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FARMACOLOGIA APLICADA – FÁRMACO DO SISTEMA DIGESTÓRIO Maria Clara Tosatto – T4A SECREÇÃO DE ÁC. GÁSTRICO, MUCO E BICARBONATO Controle por mecanismo neuronais e humorais (nervo vago parassimpático estimula o TGI) As prostaglandinas E2 e I2 inibem a secreção de ácido e estimulam a secreção de muco e bicarbonato, dilatam os vasos da mucosa Quando há aumento de histamina ocorre aumento de gastrina estimulando a secreção de ácido gástrico (motivo pelo qual se toma protetor gástrico antes de cirurgia) CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS DE AÇÃ GASTRINTESTINAL Antagonista do receptor H2 das histamina Inibidor da bomba de prótons Anti-ácido (neutralizantes de ácidos) Citoprotetores Anti-emético (anti vômitos e náuseas) Pró-cinéticos Laxantes (catárticos) Anti-diarreicos Fármacos para doenças inflamatórias intestinais ANTAGONISTA DO RECEPTOR H2 DA HISTAMINA Cimetidina (pouco usada, porque o bloqueio histaminérgico se estende para todo o organismo, funciona como um sedativo), ranitidina (mais usada por ser mais específico para H2 e menos efeito sobre o SNC), famotidina, nizatidina Efeito: diminui produção de HCl Administração: endovenosa, IM, via oral Ef. Adversos: diarreia, tonturas, sonolência (principal), dores musculares, alopecia, rashes transitórios ANTIÁCIDOS Efeito: neutraliza a secreção de ácido na luz do TGI Eleva o pH estomacal levando a inativação das enzimas pépticas Sais de bicarbonato de sódio, magnésio e alumínio: - Hidróxido de magnésio - Trissilicato de magnésio - Carbonato de magnésio - Hidróxido de alumínio - Alginatos (gel em contato com a água, permanece mais tempo por se misturar ao muco) Efeitos adversos: constipação, atenção ao efeito rebote clorídrico e de gastrina Melhora o esvaziamento gástrico, já que ocorre uma neutralização Mistura hidrox. De magnésio com alumínio para evitar a diarreia INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS Omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol Efeito: diminuir produção de HCl Administração: endovenosa, IM, via oral Tem meia vida de aproximadamente 1 hora, porém o efeito inibitório é por mais de 24h devido a inibição irreversível sobre a bomba de H+ Ef. Adversos: diarreia, sonolência e tontura EFEITO REBOTE CLORÍDRICO: produz uma quantidade maior de gastrina estimula mais produção de pepsina maior produção de HCl. Ocorre quando há neutralização prolongada e leva ao efeito rebote da hiperprodução de ácido clorídrico CITOPROTETORES – FÁRMACOS QUE PROTEGEM A MUCOSA Mecanismo: barreira física e estimula a produção de bicarbonato e muco Efeito: formam barreira física sobre a mucosa protegendo sobre a ação do ácido. Também chamados de citoprotetores - Bismuto coloidal (gosto de alumínio, língua e fezes escurecidas) - Sucralfato de alumínio (constipação importante) - Alginato Efeitos adversos: constipação Indicado para casos de úlceras péptica/clorídrica, pode ser utilizado para gastrite também já que tem a função de proteger a mucosa Misoprostol (não indicado no Brasil mais): cicatrizante de úlceras pépticas. Com mecanismo de ação análogo da prostaglandina E1. Mas esse efeito causa um relaxamento grande sobre o útero, levando à cólicas abdominais e contratura uterina, sendo um abortivo ÊMESE (VÔMITO) Mecanismo reflexo do vomito OS ESTÍMULOS INCLUEM Substâncias químicas ou fármacos no sangue ou intestino Impulsos aferentes provindos do TGI, labirinto e SNC (enxaqueca, meningite) AS VIAS E MEDIADORES INCLUEM Impulso da zona de gatilho quimiorreceptora e de vários outros centros do SNC retransmitidos aos centros do vômito Transmissores químicos, como histamina, acetilcolina, dopamina, atuando sobre receptores H1, muscarínicos D2, 5-HT3 e NK1, respectivamente ANTI-EMÉTICOS MECANISMO DE AÇÃO: ANTAGONISTA DO RECEPTOR DA DOPAMINA D2 Ex: metoclopramida (plasil) Efeito terapêutico: anti-êmese (região bulbo-pontina) e pró-cinético Efeitos