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Análise Bioquímica e Microscópica da Urina

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ISABELA MATOS – T5 – UFMS CPTL 
Análise Bioquímica da Urina 
Após a primeira etapa, é feita a análise bioquímica. São observados 
fatores como o pH, a densidade da glicose, a presença de proteínas, 
presença de bilirrubinas, entre outros parâmetros. Utiliza-se essa fita 
da imagem acima, que é uma fita reativa: cada quadradinho 
corresponde a uma reação bioquímica que ocorrerá quando a tira 
entrar em contato com a urina. 
A primeira coluna à 
esquerda é o 
resultado esperado 
de uma urina 
normal: leucócito -, 
nitrito -, proteína - e 
glicose -. 
Com a presença 
desses elementos, 
ocorre uma 
reação, alterando a 
coloração do 
quadradinho 
correspondente. 
Por exemplo, 
quando não há 
nitrito (NIT), o 
quadradinho fica 
bem clarinho na 
segunda linha, quando há nitrito fica um rosa bem escuro. 
 
→ LEUCÓCITOS 
A presença de 
leucócitos sugere 
uma infecção 
urinária. Mas pode ocorrer trauma: paciente teve uma queda ou 
batida na região pélvica e isso pode resultar na presença de 
leucócitos na urina. O uso de substancias irritantes para o trato 
urinário ou inflamação sem infecção também podem favorecer o 
aparecimento de leucócitos. 
Abaixo de 10.000 leucócitos/mL ou 5 leucócitos por campo de 40x é 
considerado normal. 
 
→ NITRITO 
A urina é rica em nitrato. Os bacilos gram negativos, exceto 
Pseudomonas, reduzem o nitrato em nitrito e por isso, o nitrito é um 
marcador indireto da presença de bactérias. Assim, na presença de 
nitrito a fita muda de coloração para rosa escuro. 
Como a Pseudomonas aeruginosa não tem essa capacidade de 
conversão, a ausência de nitrato na urina não indica ausência de 
infecção urinária. É preciso analisar nitrato, leucócitos e hemácias. O 
diagnóstico é fechado com a urocultura. 
 
→ UROBILINOGÊNIO 
 
O urobilinogênio normalmente está ausente na urina de uma pessoa 
saudável. Quando está presente pode indicar doença hepática ou 
hemólise: metabolização da hemoglobina produz bilirrubina e 
urobilinogênio que são conjugados no fígado e são eliminados nas 
fezes e na urina. 
É preciso analisar o 
urobilinogênio junto com a 
bilirrubina, aumento isolado de 
urobilinogênio pode não ser 
significativo. 
Bilirrubina aumentada e 
urobilinogênio normal ou diminuído pode significar uma icterícia 
obstrutiva. Bilirrubina normal e urobilinogênio aumentado pode 
indicar hemólise intravascular. 
O resultado pode ser indicado em quantidade de cruzes também. 
 
→ PROTEÍNA 
 
A maior parte das proteínas que possuímos no sangue são muito 
grande para serem filtradas nos rins. Normalmente, não são 
indicadas na urina porque são reabsorvidas. Logo, uma grande 
quantidade de proteína na urina deve ser investigada porque pode 
significar lesão glomerular. Pode ser ainda amiloidose, uso prologado 
de AINES, linfoma de Hodgkin, mieloma múltiplo, diabetes (afeta a 
capacidade renal de reabsorção proteica), nefropatia por IgA, lúpus, 
artrite reumatoide. Doenças que ocorrem hemólise como anemia 
falciforme e malária podem também causar proteína na urina. 
Pode ainda indicar proteinúria transitória não patológica, como 
desidratação, atividade física extenuante, estresse, exposição ao frio 
e febre. 
 
→ pH 
 
O valor de pH urinário tende a ficar entre 5,5 e 7. 
Podem aumenta o pH: o consumo de uma dieta pobre em proteína 
animal, dieta rica em frutas cítricas, consumo de muitos derivados de 
leite, uso de citrato de potássio, bicarbonato de sódio e vômito. 
Podem diminuir o pH: acidose sanguínea, doenças nos túbulos 
renais, dieta rica em proteína animal, diarreias e uso de diuréticos. 
 
