXIII, 182 e 186);
 na enumeração dos bens da União (art. 20, II);
 na divisão de competência entre os entes federativos (arts. 21, XIX, 23, III, VI e VII, e 24, VI, VII e 
VIII);
 na possibilidade de instaurar inquérito civil e ação civil pública para a proteção do meio ambiente 
(art. 129, III);
 na regulamentação da ordem econômica (art. 170, VI);
 na atribuição do sistema único de saúde de colaborar com a proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho (art. 200, VIII);
 na proteção do patrimônio cultural (art. 216);
 nas restrições às propagandas (art. 220, § 3°, II);
 e nos arts. 91, § 1°, III, e 231, § 1°.
 Segundo a doutrina, a evolução histórica do Direito Ambiental brasileiro passa
por três fases:
 a fase de exploração desregrada, que ocorreu até a década de 60 do século XX e
cuja característica principal é a ausência de normas de proteção;
 a fase fragmentária, que ocorreu até o início dos anos 80 do século XX, e cuja
característica principal é a existência de leis pontuais tratando do meio ambiente;
 a fase holística, que nasce com a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei
6.938/ 1981) e é consagrada pela Constituição Federal de 1988 e depois com a Lei
9.605/1998, e é nela que se percebe um tratamento global da proteção do meio
ambiente, com a instituição de um Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA),
de princípios, conceitos e objetivos da proteção ambiental e de uma série de
instrumentos desta proteção.
2.2 Proteção do patrimônio cultural.
 A Constituição tratou, de modo especial, da proteção do meio ambiente cultural.
De acordo com o caput do dispositivo, constituem patrimônio cultural brasileiro “os bens de natureza materiale 
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I -as formas de expressão;
II -os modos de criar, fazer e viver;
III- as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V -os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e 
científico”.
 Constituição incluiu como patrimônio cultural “as formas de
expressão”, “os modos de criar, fazer e viver” e as “criações científicas,
artísticas e tecnológicas”.
 Quanto às formas de expressão, temos a música, o teatro e a
literatura, por exemplo.
 Quanto aos modos de criar, fazer e viver, temos os costumes indígenas
ou os costumes de uma dada comunidade tradicional de pescadores, por
exemplo.
 Quanto às criações científicas, artísticas e tecnológicas, não se deve
deixar de lembrar que, a par da proteção que receberão dos direitos
empresarial e civil, elas também devem ser protegidas por integrar o
patrimônio cultural brasileiro.
 Os instrumentos para a promoção e a proteção desse patrimônio são os seguintes:
“registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e outras formas de
acautelamento e preservação” (art. 216, § 1°, CF),
 Os registros são muito utilizados para a proteção das criações científicas, artísticas
e tecnológicas, que são registradas, por exemplo, no INPI e na Biblioteca Nacional.
 O tombamento, por sua vez, é muito utilizado quanto a prédios e conjuntos urbanos
de valor histórico, bem como para sítios especiais, como praias, florestas e outros
dotados de valor paisagístico, arqueológico e ecológico. Temos aqui, por exemplo, o
espaço urbano da cidade mineira de Ouro Preto/MG, o Pelourinho (em Salvador/BA)
e a praia de Canoa Quebrada, no Ceará.
 A desapropriação importa em o Poder Público ficar proprietário da coisa, mediante
pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro. Esse instrumento só é
utilizado em situações excepcionais, quando a coisa, para ser protegida, tenha que
ficar sob a propriedade do Poder Público. Quando estudarmos as unidades de
conservação, veremos que algumas delas reclamam que a coisa a ser protegida
passe para a esfera de titularidade da Administração Pública.

 O Sistema Nacional do Meio Ambiente, ou Sisnama, foi instituído pela Lei
6.938/81 (Política Nacional de Meio Ambiente), e trata-se da estrutura adotada para
a gestão ambiental no Brasil, com o objetivo de melhorar e recuperar a qualidade
ambiental no país.
 O SISNAMA é constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público.
 A finalidade do SISNAMA é dar cumprimento aos princípios constitucionalmente
previstos e nas normas instituídas para a proteção e melhoria da qualidade
ambiental.
 Em resumo, a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente se deu devido a
necessidade de se estabelecer uma estrutura governamental capaz de assegurar
mecanismos aptos a consolidar a implementação da Política Nacional do Meio
Ambiente, em todo o nível da Federação.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
https://www.vgresiduos.com.br/blog/politica-nacional-do-meio-ambiente/
Direito ambiental : 
Principiologia
Fontes do Direito Ambiental
DIREITO AMBIENTAL APLICADO À
ENGENHARIA AMBIENTAL
 1.Noções gerais de Direito.
 2. Direito ambiental.
 3. Princípios do direito ambiental brasileiro.
 4. Proteção constitucional do meio ambiente.
 5. Competências em matéria ambiental.
 6. Poder Executivo e Poder Legislativo.
DIREITO
 O direito é a ciência que objetiva a regulação das relações
humanas de modo que se tenha o equilíbrio entre os
interesses em disputa e também para promover a proteção
dos sujeitos envolvidos nesta relação. O estabelecimento
destas regras é essencial para que as relações humanas
ocorram de maneira pacífica (FINK, 2009, p.103).
