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Organização do Sistema Nervoso Central

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Vinícius Polinski Garcia 
Organização do Sistema Nervoso Central 
 
1. Descreva a organização do sistema nervoso – SN 
Organização Geral 
 
Dois grandes componentes fazem parte do sistema nervoso humano: sistema nervoso central 
(SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). 
 
 SNC: é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, os locais para onde são 
encaminhadas todas as informações captadas pelo organismo, quer se originem no 
meio externo, quer surjam no próprio organismo. São também os centros de 
processamento dessas informações e de elaboração de respostas. 
 SNP: inclui os receptores espalhados pelo corpo, além dos gânglios nervosos e todos 
os nervos que chegam aos órgãos centrais trazendo informações ou que deles se 
originam, levando respostas. 
 
Unidade Funcional Básica: neurônio 
 
O sistema nervoso central contém mais de 100 bilhões de neurônios. 
Sinais aferentes chegam a esse neurônio por meio de sinapses localizadas principalmente nos 
dendritos neuronais, além das que chegam também ao corpo celular. Por sua vez, o sinal 
eferente desse mesmo neurônio trafega por axônio único. Esse axônio pode ter muitas 
ramificações distintas que se dirigem para outras regiões do sistema nervoso ou para a periferia 
do corpo. 
Uma característica especial da maioria das sinapses é que o sinal normalmente se propaga 
apenas na direção anterógrada, do axônio de um neurônio precedente para os dendritos 
localizados nos neurônios seguintes. Esse fenômeno possibilita que o sinal trafegue na direção 
necessária para executar as funções nervosas requeridas. 
 
 
Receptores Sensoriais 
Muitas atividades do sistema nervoso se iniciam pelas experiências sensoriais que excitam os 
receptores sensoriais, sejam os receptores visuais nos olhos, os receptores auditivos nos 
ouvidos, os receptores táteis na superfície do corpo, ou receptores de outros tipos. 
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Essas experiências sensoriais podem 
provocar reações cerebrais imediatas ou 
essas informações podem ser armazenadas 
no cérebro, sob a forma de memória, por 
minutos, semanas, ou anos, e determinar 
reações do organismo em data futura. 
A porção somática do sistema sensorial 
transmite informação sensorial vinda de 
receptores localizados em toda a superfície 
do corpo e de algumas estruturas 
profundas. Essa informação chega ao 
sistema nervoso central pelos nervos 
periféricos e é conduzida imediatamente 
para múltiplas áreas sensoriais localizadas: 
 Em todos os níveis da medula 
espinal; 
 Formação reticular do bulbo, da 
ponte e do mesencéfalo; 
 Cerebelo; 
 Tálamo; e 
 Áreas do córtex cerebral. 
 
Parte Motora – Efetores 
O papel eventual mais importante do sistema nervoso é o de controlar as diversas atividades do 
corpo. Essa função é realizada pelo controle: 
 Da contração dos músculos esqueléticos apropriados, por todo o corpo, 
 Da contração da musculatura lisa dos órgãos internos, 
 Da secreção de substâncias químicas pelas glândulas exócrinas e endócrinas que agem 
em diversas partes do corpo. 
Essas atividades são coletivamente chamadas funções motoras do sistema nervoso, e os 
músculos e glândulas são denominados efetores, porque são as estruturas anatômicas que 
verdadeiramente executam as funções ditadas pelos sinais nervosos. 
O eixo neuromotor “esquelético” do sistema nervoso controla a contração da musculatura 
esquelética. Operando em paralelo a esse eixo, existe outro sistema, chamado sistema nervoso 
autônomo, que exerce controle sobre a musculatura lisa, as glândulas e outros sistemas 
internos do corpo. 
Os músculos esqueléticos podem ser controlados por diferentes níveis do sistema nervoso 
central, incluindo: 
 Medula Espinal; 
 Formação da Substância Reticular 
do bulbo, da ponte e do 
mesencéfalo; 
 Gânglios da Base; 
 Cerebelo; e 
 Córtex Motor. 
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Cada uma dessas áreas executa sua própria função específica. As regiões inferiores sendo 
responsáveis principalmente pelas respostas musculares automáticas, instantâneas aos 
estímulos sensoriais, e as regiões superiores comandando os movimentos musculares 
complexos, deliberados, controlados por processos cognitivos cerebrais. 
 
