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anamnese e exame físico de doenças

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Clara Feitosa | MEDICINA | T. 8 
 
• Toda cefaleia justifica uma avaliação cuidadosa para procurar causas potencialmente fatais → 
meningite, hemorragia subaracnóidea ou lesão expansiva 
• Podem ser divididas entre primárias e secundárias 
 PRIMÁRIA: enxaqueca, cefaleia tensional, cefalgia e cefaleia diária crônica 
 SECUNDÁRIA: condições estruturais, sistêmicas ou infecciosas (meningite, hemorragia 
subaracnóidea) → potencialmente fatais 
anamnese: 
• Obter do paciente descrição completa da cefaleia e de seus 7 atributos: VER CAPÍTULO 3 
• A cefaleia é unilateral ou bilateral? Intensa com início súbito? Constante ou pulsátil? Contínua ou 
intermitente? Piorou em algumas horas? É episódica? Crônica e recorrente? Houve alteração 
recente no seu padrão? É recorrente no mesmo horário, todos os dias? 
• Onde é a dor? → o paciente deve apontar o local 
• Existem manifestações clínicas associadas? 
• Existem pródromos de sensações incomuns? → euforia, ânsia por alimentos, fadiga ou tontura 
• Existe aura com sintomas neurológicos? → alterações na visão, parestesia ou fraqueza muscular 
• Tossir/espirrar ou mudar a posição da cabeça influencia na cefaleia? 
• Faz uso de analgésicos, ergotamina ou triptanos? 
• História familiar 
• Os atributos mais importantes da cefaleia são: intensidade e padrão cronológico 
• SINAIS DE ALERTA DA CEFALEIA: 
 Cada vez mais frequente ou intensa durante 3 meses 
 Início súbito 
 Aparecimento recente após os 50 anos 
 Exacerbada ou aliviada pela mudança de posição 
 Desencadeada pela manobra de valsalva 
 Manifestações clínicas associadas de febre, sudorese noturna ou perda de peso 
 Ocorrência de câncer, infecção pelo HIV ou gravidez 
 Traumatismo crânio encefálico (TCE) recente 
 Papiledema, rigidez de nuca ou déficits neurológicos focais associados 
observações: 
• Se a cefaleia for intensa e de início súbito, levantar a possibilidade de HSA ou meningite 
• A enxaqueca e as cefaleias tensionais são episódicas e tendem a alcançar seu ápice em algumas 
horas 
• As cefaleias recentes e persistentes que se agravam de modo progressivo pedem a investigação 
de tumor, abcesso ou lesão expansiva 
anamnese e exame físico 
 Clara Feitosa | MEDICINA | T. 8 
• A localização comum da enxaqueca e da cefaleia em salvas é ser unilateral. Nas cefaleias tensionais, 
observa-se dor nas regiões temporais → a cefaleia em salvas também pode ter dor retro-orbital 
• Náuseas e vômitos são comuns na enxaqueca, mas também nos tumores cerebrais e nas HSA 
• Pacientes com enxaqueca podem ter pródromos sintomáticos antes do início → aura visual 
(incluindo fototopsias), fortificações (arcos de luz em zigue-zague) e escotomas (áreas de perda 
visual com visão normal circundante) 
• A manobra de Valsalva pode exacerbar a dor consequente da sinusite aguda ou a lesão expansiva 
por causa da alteração da pressão intracraniana 
• A medicação para cefaleia consequente ao uso abusivo de analgésicos, ergotamina ou triptano está 
indicada se a cefaleia ocorrer > 15 dias por mês e reverter para < 15 dias por mês quando a 
medicação é suspensa 
• Volume fecal acima de 200g em 24 horas 
anamnese: 
• Duração → diarreia aguda dura até 2 semanas e diarreia crônica 4 semanas ou mais 
• Características da diarreia → volume, frequência e consistência 
• Existe muco, pus ou sangue nas fezes? 
• Tenesmo associado? Necessidade urgente de defecar acompanhada de dor, cólicas e esforço de 
defecação involuntário? 
• Ocorre a noite? 
• As fezes são gordurosas ou oleosas? Espumosas? Com odor fétido? Flutuam na superfície da água 
do vaso em função de gases em excesso? 
• Faz uso de medicamentos? Fez uso de medicamentos recentemente? 
• Viagens recentes 
• Padrões dietéticos 
• Ritmo intestinal basal 
• Fatores de risco de imunocomprometimento 