 A sociedade é um complexo de regras que determinam como o
indivíduo deve conduzir-se em relação aos demais. A função
da ordem social é induzí-los a certa conduta positiva (ação) ou
negativa (omissão), as condutas desejadas e indesejadas são
as normas (KELSEN, Hans, 1998, p.64).
DIREITO
 Conjunto ordenado e sistemático de princípios e regras que
tem por tarefa definir e sistematizar o ordenamento jurídico
(Direito positivo ou direito posto, vale dizer, produzido pelo
Estado) que o Estado impõe à sociedade e apontar solução
para os problemas ligados à sua interpretação e aplicação.
 Função de controle social que varia de sociedade para
sociedade, de época para época.
DIREITO
 PIRÂMIDE DE KELSEN – HIERARQUIA DAS NORMAS
Resoluções, Portarias, Instruções normativas.
Decretos
Leis Complementares, Leis 
Ordinárias, Leis Delegadas, 
Medidas Provisórias
Emendas 
Constitucionais
Constituição 
Federal
*Novo Código Florestal - ADIN
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=228842
DIREITO AMBIENTAL 
 FIGURA TEMPO.pdf
 Direito Ambiental e a Engenharia Ambiental
Brasil: Criação da Área de Engenharia Ambiental no Brasil
Em 1994, cria-se a Área de Engenharia Ambiental – Portaria n° 1.693/1994.
Em 2000, é regulamentada a atividade do Engenheiro Ambiental – Resolução 
CONFEA 447/2000
FIGURA TEMPO.pdf
DIREITO AMBIENTAL 
 Fontes do direito ambiental: legislação ambiental nacional,
legislação ambiental internacional, jurisprudências, analogias
jurídicas ( direito comparado) movimentos populares;
descobertas científicas; doutrina.
 Contextualização – fatos históricos e direito
DIREITO AMBIENTAL 
 “Complexo de princípios e normas coercitivas reguladoras das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam
afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global,
visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras
gerações” (MILARÉ,2011, p.1062).
 “Direito ambiental é a norma, que baseada no fato ambiental
e no valor ético ambiental, estabelece mecanismos normativos
capazes de disciplinar as atividades humanas em relação ao
meio ambiente” (ANTUNES, 2011, p.5).
DIREITO AMBIENTAL 
 “O Direito Ambiental é um Direito sistematizador, que faz que
a articulaçao da legislação, da doutrina e da jurisprudência
concernentes aos elementos que integram o ambiente. Procura
evitar o isolamento dos temas ambientais e sua abordagem
antagônica. Não se trata mais de construir um Direito das
águas, um Direito da atmosfera, um Direito do solo, um Direito
florestal, um Direito da fauna ou um Direito da biodiversidade.
O Direito Ambiental não ignora o que cada matéria tem de
específico, mas busca interligar estes temas com a argamassa
da identidade dos instrumentos jurídicos de prevenção e
reparação, de informação, de monitoramento e de
participação” (MACHADO, 2011, p.58).
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
 PRINCÍPIOS X REGRAS
 Princípio da Prevenção;
 Princípio da Precaução;
 Princípio do Poluidor-Pagador;
 Princípio da Responsabilidade;
 Princípio da Participação Comunitária;
 Fiscalização;
 Participação – Consultas Públicas/Audiências Públicas;
 Princípio da Informaação e Princípio da Educação Ambiental.
 Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
 MEIO AMBIENTE: o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas. (PNMA)
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
Meio ambienteequilibrado
+ 
Bem de uso comum do povo
+ 
Essencial a qualidade de vida
= 
BEM AMBIENTAL
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
 § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, INCUMBE AO PODER
PÚBLICO:
 I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
 II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético
do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação
de material genético;
 III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
 IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
 V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente;
 VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
 VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção
de espécies ou submetam os animais a crueldade.
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
 § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da
lei.
 § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
 § 4º º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do
Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.
 § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
 § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
 Direito fundamental.
 Norma princípio. 
 Parágrafos e incisos: prevê instrumentos para garantia do
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado –
Normas instrumentos – Impõem deveres e garante direitos.
ASPECTOS GERAIS LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 Lei Federal 6.938/1981 – Política Nacional do Meio Ambiente
 Lei Federal 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos
 Lei Federal 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais
 Decreto Nº 6.514/2008 - Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, 
estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações.
 Lei Federal 9.795/1999 – Política Nacional de Educação Ambiental
 Lei Federal 9.985/2000 – Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
 Lei Federal 9.966/2000 – Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição 
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob 
jurisdição nacional.
 Lei Federal 10.257/2001 – Estabelece diretrizes gerais da política urbana.
 Lei Federal 11.284/2006 – Lei da Mata Atlântica.
 Decreto Federal 6.660/2008 - Regulamenta dispositivos da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006.
ASPECTOS GERAIS LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 Lei Federal 11.445/2007 – Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.
 Decreto Federal 7.217/2010 - Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007.
 Lei Federal 12.305/2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
 Decreto Federal 7.403/2010 - Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, 
 Lei Federal 12.651/2011 – Novo Código Florestal.
 Decreto Federal 7830/2012 - Dispõe sobre o Sistema de Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro 
Ambiental Rural, estabelece normas de caráter geral aos Programas de Regularização Ambiental.
 Decreto Federal 8.235/2014 -Estabelece normas gerais complementares aos Programas de Regularização 
Ambiental dos Estados e do Distrito Federal
 Lei Federal 13.153/2015 - Institui a Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação
dos Efeitos da Seca e seus instrumentos; prevê a criação da Comissão Nacional de Combate à
Desertificação; e dá outras providências.