 
Função Integrativa – Processamento de Informações 
Uma das mais importantes funções do sistema nervoso é a de processar a informação aferente, 
de modo que sejam efetuadas respostas mentais e motoras apropriadas. 
Mais de 99% de toda a informação sensorial é descartada pelo cérebro como irrelevante e sem 
importância (não percebemos as partes do corpo que estão em contato com nossas 
vestimentas, assim como a pressão que a cadeira exerce sobre o nosso corpo quando sentamos, 
por exemplo). A atenção é atraída apenas para objeto ocasional em nosso campo de visão e 
mesmo o ruído perpétuo que nos cerca é normalmente relegado ao subconsciente. 
Entretanto, quando importante informação sensorial excita nossa mente, esta é 
imediatamente canalizada para regiões integrativas e motoras apropriadas do cérebro, para 
poder provocar respostas desejadas. Tanto a canalização quanto o processamento da 
informação, são chamados funções integrativas do sistema nervoso. 
O Papel das Sinapses 
A sinapse é o ponto de contato entre um neurônio e o neurônio seguinte. É importante ressaltar 
aqui que as sinapses determinam as direções em que os sinais nervosos vão se distribuir pelo 
sistema nervoso. 
Vinícius Polinski Garcia 
Algumas sinapses transmitem sinais de um neurônio para outro com facilidade, enquanto outras 
transmitem sinais, mas com dificuldade. Deve-se considerar também que sinais facilitatórios e 
inibitórios vindos de diferentes áreas do sistema nervoso podem controlar a transmissão 
sináptica, algumas vezes abrindo as sinapses para a transmissão e, em outras, fechando-as. 
Além disso, enquanto determinados neurônios pós-sinápticos respondem com grande número 
de impulsos, outros respondem apenas com alguns. Portanto, as sinapses executam ação 
seletiva, algumas vezes bloqueando sinais fracos, enquanto permitem que sinais fortes passem 
e, em outros momentos, selecionando e amplificando determinados sinais fracos, e, com 
frequência, transmitindo tais sinais em muitas direções em vez de restringi-los à direção única. 
Armazenamento de Informações – Memória 
Pequena fração das informações sensoriais provoca normalmente resposta motora imediata, a 
maior parte dessas informações é armazenada para o controle futuro das atividades motoras 
e para uso nos processos cognitivos. 
 A maior parte desse armazenamento ocorre no córtex cerebral (regiões subcorticais do 
encéfalo e a medula espinal podem armazenar pequenas quantidades de informação). 
O armazenamento da informação é o processo chamado memória e é também função exercida 
pelas sinapses. Cada vez que determinados tipos de sinais sensoriais passam por sequência de 
sinapses, essas sinapses ficam mais capazes de transmitir o mesmo tipo de sinal em outras 
oportunidades. Esse processo é chamado facilitação. 
Depois de os sinais sensoriais passarem inúmeras vezes por sinapses, estas ficam tão facilitadas 
que os sinais, gerados pelo próprio sistema nervoso central, podem também promover a 
transmissão de impulsos pela mesma sequência de sinapses até na ausência da aferência 
sensorial. Esse processo dá à pessoa a percepção de estar experienciando as sensações originais, 
embora essas percepções sejam apenas memórias das sensações. 
Uma vez que as informações tenham sido armazenadas no sistema nervoso sob a forma de 
memória, elas passam a ser parte do mecanismo do processamento do cérebro, para uso futuro 
sob a forma do “pensamento”, isto é, os processos cognitivos cerebrais comparam as novas 
experiências sensoriais com as memórias armazenadas. 
As memórias, desse modo, ajudam a selecionar nova informação sensorial importante e a 
transmiti-la às áreas apropriadas de armazenamento da informação, para uso futuro, ou para 
áreas motoras, com o intuito deprovocar respostas efetoras imediatas. 
 