→ SANGUE 
 
*BLO - BLOOD 
HEMOGLOBINA: A presença de hemoglobina indica que está 
ocorrendo hemólise, indicando que a hemácia se rompeu antes, no 
sistema renal. É diferente da presença de hemácias. 
ERITRÓCITOS: O normal é não ter eritrócitos e o aceitável é de 3 – 
5 por campo ou menos de 10.000 hemácias/mL. A presença de 
eritrócitos íntegros pode indicar infecção, cálculos renais (na 
eliminação do cálculo pode ocorrer microlesões no trato urinário), 
glomerulonefrite e lesão das células tubulares. 
 
→ CORPOS CETÔNICOS 
 
Corpos cetônicos são produtos de metabolização da gordura. São 
produzidos quando o corpo tem dificuldade de utilizar a glicose como 
ISABELA MATOS – T5 – UFMS CPTL 
fonte de energia. Isso ocorre na diabetes, jejum prolongado, dieta 
muito restritiva. 
Alguns medicamentos como captopril, ácido valproico, vitamina C e 
levodopa podem também indicar um falso positivo de corpos 
cetônicos. 
 
→ BILIRRUBINA 
 
Quando está aumentada é um indicativo de problema hepático 
porque houve um problema na conjugação de bilirrubina no fígado e 
foi eliminada na urina. 
Quando os níveis séricos de bilirrubina ultrapassam 1,5 mg/dL no 
sangue, ela passa a ser eliminada na urina. Deve ser analisada junto 
com o urobilinogênio. 
→ GLICOSE 
 
Toda a glicose é filtrada nos rins e é absorvida pelos túbulos renais. 
Logo, em situações normais não ocorre excreção de glicose na urina, 
isto é, glicosuria. Quando isso ocorre, indica que o nível de glicose no 
sangue está muito elevado, como na diabetes. Nível que ultrapassa 
180 - 200 mg/dL (depende da referência bibliográfica) de glicose no 
sangue, ocorre perda na urina. 
A glicosuria pode ocorrer em pacientes não diabéticos quando o 
paciente tem alguma lesão nos túbulos renais. Essa lesão leva o rim 
a não conseguir reabsorver a glicose que acaba sendo secretada na 
urina. 
Se o exame acusou glicosuria, é viável solicitar glicemia em jejum. 
Análise Microscópica da Urina 
Colocar a urina em tubo cônico de centrifugação, geralmente de 15 
mL, desprezar o sobrenadante e avaliar uma gota do pellet em 
lâmina/lamínula e avaliar no microscópio. 
Podem ser avaliados: 
→ ERITRÓCITOS: é possível contar quantos eritrócitos por campo 
e confirmar o achado da fita. 
 
As próximas imagens mostram como o glomérulo se comporta frente 
a uma hematúria glomerular. A imagem à esquerda é de um 
glomérulo normal e à direta de hematúria. Observe a região mais 
vermelha na hematúria que corresponde aos eritrócitos. 
A avaliação da urina no caso de um paciente com essa hematúria só 
veria hemácias no campo inteiro, sai no laudo como incontáveis 
hemácias. 
→ LEUCÓCITOS 
São de fácil visualização quando comparados com as hemácias 
devido ao maior tamanho. 
 
 
→ CÉLULAS EPITELIAIS 
É normal eliminação de células epiteliais em pequenas quantidades, 
normalmente 1 ou 2 por campo, devido uma descamação normal do 
tecido epitelial. Grande quantidade, como na imagem abaixo, indica 
que está ocorrendo lesão no epitélio. Pode ser que haja bactéria que 
produz hemolisina, fazendo com que essas células se desprendam. 
Pode ainda ser a presença de substancia irritante ao trato urinário. 
 
