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A ordem monetária na Constituição Federal brasileira

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A ordem monetária na Constituição Federal brasileira
A Constituição Federal brasileira aborda a questão da moeda nos artigos a seguir:
Art. 48 XIII e XIV
“Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, [...], dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: [...]
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal”.
Art. 164
“A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central.
§ 1º. É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao tesouro nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º. As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei”.Sistema Financeiro Nacional (SFN) – Autoridades Monetárias
Para regular a questão da moeda, tem-se as autoridades monetárias, que são: Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil. A seguir, conheça cada uma com mais detalhe.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
É um órgão colegiado ao Ministério da Fazenda e é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
Ao CMN compete:
 Estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia;
 Regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras;
 Disciplinar os instrumentos de política monetária.
A Lei nº. 4595/64 em seu art. 3º estabelece os objetivos da política do CMN. Observe:
A atual composição do Conselho Monetário Nacional CMN é constituída por:
MINISTRO DA FAZENDA (Como presidente do Conselho) + 
MINISTRO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO + 
PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL DDO BRASIL
O CMN é o órgão máximo de todo o sistema financeiro nacional. Entre as suas atribuições destacamos:
Banco Central do Brasil (Bacen)
É uma autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional e foi criado em 31 de dezembro de 1964, com a promulgação da Lei nº 4.595/64.
Atua como órgão executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no país.
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), pelo Banco do Brasil (BB) e pelo Tesouro Nacional.
Destacamos alguns acontecimentos importantes relacionados ao Bacen:
1964 -Após a criação do Banco Central, buscou-se dotar a instituição de mecanismos voltados para o desempenho do papel de "bancos dos bancos".
1985 - Nesse ano foi promovido o reordenamento financeiro governamental com a separação das contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional.
1986 - Nesse ano foi extinta a conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central.
1988 - A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central, entre os quais destacam-se o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos nomes indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional.
O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e à administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.
Dentre as atribuições do Bacen, destacam-se:
Instrumentos de Política Monetária
Os instrumentos de Política Monetária referem-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos. São eles:
· Emissões
O Banco Central controla o montante de moeda na economia, decidindo sobre as necessidades de novas emissões e respectivos volumes.
· Depósitos compulsórios
Os bancos comerciais são obrigados a depositar no Banco Central um percentual determinado sobre os depósitos a vista. Caso o governo queira restringir a oferta monetária, poderá aumentar a porcentagem dos depósitos a vista que os bancos comerciais são obrigados a depositar no Banco Central.
· Operações com mercado aberto (open market)
Consistem na compra e venda, pelo Banco Central, de títulos da dívida pública.
· Operações de redesconto
Correspondem à liberação de recursos pelo Banco Central aos bancos comerciais, que podem ser classificados como empréstimos ou redesconto de títulos. Se o Banco Central elevar a taxa aplicada às operações de redesconto, poderá desestimular o sistema bancário em recorrer a este tipo de socorro financeiro.
O Banco Central poderá também afetar o fluxo de moeda pela regulamentação da moeda e do crédito, por exemplo, restringindo o crédito, fixando taxa de juros, prazos para o crédito ao consumidor etc.
Regulamentação dos Bancos comerciais
A Lei nº. 4.595/64 trata da regulamentação dos bancos comerciais. Destacamos alguns artigos que evidenciam esse processo, a seguir.
O Banco do Brasil tem função precípua de agente financeiro do Tesouro Nacional, podendo nesta atribuição, entre outros:
· Receber a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes de arrecadação de tributos e o produto das operações de crédito da União por antecipação da receita orçamentária;
· Adquirir e financiar estoques de produção exportável;
· Realizar pagamentos e suprimentos necessários à execução do orçamento geral da União;
· Ser agente pagador e recebedor fora do país; executar os serviços bancários de interesse do Governo federal;
· Conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal;
· Executar os serviços de compensação de cheques e de outros papéis.
Natureza jurídica e finalidade da Taxa Selic
A taxa SELIC surgiu em 15 de junho de 1986, por meio da Resolução n.º 1.124, passando a traduzir um referencial aos rendimentos do Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Tem como finalidade analisar as variações das operações do sistema, e, ao mesmo tempo, impor aos títulos um rendimento pelo investimento feito pelos tomadores das letras da dívida pública.
Para calculá-la, utilizou-se a taxa média ajustada nos financiamentos apurados no seu sistema, com o objetivo de remunerar os títulos do Banco Central do Brasil.
A definição que melhor se enquadra à taxa em debate é a constante da Circular Bacen n.º 2.868/99, repetida na Circular Bacen n.º 2.900/99:
Títulos de Crédito
Pode-se dividir os títulos de crédito em duas grandes classes:
1 - Títulos públicos, que são emitidos pelo Poder Público, em que se destacam os Títulos da Dívida pública.