2. Discorra sobre as características funcionais dos 3 níveis principais do SN 
O sistema nervoso humano herdou capacidades funcionais especiais de cada um dos estágios 
evolutivos humanos. Dessa herança, três níveis principais do sistema nervoso central têm 
características funcionais específicas: o nível da medula espinal; o nível cerebral inferior ou 
nível subcortical; e o nível cerebral superior ou nível cortical. 
a. Nível medular 
A medula espinal não pode ser definida apenas como uma via de passagem de informações 
entre o SNC e o SNP. 
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Os circuitos neurais intrínsecos da medula podem ser responsáveis por: 
 Movimentos de marcha; 
 Reflexos que afastam partes do corpo de objetos que causam dor; 
 Reflexos que enrijecem as pernas para sustentar o corpo contra a gravidade; e 
 Reflexos que controlam os vasos sanguíneos locais, movimentos gastrointestinais ou 
excreção urinária. 
Os níveis supraespinais do sistema nervoso operam enviando sinais aos centros de controle da 
medula espinal, ou seja, simplesmente “comandando” esses centros para que realizem suas 
funções. 
b. Nível cerebral inferior ou subcortical 
A maioria das atividades subconscientes do corpo são controladas por regiões encefálicas 
subcorticais (no bulbo, na ponte, no mesencéfalo, no hipotálamo, no tálamo, no cerebelo e nos 
gânglios da base). 
 O controle subconsciente da pressão arterial e da respiração é executado 
principalmente pelo bulbo e pela ponte. 
 O controle do equilíbrio é função combinada das porções mais antigas do cerebelo, 
juntamente com a formação reticular bulbar, pontina e mesencefálica. 
 Os reflexos alimentares, como a salivação e a ação de lamber os lábios, em resposta ao 
sabor da comida, são controlados por áreas localizadas no bulbo, na ponte, no 
mesencéfalo, na amígdala e no hipotálamo. 
 Além disso, muitos padrões emocionais, como raiva, excitação, resposta sexual, reação 
à dor e reação ao prazer, podem continuar a ocorrer mesmo após a destruição de 
grande parte do córtex cerebral. 
 
c. Nível cerebral superior ou cortical 
O córtex cerebral é a região extremamente grande de armazenamento de memórias. O córtex 
nunca funciona sozinho e, sim, sempre em associação às estruturas subcorticais do sistema 
nervoso central. 
 Sem o córtex cerebral, as funções dos centros subcorticais são, em geral, imprecisas. 
O vasto reservatório de informação cortical normalmente converte essas funções em operações 
determinadas e precisas. 
De fato, são as estruturas subcorticais e não o córtex que iniciam o estado de vigília no córtex 
cerebral, desse modo, promovendo a abertura do banco de memórias para ser acessado pela 
maquinaria do pensamento, presente no encéfalo. 
Assim, cada porção do sistema nervoso executa funções específicas, no entanto, é o córtex que 
abre o mundo de informações armazenadas para que seja explorado pela mente. 
3. Diferencie os tipos de sinapses: química e elétrica 
A informação é transmitida para o sistema nervoso central, em sua maior parte, na forma de 
potenciais de ação, chamados simplesmente impulsos nervosos que se propagam por sucessão 
de neurônios, um após o outro. 
Entretanto, além disso, cada impulso: 
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 Pode ser bloqueado, na sua transmissão de um neurônio para o outro; 
 Pode ser transformado de impulso único em impulsos repetitivos; ou 
 Pode ainda ser integrado a impulsos vindos de outros neurônios, para gerar padrões 
de impulsos muito complexos em neurônios sucessivos. 
Todas essas funções podem ser classificadas como funções sinápticas dos neurônios. 
Sinapse Química 
 
O primeiro neurônio secreta por seu terminal a substância química chamada neurotransmissor, 
o qual vai atuar em proteínas receptores, presentes na membrana do neurônio subsequente, 
para promover excitação, inibição ou ainda modificar de outro modo a sensibilidade da célula. 
 
A sinapse química apresenta o princípio de condução unidirecional, ou seja, os sinais são 
transmitidos em uma única direção, ou seja, do neurônio que secreta o neurotransmissor, 
chamado de neurônio pré-sináptico, para o neurônio do qual o neurotransmissor age, o 
neurônio pós-sináptico. 
 
Nos neurônios tem-se os botões sinápticos, chamados terminais pré-sinápticos, os quais são as 
porções terminais de ramificações de axônios. Podem ser: 
 
 Excitatórios: secretam um neurotransmissor que estimula o neurônio pós-sináptico; 
 Inibitórios: secretam um neurotransmissor que inibe o neurônio pós-sináptico. 
Os terminais pré-sinápticos são separados do corpo celular do neurônio pós-sináptico pela fenda 
sináptica. O terminal tem dois tipos de estruturas internas importantes para a função excitatória 
ou inibitória da sinapse: as vesículas transmissoras e as mitocôndrias. 
 
 Vesículas transmissoras: contêm o 
neurotransmissor que, quando liberada na 
fenda sináptica, excita ou inibe o neurônio 
pós-sináptico. 
 Mitocôndrias: fornecem o ATP, que, por 
sua vez, supre a energia necessária para 
sintetizar novas moléculas da substância 
transmissora. 
 
Quando o potencial de ação chega ao terminal 
pré-sináptico, a despolarização de sua membrana 
faz com que pequeno número de vesículas libere 
moléculas de neurotransmissores na fenda 
sináptica. A liberação dessas moléculas, por sua 
vez, provoca alterações imediatas nas 
características de permeabilidade da membrana 
neuronal pós-sináptica, o que leva à excitação ou 
à inibição do neurônio pós-sináptico, dependendo 
das características do receptor neuronal. 
 
