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GINECOLOGIA Amenorreia secundária . DEFINIÇÃO . ● Paciente que refere ausência de menstruação por mais de 3 meses (em casos de ciclos regulares) ou mais de 6 meses (em mulheres que possuem ciclos irregulares). ● Amenorréia fisiológica: gravidez e período de amamentação. . DIAGNÓSTICO . HISTÓRIA/ANAMNESE: ● Queixa principal e duração ● História da moléstia atual: ● Idade atual, idade da menarca, desenvolvimento puberal (ordem cronológica). ● Aspectos psicológicos ⇒ estresse, anorexia nervosa, história de abuso sexual. ● Padrão de sangramento ⇒ caracterizar os ciclos (intervalo - entre o início do sangramento e o início do próximo; duração do sangramento; volume de sangramento) ● Interrogatório dos diversos aparelhos: ○ Cefaléia, alterações de campo visual, fadiga, poliúria e polidipsia ○ Sintomas de deficiência de estrogênio ⇒ fogachos (ondas de calor), secura vaginal, diminuição da libido. ○ Investigar presença de galactorreia. ● Antecedentes pessoais: ○ Doenças prévias, usos de medicações (anticoncepcionais - uso prolongado ou descontinuado, metoclopramida), cirurgias e hábitos (atividade física intensa, dietas, etc) ● Antecedentes obstétricos: ○ Gestações, partos e abortos ○ Complicações possíveis ⇒ hemorragias graves pós-parto, curetagem, endometrites, entre outros. EXAME FÍSICO GERAL: ● Estado geral ● Peso, altura e IMC ● Sinais de hiperandrogenismo: acne, alopécia androgênica, hirsutismo e sinais de virilização. ● Sinais de hipercortisolismo: obesidade central e estrias violáceas. EXAME GINECOLÓGICO: ● Estadiamento de Tanner e Marshal: desenvolvimento de pelos e mamas. ● Genitália externa: inspeção da vulva e inspeção dinâmica (manobra de valsalva - avaliar prolapsos) ● Especular: Inspeção das paredes vaginais, do conteúdo vaginal e do colo uterino ● Toque vaginal: simples e bimanual + avaliação dos genitais internos (ver a mobilidade do útero e buscar massas palpáveis que podem estar associadas ao quadro clínico de amenorréia). ● Exames complementares ⇒ dosagens hormonais e ultrassonografia. Teste de progesterona: ● Teste antigo, não mais muito aplicado. ● No último consenso da ASRM, foi considerado um exame que atrasa o diagnóstico e não acrescenta nada em relação aos níveis de FSH, PRL e TSH. ● Administração de progesterona por 10 a 14 dias para a paciente. ● Resultado NEGATIVO: se depois desse teste, ela não tiver menstruado ⇒ considera-se que ela tem níveis baixos de estrogênio ou não possui útero caso nunca tenha menstruado na vida. ● Resultado POSITIVO: se depois desse teste, ela menstruar ⇒ considera-se que ela tem útero e tem níveis normais de estrogênio. EXAMES: ● Primeiro de tudo: excluir gestação ⇒ BhCG ● Dosagens de FSH, prolactina e TSH ⇒ buscar falência ovariana, hiperprolactinemia e doenças tireoidianas, respectivamente. . CAUSAS MAIS COMUNS . ● Gestação⇒ amenorreia fisiológica ● Síndrome dos ovários policísticos (SOP) ● Amenorreia hipotalâmica ● Falência ovariana precoce (FOP ou IOP) ● Hiperprolactinemia . ETIOLOGIAS . FSH: NÍVEIS NORMAIS OU BAIXOS ● Transtornos alimentares, estresse ou excesso de exercícios físicos. ● Distúrbios hipotalâmicos inespecíficos; ● Anovulação crônica, incluindo SOP (síndrome do ovário policístico) ● Hipertireoidismo ● Síndrome de Cushing ● Tumor hipofisário/ sela vazia ● Síndrome de Sheehan ⇒ hipopituitarismo pós-parto secundário à necrose hipofisária decorrente de hipotensão ou choque em virtude de hemorragia maciça durante ou logo após o parto. ● O LH, a progesterona e o estrogênio não devem ser pedidos. ● Quando o FSH encontra-se normal, é importante investigar a presença de hiperandrogenismo e/ou USTV alterado. ○ Caso tenha um dos dois (ou ambos) ⇒ suspeita de anovulação hiperandrogênica ⇒ Síndrome do ovário policístico (SOP). ○ Caso não seja encontrado nenhum ⇒ suspeita de disfunção hipotálamo-hipofisária. FSH: NÍVEIS AUMENTADOS ● Insuficiência gonadal: disgenesias ● Cariótipo 46,XX ● Cariótipo anormal ⇒ Síndrome de Turner ● Insuficiência ovariana prematura (IOP) PROLACTINA: NÍVEIS AUMENTADOS ● Hiperprolactinemia: ○ Fisiológica ⇒ amamentação ○ Causada por medicação ○ Alterações de TSH ⇒ hipotiroidismo ○ Prolactinoma OUTRAS ETIOLOGIAS ● Estados hiperandrogênicos: ○ Hiperplasia adrenal congênita de início tardio (não clássica) ○ Tumor ovariano ○ Sem diagnóstico ● Anatômica: ○ Síndrome de Asherman ⇒ presença de cicatrizes no endométrio ⇒ questionar paciente quanto a hemorragias pós-parto, infecções e manipulações uterinas (curetagem, histeroscopia). . IRREGULARIDADES MENSTRUAIS . ● Em casos < 1 ano após a menarca: NORMAL ● Entre 1 e 3 anos após a menarca: os ciclos podem ter intervalos que variam de entre 21 e 45 dias. ● Acima de 3 anos após a menarca até a perimenopausa, são considerados normais ciclos que variam entre 21 e 35 dias. ● OBS: menstruação com intervalo acima de 90 dias é considerado irregular para qualquer ciclo em mulheres que tiveram menarca há mais de 1 ano. . SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO . CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DE SOP: ● Exclusão de outras doenças: hiperprolactinemia (dosagem de prolactina), tumor produtor de androgênios (dosagem de DHEAS e T), doença tireoidiana (dosagem de TSH), Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) forma tardia e Síndrome de Cushing (diagnóstico clínico). ● Presença de pelo menos 2 dos 3 critérios: ○ Oligo ou amenorréia; ○ Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial; ○ Policistose ovariana ou exame ultrassonográfico. Na adolescência e até 8 anos após a menarca: ● Imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. ● Ultrassom de ovários não recomendado. ● Hiperandrogenismo e disfunção ovulatória. ● Ganho de peso significante durante a adolescência sendo característica suspeita. ● Não diagnosticar precocemente (sobretudo nos 2 primeiros anos após a menarca): Não fechar diagnóstico de SOP na paciente e deixar ela como ‘risco aumentado’ ⇒ reavaliação 8 anos após a menarca. HIPERANDROGENISMO CLÍNICO: ● Sinais: acne, alopecia e hirsutismo ● Em pacientes adolescentes, valorizar acne severa e hirsutismo. ● Índice de Ferriman-Gallwey: de 4 a 6 (dependendo da etnicidade). ● Escala visual de Ludwig para alopecia. ● Hirsutismo: pelo terminal com comprimento maior que 0,5cm e pigmentado, podendo variar a forma e textura. ● Valorizar o impacto psicossocial negativo. HIPERANDROGENISMO LABORATORIAL: ● Útil para SOP quando sinais de hiperandrogenismo clínico não são evidentes. ● Não deve ser feito sob uso de contraceptivos hormonais ⇒ se for necessário dosar, retirar por pelo menos 3 meses. ● O que dosar: ● Relação Testosterona/SHBG x 100 (não usar ensaio direto testosterona livre, ELISA) ● Testosterona total ● DHEA-5 (busca de SOP e de tumores adrenais). CRITÉRIO ULTRASSONOGRÁFICO PARA SOP: ● Atualmente baseado em um novo consenso, que defende: ● Não utilizar US para diagnósticos com menos de 8 anos pós-menarca; ● Limites revisados sempre de acordo com tecnologia e de acordo com idade; ● Frequência 8MHz ⇒ 20 folículos e/ou volume maior que 10 ml, desde que não tenha corpo lúteo, cistos ou folículos dominantes. ● Não pode estar usando pílula ou qualquer hormônio. ● Em caso de disfunção ovulatória e hiperandrogenismo presentes, o ultrassom não é necessário. CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS: A curto prazo: ● Irregularidade menstrual ● Hirsutismo e acne ● Infertilidade ● Obesidade ● Prejuízos psicossociais: depressão, ansiedade, imagem corporal, auto estima e diminuição da qualidade de vida. A longo prazo: ● Diabetes mellitus