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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – CAMPUS VIII CENTRO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SAÚDE – CCTS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Disciplina: Mecânica dos Solos Experimental 1 Alunos(as): Adson Michael Oliveira Castro e Alberto de Oliveira Serafim RESUMO- ENSAIO DE ÍNDICE SUPORTE CALIFÓRNIA (CBR) E ENSAIO DE PERMEABILIDADE DO SOLO ARARUNA – PB 2020 Ensaio de Índice de Suporte Califórnia (CBR) O ensaio de CBR também chamado de ISC (Índice de Suporte Califórnia), foi desenvolvido nos Estados Unidos em 1929, com intuito de dimensionamento de pavimentos rodoviários. Foi readaptado posteriormente, e hoje em dia é o mais utilizado para obter informações quando o assunto é projetos de pavimentos rodoviários e até pavimentos de aeroportos. O ensaio foi desenvolvido para avaliação do nível de suporte de cargas sobre o solo, ou seja, qual seu limite de pressão antes que ocorra sua ruptura do subleito, os chamados: afundamentos plásticos. Como vantagem do ensaio de CBR, temos a simplicidade para se obter os resultados, não necessitando de cálculos complexos. Já como desvantagem tem-se a complexidade para execução pelo operador, quantidade relativamente grande de amostra para se realizar o ensaio e tempo longo de procedimento, devido ao tempo de saturação (4 dias). O ensaio de CBR determina a relação entre a pressão necessária para que haja a penetração de um pistão cilíndrico padronizado em um corpo de prova de uma determinada amostra de solo, e ainda, a pressão necessária para que o mesmo pistão penetre em um brita graduada padronizada. O ensaio de CBR também descobrir o índice de expansibilidade do solo, pois em determinado passo, o solo é imerso em água por 4 dias seguidos, dessa forma possibilitando uma análise do nível de expansão da amostra ensaiada. Esse nível de expansão está diretamente ligado à sua durabilidade. O ensaio de CBR é composto por 3 etapas, sendo elas: Compactação do corpo de prova: é feita uma compactação com energia padronizada (Proctor), atendendo-se ao número certo de golpes e de camadas, de acordo com à energia desejada, ou seja, Proctor normal ou Proctor modificada. É utilizado no mínimo 5 corpos de provas com teor de umidades diferentes, para que possa ser traçado a curva do CBR. Figura 1 - Curva de compactação. Fonte: https://www.suportesolos.com.br Expansão: Logo após da moldagem dos corpos de prova, é possível obter os valores de expansão do solo. Os corpos de provas já preparados, são imersos em água por no mínimo 4 dias, sendo realizadas leituras com auxílio do extensômetro a cada 24 horas. Fonte: https://www.suportesolos.com.br Resistência à penetração: O corpo de prova é retirado da água, e deixado ser drenada toda a água de forma natural por um período de 15 minutos. Em seguida, o corpo de prova é levado para prensa (Figura 3), onde será imprimida uma força até a ruptura do corpo de prova por um pistão cilíndrico, a uma velocidade de 1,27 mm/min. Com o auxílio de um anel, é registrado os valores necessários para cada corpo de prova. Fonte: https://www.suportesolos.com.br O cálculo de CBR é dado por: 𝐶𝐵𝑅(%) = 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑙𝑖𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 × 100 Figura 2 - Curva de expansão. Figura 3 - Prensa de ruptura do corpo de prova. A partir dos dados obtidos é possível montar a curva de CBR (Figura 4). Fonte: https://www.suportesolos.com.br Ensaio de Permeabilidade do solo A permeabilidade dos solos é a propriedade relacionada a dificuldade ou facilidade do escoamento de água perante o solo. Portanto, conhecer a permeabilidade dos solos, através dos ensaios, é fundamental para etapas como drenagem, rebaixamento do nível d’água, para evitar futuro recalques em fundações, dentre outros problemas que podem surgir na obra. O ensaio de permeabilidade, permite obter o coeficiente de permeabilidade do solo, e pode ser feito in situ ou em laboratório. Quando realizado in situ, são realizados furos de sondagens para medir o volume de água absorvido ou retirado do solo, durante determinado intervalo de tempo, sendo um conjunto de ensaios de permeabilidade executados em furos de sondagens, que são usualmente utilizados