 
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Sinapse Física 
Os citoplasmas das células adjacentes estão 
conectados diretamente por aglomerados de canais 
de íons chamados junções comunicantes, que 
permitem o livre movimento dos íons de uma célula 
para outra. 
Sua transmissão é bidirecional, o que lhes permitem 
colaborar na coordenação das atividades de grandes 
grupos de neurônios interconectados. 
São úteis para detectar a coincidência de 
despolarizações subliminares simultâneas dentro de 
um grupo de neurônios interconectados, isso 
permite aumentar a sensibilidade neural e 
promover o disparo sincronizado de um grupo de 
neurônios interconectados. 
 
4. Descreva como agem: 
Nossas percepções dos sinais dentro do nosso corpo e do mundo que nos rodeia são mediadas 
por um complexo sistema de receptores sensoriais, que detectam estímulos como tato, som, 
luz, dor, frio e calor. 
a. Os receptores ionotrópicos 
São receptores de neurotransmissores que ativam diretamente os canais iônicos. Um receptor 
ionotrópico é um tipo de receptor que contém um sítio de ligação para um neurotransmissor e 
um canal iônico. Em outras palavras, estes componentes fazem parte da mesma proteína. 
O receptor ionotrópico é um tipo de canal ativado por ligante. Na ausência do 
neurotransmissor (o ligante), o canal iônico do receptor ionotrópico permanece fechado. 
Quando o neurotransmissor correto se liga a este receptor, o canal iônico se abre, e acontece 
um PPSE ou um PPSI na célula pós-sináptica. 
 Receptores Ionotrópicos medeiam rápidas respostas sinápticas iônicas que ocorrem 
em uma escala de tempo de milissegundos. 
 
 
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b. Os receptores metabotrópicos 
São receptores que atuam através de sistemas de segundos mensageiros. Um receptor 
metabotrópico é um tipo de receptor que apresenta um sítio de ligação, mas não tem um canal 
iônico como parte de sua estrutura. 
Entretanto, este receptor está acoplado a um canal iônico separado por meio de uma proteína 
de membrana chamada proteína G. 
Quando um neurotransmissor se liga a um receptor metabotrópico, a proteína G abre (ou fecha) 
diretamente o canal iônico ou pode agir indiretamente por meio da ativação de outra molécula, 
um “segundo mensageiro” no citosol, o qual pode abrir (ou fechar) o canal iônico. 
Assim, o receptor metabotrópico é diferente do ionotrópico,pois o sítio de ligação do 
neurotransmissor e o canal iônico fazem parte de proteínas distintas. 
Alguns neurotransmissores inibitórios se ligam a receptores metabotrópicos relacionados com 
canais de K+. A abertura destes canais permite a formação de PPSI. Quando os canais de K+ se 
abrem, uma quantidade maior de íons potássio se difunde para fora da célula. Esta saída de íons 
K+ torna a parte a interna da célula pós-sináptica mais negativa (hiperpolarizada). 
 Receptores Metabotrópicos medeiam respostas sinápticas lentas bioquimicamente em 
uma ordem de segundos a minutos. 
 
 
5. Diferencie receptores inibitórios dos excitatórios 
Pela ativação, alguns receptores pós-sinápticos provocam excitação do neurônio pós-sináptico, 
e outros causam inibição. A importância da existência desses dois tipos de receptores, inibitórios 
e excitatórios, é que dá dimensão adicional à função nervosa, possibilitando a contenção ou a 
excitação das ações neuronais. 
Excitação 
1. Abertura dos canais de sódio: permite o fluxo de grande número de cargas elétricas positivas 
para a célula pós-sináptica. Esse evento celular aumenta o potencial intracelular da membrana 
em direção ao potencial mais positivo, no sentido de atingir o nível do limiar para sua excitação. 
Esse é de longe o meio mais generalizado utilizado para causar excitação. 
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2. Condução: reduzida pelos canais de cloreto ou potássio ou de ambos, esse evento diminui a 
difusão de íons cloreto, com carga negativa para o neurônio pós-sináptico ou a difusão de íons 
potássio com carga positiva para fora da célula. Em ambos os casos, o efeito é o de fazer com 
que o potencial interno da membrana mais positivo do que o normal, o que tem caráter 
excitatório. 
3. Diversas alterações no metabolismo do neurônio pós-sináptico: para excitar a atividade 
celular ou em alguns casos, aumentar o número de receptores de membrana excitatórios, ou 
diminuir o número de receptores inibitórios da membrana. 
Inibição 
1. Abertura dos canais para íon cloreto na membrana neuronal pós-sináptica: esse fenômeno 
permite a rápida difusão dos íons cloreto com carga negativa para o interior do neurônio 
póssináptico, dessa forma, transportando cargas negativas para o interior da célula e 
aumentando a negatividade interna, o que tem caráter inibitório. 
2. Aumento na condutância dos íons potássio para o exterior dos neurônios: esse evento 
permite que íons positivos se difundam para o meio extracelular, provocando aumento da 
negatividade do lado interno da membrana do neurônio, o que é inibitório para a célula. 
3. Ativação de enzimas receptoras: inibem as funções metabólicas celulares, promovendo 
aumento do número de receptores sinápticos inibitórios, ou diminuindo o número de 
receptores excitatórios. 
7. Descrevas as características dos seguintes neurotransmissores: 
a. Acetilcolina 
A acetilcolina é um neurotransmissor de moléculas pequenas de ação rápida, secretada por 
neurônios em diversas áreas do sistema nervoso, mas especificamente por: 
 