tipo II ● Pré-diabetes ● Síndrome metabólica ● Fatores de risco cardiovascular ● Hiperplasia endometrial ● Câncer endometrial ● Dificuldades gestacionais: Diabetes gestacional, prematuridade, pré-eclâmpsia, abort, tempo mais longo para concepção, gravidez ectópica. . HIPERPROLACTINEMIA . CONSEQUÊNCIAS: ● Níveis pouco elevados: Fase lútea curta, redução da libido e infertilidade. ● Níveis um poucomais elevados: irregularidades menstruais, redução da libido e infertilidade ● Níveis muito elevados: amenorreia, galactorreia e hipogonadismo. CONDUTAS: ● Excluir gestação, uso de medicações causadoras do quadro e hipotireidismo. ● Pesquisar hipotálamo-hipófise (quando prolactina > 50ng/mL) com TC (tomografia computadorizada) ou RNM (ressonância magnética): ○ Prolactinoma: geralmente prolactina > 100 ng/mL ○ Pseudoprolactinoma: geralmente prolactina > 50 ng/mL. ○ Exame normal: causas idiopáticas ou secundário ao aumento da macroprolactina. CAUSAS DE HIPERPROLACTINEMIA: ● Em casos de prolactina < 50 é comum: ○ Medicação ○ Hipotireoidismo ○ SOP ○ Idiopático ○ Macroprolactina ○ Fisiológicas ● Em casos de prolactina > 50 é comum: ○ Pseudoprolactinoma ○ Prolactinoma ○ Macroprolactinemia ○ Gravidez DISFUNÇÃO HIPOTÁLAMO HIPOFISÁRIA ● Distúrbio auto-limitado, porém, caso seja uma alteração duradoura, pode levar a insuficiência do eixo HH. ● Resposta à alteração do padrão de secreção do GnRH ⇒ eixo afetado. ● Não altera as gonadotrofinas ⇒ o FSH normal, porém, no caso de se tornar uma insuficiência do eixo HH, ele estará em baixos níveis. ● Diagnóstico diferencial com SOP: avaliação clínica ⇒ o SOP aponta presença de hiperandrogenismo e é, muitas vezes, associada a obesidade. ● Causas: estresse psicológico temporário. . ANOVULAÇÃO CENTRAL . . OU CRÔNICA HIPOTALÂMICA . ● FSH em níveis baixos ● Hipogonadismo hipogonadotrófico; ● Pode ser causa de amenorréia primária (8%) ou secundária (33,5%); ● Principal causa de anovulação crônica; ● Alterações nos fatores que modulam a secreção do GnRH. ETIOLOGIAS DA ANOVULAÇÃO CENTRAL: Fisiológica: ● Fase peripuberal, puerpério e período de amamentação. Medicamentosa: ● Agonista opiáceo e agonista dopaminérgico. Disfuncional: ● Estresses psicogênicos, estresse físico, desordens nutricionais. Psiquiátrica: ● Pseudociese, bulimia e anorexia nervosa. Defeitos orgânicos do eixo HH: ● Deficiência isolada de gonadotrofinas, Síndrome de Kallman, tumores hipofisários, Síndrome de Sheehan, apoplexia hipofisária, secreção inapropriada de prolactina, síndrome da sela túrcica vazia. Infecciosa: ● Tuberculose e HIV Outras: ● Radiação e traumas. FISIOPATOLOGIA DA ANOVULAÇÃO CENTRAL: ● Alterações na secreção pulsátil do GnRH e consequente mudança na secreção de FSH e LH ● Mecanismo variável entre as diferentes causas etiológicas: ○ Desordens disfuncionais: comportamentos e alterações psicogênicas. ○ Desordens psiquiátricas: anorexia nervosa, bulimia e pseudociese. Desordens disfuncionais: ● Evolução de disfunção hipotálamo-hipofisária (HH) para uma insuficiência HH ⇒ sendo essa segunda de difícil reversão. ● Alterações psicogênicas: alterações na secreção do eixo CRH-ACTH-cortisol. ● O estresse aumenta a produção de cortisol, que altera a pulsatilidade de GnRH e afeta a secreção de LH e FSH. ● Prática de exercício físico intenso ⇒ aumento na produção de betaendorfinas pelo cérebro, que acabam alterando a secreção de GnRH ⇒ síndrome da mulher atleta: amenorreia, osteoporose e desordens alimentares. ● Comportamento alimentar ⇒ é regulado por neuropeptídeos e em caso de desequilíbrio deles, há essa alteração do eixo HH ⇒ leptina (sintetizada no tecido adiposo) e neuropeptídeo Y (NPY). Anorexia nervosa: ● Distúrbio grave do comportamento alimentar, no qual há perda de mais de 25% do peso corporal do indivíduo. ● Há uma hiperatividade