 Lei Federal 13.123, DE 20 DE MAIO DE 2015 - Dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético,
sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de
benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade
ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 
ARTIGOS 225
ESPACIAL
SOCIAL
CULTURA
ECONÔMICA ECOLÓGICA
SOCIEDADE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fauna
Desen. Tecnológico
Qualidade de Vida
Recursos Hídricos
SoloAr
Flora
Políticas Públicas Atividades Econômicas
Áreas urbanas - rurais
Valores - Tradições dos povos
Consumo Fontes Energéticas
Resíduos Sólidos 
Saneamento Básico Educação
Lei 6.938/1981
Lei 10.257/2001
Lei 11.445/2007Lei 12.305/2010
Lei 9.433/1997
Lei 9.605/1998Lei 9.985/2000
Lei 12.651/2012
...
MICRO SISTEMA JURÍDICO
***Audiência Pública – Caso Londrina EIV
DIREITO AMBIENTAL 
 “O direito do ambiente é subsidiário e alimentador da gestão
ambiental. Mas note-se bem, a gestão ambiental tem, em
relação ao direito do ambiente, o mesmo papel, numa
interação de reciprocidade. Assim pode-se dizer que a gestão
ambiental é fonte do Direito, como este é fonte de gestão”.
(MILARÉ, 2011, p.1038)
DIREITO AMBIENTAL 
 CRÍTICAS:
 Brasil legislação ambiental avançada x efetividade;
 Desajuste entre estruturais formais (legislação, planos) e as estruturais
reais (alocação e administração dos recursos, distanciamento entre setor
público e privado) – burocracia estatal.
 Precária institucionalização e pouca credibilidade dos órgãos ambientais;
 Poder Judiciário – lento, caro inacessível;
 Desconsideração do meio ambiente como prioridade política;
 Falta de técnica da legislação ambietal.
DIREITO AMBIENTAL 
 BIBLIOGRAFIA:
 Edis Milaré. Direito do Ambiente: a gestão ambiental em foco:
doutrina, jurisprudência, glossário. São Paulo Ed. Revistas dos
Tribunais.
 Paulo Affonso Leme Machado. Direito Ambiental Brasileiro. Ed.
Malheiros.
 Celso Antonio Pacheco Fiorillo. Curso de Direito Ambiental
Brasileiro. São Paulo. Ed. Saraiva.
 Paulo de Bessa Antunes. Direito Ambiental. Rio de Janeiro. Ed.
Lumen Juris.
Responsabilidade civil, 
penal e administrativa 
em dano ambiental 
Responsabilidade Civil em Direito Ambiental.
 A responsabilidade civil ambiental é um mecanismo processual para fins de
responsabilização por dano ambiental. No Direito Brasileiro se caracteriza por ser
de caráter objetivo, solidário e independentemente de antijuridicidade.
 Isso significa que, para fins de responsabilização por dano ambiental, não se afere a
existência de culpa (imprudência, negligência ou imperícia). Todos os responsáveis,
direta ou indiretamente, pelo dano ambiental poderão ser chamados; e mesmo sem
o cometimento de ato ilícito, é cabível a reparação por dano ambiental, não se
admitindo excludentes de responsabilidade.
O que é responsabilidade civil 
ambiental?
 A responsabilidade civil ambiental é um instrumento de intervenção do Direito para
a proteção do meio ambiente. Constatado um dano ambiental, impõe-se a
reparação em contrapartida.
 É uma dasmedidas adotadas pelo Direito para a reparação de danos ambientais.
Em nosso sistema, a responsabilidade civil é objetiva e para a caracterização basta a
existência de um dano e do nexo causal.
 O que diz a lei 6938/81?
 A lei 6938/81 foi um divisor de águas na responsabilização ambiental no Brasil. Ela
trouxe inovações na responsabilidade ambiental, introduzindo novos conceitos e
paradigmas, o que elevou o meio ambiente a um bem jurídico autonomamente
protegido.
Quando se configura a responsabilidade 
civil ambiental?
 O direito ambiental brasileiro obriga o responsável à reparação do dano na sua forma objetiva, baseada na 
teoria do risco integral. Essa teoria é fundada na ideia de que o causador (direta ou indiretamente) do dano se 
obriga a repará-lo, bastando a prova da ação ou omissão, do dano e do nexo de causalidade. 
 Na responsabilidade civil ambiental não se admitem as excludentes de responsabilidades civis do fato de 
terceiro, culpa concorrente da vítima, caso fortuito ou força maior. Portanto, ocorrendo o dano no curso da 
atividade potencialmente poluidora, obriga-se o responsável a reparar eventuais danos. 
 Entendimento dos Tribunais sobre a responsabilidade civil ambiental
 Sobre a teoria do risco integral e a prova do nexo de causalidade, já decidiu o STJ: 
 […] para o fim de apuração do nexo de causalidade no dano ambiental, equiparam-se quem faz, quem não faz 
quando deveria fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam, quem financia para que façam, e 
quem se beneficia quando outros fazem. […]“
 REsp 650.728/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJe 02/12/2009
 Em julgados mais recentes, o STJ assentou que a responsabilidade civil por danos
ambientais é objetiva e solidária, de todos os agentes que obtiveram proveito da
atividade que resultou no dano ambiental, “não com fundamento no Código de
Defesa do Consumidor, mas pela aplicação da teoria do risco integral ao
poluidor/pagador prevista pela legislação ambiental (art. 14, § 1º, da Lei
n.6.938/81), combinado com o art. 942 do Código Civil”4.