 Terminais das grandes células piramidais do córtex motor; 
 Vários tipos diferentes de neurônios nos gânglios da base; 
 Neurônios motores que inervam os músculos esqueléticos; 
 Neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo; 
 Neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático; e 
 Alguns dos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático. 
Em muitos casos, a acetilcolina tem efeito excitatório; entretanto, sabe-se que tem efeitos 
inibitórios em algumas terminações nervosas parassimpáticas periféricas, tal como a inibição 
do coração pelo nervo vago. 
b. Norepinefrina 
A norepinefrina é secretada por terminais de diversos neurônios, cujos corpos celulares estão 
localizados no tronco cerebral e no hipotálamo. 
Especificamente, os neurônios secretores de norepinefrina, localizados no locus ceruleus 
situado na ponte, enviam fibras nervosas para áreas encefálicas muito disseminadas do encéfalo 
auxiliando no controle da atividade geral e na disposição da mente, tal como o aumento do nível 
de vigília. 
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Em muitas dessas áreas, a norepinefrina provavelmente se liga a receptores excitatórios, mas, 
ao contrário, em poucas áreas liga-se a receptores inibitórios. A norepinefrina é secretada 
também pela maioria dos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, onde 
excita alguns órgãos e inibe outros. 
c. Dopamina 
A dopamina é secretada por neurônios que se originam na substância negra. Esses neurônios 
se projetam principalmente para a região estriatal dos gânglios da base. O efeito da dopamina 
é em geral inibitório. 
d. Glicina 
A glicina é secretada principalmente nas sinapses da medula espinal. Acredita-se que sempre 
atue como neurotransmissor inibitório. 
e. GABA 
O GABA é secretado por terminais nervosos situados na medula espinal, no cerebelo, nos 
gânglios da base e em diversas áreas do córtex. Acredita-se que tenha sempre efeito inibitório. 
f. Glutamato 
O glutamato é secretado por terminais pré-sinápticos, em muitas vias sensoriais aferentes, 
assim como em diversas áreas do córtex cerebral. Seu efeito, provavelmente é sempre 
excitatório. 
g. Serotonina 
A serotonina é secretada por núcleos que se originam na rafe mediana do tronco cerebral e se 
projetam para diversas áreas encefálicas e da medula espinal, especialmente para os cornos 
dorsais da medula espinal e para o hipotálamo. 
A serotonina age como inibidor das vias da dor na medula espinal, e acredita-se que sua ação 
inibitória nas regiões superiores do sistema nervoso auxilie no controle do humor do indivíduo, 
possivelmente até mesmo provocando o sono. 
g. Óxido nítrico 
O óxido nítrico é especialmente secretado por terminais nervosos em áreas encefálicas 
responsáveis pelos comportamentos a longo prazo e pela memória. Assim, esse sistema de 
neurotransmissão poderá, futuramente, explicar algumas funções do comportamento e da 
memória que até hoje têm sido um desafio. 
O óxido nítrico difere dos outros neurotransmissores de pequena molécula por seu mecanismo 
de formação, no terminal présináptico, e por sua ação no neurônio pós-sináptico. 
O óxido nítrico não é formado e armazenado em vesículas no terminal pré-sináptico, como os 
outros neurotransmissores. Na verdade, é sintetizado quase instantaneamente, conforme sua 
necessidade, quando se difunde para fora dos terminais présinápticos, durante segundos, em 
vez de ser liberado em embalagens vesiculares. Em seguida, difunde-se para os neurônios pós-
sinápticos adjacentes. No neurônio pós-sináptico, o óxido nítrico, em geral, não induz grandes 
alterações do potencial de membrana, mas, na verdade, modifica as funções metabólicas 
intracelulares que promovem alterações na excitabilidade do neurônio por segundos, minutos 
ou até mesmo por mais tempo. 
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8. Como agem os neuropeptídeos e o que os difere dos neurotransmissores? 
Os neuropeptídeos são sintetizados de outro modo e têm ações que são lentas e muito 
diferentes das dos neurotransmissores de molécula pequena. 
Os neuropeptídeos não são sintetizados no citosol dos terminais pré-sinápticos. Na verdade, são 
sintetizados como partes integrais de grandes moléculas proteicas pelos ribossomos situados 
do corpo celular do neurônio. 
As moléculas proteicas entram nos espaços internos do retículo endoplasmático do corpo 
celular e, subsequentemente, no aparelho de Golgi, onde passam por duas alterações: 
 1. A proteína formadora de neuropeptídeo é clivada, por ação enzimática, em 
fragmentos menores, sendo alguns deles o próprio neuropeptídeo ou seu precursor. 
 2. O aparelho de Golgi empacota o neuropeptídeo em vesículas diminutas que são 
liberadas no citoplasma. 
As vesículas são transportadas até as terminações das fibras nervosas pelo fluxo axônico do 
citoplasma do axônio, sendo transportadas em velocidade de apenas alguns centímetros por 
dia.Por fim, essas vesículas liberam seu conteúdo nos terminais neuronais em resposta a 
potenciais de ação da mesma forma que os neurotransmissores de molécula pequena. 
Entretanto, a vesícula passa por autólise e não é reutilizada. Essa diferença é parcialmente 
compensada pelo fato de que os neuropeptídeos têm, em geral, potência de mil vezes ou maior 
do que os neurotransmissores de molécula pequena. 
Outra característica importante dos neuropeptídeos é que eles, por vezes, provocam ações 
muito mais prolongadas. 
9. Discorra como se processa os eventos elétricos durante e excitação e inibição neuronal. 
 