observações: 
• Diarreia noturna geralmente tem importância patológica 
• Resíduo oleoso, às vezes espumoso ou flutuante ocorre na esteatorreia por má absorção no espru 
celíaco, insuficiência pancreática e no crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado 
• A diarreia é comum com o uso de penicilinas e macrolídeos, antiácidos à base de magnésio, 
metformina, fitoterápicos e medicamentos alternativos 
• Conjunto de sintomas localizados no abdome superior → relacionados com ingestão alimentar 
• Pode ser orgânica ou funcional → orgânica quando é demonstrável na EDA (úlcera, esofagite) e 
funcional quando não há alteração orgânica demonstrável 
• Apresenta-se como dor ou desconforto crônico ou recorrente, centrado na região superior do 
abdome → sensação subjetiva negativa que não é dolorosa 
• Pode incluir sintomas diversos → distensão abdominal, náuseas, plenitude na parte superior do 
abdome e pirose 
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• Juntamente ao desconforto, há queixas sobre pirose, refluxo de ácido ou regurgitação → esses 
sintomas mais de uma vez na semana devem levantar a suspeita de doença por refluxo 
gastroesofágico (DRGE) 
• Pirose: desconforto ou dor retroesternal crescente que ocorre 1x/semana ou mais → é tipicamente 
agravada por bebidas alcóolicas ou alimentos como chocolate, frutas cítricas, café, cebolas e 
pimenta → pode também ser agravada por mudanças de posição (inclinar-se para frente, 
exercitar-se, levantar pesos ou deitar em decúbito dorsal) 
• Pacientes com DRGE podem apresentar sinais e sintomas respiratórios atípicos → tosse, sibilos e 
pneumonia por aspiração → também podem haver sinais e sintomas faríngeos como rouquidão e 
dor de garganta crônica 
anamnese: 
• Momento de ocorrência da dor (cronologia) → quando começou? Há quanto tempo persiste? Qual 
o seu padrão em um período de 24? Em semanas ou meses? 
• É aguda ou crônica? 
• Início súbito ou gradual? 
• Onde a dor começa? Se irradia ou espalha para outro lugar? 
• Como é a dor? É vaga e imprecisa, em queimação, em corrosão, ou de que tipo? 
• O paciente deve indicar o local da dor 
• Intensidade da dor em escala de 1 a 10 → a intensidade nem sempre ajuda a identificar a causa 
• Fatores de melhora e piora → atenção à associação a refeições, consumo de bebidas alcóolica, 
medicamentos (incluindo AAS e fármacos similares, além de fármacos de venda livre), estresse, 
posição do corpo e uso de antiácidos 
• A indigestão ou o desconforto estão relacionados a esforço físico e são aliviados pelo repouso? 
observações: 
• Dobrar o corpo devido à dor em cólica pode indicar cálculo renal 
• Dor epigástrica súbita em caráter de facada pode ocorrer na pancreatite por cálculos biliares, mas 
também pode ocorrer na gastrite e na DRGE 
• Dor no quadrante superior direito e na região superior do abdome é comum na colecistite 
• Angina por doença da artéria coronária pode manifestar-se como “indigestão”, mas é 
desencadeada pelo esforço físico e aliviada pelo repouso 
• Amplo espectro clínico → pode haver manifestações discretas, moderadas e graves 
• Nas infecções inaparentes ou assintomáticas o diagnóstico só é feito a partir de exame sorológico 
→ são vistas e suspeitadas em pacientes de regiões endêmicas → nesses casos não deve ser feita 
notificação e nem tratamento 
• A suspeita da doença é feita na presença de febre e esplenomegalia associada ou não à 
hepatomegalia 
 PERÍODO INICIAL (FASE AGUDA): início da sintomatologia, onde 
pode haver febre com duração inferior a 4 semanas, palidez 
cutaneomucosa e hepatoesplenomegalia 
➢ O estado geral do paciente está preservado 
➢ O baço geralmente não ultrapassa 5cm do rebordo costal 
esquerdo 
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➢ Normalmente o paciente se apresenta ao médico fazendo uso de antimicrobianos sem 
resposta clínica 
➢ Muitas vezes há história de tosse e diarreia 
 PERÍODO DE ESTADO: 