para caracterização hidrogeotécnica dos terrenos considerados naturais. Algumas normas técnicas são responsáveis pela regulamentação destes ensaios, tais como a NBR 13292, que determina o coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante e a NBR 14545 que é referente a determinação em laboratório. Todo o ensaio, é feito com base na lei experimental de Darcy, que leva em consideração a velocidade de percolação da água em um solo e a relaciona ao gradiente hidráulico, que é diretamente proporcional a velocidade. Realizado através de fórmulas que o relacionam com sua granulometria. A determinação, pode ser feita utilizando-se permeâmetros de nível constante ou variável, podendo ainda ser feita in loco, por meio dos ensaios de tubo aberto. Figura 4 - Curva de CBR. O ensaio Lefranc, é o ensaio mais utilizado para determinação do coeficiente de permeabilidade in situ, podendo ser feito com carga constante ou variada, que consiste na medida da vazão, representada pelo volume d’água absorvido ou retirado, durante um intervalo de tempo, em função da aplicação de diferenciais de pressão induzida por colunas d’água, resultante da injeção ou da retirada de água do furo. Tudo isso, é dada pelas seguintes etapas: Fonte: https://paginas.fe.up.pt/~geng/ge/apontamentos/Cap_7_GE.pdf Figura 5 - Ensaio de permeabilidade do tipo Lefranc com carga constante. Q: vazão (m³/s) K: coeficiente de permeabilidade (m/s) C: coeficiente de forma relativo à cavidade (m) h: carga hidráulica(m) Onde no ensaio com carga hidráulica constante, como observado na figura (5a) introduz-se ou bombeia-se (5b) um dado volume de água na cavidade e registram-se as variações de nível piezométrico no furo de sondagem ao longo do tempo. A interpretação dos ensaios, baseia-se em certas hipóteses simplificativas, no qual o escoamento é laminar, o meio é isotrópico e homogêneo e que o regime de escoamento é permanente. Nestas condições, o Q é proporcional à permeabilidade, caracterizada pelo coeficiente K, e à carga hidráulica h: 𝑄 = 𝑘. 𝐶. ℎ A carga hidráulica é dada pela altura de água no furo acima do nível freático, onde a carga é considerada nula antes do ensaio. Afim e minimizar os erros no cálculo do coeficiente de permeabilidade é conveniente que se possa garantir com boa aproximação a forma da cavidade, preferencialmente cilíndrica. Ainda na figura 5, é possível analisar expressões para determinar o valor de C. No caso da cavidade cilíndrica, sempre que a relação L/D (comprimento/diâmetro) do trecho ensaiado é superior a 2, aceita-se como razoável o valor do coeficiente C, determinado pela seguinte fórmula: 𝐶 = 2𝜋𝐿 ln 2𝐿 𝐷 O ensaio com carga hidráulica variável, introduz-se ou bombeia-se um dado volume de água na cavidade e registram-se as variações de nível piezométrico no furo de sondagem ao longo do tempo, e este ensaio é, em geral, realizado em solos pouco permeáveis. Na figura 6, representa-se, em esquema, o dispositivo de Brillant com o qual é possível fazer a determinação do coeficiente de permeabilidade quando a carga h é variável ao longo do tempo e apresenta-se a fórmula teórica geralmente utilizada para a determinação do coeficiente de permeabilidade quando se realizam este tipo de ensaios em furos de sondagem cuja área transversal é representada por S. 𝐾 = 𝑆 𝐶(𝑡 − 𝑡0) × 𝑙𝑛 ℎ0 ℎ Fonte: https://paginas.fe.up.pt/~geng/ge/apontamentos/Cap_7_GE.pdf I) Campânula imersa equilibrada pela tara P II) Rebaixamento instantâneo devido à atuação de P’ III) Final da subida Figura6- Ensaio de permeabilidade do tipo Lefranc (dispositivo de Brillant) com carga variável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Pinto, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 Aulas. São Paulo: Oficina de Textos, 2006, 3 ed. Wilson, S. I. Manual de sondagens. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia, 1999, 4 ed. Determinação do Índice de Suporte Califórnia (CBR) – Ensaio Geotécnico – Resumo. Disponível em: https://www.suportesolos.com.br/blog/determinacao-do-indice-de- suporte-california-cbr-ensaio-geotecnico-resumo/129/. Acesso em: 28/11/2020. Ensaios in situ. Geologia de Engenharia. Disponível em: https://paginas.fe.up.pt/~geng/ge/apontamentos/Cap_7_GE.pdf. Acesso em: 28/11/2020
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