Eventos elétricos durante a excitação neuronal 
 
Potencial de repouso da membrana do corpo celular do neurônio 
 
O potencial de repouso da membrana neuronal fica em torno de -65 milivolts. A voltagem mais 
baixa é importante porque permite o controle, tanto positivo, como negativo do grau de 
excitabilidade do neurônio, ou seja, a diminuição da voltagem para valor menos negativo, 
torna o neurônio menos excitável. 
 
 
 
 
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Concentrações diferentes dos íons 
através da membrana do corpo celular 
do neurônio 
Há diferenças nas concentrações dos 
íons: 
 Sódio: alta no LE, mas baixa no 
neurônio; 
 Potássio: alta no corpo celular 
do neurônio, mas baixa no LE; 
 Cloreto: em alta concentração 
no LE, porém em baixa 
concentração no neurônio. 
 
Distribuição uniforme do potencial elétrico dentro do corpo celular 
 
O interior do corpo celular do neurônio contém solução eletrolítica de alta condutividade, o 
líquido intracelular do neurônio. Além disso, o diâmetro do corpo celular não oferece quase 
nenhuma resistência à condução da corrente elétrica de uma região do interior do corpo celular 
para outra. Sendo assim, qualquer alteração do potencial, em qualquer parte do corpo celular, 
induz à alteração quase que precisamente igual do potencial, em todos os outros pontos do 
corpo celular. 
 
Efeito da excitação sináptica na membrana pós-sináptica – potencial excitatório pós-sináptico 
 
Quando ocorre a secreção do neurotransmissor excitatório na fenda sináptica há aumento na 
permeabilidade da membrana ao Na+. Devido ao grande gradiente de contração e à acentuada 
negatividade elétrica no neurônio, os íons sódio se fundem rapidamente para a célula. Esse 
rápido influxo neutraliza parte da negatividade do potencial de repouso da membrana. Então, o 
valor de potencial de repouso aumenta e passa para um valor mais positivo (-65 milivolts → -45 
milivolts). 
 
 
 
Eventos elétricos durante a inibição neuronal 
 
As sinapses inibitórias promovem principalmente a abertura de canais de cloreto, permitindo a 
passagem com facilidade dos íons cloreto. 
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A abertura dos canais para cloreto irá permitir que os íons cloreto com carga negativa se movam 
do LE para o intracelular, o que tornará o potencial de membrana no interior do neurônio mais 
negativo que o normal, aproximando-se do valor de -70 milivolts. 
 
