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Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
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Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter 
 Há tempos foi apontado por estudiosos que existem muitas similaridades entre os 
deuses Þórr (dos Escandinavos), Zeus e Júpiter (dos Gregos e Romanos), Indra (dos 
hindus) e Perkūnas (dos povos Bálticos). Embora haja diferenças também. Existem dois 
prováveis nomes reconstruídos para a divindade do clima, senhor do trovão e raio na 
hipotética língua protoindo-europeia: 
1. *Perkwunos do Indo-europeu *perkṷu- “carvalho”: nome que 
significa “Batedor” e foi reconstruído a partir do nome dos 
deuses: Perkūnas (“Trovão”), Fjörgyn (“Terra”) a mãe do deus do 
trovão Þórr, Pērkons (“Trovão”), Perun (“Raio”) e talvez 
Parjanya (“Nuvem de Chuva”) que é visto como outro nome de 
Indra. 
2. * (S)tenh₂₂₂₂: nome que significa “Trovão” e foi reconstruído a 
partir do nome dos deuses: Þórr (“Trovão”), Taranis, Taran ou 
Tanarus (“Trovão”), Taru (“Conquistar”), Tarhunt (“Vencer”) e 
talvez Tharapita, Taara ou Tooru (“Trovão, Ajuda!”, “Trovão”, 
derivado do Þórr Escandinavo). 
 Nas antigas religiões indo europeias às vezes o deus do céu (e rei dos deuses) e o deus 
do trovão e do raio são duas divindades distintas, porém não é o caso da Grécia e Roma 
onde Zeus e Júpiter são os reis dos deuses, deuses do céu e do trovão (na Escandinávia 
aparentemente essas esferas eram divididas entre Óðinn e Þórr, na Índia entre Dyaus e 
Indra, na Lituânia entre Dievas e Perkūnas e na Letônia entre Dievs e Pērkons, contudo 
Þórr, Indra, Perkūnas e Pērkons vão aos pouco suplantando Óðinn, Dyaus, Dievas e 
Dievs). Indra então se torna o rei dos deuses tal como Zeus e Júpiter. Perkūnas e 
Pērkons se tornam os mais importantes deuses em seus respectivos panteões também. 
Þórr não era o rei dos deuses, mas alguns de seus títulos sugerem o oposto, o que será 
discutido adiante. Þórr foi o deus mais importante no final da Era Viking pagã. 
 Zeus é o deus do trovão e do céu, matador da serpente e/ou dragão Tifão, ele era 
associado à roda (e carruagem), a águia, ao touro e ao trono. Inicialmente ele era o 
protetor dos homens e matador de gigantes características que foram depois passadas a 
seu filho Héracles/Hercules. Zeus era o mais poderoso dos deuses e fertilizava a terra 
com sua chuva. O Júpiter/Jove Romano e o Tinia Etrusco eram similares a ele. Zeus era 
associado ao carvalho que era considerado ter propriedades proféticas. Júpiter era 
associado a colunas e muitas delas sobreviveram e são conhecidas como “Colunas de 
Júpiter”. Zeus, Júpiter e Tinia eram os reis dos deuses nos respectivos panteões dos 
Gregos, Romanos e Etruscos. Zeus era associado à cabra, a cabra Amaltéia amamentou 
esse deus quando este era infante. Júpiter era chamado de Jove Aegiochus, ou seja, 
“Jove Portador da Cabra/Aegis”. Zeus apareceu para Hercules coberto com a pele de 
carneiro também. Zeus tinha o título de Zeus Keraunos (κεραυνός: “Zeus Que 
Relampeja”) e Júpiter de Júpiter Tonans (“Júpiter Trovejante”). Esses títulos são 
relacionados etimologicamente com os nomes dos deuses Taranis ou Tanarus, Perkūnas 
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e Þórr/Þonar/Þunor. Zeus tinha o veloz mensageiro Hermes. O raio de Zeus foi 
fabricado pelos Ciclopes ferreiros: Arges, Brontes e Estéropes. Zeus era associado ao 
machado e era chamado de Zeus Labraundos. 
 