 O poluidor responde mesmo em caso de dano involuntário, e não se exige
previsibilidade ou má-fé de sua parte, pois é suficiente um enfoque causal material.
O empreendedor aceita as consequências de sua atividade de risco. Essa conclusão
decorre notadamente dos princípios da prevenção, da precaução, do poluidor-
pagador, do desenvolvimento sustentável e da equidade intergeracional. O sujeito,
contudo, não responde se o dano não existir ou se não guardar qualquer relação de
causalidade com sua atividade.
A responsabilidade criminal ambiental
 A responsabilidade penal ao meio ambiente encontra-se concretizado no
ordenamento jurídico pátrio pela Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que
tem como base o art. 225, §3º da CF/88.
 O referido artigo dispõe que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio-
ambiente sujeitam os infratores, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, a sanções
penais e administrativas, de forma independente da obrigação de reparar os danos
causados.
 O Brasil foi um dos primeiros países da América Latina a estabelecer a teoria da
responsabilização criminal da pessoa jurídica. Esta matéria ainda é controversa no
âmbito doutrinário, pois há vários posicionamentos contrários a aplicação de pena
criminal à pessoa jurídica; parte da doutrina presume que deve ser aplicada a teoria
do agente causador, pois aplicar sanções de natureza criminal as pessoas jurídicas
seria equiparado a sentenciar estas a pena de morte, o que é vedado na legislação
pátria.
 O posicionamento majoritário é de que independentemente de qual agente causou a
conduta lesiva, seja pessoa física ou jurídica, esta será responsabilizada tanto no
âmbito administrativo, criminal e cível, levando em consideração que a pessoa física
que atua em seu nome ou benefício seja responsabilizada de forma simultânea.
 A Lei dos Crimes Ambientais expande o conceito de meio-ambiente, e protege
expressamente o meio-ambiente artificial e cultural, ao arrolar crimes contra o
ordenamento urbano e patrimônio cultural.
 A lei supracitada explana a conduta do indivíduo, sistematizando as condutas lesivas
ao meio-ambiente sob sua tutela, isto é, estabelecendo a competência de tutelar o
bem coletivo ao Estado.
 A norma jurídica disciplina penas passiveis de serem aplicadas às pessoas que
causarem o dano, sendo estas a prestação de serviços à comunidade, interdição
temporária de direitos, suspensão parcial ou total de atividades, prestação
pecuniária, recolhimento domiciliar.
 No caso de aplicação à pessoa jurídica podem as sanções serem aplicadas de forma
isolada, cumulativamente ou alternadamente com a multa, restrição de direitos,
prestação de serviços à comunidade.
 Dentro da pena restritiva de direitos das pessoas jurídicas, podem ser aplicadas a suspensão parcial 
ou total das atividades, interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade, quando 
funcionando sem autorização de lei ou regulamentar, proibição de contratar com o Poder Público, 
bem como obter com os seus subsídios, subvenções ou doações, que não excederá o prazo de dez 
anos, podem também sofrer a desconsideração da personalidade jurídica constituída ou utilizada, 
com objetivo de permitir, facilitar ou ocultar a pratica de crime ambiental, vide arts. 21 e 24 da Lei 
de Crimes Ambientais.
 Há circunstâncias que atenuam a pena, estas são: baixo grau de escolaridade ou instrução do agente, 
arrependimento do infrator, manifestação pela espontânea reparação do dano, ou limitação 
significativa do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada, comunicação 
prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental, colaboração com os agentes do 
perigo iminente de degradação ambiental.
 Nos crimes previstos na legislação, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de 
condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.
 Na ocorrência de dano ao meio-ambiente, há o dever de reparação, que pode ser feita in natura do 
estado anterior do bem ambiental afetado e a reparação em pecúnia, isto é, restituição em dinheiro.
 Inicialmente, é importante ressaltar que alguns ilícitos elencados pela Lei ambiental
(9605/98) são de extrema importância e gravidade, porém possuem penas próximas
a grande maioria de delitos elencados, de mínima relevância penal, sendo
adequadamente resolvidos na seara civil ou administrativa.
 Nesse sentido, o constitucionalista José Afonso da Silva destaca:
 “As normas constitucionais assumiram a consciência de que o direito à vida, como
matriz de todos os demais direitos fundamentais do homem é que há de orientar
toda a forma de atuação no campo da tutela do meio ambiente. Compreendeu que
ele é um valor preponderante que há de estar acima de quaisquer considerações
como as de desenvolvimento, como as de respeito ao direito de propriedade, como
as da iniciativa privada. Também são garantidos no texto constitucional, mas, a toda
evidência, não podem primar sobre o direito fundamental à vida que está em jogo
quando se discute a tutela da qualidade do meio ambiente, que é instrumental no
sentido de que, através desta tutela, o que se protege é um valor maior: a
qualidade da vida humana.
https://jus.com.br/tudo/penas
 Obviamente a legislação ambiental merece uma atenção especial, além de ser um tema moderno, observamos a 
cada os efeitos da degradação ambiental, se tornando um bem jurídico em destaque.