colateral: sonolência e torpor. Alterações de comportamento (inquietude) Síndrome de liberação extra-piramidal (alteração muito grande do comportamento e movimentos) MECANISMO DE AÇÃO: ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H1 Ex: cinarizina (para labirintite), ciclizina e prometazina Efeito terapêutico: anti-êmese, anti labiríntico, anti-cinetótico, sedativo Diminui a produção de ácido Esses receptores estão mais concentrados no SNC MECANISMO DE AÇÃO: ANTAGONISTA DO RECPTOR DE HISTAMINA NÃO SELETIVO Ex: dimenidrinato Efeito colateral: sonolência e diminuição de reflexos, sedação MECANISMO DE AÇÃO: ANTAGONISTA DO RECEPTOR DE HISTAMINA H3 Ex: beta-histina Efeito terapêutico: usado para náuseas e vertigens em labirintopatias Efeito colateral: sonolência, sedação, boca seca MECANISMO DE AÇÃO: ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS M1 Ex: hioscina (escopolamina) - Buscopan Efeito terapêutico: anti-êmese e anti-espamódico (anti-cílica) Efeito colateral: secura da boca e diminuição das secreções digestivas, constipação intestinal MECANISMO DE AÇÃO: ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES 5-HT3 Ex: ondansetrona (Vonau Flash), granisetrona, palonosetrona Efeito terapêutico: potente anti-emético, ação direta sobre a ZGQ PRÓ – CINÉTICOS Mecanismo de ação: antagonistas dos receptores dopamina D2 Efeito terapêutico: aumentam o peristaltismo, anti-refluxo (anti-DRGE) e inibe o vômito, uso para esofagite e hérnia de hiato Ex: metoclopramida e domperidona Ampla ação central e periférica Efeito colateral: metoclopramida – sonolência e síndrome extra piramidal. Domperidona – diarreia e cólica SÍNDROME EXTRAPIRAMIDAL Bloqueio da área piramidal, deixando livres todos os sistemas extra piramidais e exacerbados (putamen, trato piramidal, globo pálido, susbt. Negra, tálamo, núcleo caudado) Euforia comportamental, semelhante a síndrome do pânico Descontrole da movimentação e musculatura voluntária e até da deglutição Ocorre por bloqueio dopaminérgico do sistema piramidal O plasil, por exemplo, por atravessar a barreira hematoencefálica, também bloqueia os receptores de dopamina em outras regiões do SNC, produzindo alguns efeitos adversos LAXANTES (CATÁRTICOS OU PURGATIVOS) Laxativos formadores de volume (ex: psilium, fibra de ispaghula – primeira escolha para ação lenta, metilcelulose, ágar) Laxativos osmóticos – antigo sal amargo (lactulose, sulfato de magnésio) Emolientes fecais – emulsificam o conteúdo fecal (docusato, óleo mineral, supositório de glicerina) Purgativos estimulantes (chá de sena/sene, picossulfato de sódio) Atentar ao uso crônico de purgativos e laxativos ANTI DIARREICOS Reidratação oral com soluções isotônicas de NaCl mais glicose e cereal à base de amido (importante em lactentes) Hioscina (bloqueia receptores M1 e diminui a motilidade e cólica) Repositor da flora intestinal Agentes antimotilide, como, por exemplo, loperamida (imosec, ef adversos: sonolência e náuseas). Usado em países que possui cólera endêmica para não ocorrer desidratação FÁRMACOS PARA TRATAR DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Glicocorticóides Aminossalicilatos – sulfassalazina e mesalazina Imunobiológicos – infliximabe e adalimumabe (anticorpos monoclonais contra o fator de necrose tumoral TNF alfa) FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA, GÁSTRICA OU DUODENAL Inibidores de bomba de prótons (IBP) Antagonistas dos receptores H2 da histamina Antiácidos Citoprotetores Antibióticos: amoxacilina, claritromicina, levofloxacina, metronidazol Antigamente a úlcera tinha tratamento cirúrgico apenas FÁRMACOS QUE AGEM NO SISTEMA BILIAR Não pode tomar quanto tem cálculo Ácido ursodesoxicólico – atua dissolvendo a bile espessa, mas não dissolve os cálculos FÁRMACOS PARA SOLUÇO REFRATÁRIO Clorpromazina: anti espasmódico potente e no tratamento do soluço refratário Altamente sedativo
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