Zeus enfrentando o Tifão. Nota-se que o raio de Zeus lembra um martelo ou machado nessa representação. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Zeus_fighting_Typhon#/media/File:Combat_de_Zeus_contre_Typhon.jpg 
 
Zeus Ammon representado com cifres de carneiro. https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Zeus_Ammon#/media/File:Zeus-
Ammon_(dessin_d%27un_m%C3%A9daillon_de_bronze).jpg 
 
Júpiter chamado de Jove (Zeus) montado na cabra Amaltéia que o alimentou na infância. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Iupiter#/media/File:Dictionary_of_Roman_Coins.1889_P485S0_illus486.gif 
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Júpiter (Zeus) combatendo gigantes com seus raios e conduzindo a sua carruagem. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Iupiter#/media/File:Dictionary_of_Roman_Coins.1889_P483S0_illus480.gif 
 
Júpiter (Zeus) no seu trono. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Iupiter#/media/File:Dictionary_of_Roman_Coins.1889_P485S0_illus487.gif 
 
Face de Apolo e Zeus Labraundos segurando o machado e lança. 
https://www.numisbids.com/n.php?p=lot&sid=1481&lot=463 
 O Héracles/Hercules inicialmente ele era um semideus, depois ele foi elevado à 
categoria de deus. Esse herói era comilão, tinha um grande apetite sexual, tinha acessos 
de fúria e bebia bastante. Ele era descrito como alto, musculoso, barbado e homem 
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atrativo, tal como os deuses Indra, Þórr e Perkūnas. Ele usava uma clava de madeira de 
oliveira que ele mesmo arrumou ou segundo outra fonte Hefesto teria dado a ele uma 
clava especial. O herói ainda era associado a pilares. Algumas evidências apontam que 
Hercules também era associado ao carvalho: Públio Papínio Estácio menciona que 
Hercules havia descansado com sua clava sobre uma azinheira (Quercus ilex); Hercules 
havia homenageado seu amigo, o centauro Folos (Pholus), dando lhe seu nome a uma 
floresta de carvalho; Hercules foi queimado numa pira com madeira de oliveira e 
carvalho; a divindade sincrética Hercules Magusanus adorado na Holanda tinha um 
templo num bosque de carvalho; Héracles era associado ao raio de Zeus nas moedas 
Gregas; Hesíodo compara Héracles ao raio de Zeus (“e saltou sobre sua carruagem 
como o relâmpago de seu pai, Zeus, que segura à égide, movendo-se bruscamente”). A 
Floresta Hercínia (Hercynia ou Orcynia) geralmente situada na Germânia por autores 
clássicos era descrita com grandes carvalhos, Tácito menciona uma floresta dedicada a 
Hercules nesses arredores (Hercules é identificado com Þonar/Þórr). Tácito ainda 
menciona “Colunas de Hercules” em território Germânico, uma saga menciona que Þórr 
era associado a colunas. Widukind menciona uma coluna adorada pelos Saxões para a 
vitória e menciona os deuses Marte (Wodan ou Tiw), Hercules (Þunor) e Apolo (Sól?). 
O Marte dessa descrição parece ser mais Wodan do que Tiw, porque Widukind contou 
que esse pilar era colocado na direção oposta a leste (oeste) e isso é similar ao que é dito 
sobre o que Frea fez com Godan no Origo Gentis Langobardorum. Embora a etimologia 
de Héracles/Hercules/Hercle seja incerta, isso é aceito popularmente como “Glória de 
Hera”, é interessante notar que o Grego Héracles era visto como ancestral dos Celtas. 
Ele teria gerado um filho com a ninfa Celtina (Kæltíni) chamado Celtus (Kǽltos). Outra 
versão conta que Héracles era pai de Galátis que fundou os Gauleses. Segundo Plínio o 
Velho o carvalho era sagrado para os Celtas. Héracles tinha clara conexão com o sol, 
num dos seus trabalhos ele atravessou o Oceano na taça dourada de Hélio, o deus sol. 
Ainda seus doze trabalhos são vistos como conectados ao zodíaco. 
 