 
→ CILINDROS 
É um indicativo importante de lesão nos túbulos renais. No trato 
urinário há a formação da proteína de Tamm-Horfall. Essa proteína 
pode sair das células epiteliais e ficar na luz do túbulos por alguma 
lesão. Dessa forma, acabam se agregando e formando fibrilas. Sabe-
se que houve formação de fibrilas porque a morfologia da excreção é 
em cilindro. 
Como as fibrilas percorrem o trato urinário, elas podem se ligar a 
componentes urinários que estavam sendo secretados, formando 
vários tipos de cilindros que indicam alterações diferentes. 
É denominado hialino porque só tem a 
presença da proteína Tamm-Horfall. 
 
 
 
 
 
 
Denominado hemático porque junto com 
cilindro está sendo secretado hemácias 
que aderiram ao cilindro. 
 
ISABELA MATOS – T5 – UFMS CPTL 
 
Junto com o cilindro pode ocorrer 
eliminação de leucócitos durante 
um processo infeccioso e lesão 
no néfron. 
 
 
 
 
Quando está sendo eliminado, o 
cilindro pode encontrar grande 
perda de células epiteliais que 
aderem ao cilindro, dando origem 
ao cilindro epitelial, indicativo de 
lesão tubular. 
Pode ocorrer ainda a formação de outros tipos de cilindros como 
contendopartículas de bilirrubina ou com colesterol. 
A imagem abaixo é de uma biopsia de glomérulo. No espaço vazio 
há o extravasamento da proteína de Tamm-Horfall que quando 
eliminada carrega o que estiver sendo eliminado nos túbulos (mancha 
rosa dentro do espaço vazio). 
 
 
→ BACTÉRIAS 
As vezes o teste de nitrito na fita deu 
negativo mas ao olhar a microscopia 
encontra uma lâmina com bactérias 
Pseudomonas. 
 
→ FILAMENTOS DE MUCO 
 
É um sinal inespecífico e normalmente ocorre pelo acúmulo de 
células epiteliais com cristais e leucócitos. 
 
→ OUTROS ELEMENTOS 
Na imagem ao lado tem-se a presença da 
pseudohifas da Candida. 
 
 
Na imagem abaixo, as setas indicam 
leveduras que são mais comuns que as 
pseudohifas. 
 
 
Na imagem ao lado, 
observam-se 
espermatozoides. 
Normalmente, não é relatado 
em homens ou em mulheres 
em idade fértil. Relata-se no 
laudo quando é verificado em 
criança por exemplo. 
 
Podem ser observadas células neoplasias, 
como nas próximas imagens. Porém, é mais 
raro. Nas neoplasias renais podem ocorrer 
eliminação dessas células. Além do tamanho, 
há multinucleação. Na célula epitelial, o 
núcleo é pequeno e o citoplasma abundante, 
já na célula neoplásica, o núcleo grande e o 
citoplasma é pequeno. Há ainda leucócitos ao 
redor. 
Pode-se observar também a presença de 
cristais na urina. Dependendo do cristal não tem importância clinica 
grande quando isolados, como oxalato de cálcio, fosfato de cálcio ou 
uratos amorfos. 
 
Alguns estudos mostram que a presença de cristais não indica uma 
maior propensão à formação de cálculos 
renais. 
 
O cristal de tirosina é indicativo da doença 
tirosinemia. 
 
Já a formação de 
fosfato triplo magnesiano é indicativo de 
cálculo renal e de infecção de Proteus/ 
Klebsiella devido a alteração do pH que 
essas bactérias promovem durante o 
processo infeccioso. 
ISABELA MATOS – T5 – UFMS CPTL 
 
Cristal de bilirrubina (“leque”) é indicativo de doença 
hepática. 
Nesses casos deve-se solicitar a dosagem de TGO, 
TGP, fosfatase alcalina e gamaGT. 
 
Cristais de ácido úrico é comum em 
pacientes com gota na doença ativa. Pode 
ocorrer a formação em alguns linfomas ou 
leucemias. 
 
 
Cristais de carbonato de cálcio 
assemelham-se a varetas. 
 
 
Após administração de alguns fármacos, 
pode ocorrer a eliminação de cristais, tais como: cristais de sulfamida 
e cristais de amoxicilina. 
 
Assim, aspectos físicos junto com a análise química e o exame 
microscópio de sedimento tem-se o laudo da urina tipo I. É um exame 
muito importante na rotina medica e deve-se saber interpretá-lo.

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