 A partir da década de setenta, em contrassenso ao desenfreado desenvolvimento produtivo industrial, baseada 
no consumo e desfrute ilimitado dos recursos naturais vitais do planeta, escaparia a constatação, hoje pacífica, 
de que um uso desmedido do meio ambiente corrompe, de forma muitas vezes irreversível, o fruir natural, 
indispensável à renovação desses mesmos recursos
 Aquecimento global,poluição desenfreada, extinção de espécies e, até mesmo, biomas inteiros, fazem com que 
certos ciclos naturais, antes perpétuos, acabem por se romper.
 Dessa progressiva destruição o homem não é somente autor, mas também vítima, isso porque ele mesmo é parte 
do ‘ciclo’, e, portanto, ‘beneficiário’ do equilíbrio que o desenvolvimento daquela vida origina[2].
 A sociedade passou, assim, a dar atenção a um fato obvio e antigo, que proteger o meio ambiente é essencial 
para proteger o próprio ser humano, seu desenvolvimento e sustentabilidade, assim deve ser tratado como um 
bem jurídico de importância fundamental, porém, qual o melhor modo de tutelá-lo?
 O Direito Ambiental, talvez por ser tema recente, não soube ser bem trabalhado 
pelo legislador, para fixá-lo de forma adequada, a garantir uma punição, uma 
reparação, e principalmente a preservação ao meio ambiente. Feliz foi, porém, ao 
consolidar em uma única lei diversos tipos esparsos sobre meio ambiente, que 
causavam certa divergência na aplicação e interpretação.
 Lembremos que o Estado deve atuar na área penal somente na defesa dos bens 
imprescindíveis à coexistência pacífica do ser humano, ou seja, intervindo somente 
quando realmente necessário, consagrando o princípio da intervenção mínima.
 Os bens jurídicos protegidos pela Magna Carta abrangem os direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e 
a justiça, considerados essenciais para convivência em uma sociedade pacífica e 
democrática de direito.
 Caso seja necessária uma intervenção estatal, esta deve ocorrer de modo a esgotar 
as demais esferas do Direito e deixando a seara penal como ultima via, justamente 
por ser o mais invasivo e gravoso meio de intervenção estatal, objetivando, assim, a 
“ultima ratio
DO CABIMENTO DA TUTELA AMBIENTAL
 O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como expresso no texto
constitucional, na sua concepção, é um dos direitos fundamentais da pessoa humana
que, por si só, justifica a imposição de sanções penais às agressões contra ele
perpetradas, como extrema fatio.
 Por outro lado, ultima ratio da tutela penal ambiental significa que ela é chamada a
intervir somente nos casos em que as agressões aos valores fundamentais da
sociedade alcancem o ponto do intolerável, ou seja, objeto de intensa violação do
corpo social.
 Ora, preservar e restabelecer o equilíbrio ecológico em nossos dias é questão fulcral
para garantir futuro descente para as próximas gerações. Os riscos globais, a
extinção de espécies animais e vegetais, assim como a satisfação de novas
necessidades em termos de qualidade de vida, fica claro que o fenômeno biológico e
suas manifestações sobre o Planeta estão sendo perigosamente alterados e assim
alguns ilícitos ambientais merecem a tutela penal.
Responsabilidade administrativa ambiental
 A responsabilidade administrativa ambiental é subjetiva, ou seja, exige
demonstração de que a conduta foi cometida pelo transgressor, além de prova do
nexo causal entre o comportamento e o dano.
 A decisão é da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça ao anular auto de infração
contra a Ipiranga por derramamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, em
2005, em acidente ferroviário. Segundo o colegiado, no caso não foi demonstrada a
efetiva participação da empresa no acidente que gerou danos ao meio ambiente.
 O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro havia mantido o auto de infração por
entender que a responsabilidade administrativa ambiental seria objetiva, em razão
da propriedade da carga transportada ser da companhia de petróleo. A multa
ultrapassava R$ 5 milhões.
Responsabilidade civil x 
responsabilidade administrativa
 A responsabilidade por danos ambientais na esfera cível é objetiva. Isso significa, por exemplo, que, 
se o Ministério Público propuser uma ação contra determinado poluidor, ele não precisará provar a 
culpa ou dolo do réu.
 Por outro lado, para a aplicação de penalidades administrativas não se obedece a essa mesma lógica.
 A responsabilidade administrativa ambiental apresenta caráter subjetivo, exigindo dolo ou culpa para 
sua configuração.
 Assim, adota-se a sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, deverá ser comprovado o elemento 
subjetivo do agressor, além da demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano.
 A diferença entre os dois âmbitos de punição e suas consequências fica bem estampada da leitura do 
art. 14, caput e § 1º, da Lei nº 6.938/81.
 No § 1º do art. 14 está prevista a responsabilidade na esfera cível. Lá ele fala que esta é 
independente da existência de culpa:
 Art. 14 (...)
 § 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
 Já o caput do art. 14, que trata sobre a responsabilidade administrativa, não dispensa a existência de culpa.
Logo, interpreta-se que ele exige dolo ou culpa:
 Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela
degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
 I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil)
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme
dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal,
Territórios ou pelos Municípios;
 II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
 III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
 IV - à suspensão de sua atividade.