Héracles atravessando o Oceano na taça de Hélio. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Heracles#/media/File:Heracles_on_the_sea_in_the_bowl_of_Helios.jpg 
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Face de Héracles com suas armas e o raio de Zeus. 
https://www.forumancientcoins.com/catalog/roman-and-greek-
coins.asp?param=20387q00.jpg&vpar=1530&zpg=19565&fld=https://www.forumancientcoins.com/Coins/ 
 
Face de Héracles com suas armas e o raio de Zeus. 
https://www.forumancientcoins.com/catalog/roman-and-greek-
coins.asp?param=84019q00.jpg&vpar=1530&zpg=89897&fld=https://www.forumancientcoins.com/Coins2/ 
 Indra é o deus do trovão e do céu no Rig Veda, ele haviamatado a serpente Vritra, ele 
era relacionado com o touro. Indra era o protetor dos deuses e homens e matador de 
demônios, mas que depois foi suplantado em popularidade por Vishnu e Shiva. Indra foi 
perdendo importância de grande e poderoso deus e ele foi sendo aos poucos rebaixado, 
tornando-se subordinado a outras divindades. Indra é associado à viga (suporte do céu 
ou simbolizando uma coluna?) e árvores. Indra era o rei dos deuses no período Védico. 
Indra tinha grande apetite e bebia quantidades enormes de Soma, a bebida divina e 
sagrada. Sua arma era o Vajra que representa o raio e o relâmpago, forjado pelo ferreiro 
divino Tvastar. 
 Þórr é o deus do trovão e do céu, matador da gigantesca serpente Jörmungandr, ele é 
associado ao boi (ele matou o boi de Hymir para ser usado como isca, ele comeu dois 
bois inteiros deste mesmo gigante e ele comeu outro inteiro na festa de casamento de 
Þrymr) e ao alto assento (Adam de Bremen contou que Þórr era representado num trono 
tal como Júpiter). Ainda nos tempos vikings era costume sacrificar um touro na 
assembleia anual em Þingvellir, onde Þórr era o guardião da lei e ordem. Ele era 
protetor dos deuses e homens e matador de monstros de todo tipo. Ele era relacionado 
com a viga dos lares escandinavos e ao carvalho que era considerado ter dom profético. 
Þórr fertilizava a terra também. Þórr é considerado o mais forte e poderoso dos deuses 
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em varias fontes: Snorri o descreve como o mais forte de todos os deuses; o poema 
Þórsdrápa menciona que ele é mais poderoso que os gigantes; Saxo Grammaticus diz 
que o poder dele é incomparável mesmo entre os deuses; e Adam de Bremen o descreve 
como o mais poderoso dos deuses também. Embora nas duas Eddur (Eddas) Óðinn seja 
o rei dos deuses, Þórr aparece como o primeiro ancestral dos deuses na versão 
evemerizada dos reis Nórdicos vindos de Troia, e numa saga é dito que ele é o “líder 
dos deuses pagãos” (“höfðingja heiðinna guða”). Þórr ainda é chamado de Ásabragr ou 
“Chefe dos Deuses” e Þrúðvaldr Goða ou “Poderoso Líder dos Deuses”. É muito 
provável que o “hinn Almáttki Áss” (“O Deus Todo Poderoso”) seja um título de Þórr 
ao julgar pelas descrições anteriores. Þórr andava numa carruagem puxada por dois 
bodes, e o deus se alimentava constantemente deles e eles sempre reviviam quando o 
deus desejava. Þórr tinha Þjálfi como o seu criado, e ele era veloz. O martelo de Þórr foi 
forjado pelos anões ferreiros Brokkr e Sindr/Eitri. 
 