2 - Títulos particulares ou comerciais.
São títulos particulares ou comerciais, entre outros:
O novo Código Civil, Lei nº. 10.406/2002, trata nos arts. 887 a 926 sobre os títulos de crédito, classificando estes títulos como ao portador, à ordem (endosso) ou nominativo. Observe:
Os impactos da Inflação
Na questão monetária, é fundamental que estudemos a inflação que apresenta impactos significativos sobre a vida da população. A política monetária deve ser utilizada para conter uma elevação dos preços praticados na economia.
Podemos definir a inflação como:
Uma alta persistente e generalizada dos preços da economia. A alta de preços deve ser persistente, nãopodendo ser confundida com altas esporádicas de preços ocasionadas por flutuações sazonais.
As fontes de inflação costumam diferir, em função das condições de cada país, como por exemplo:
· Tipo de estrutura de mercado (oligopolista ou monopolista):
Permite aumentos autônomos das margens de lucros das empresas, além de facilitar o repasse do aumento de custo ao preço do produto.
· Grau de abertura da economia ao comércio exterior
Uma economia aberta ao comércio internacional, poderá permitir uma competição do produto fabricado internamente com o produto importado, resultando em menores os preços dos produtos.
· Estrutura das organizações sindicais
Os setores que possuem uma estrutura sindical mais forte poderão obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade e da inflação, gerando maior pressão sobre os preços.
· Desequilíbrio do Setor Público
Desequilíbrios do Setor Público levam ao déficit constante nas contas públicas. Se o Governo optar pela emissão de moeda esse desequilíbrio gerará inflação.
Tipos de Inflação
A inflação pode ser classificada em inflação de demanda e inflação de custos. Vamos conhecê-las a seguir.
Inflação de Demanda
Refere-se ao excesso de demanda agregada de mercadorias e serviços, tanto de consumo como de produção, em relação à oferta dessas mercadorias e serviços. A economia, quando está produzindo perto do pleno emprego de recursos, está mais sujeita ao processo inflacionário.
O aumento da demanda agregada pode ser ocasionado por:
· Aumento dos investimentos.
· Aumento dos gastos do governo.
· Aumento das exportações.
· Redução dos tributos.
· Redução das importações.
· Aumento da oferta da moeda.
As medidas de combate ao processo inflacionário devem se basear em instrumentos que provoquem:
· Redução da demanda por mercadorias e serviços.
· Redução dos gastos governamentais.
· Aumento da carga tributária.
· Controle sobre salários.
· Restrição ao crédito.
· Elevação da taxa de juros.
Inflação de Custos
A inflação de custos está associada a uma elevação dos custos de produção. O nível da demanda permanece constante, mas os custos de certos fatores de produção aumentam. Com isso, as empresas repassam o aumento de custo para o preço final do produto.
As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são:
• Aumentos salariais;
• Aumentos do custo de matérias-primas;
• Estrutura monopolista ou oligopolista de mercado.
Teorias de inflação
Na teoria tradicional, a causa clássica da inflação decorre da Teoria Quantitativa da Moeda, proveniente da escola monetarista, na qual o aumento do meio circulante provoca o aumento geral dos preços. Ou seja, o valor ou o poder aquisitivo da moeda seria inversamente proporcional ao montante da moeda em circulação.
A inflação, portanto, seria provocada pelo aumento da oferta de moeda no mercado. Caso a emissão de moeda for intensa, é natural que os preços subam visto que, quanto maior for a quantidade de moeda em poder do público, maior a demanda e essa elevação da demanda acaba resultando no processo inflacionário.
A crítica feita à teoria monetarista situa-se na sua pretensão de querer elaborar uma teoria geral de inflação que seja aplicada a quaisquer realidades sem distinção. Essas escolas são consideradas ortodoxas, pois se contrapõem às teorias que procuram a origem dos processos inflacionários em outras variáveis observadas nas chamadas economias em processo de desenvolvimento.
A mais tradicional teoria heterodoxa refere-se à concepção estruturalista de teóricos da CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina – que atribui a origem real da inflação aos problemas estruturais de tais países.
Para teóricos como Osvaldo Sunkel, Aníbal Pinto e Ignácio Rangel, as pressões inflacionárias seriam originadas pela rigidez do mercado, que não seria capaz de atender à demanda da sociedade, de problemas exógenos ao sistema ou pela realimentação do próprio processo inflacionário, tornando a inflação sempre crescente e acumulativa. A saída se encontraria na redistribuição de renda que permitiria dar um novo dimensionamento à economia e poria fim aos conflitos de interesses existentes na sociedade.
Veja algumas consequências do processo inflacionário:

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