 A aplicação e a execução das penas (responsabilidade administrativa) limitam-se aos 
transgressores (somente podem ser aplicadas a quem efetivamente praticou a 
infração).
 Por outro lado, a reparação ambiental, de cunho civil, pode atingir todos os 
poluidores, a quem a própria legislação define como “a pessoa física ou jurídica, de 
direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade 
causadora de degradação ambiental” (art. 3º, V, da Lei nº 6.938/81).
 Assim, o uso do vocábulo “transgressores” no caput do art. 14, comparado à 
utilização da palavra “poluidor” no § 1º do mesmo dispositivo, deixa a entender 
aquilo que já se podia inferir da vigência do princípio da intranscendência das 
penas: a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais 
abrangente do que as responsabilidades administrativa e penal, não admitindo estas 
últimas que terceiros respondam a título objetivo por ofensas ambientais praticadas 
por outrem.
 Em suma:
 A responsabilidade administrativa ambiental é de natureza subjetiva
 A aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica da
responsabilidade objetiva da esfera cível (para reparação dos danos causados), mas
deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser
cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo,
e com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano.
 Assim, a responsabilidade CIVIL ambiental é objetiva; porém, tratando-se de
responsabilidade administrativa ambiental, a responsabilidade é SUBJETIVA.
 STJ. 1ª Seção. EREsp 1318051/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
08/05/2019 (Info 650).
ASPECTOS GLOBAIS DA 
PROTEÇÃO AMBIENTAL
CONFERÊNCIAS 
DR. GERMANO ESTEVES 
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https://en.wikipedia.org/wiki/Environmental_impact_of_nuclear_powerhttps://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
HISTÓRIA RECENTE
• As primeiras ideias de ecossistema tiveram início no século XIX. O tema, porém, obteve maior ênfase a
partir da década de 1960, atingindo grande destaque na metade dos anos 80.
• Alguns dos eventos que promoveram discussões e trabalhos sobre o assunto foram:
em 1972: 1ª Conferência Sobre Meio Ambiente Humano das Nações Unidas – Estocolmo (Suécia)
• Ao longo da história, a própria ausência de tecnologias que permitissem ao homem controlar o ambiente
à sua volta e explorar os recursos naturais de maneira mais rápida do que a própria natureza era
capaz de repô-los, levou a uma concepção da natureza como uma fonte inesgotável de recursos, que
poderiam ser explorados sem preocupações quanto à sua disponibilidade no médio e longo prazo.
Embora ao longo de sua história algumas civilizações tenham conhecidos problemas graves ligados ao
uso excessivo de determinados recursos como a água, a caça e a madeira, esse problema tornou-se mais
evidente a partir do século XIX, momento em que a população humana multiplicou-se exponencialmente
(multiplicando-se mais de quatro vezes)[4] e a Revolução Industrial dotou o homem com muitos benefícios
mas também com a capacidade tecnológica para afetar o meio ambiente de forma irreversível
(incluindo, dentre outros, o secamento de lagos e rios, a inversão térmica, as ilhas de calor e a
contaminação ou o esgotamento de diversos recursos indispensáveis à vida humana).
• Tendo em vista esses problemas, os países entenderam que era necessário discutir o tema e estabelecer
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Estocolmo#cite_note-4
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Invers%C3%A3o_t%C3%A9rmica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilhas_de_calor
• Na Conferência de Estocolmo foram abordados temas relacionados principalmente com a poluição atmosférica e
de recursos naturais. As discussões contaram com a presença de chefes de 113 países, e de mais de 400
instituições governamentais e não governamentais.
• Durante a conferência viu-se crescer a divergência entre os chamados países desenvolvidos e países em
desenvolvimento, pois enquanto o primeiro grupo defendia a redução imediata do ritmo de industrialização dos
países (a principal causa de degradação do meio ambiente), o segundo recusava-se a assumir compromissos que
limitariam sua capacidade de enriquecer e garantir níveis adequados de qualidade de vida às suas populações.
• Assim, as propostas apresentadas foram imediatamente contestadas pelos países mais pobres que buscavam
constituir uma base econômica calcada principalmente na industrialização, e a Conferência ficou definitivamente
marcada pela disputa entre o “desenvolvimento zero”, defendido pelos países desenvolvidos, e o “desenvolvimento
a qualquer custo”, defendido pelas nações em desenvolvimento.
• Embora não tenha sido possível atingir um acordo que estabelecesse metas concretas a serem cumpridas pelos
países, durante a conferência foi concebido um importante documento político chamado Declaração da
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (em inglês, Declaration of the United Nations
Conference on the Human Environment), adotado em 6 de junho de 1972. Trata-se do primeiro documento do
direito internacional a reconhecer o direito humano a um meio ambiente de qualidade, que é aquele que permite
ao homem viver com dignidade.
• Além disso, a Conferência teve um papel inegável em inserir a problemática ambiental entre as prioridades dos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs_desenvolvido
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs_em_desenvolvimento
Em 1983: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento;
Relatório Brundtland de “desenvolvimento sustentável" (Nosso Futuro Comum);
Desenvolvimento atual que permita utilizar os recursos naturais sem ferir os direitos das futuras
gerações.
Em fevereiro de 2005 começou a vigorar o Protocolo de Kyoto, estabelecido na Convenção de
1997.