➢ Febre irregular, geralmente associada a emagrecimento 
progressivo, palidez cutaneomucosa e aumento da 
hepatoesplenomegalia 
➢ O quadro clínico é normalmente arrastado com mais de 2 
meses de evolução 
➢ Há comprometimento do estado geral 
 PERÍODOFINAL: 
➢ Febre contínua 
➢ Comprometimento mais intenso do estado geral 
➢ Instala-se a desnutrição (cabelos quebradiços, cílios alongados e pele seca), edema dos 
membros inferiores que pode evoluir para anasarca 
➢ Hemorragias (epistaxe, gengivorragia e petéquias), icterícia e ascite 
➢ O óbito normalmente é determinado por infecções bacterianas e/ou sangramentos 
• Início insidioso 
• Os pacientes costumam se apresentar ao médico em razão do bócio → irregular e de consistência 
firme 
sinais: 
• Pele áspera e seca 
• Extremidades periféricas frias 
• Face, mãos e pés inchados (mixedema) 
• Alopécia difusa 
• Bradicardia 
• Edema periférico 
• Relaxamento retardado dos reflexos 
tendíneos 
• Síndrome do túnel do carpo 
• Derrames serosos das cavidades 
sintomas: 
• Cansaço, fraqueza e dispneia 
• Pele seca 
• Sensação de frio 
• Queda de cabelo 
• Dificuldade de concentração e problemas de 
memória 
• Constipação intestinal 
• Aumento de peso com apetite diminuído 
• Dispneia 
• Voz rouca 
• Menorragia (oligomenorreia ou 
amenorreia) 
• Parestesia 
• Audição prejudicada 
tratamento: 
• Administração de T4 → 10 a 15 g/kg/dia → dose ajustada pelos níveis de TSH 
• Podem ser agudas, subagudas ou crônicas 
• Podem ser primárias ou secundárias → primárias se fatores locais envolvendo a estrutura da 
coluna levam à dor (causas mecanicodegenerativas) e secundárias se fatores à distância ou não 
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próprios da coluna são os responsáveis pela dor (causas psicogênicas, psicossomáticas ou dor 
referida) 
 Principais causas primárias: alterações discais (hérnias, fissuras), alterações ossocartilaginosas 
e capsuloligamentares (osteoartrite) e a lombalgia idiopática 
 Principais causas secundárias: doenças inflamatórias (espondiloartropatias), processos 
infecciosos (espondilodiscites), tumores (mieloma, metástases) e doenças metabólicas 
(osteoporose, hiperparatireoidismo) 
anamnese: 
• Intensidade da dor, horário de aparecimento e características da dor 
• Algum evento desencadeou essa dor? 
• SINAIS DE ALERTA: 
 De tumor ou infecção → idade > 50 ou < 20, história de câncer, sintomas como febre, calafrios, 
perda de peso sem outra explicação 
 Infecção bacteriana recente, dependentes químicos e imunossuprimidos → dor com piora 
noturna, dor com piora em decúbito dorsal 
 De fratura → trauma maior, trauma menor em idosos ou osteoporóticos 
 De síndrome da cauda equina → anestesia em sela, disfunção de bexiga, déficit neurológico 
progressivo ou grave em membros inferiores 
• Lombalgia mecânica → desencadeada pelo exercício e melhora com o repouso 
• Lombalgia inflamatória → aparece ou piora com o repouso e melhora com o movimento → pode 
haver dor noturna, ao acordar e dor acompanhada de rigidez matinal 
exame físico: 
• Flexão e extensão da coluna lombar 
• Manobra de Valsalva → quando há compressão radicular a manobra provoca exacerbação da dor 
ou irradiação dela até o pé 
• Manobra de Lasègue → positiva quando a dor se irradia ou exacerba quando a elevação do 
membro inferior faz um ângulo de 35 a 70º com o plano horizontal 
 
• Manobra de Romberg → anormal se o movimento compensatório do corpo dor necessário para 
manter os pés fixos no mesmo lugar 
 
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• Sinal das pontas → não se consegue andar com um dos calcanhares (compressão da L5) 
• Sinal do arco de corda → levanta-se a perna do paciente, como na manobra de Lasegue, até que 
a dor apareça e nesse momento, faz-se flexão do joelho → se houver redução ou desaparecimento 
da dor, o sinal é positivo para hérnia discal

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