A abertura dos canais para potássio vai permitir que os íons potássio com carga positiva se 
dirijam para o exterior, tornando o potencial de membrana no interior do neurônio mais 
negativo do que o normal. 
 
Então, tanto o influxo de cloreto quanto o efluxo de potássio irão aumentar o grau de 
negatividade intracelular (hiperpolarização). Esse fenômeno inibe o neurônio por deixar o seu 
potencial ainda mais negativo que o potencial intracelular normal. 
 
 
 
10. Quais são os 5 tipos de receptores sensoriais e quais estímulos eles detectam? 
 
Mecanorreceptores 
Sensibilidades táteis da pele (epiderme e derme) 
 Terminações nervosas livres 
 Terminações expandidas 
 Discos de Merkel 
 Mais muitas outras variações 
 Terminações espraiadas 
 Terminações de Ruffini 
 Terminações encapsuladas 
 Corpúsculos de Meissner 
 Corpúsculos de Krause 
 Órgãos do folículo capilar 
Sensibilidade do tecido profundo 
 Terminações nervosas livres 
 Terminações expandidas 
 Terminações espraiadas 
 Terminações de Ruffini 
 Terminações encapsuladas 
 Corpúsculos de Pacini 
 Mais algumas outras variações 
 Terminações musculares 
 Fusos musculares 
 Receptores tendinosos de Golgi 
 
Audição 
 Receptores auditivos da cóclea 
Equilíbrio 
 Receptores vestibulares 
Pressão arterial 
 Barorreceptores dos seios carotídeos e da aorta 
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Termorreceptores 
Frio 
 Receptores para o frio 
Calor 
 Receptores para o calor 
Nociceptores 
Dor 
 Terminações nervosas livres 
Receptores eletromagnéticos 
Visão 
 Bastonetes 
 Cones 
Quimiorreceptores 
Paladar 
 Receptores dos botões gustatórios 
Olfato 
 Receptores do epitélio olfatório 
Oxigênio arterial 
 Receptores dos corpos aórtico e 
carotídeo 
Osmolalidade 
 Neurônios dos núcleos 
supraópticos ou próximos deles 
CO2 plasmático 
 Receptores do ou próximo do 
bulbo, ou dos corpos aórtico e 
carotídeo 
Glicose, aminoácidos, ácidos graxos 
plasmáticos 
 Receptores do hipotálamo 
 
11. Discorra sobre a adaptação dos receptores 
Os mecanismos de adaptação do receptor são diferentes para cada tipo de receptor, da mesma 
maneira que o desenvolvimento do potencial receptor é propriedade individual. 
A adaptação é uma característica de todos os receptores sensoriais, seja parcial ou completa 
após um estimulo constante por certo período. Portanto, quando estimulo sensorial contínuo 
é aplicado, o receptor responde inicialmente com alta frequência de impulsos, seguida por 
frequência progressivamente menor e, finalmente, por frequência de potenciais de ação muito 
baixa ou, em geral, cessam os impulsos. 
 
Também é valido dizer que alguns receptores sensoriais se adaptam de modo maior que outros. 
 
 
 
Vinícius Polinski Garcia 
12. Diferencie somação espacial da somação temporal 
 
Somação espacial 
 
Ocorre o aumento da intensidade do sinal 
transmitido pelo progressivo número maior de 
fibras. O conjunto de terminações de fibra dolorosa 
abrange geralmente a área da pele bastante grande, 
com diâmetro de 5cm. Essa área é chamada de 
campo receptor ou receptivo da fibra. 
 
O número de terminações é grande no centro do 
campo, porém diminui em direção à periferia. No 
caso de um estímulo no centro do campo receptor 
de uma fibra para dor em particular, o grau de 
estimulação dessa fibra é muito maior do que 
quando ocorre na periferia do campo, pois o 
número de terminações nervosas livres no centro 
do campo é muito maior do que na periferia. 
 
Somação temporal 
 
Trata-se aumentar a intensidade dos estímulos com aumentos crescentes da frequência dos 
impulsos nervosos em cada fibra. 
 
13. Como se processam os estímulos supralimiares e sublimiares; e o estados de excitação, 
facilitação e inibição 
 
Estímulo Supralimiar 
 
É quando o estímulo excitatório está acima do limite requerido para excitação. 
 
Estímulos Sublimiares 
 
Ocorre quando uma fibra aferente contribui (não excita o neurônio sozinho) para a excitação do 
neurônio. Nessa situação os neurônios se encontram no estado facilitado. 
 
