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RESUMO AULA ALZHEIMER E ARTIGO “TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NA DOENÇA DE ALZHEIMER” Mônica Estefânia Franco A doença de Alzheimer foi descrita pelo neuropsiquiátra Alois Alzheimer em 1906, se trata de uma doença neurodegenerativa que causa a diminuição progressiva da capacidade cognitiva, alterações do comportamento, da personalidade e perda da funcionalidade. A causa da doença ainda é desconhecida, mas é sabido que o fator genético é de grande importância e diversas anormalidades genéticas específicas podem estar ligadas. Estima- se que no Brasil 1 milhão e 200 mil pessoas sofrem desse tipo de demência. Existem seis formas de classificação do Alzheimer de acordo com o CID-10: Doença de Alzheimer de início precoce; Doença de Alzheimer de início tardio; Outras formas de Doença de Alzheimer; Demência na Doença de Alzheimer de início precoce; Demência na Doença de Alzheimer de início tardio e Demência na Doença de Alzheimer, forma atípica ou mista. Na doença de Alzheimer verifica-se uma perda sináptica e a morte dos neurônios em locais específicos que são responsáveis pela cognição do indivíduo, são eles: o córtex cerebral, o hipocampo, o córtex entorrinal e o estriado ventral. Ocorre uma aglomeração de Placas senis (AB), de filamentos anormais da Proteína Tau e por consequência, a formação de novelos neurofibrilares (NFT). Quando o acumulo de proteína Ab se junta a outras substancias e forma a Placa amiloide, essa placa produz uma toxicidade aos neurônios causando a morte dos mesmos. Esse processo é responsável pela perda neuronal e sináptica e também pela diminuição da produção da acetilcolina. Entre as diversas maneiras de diagnosticar a doença de Alzheimer, a anamnese feita com o paciente associada a avaliação cognitiva, rastreio cognitivo e entrevistas com membros da família, amigos próximos e cuidadores que tenham conhecimento acerca da história é uma forma confiável para identificar o comprometimento cognitivo do paciente. Dentre os seguintes comprometimentos cognitivos e comportamentais, para se classificar como doença de Alzheimer, devem afetar no mínimo dois: Memória: perda da memória de curto prazo, geralmente é a primeira manifestação da doença no indivíduo. Funções executivas: diminuição do raciocínio para realizar tarefas complexas e tomar decisões, perda da noção de risco, etc. Habilidades visuoespaciais: o indivíduo perde a capacidade de reconhecer pessoas e objetos, encontrar pertences, manusear utensílios e se vestir. Personalidade ou comportamento: os sintomas incluem alterações no humor, agitação, desinteresse, perda de empatia e isolamento social. O objetivo dos medicamentos para Alzheimer é aumentar a produção da acetilcolina, consequentemente retardar a progressão da doença e restaurar momentaneamente a capacidade cognitiva. Se o paciente for diagnosticado também com depressão, psicose, agitação, dentre outras patologias, medicamentos complementares são adicionados. Os inibidores de acetilcolinesterase (AChE) inibem a enzima que degrada a acetilcolina, corrigindo a falta de acetilcolina. Auxiliam o paciente a ter mais clareza nos pensamentos, melhora a memória e o funcionamento das atividades diárias. São indicados para pacientes de nível leve a moderado da doença. Tais medicamentos podem ocasionar náuseas, vômitos, oscilação da pressão, tonturas e cefaleias. Os mais utilizados são: donepezila, galantamina e rivastigmina. Para pacientes que se sentem desconfortáveis com o uso, é indicado o adesivo transdérmico de Rivastigmina. Após 3-4 meses do início do tratamento, não havendo melhora do paciente, é necessária uma substituição. A memantina, da classe dos NMDA, é utilizada em casos mais graves da doença, ou em casos moderados se for combinada aos inibidores da acetilcolinesterase. Só pode ser administrada em pacientes com escores no MEEM entre 12 e 19, se a escolaridade for maior que 4 anos, ou entre 8 e 15 se a escolaridade for menos ou igual a 4 anos. Entre as reações adversas estão a confusão mental, tontura, cefaleia, sonolência, tosse, vomito, aumento da pressão e dores das costas. Atualmente existem diversos estudos acerca da eficácia do uso de antioxidantes, estatinas, anti-inflamatórios e do ginkgo-biloba associados a outros medicamentos citados acima. Se torna de extrema importância o acompanhamento psicológico para pacientes com suspeita ou diagnóstico de DA antes mesmo de iniciar a utilização dos medicamentos. Sabendo que os medicamentos não são capazes de curar a doença ou acabar com todos os sintomas, o psicólogo auxilia na promoção da saúde, melhoria da qualidade de vida e apoio para lidar com o enfrentamento da doença. É importante também que os familiares tenham acompanhamento psicológico, pois a DA afeta todos da família.
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