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional entre os países integrantes da Organização das
Nações Unidas (ONU), firmado com o objetivo de se reduzir a emissão de gases causadores do
efeito estufa e o consequente aquecimento global. Redigido e assinado em Kyoto (Japão), em
1997, o Protocolo criou diretrizes para amenizar o impacto dos problemas ambientais causados
pelos modelos de desenvolvimento industrial e de consumo vigentes no planeta. De acordo com o
Protocolo, as nações se comprometem a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa
em 5,2%, comparando-se com os níveis de 1990. O principal alvo é o dióxido de carbono (CO2),
pois especialistas acreditavam que a emissão deste gás pode causar uma destruição ambiental
irreversível nas próximas décadas
II CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO E O 
MEIO AMBIENTE
• Rio de Janeiro, de 03 a 14 de junho de 1992;
• Participantes: 172 países, 108 enviaram chefes de Estado; 2400 representantes de ONGs
(Organizações não Governamentais); mais de 17.000 pessoas participaram do Fórum da ONGs,
evento paralelo à Conferência das Nações Unidas.
• Principal Tema: Desenvolvimento Sustentável.
• Documentos Finais:
• Declaração do Rio sobre o Meio ambiente e Desenvolvimento;
• Declaração dos Princípios relativos às Florestas;
• Convenção sobre as Mudanças Climáticas;
• Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade.
• Mecanismos criados:
• – Comissão do Desenvolvimento.
• – Comitê Consultivo Interinstitucional sobre o Desenvolvimento Sustentável.
• Os principais objetivos destas iniciativas são:
• I. Promover o desenvolvimento sem destruir a natureza;
• II. Criar um fundo de auxílio aos países em desenvolvimento para a proteção do meio ambiente;
• III. Buscar uma solução para a relação entre o consumo excessivo dos países desenvolvidos e a
destruição do meio ambiente nos países do 3° Mundo, pressionados pelas dívidas externas.
• Foram criados três grupos de trabalho:
• Grupo 1 – proteção à atmosfera; gestão dos recursos terrestres; preservação da biodiversidade.
• Grupo 2 – defesa das águas continentais e marinhas; produção e circulação de dejetos tóxicos.
• Grupo 3 – regulamentação jurídica e institucional das medidas tomadas.
• Agenda 21: A Agenda 21 é um documento aprovado na Declaração do Rio cujo objetivo é
desenvolver uma proposta de ação que vise ao desenvolvimento sustentável. O documento
possui 40 capítulos que promovem alternativas para um novo modelo de desenvolvimento, o
sustentável. As principais propostas da Agenda 21 são:
• 1. Cooperação dos países desenvolvidos para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países
em desenvolvimento.
• 2. Combate à pobreza.
• 3. Mudança nos padrões de consumo.
• 4. Combate ao desflorestamento.
• 5. Conservação da diversidade biológica.
• Rio +10 - também conhecida como Cúpula de Joanesburgo ou Conferência Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, reuniu em 2002, dez anos após a ECO-92, 189 países, além de
centenas organizações não governamentais.
• Um dos resultados dessa conferência foi a Declaração de Joanesburgo. Esse documento
destacou problemas de ordem mundial associados à globalização, como a miséria e a fome.
Além disso, reforçou que o empenho dos países deveria convergir para o estabelecimento
do desenvolvimento sustentável.
• Principais pontos destacados pela Declaração de Joanesburgo:
• Necessidade de proteger a biodiversidade.
• Promoção do acesso à água potável.
• Melhoria do saneamento básico para atender às populações.
• Acesso à energia e à saúde.
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/desenvolvimento-sustentavel.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/desenvolvimento-sustentavel.htm
• Rio +20, também conhecida como Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi
realizada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 2012. Recebeu esse nome, porque foi realizada vinte anos
após a Rio-92. Dessaconferência, participaram 193 países-membros da ONU e teve uma das maiores coberturas
midiáticas da história. Foram retomadas questões debatidas nas conferências anteriores e refletiu-se sobre ações
adotadas pelos países desde a Rio-92, identificando aquelas que pudessem orientar o desenvolvimento
sustentável para os próximos vinte anos.
• O principal objetivo da Rio +20 refere-se ao reforço do compromisso dos Estados com a sustentabilidade. Essa
conferência foi organizada pela ONU e levantou um questionamento: “Qual o futuro que queremos?”. Dessa
questão, resultou o documento que ficou conhecido como “O futuro que queremos”.
• As principais propostas do documento “O futuro que queremos” foram:
• Erradicar a pobreza.
• Integrar aspectos econômicos, sociais e ambientais ao desenvolvimento sustentável.
• Proteger os recursos naturais.
• Mudar os modos de consumo.
• Promover o crescimento econômico sustentável.
• Reduzir as desigualdades.
• Melhorar as condições básicas de vida.
ACORDO DE PARIS
• Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, em Paris, foi adotado um novo
acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do
clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas
mudanças.
O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte da UNFCCC para reduzir emissões
de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso
ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem menos de
2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da
temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os governos se envolveram na construção de
seus próprios compromissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribuições
Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em inglês). Por meio das iNDCs, cada nação
apresentou sua contribuição de redução de emissões dos gases de efeito estufa, seguindo o
que cada governo considera viável a partir do cenário social e econômico local.
• Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o Brasil concluiu, em 12 de setembro de 2016, o
processo de ratificação do Acordo de Paris. No dia 21 de setembro, o instrumento foi entregue
às Nações Unidas. Com isso, as metas brasileiras deixaram de ser pretendidas e tornaram-se
compromissos oficiais. Agora, portanto, a sigla perdeu a letra “i” (do inglês, intended) e passou
a ser chamada apenas de NDC.
• A NDC do Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37%
abaixo dos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir
as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso,
o país se comprometeu a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz
energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de
hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias
renováveis na composição da matriz energética em 2030
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/BRASIL-iNDC-portugues.pdf
• No que diz respeito ao financiamento climático, o Acordo de Paris determina que os países
desenvolvidos deverão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à
mudança do clima e adaptação, em países em desenvolvimento. Uma novidade no âmbito do
apoio financeiro é a possibilidade de financiamento entre países em desenvolvimento, chamada
“cooperação Sul-Sul”, o que amplia a base de financiadores dos projetos.
Observa-se no texto a preocupação em formalizar o processo de desenvolvimento de
contribuições nacionais, além de oferecer requisitos obrigatórios para avaliar e revisar o
progresso das mesmas. Esse mecanismo exige que os países atualizem continuamente seus
compromissos, permitindo que ampliem suas ambições e aumentem as metas de redução de
emissões, evitando qualquer retrocesso. Para tanto, a partir do início da vigência do acordo,
acontecerão ciclos de revisão desses objetivos de redução de gases de efeito estufa a cada
cinco anos.
•
TIPOS DE POLUIÇÃO 
POLUIÇÃO
• Excesso de resíduos (sólidos, líquidos ou
gasosos) capazes de colocar em risco a
biosfera.
Atmosférica: emissão de gases de combustão.
• motores de automóveis; equipamentos
industriais (refinarias, siderúrgicas, cimento
etc.); queimadas e incineração de lixos.
• Consequências da Poluição Atmosférica
• Buraco na camada de ozônio; Inversão
térmica; Chuvas ácidas; Efeito estufa
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A DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO
A existência do ozônio na estratosfera é vital para a Terra, por ser responsável pela absorção
de grande parte da radiação ultravioleta.
O ozônio é indispensável para nos proteger do excesso de radiação ultravioleta, embora ao
nível do solo seja prejudicial para a saúde e para o ambiente.
Causas da redução da camada de ozônio:
• Clorofluorcarbonetos (CFC)
Consequências da redução da camada de ozônio:
• Possíveis alterações climáticas;
• Aumento de situações de smog;
• Modificações dos ecossistemas naturais;
• Alterações dos sistemas agrícolas;
• Perturbações do sistema imunológico humano;
• Aumento do cancro (especialmente da pele);
• Lesões oculares.
INVERSÃO TÉRMICA 
• A inversão térmica trata-se de um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do
planeta e costuma acontecer no final da madrugada e no início da manhã, principalmente nos
meses de inverno. Nesse período, dá-se o pico de perda de calor do solo por irradiação, e é
quando registramos as temperaturas mais baixas, tanto no solo quanto no ar. Quando a
temperatura próxima ao solo cai abaixo de 4ºC, o ar frio, impossibilitado de elevar-se, fica
retido nas baixas altitudes.
• Camadas mais elevadas da atmosfera são ocupadas com o ar relativamente mais quente, que
não consegue descer. Ocorre assim, uma estabilização momentânea da circulação atmosférica
em escala local, caracterizado por uma inversão das camadas: o ar frio fica embaixo e o ar
quente fica em cima, daí a expressão “inversão térmica”.
• O “efeito tampão”, ao impedir a ascensão do ar frio, concentra toneladas de poluentes em
baixos extratos da atmosfera, porque dificulta sua dispersão.
CHUVA ÁCIDA 
• A chuva ácida é a precipitação com a presença de ácido sulfúrico, ácido nítrico e nitroso,
resultantes de reações químicas que ocorrem na atmosfera. Todas as chuvas são ácidas, mesmo
em ambientes sem poluição. Porém, as chuvas tornam-se um problema ambiental quando o seu
pH é abaixo de 4,5.
• Elas resultam da quantidade exagerada de produtos da queima de combustíveis fósseis
liberados na atmosfera, em consequência das atividades humanas.
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O AUMENTO DO EFEITO DE ESTUFA
O efeito de estufa existe na Terra desde a formação da sua atmosfera.
Está estudado que na ausência de efeito de estufa natural a temperatura na Terra seria 33ºC 
mais baixas.
Os Gases de Efeito Estufa (GEE) mais relevantes são: o vapor de água (H2O), o dióxido de 
carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O)
ILHAS DE CALOR
• Aumento da temperatura nos
centros urbanos devido à
concentração excessiva de
cimento, asfalto, recobrindo o
solo e refletindo o calor solar, e
à falta de circulação
atmosférica.
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS 
• Poluição das águas e contaminação dos solos
• Despejos de detritos domésticos ou industriais nas águas, causando sua contaminação;
• Uso indiscriminado de agrotóxicos, que penetram e contaminam o solo e o lençol freático;
• Vazamentos de petróleo de refinarias ou petroleiros.
OUTRAS FORMAS DE POLUIÇÃO 
• Poluição Sonora - Geralmente associada à emissão de sons ou ruídos no perímetro urbano, em 
nível acima do recomendável ao homem.
• Poluição Visual- Associada à disposição caótica de luminosos, cartazes,

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