Exemplificação 
 
A fibra aferente 1 tem quantidade suficiente de 
terminações para induzir uma descarga do 
neurônio a. O estímulo da fibra aferente 1 neste 
neurônio é chamado estímulo excitatório (ele 
também é chamado de estímulo supralimiar 
porque ele está acima do limite requerido para a 
excitação). 
A fibra aferente 1 também contribui com 
terminais para os neurônios b e c, porém não são 
suficientes para produzir excitação. 
Vinícius Polinski Garcia 
Apesar disso, a descarga desses terminais faz com que esses dois neurônios tenham maior 
probabilidade de ser excitados pelos sinais transmitidos por outras fibras nervosas aferentes. 
Assim, os estímulos para esses neurônios são ditos estímulos sublimiares, e os neurônios se 
encontram no estado facilitado. 
De modo semelhante, para a fibra aferente 2, o estímulo para o neurônio d, é o supralimiar, e 
os estímulos para os neurôniosb e c, são sublimiares, porém facilitadores. 
 
Inibição de grupamento neuronal 
 
Algumas das fibras aferentes inibem os neurônios em vez de excitá-los. Isso é o oposto da 
facilitação, e todo o campo das terminações inibitórias é chamado zona inibitória. O grau de 
inibição, no centro da zona, é grande por causa do grande número de terminações no centro; 
ele se torna progressivamente menor em direção às suas bordas. 
 
 
 
14. Diferencia divergência de convergência dos sinais 
 
Divergência de sinais 
 
É importante que os sinais fracos que entram em um grupamento neuronal promovam a 
excitação de grande número de fibras nervosas que deixam esse grupamento. Isso chama-se 
divergência. São dois tipos de divergência com propósitos totalmente diferentes: 
 
 Amplificadora: o sinal aferente se espalha para número progressivamente maior de 
neurônios, à medida que passa por ordens sucessivas de neurônios no seu trajeto. 
 
 
 
Vinícius Polinski Garcia 
 Tratos múltiplos: o sinal é transmitido em duas direções, partindo do grupamento 
neuronal. 
 
 
 
Convergência de sinais 
 
Significa que sinais de aferências múltiplas excitam um só neurônio. Sua importância é que os 
neurônios quase nunca são excitados pelo potencial de ação de uma só terminação aferente. 
 
Porém, potenciais de ação provenientes de múltiplos terminais convergindo no neurônio 
fornecem múltiplos terminais convergindo no neurônio fornecem a somação espacial suficiente 
para trazer o neurônio ao limiar necessário para a descarga. 
 
Além disso, as aferências (excitatórias ou inibitórias) podem pertencer a fontes múltiplas, isto é, 
advindas de áreas distintas para o mesmo neurônio. Nesse caso, é possível a somação de 
informações de diferentes fontes, e a resposta resultante é o efeito somado de todos os 
diferentes tipos de informação. 
 
 
 
 
15. Descreva o circuito reverberante e qual a sua importância 
O circuito reverberante ou oscilatório é um dos mais importantes em todo o SN. São causados 
por feedback positivo dentro do circuito neuronal, quando o estímulo retorna excitando 
novamente uma aferência desse circuito. 
Uma vez estimulado, o circuito pode descarregar-se repetidamente por longo período. Tais 
circuitos são importantes para prolongamento do sinal. 
Vinícius Polinski Garcia 
 
 
16. Qual a importância dos circuitos inibitório e da fadiga sináptica. 
 
Circuitos inibitórios 
Dois tipos de circuitos inibitórios em áreas encefálicas extensas ajudam a evitar a disseminação 
excessiva de sinais: 
 1.Circuitos inibitórios de feedback que retornam das terminações das vias de volta para 
os neurônios excitatórios iniciais das mesmas vias: esses circuitos ocorrem em 
praticamente todas as vias sensoriais e inibem tanto os neurônios aferentes como os 
interneurônios da via sensorial, quando as terminações sensoriais são excessivamente 
excitadas; 
 2.Alguns grupamentos neuronais que exercem controle inibitório difuso sobre amplas 
áreas do encéfalo: por exemplo, muitos dos núcleos da base exercem influências 
inibitórias sobre os sistemas de controle dos músculos. 
 
Vinícius Polinski Garcia 
Fadiga sináptica 
Significa simplesmente que a transmissão sináptica fica progressivamente mais fraca quanto 
mais prolongado e mais intenso for o período de excitação. Além disso, quanto mais curto o 
intervalo entre reflexos flexores sucessivos, menor a amplitude da resposta reflexa 
subsequente.

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