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Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO A soja é um alimento muito empregado na alimentação animal já que o Brasil é um grande produtor deste grão. No esquema acima podemos ver os diversos tipos de processamentos e formas que a soja pode ser submetida. O grão tostado passa por um processo de aquecimento térmico enquanto a soja micronizada é um produto que é submetido a radiação infravermelha em conjunto com vapor de água melhorando o aproveitamento deste ingrediente. A partir do grão, é extraído o óleo de soja, a casca que é utilizada na alimentação de ruminantes e também na dieta de animais obesos para aumentar a concentração proteica. Os flocos brancos (soja sem óleo e casca) são submetidos também a um processo de tostagem dando origem ao farelo de soja ou, quando é moído, limpo e tostado dá origem a farinha de soja desengordurada. Os produtos de origem vegetal, que são exclusivos para nutrição animal são chamados de farelos enquanto os produtos de origem animal são chamados de farinhas (vísceras, carne, penas). Na nutrição humana, os produtos de origem vegetal são mais nobres e recebem o nome de farinhas como a farinha de trigo. Por último temos o concentrado de soja após a extração do etanol. Podemos concluir que as formas mais empregadas para ruminantes é o grão de soja, tostado ou não. Já para monogástricos, o farelo é mais utilizado na nutrição. Na composição da soja há anti- tripsinas, substâncias capazes de inibir a ação da enzima tripsina que é muito importante na digestão proteica. Logo, se a soja for incluída na alimentação animal, pode haver um impacto negativo no aproveitamento proteico. Além disso, a soja também contém lecitinas/ hemaglutininas que pode causar danos na mucosa intestinal, retardando o desenvolvimento dos animais. Importante destacar que os fatores apontados são termolábeis, ou seja, são inativados pelo calor, logo, em grãos tostados e farelos não há presença desses fatores de forma ativa. Alguns fatores ainda continuam presentes como os oligossacarídeos, podendo haver fermentação no trato gastrointestinal afetando na formação das fezes. O farelo de soja pode ser 45 ou 48% que está relacionado com a quantidade de proteínas. Todavia, a soja tem limitação quanto a aminoácidos sulfurados, isto é, que tem em sua composição o enxofre como a metionina que é considerada aminoácido essencial, porém está em baixas quantidades na soja. Esse problema pode Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO ser contornado ao suplementar a alimentação dos animais. NÃO DEVEM SER INSERIDOS NA DIETA DE RUMINANTES EM RAZÃO DA CONTAMINAÇÃO PELA ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (EEB) MAIS CONHECIDA COMO MAL DA VACA LOUCA. Na farinha e carne e ossos, há de 32,2 a 45,5% de matéria mineral, 38,6 a 48,7% de proteína bruta e 20,0 a 33,5% de cálcio. Já na farinha de vísceras de frango há 8,4 a 19,9 de matéria mineral, 58,4 a 71,8% de proteína bruta e 6,2 a 12,4% de cálcio. A partir de agora podemos comparar duas fórmulas de produtos empregados na dieta dos animais. Com base na tabela anterior podemos concluir que farinha de carne e ossos tem um menor aproveitamento quando comparado a farinha de vísceras de aves. Todavia tem maior quantidade de matéria mineral, como temos o exemplo do cálcio e possui um menor custo por ser de menor qualidade. Podemos concluir então que o alimento X pode ser considerado mais aproveitável quando comparado ao Y. É um ingrediente resultante da cocção sob alta pressão de penas limpas e não decompostas. 80% da farinha de penas é proteína além de ser rica em cálcio e fósforo. Entretanto, uma grande parte da proteína das penas é queratina que não possui boa digestibilidade (cerca de 60%) conferindo-lhe uma baixa qualidade. Por ser um ingrediente barato e por conter proteína de baixo peso molecular por não gerar uma resposta inflamatória e o corpo não identificar o ingrediente como antígeno a melhora da qualidade é viável. Para isso é inserida a enzima queratinase que irá quebrar essa queratina facilitando o aproveitamento, porém, infelizmente, esse processo não é comum no Brasil. No nosso país as indústrias utilizam altas temperaturas para eliminar uma porção da queratina, porém altas temperaturas impactam negativamente no aproveitamento dos aminoácidos. No exterior, há um produto chamado Analergenic. É destinado para melhora de alergias dermatológicas. A base desse alimento é a farinha de penas em que há agregação de queratinase para maximizar o aproveitamento. A farinha de penas é deficiente em alguns aminoácidos que podem ser adicionados posteriormente. É uma fonte de baixa qualidade que costuma ser empregada para pigmentação das fezes. Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO É extraído a partir da extração de óleo do caroço de algodão. Possui cerca de 30 a 39% de proteína e por isso é empregado na dieta de ruminantes. Diferente do caroço de algodão, no farelo não há uma alta quantidade de óleo. Tanto o caroço como o farelo de algodão são pobres em cistina, metionina e lisina, o que é um problema já que metionina e lisina são aminoácidos essenciais. O farelo de algodão é empregado na dieta de ruminantes e não é encontrado na dieta de pequenos animais por ser pobre em aminoácidos essenciais além de possuir uma substância chamada Gossipol, que é um composto fenólico causador de uma fragilidade nos eritrócitos podendo causar um quadro de anemia em monogástricos. Os ruminantes, por sua vez são mais resistentes ao Gossipol, por isso pode ser incluído na dieta desses animais. Além da fragilidade eritrocitária, o Gossipol também pode causar infertilidade em machos. Em ruminantes, isso acaba não sendo um grande problema pois os animais, geralmente são castrados, mas para touros a quantidade deve ser limitada para que não haja queda no desempenho reprodutivo dos animais. Quanto aos aminoácidos, para ruminantes, não faz tanta diferença a quantidade de metionina, lisina e cisteína, mas sim o nitrogênio que será convertido em proteína microbiana. Há um projeto que tem como objetivo fornecer iscas de alimento a base de farelo de algodão para javalis para que esses animais fiquem inférteis e diminuam sua quantidade, uma vez que tem o hábito de destruir plantações. Por falta de verba esse projeto não teve seguimento então a caça de javalis foi legalizada. O caroço de algodão também é empregado na alimentação de ruminantes, todavia possui uma limitação: o óleo que pode não ser bom para a fermentação ruminal além de conferir um odor característico a carcaça do animal por isso também não é tão empregado. Temos um problema com esse ingrediente por conta da Aflatoxina que é uma micotoxina produzida pelos fungos Aspergillus flavus. Os ruminantes são mais resistentes a essas micotoxinas quando comparados aos monogástricos. Em relação ao teor proteico, o amendoim possui 49% mas possui um desbalanço aminoacídico, sendo rico em arginina e histidina e pobre em metionina, cisteína, lisina e isoleucina. A arginina e a lisina são absorvidas no mesmo sítio, logo, se há muita arginina, ela será facilmente absorvida comprometendo a absorção de lisina que estará em menor quantidade. Concluímos então que o farelo Nutrição Animal – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO de amendoim é considerado uma fonte de baixo valor biológico. Portanto não é empregado na dieta dos animais, exceto em ruminantes que, em que é oferecido emrazão de sua alta taxa proteica, nutrindo a microbiota ruminal. A é pobre em proteínas (7,3%), porém é uma fonte fibrosa sendo considerado um alimento volumoso. É um subproduto da produção de amido e do xarope de glicose. O glúten, na verdade, é a reserva proteica vegetal e há dois tipos de glúten de milho que estão relacionados com a proporção proteica: 21% (refinazil) e 60% (protenose). A Protenose é um produto de altíssimo valor nutricional. É muito empregado na dieta de pequenos animais, em dietas super premium devido ao seu alto custo. São raríssimos os casos de animais alérgicos a glúten, mas há alguns relatos de literatura em cães da raça Setter e Golden Retrievers fora do Brasil. Alguns testes em camundongos comprovaram que o glúten reduz superficialmente o metabolismo basal podendo contribuir no ganho de peso, porém, se a alimentação for controlada não haverá aparecimento deste sinal. Com base na tabela acima, podemos concluir que o glúten de milho 21 possui a menor porcentagem de digestibilidade de todos os ingredientes comparados enquanto o glúten de milho 60 é considerado o ingrediente com maior coeficiente de digestibilidade de proteína bruta. Os minerais incluídos na dieta dos animais são os macrominerais. Temos como exemplo: Calcário calcítico/ calcário dolomítico - fonte de cálcio; Fosfato bicálcico – fonte de fósforo e cálcio; Cloreto de sódio – fonte de cloro e sódio; Cloreto de potássio – fonte de potássio. Os microminerais são incluídos em forma de Premix.
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