do eixo hipotálamo-hipo fise-adrenal que leva a uma perda do ritmo circadiano cortisol. ● Aumento do neuropeptídeo Y (NPY) e diminuição da leptina. ● Diminuição de frequência e amplitude dos pulsos de GnRH e, por fim, diminuição dos níveis de LH, FSH, PRL e TSH. Bulimia: ● Alternância de episódios de ingestão intensa de alimentos em um curto período, seguido de vômito autoinduzido, uso excessivo de laxantes/diuréticos ou de restrição alimentar. ● Também causa diminuição da leptina e aumento da NPY⇒ alterando a pulsatilidade do GnRH. Pseudociese: ● Difícil elucidar esse quadro psiquiátrico mas é caracterizado como a chamada ‘gravidez psicológica’. ● Diminuição da dopamina e aumento da norepinefrina ⇒ ainda sendo comum o aumento de GH e da prolactina (hiperprolactinemia ⇒ galactorreia). Defeitos orgânicos do eixo hipotálamo- hipofisário: ● Deficiência isolada de gonadotrofina (DIG) - a chamada Síndrome de Kallman: ○ Desordem rara, associada à: I. falha dos neurônios GnRH em formar a placa olfatória, ou II. falha na migração dos neurônios olfatórios e do GnRh da área olfatória para a região hipotalâmica durante a embriogênese. ○ Associada a hipogonadismo hipogonadotrófico, amenorreia primária, infantilismo sexual e anosmia. ● Necrose hipofisária pós-parto - Síndrome de Sheehan: ○ Isquemia hipofisária secundária à hemorragia pós-parto, pode ter deficiência de outros hormônios que são produzidos na hipófise anterior ⇒ afeta a produção tanto de LH e FSH quanto de outros hormônios também. ● Doenças infecciosas, radiação, trauma, infarto e tumores hipofisários: ○ Podem alterar os pulsos de GnRH por meio da destruição ou inibição da atividade dos neurônios que modulam sua liberação. ● Medicamentos: ○ Atuam em nível de neurotransmissores, inibindo a secreção de GnRH e gonadotrofinas. DIAGNÓSTICO DA ANOVULAÇÃO CENTRAL: ● Avaliação clínica: anamnese e exame físico ● Avaliação complementar: excluir gestação, fazer FSH, prolactina e teste do análogo de GnRH. ● Fundamental a dosagem de FSH e prolactina: ○ Se ambos estiverem normais ⇒ investigar disfunção do eixo HHO e Síndrome do ovário policístico (SOP); ○ Se FSH estiver baixo ⇒ explorar insuficiência do eixo HHO, com ressonância ou TC de crânio e sela túrcica. . INSUFICIÊNCIA OVARIANA . . PREMATURA (IOP) . ● Perda ovariana estrogênica antes dos 40 anos de idade⇒ depois dos 40, é considerado normal. ● Também chamada de ‘Menopausa precoce’ ou 'falência ovariana primária (FOP)’. ● Características principais: amenorréia + aumento de FSH e diminuição de estrogênio. ● Essa perda da função ovariana pode ser transitória. ● Incidência 1% de casos <40 anos e 0,1% de casos <30 anos. ● A IOP corresponde a 4 a 18% das amenorréias secundárias. FISIOPATOLOGIA DA IOP: ● Fisiologicamente, o desenvolvimento da gametogênese se inicia no período intrauterino ⇒ no nascimento, as meninas já nascem com todos os folículos primordiais (cerca de 1 a 2 milhões) e, após a puberdade (menarca), a cada ciclo há a perda de cerca de mil folículos. ● No caso da IOP, o ovário não produz mais estradiol normalmente, o faz com que o feedback negativo não aconteça adequadamente. ● Em resposta a ausência do feedback negativo do estradiol sobre o eixo, ocorre o aumento da produção de FSH e LH. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DA IOP: Depleção folicular: ● Não existem folículos restantes. ● Causas: genética**, quimioterapia, radioterapia e fumo. Disfunção folicular: ● Existem folículos no ovário, porém um processo patológico impede a sua função normal. ● Causas: defeitos enzimáticos, fatores imunológicos** e formas anormais de gonadotrofina. **CAUSAS GENÉTICAS: ● Mais frequente em mulheres mais jovens, geralmente antes dos 30 anos. ● Alterações do cromossomo X mais frequentes ⇒ monossomia (é a mais comum: Turner), trissomia, deleções e translocações. ● Síndrome do X frágil: mutação no gene FMR1 ⇒ alterações intelectuais devido à síndrome do X frágil ou alterações de ataxia (tremores). **DOENÇAS IMUNOLÓGICAS: ● Poliendocrinopatia ● Hipotiroidismo e Doença de Graves ● Doença de Addison ● Vitiligo ● Miastenia gravis ● Síndrome de Sjogren ● LES (Lúpus eritematoso sistêmico) ● Hipoparatireoidismo ● Candidíase mucocutânea recorrente ● Doença celíaca ● Diabetes mellitus tipo 1 – insulino dependente ● Artrite reumatoide DIAGNÓSTICO DA IOP: História clínica: ● Buscar dados na tentativa de determinar uma causa da FOP. ● Sintomas importantes de deficiência estrogênica: fogachos e secura vaginal. ● Antecedentes de cirurgiaovariana, histerectomia prévia, quimioterapia ou radioterapia. ● Hábitos e comportamentos: tabagismo. ● Investigar doenças autoimunes. ● Avaliar antecedentes familiares e fatores de risco para osteoporose. Exame físico: ● Normal na maioria das mulheres. ● Ocasionalmente alterações sugestivas de Síndrome de Turner: baixa estatura, palato arqueado, metacarpos curtos de quarto e quinto dedo. ● Bócio: tireoidite de Hashimoto ou doença de Graves. ● Pigmentação aumentada da pele: Doença de Addison ● Alterações vaginais: Vaginite atrófica Exames complementares: ● Glicemia de jejum para GTT: buscando diabetes ● TSH ou anticorpos antitireoidianos: buscando hipotireoidismo autoimune. ● Anticorpos anti-adrenal: busca por anticorpos anti adrenais positivos que condizem com FOP espontâneo (4% dos casos). ○ Avaliar risco de insuficiência adrenal autoimune. ● Cortisol: investigação de insuficiência idiopática da suprarrenal. ● Hemograma completo: buscando anemias hemolíticas auto-imunes, talassemias, anemia falciforme, púrpura trombocitopênica. ● Anticorpos: o Anti-TPO, anti-tireoglobulina (anti-TG), Anti-adrenal, Fator anti-núcleo (FAN) e outros, caso haja uma indicação clínica específica. ● Cariótipo em pacientes com menos de 30 anos. ● Enzimas hepáticas (TGO e TGP): buscando hepatite crônica ativa ou cirrose biliar. ● Ultrassom: avaliar a presença de folículo. . TRATAMENTOS . OBJETIVOS: ● Corrigir a patologia subjacente, se possível. ● Ajudar a mulher a alcançar a fertilidade, se desejado. ● Prevenir complicações do processo de doença (ex: substituição de estrogênio para prevenir a osteoporose). TRATAMENTO CLÍNICO: ● Hiperprolactinemia: tratamento com agonistas dopaminérgicos (bromocriptina ou cabergolina) em casos de micro ou macroprolactinemia. ● Hipoestrogenismo: reposição com estrogênio + progesterona. ● Anovulação hiperandrogênica: ○ Na HAC tardia: tratamento com prednisona na dose de 2,5mg a 7,5mg ao dia ou dexametasona, na dose de 0,25mg a 1mg ao dia. ○ Na SOP: progestagênios cíclicos ou anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) ou só de progesterona. TRATAMENTO CIRÚRGICO: Reservado para casos de: ● Neoplasias ovarianas e de suprarrenal. ● Síndrome de Asherman: Sinéquias intrauterinas ⇒ faz-se a lise por histeroscopia. ● Malformações Mullerianas: dependente da malformação encontrada. ● Síndrome de Rokitansky, com agenesia uterina e de vagina: neovaginal (atualmente tem sido preferível o uso clínico de dilatadores vaginais para garantir que a paciente mantenha a possibilidade de ter relações sexuais). ● IOP ou disgenesia gonadal com cariótipo contendo cromossomo Y: a gonadectomia está indicada bem como nos casos de insensibilidade androgênica, devido ao risco de tumor de gônada. Restauração da fertilidade: ● Nas mulheres com insuficiência ovariana prematura ⇒ óvulo de doadora. ● Nas amenorréias centrais (hipotalâmicas e hipofisárias) ou nas causadas por doenças que levam à anovulação crônica ⇒ considerar a indução da ovulação, caso exista desejo reprodutivo. ESQUEMA PARA AJUDAR:
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