Þórr pescando Jörmungandr com seu martelo. 
https://en.wikipedia.org/wiki/Thor#/media/File:Altuna_U1161_20050205.jpg 
 
Þórr pescando Jörmungandr com seu martelo, tendo Hymir com um machado na mão para cortar a corda de Þórr que possui uma 
cabeça de boi rodeada de peixes. 
https://en.wikipedia.org/wiki/Thor#/media/File:Gosforth_fishing.jpg 
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Martelo de Þórr com cabeça de águia. Os gregos acreditavam que o raio de Zeus era carregado por sua águia. 
https://en.wikipedia.org/wiki/Thor#/media/File:Thor%27s_hammer,_Sk%C3%A5ne.svg 
 Perkūnas é o deus do trovão e do relâmpago no Báltico, ele é associado ao carvalho, ele 
era considerado o chefe do panteão e trazia fertilidade com sua chuva, ele golpeava 
demônios com seu raio, e ele é similar aos deuses: Perun dos Eslavos, Perkūns dos 
Prussianos, Percunust dos Vendos, Perkele dos Finlandeses e o Pērkons Letão. Um dos 
símbolos de Perkūnas era o fogo sagrado, tal como era o de Þórr segundo uma saga. O 
bode aparece como animal usado no ritual desse deus. Ele andava num carro puxado por 
bodes ou cavalos. Perkūnas ainda era relacionado com o chifre e com o machado, mas 
também com a clava chamada Milna, martelo, arco e flechas, pedras e uma faca de ferro 
(Þórr bebeu no enorme chifre de Útgarðr-Loki, a arma dele às vezes é representada 
como um machado, seu martelo se chama Mjöllnir, Saxo menciona que Þórr usava uma 
clava, o poema Þórsdrápa associa Þórr com o arco em kenningr, pedras eram associadas 
a ele no folclore escandinavo, e sua amante, Járnsaxa, significa “Faca de Ferro”). O dia 
sagrado de Perkūnas era a quinta-feira. O Perun ainda era relacionado com juramentos, 
assim como Þórr e Zeus; e ele era associado a montanhas. No dia 20 de Julho era 
costume matar touros e carneiros e essa data era dedicada a Perun e São Elias. Perkūns 
era descrito com flamas sobre a cabeça, Þórr também era. Perkūnas era chamado de 
“chefe dos deuses” (“diviriks”). Procópio conta que os Eslavos veneravam o criador do 
relâmpago e que lhe sacrificavam bois. Perkūnas é associado com os números 9, 6 e 3 
(Þórr é pai de nove Nornir; Þórr tem três armas magicas: o martelo Mjöllnir, o cinto de 
força Megingjörð e as luvas de ferro; Þórr bateu em Skrýmir, na verdade Útgarðr-Loki, 
três vezes e ele estava abaixo de um enorme carvalho). 
“Perkons atingiu o carvalho 
Com nove relâmpagos, 
Três relâmpagos clivaram o tronco, 
Seis clivaram o topo (da copa).” 
Canção folclórica Letã (Dainas) 
 
 O Perun Eslavo é dito ter combatido um dragão ou serpente marinha, tal como Þórr. O 
servente de Perkūnas era Teljavel. Este é um ferreiro e associado ao fogo, e Þjálfi 
provavelmente é o Þieluar (Thjelvar) da Gutasaga e ele também era relacionado com o 
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fogo. Há evidencias de que no Báltico o deus do trovão teve o seu instrumento 
trovejante roubado por gigantes ou demônios. 
 
Peckols, Perkunas e Potrimpo lembra a tríade Escandinava: Óðinn, Þórr e Freyr. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Prussian_gods_(Peckols,_Perkunas,_Potrimpo).jpg 
 O Problema sobre Perkūnas é que a maioria das informações sobre ele é tardia, 
coletadas de canções folclóricas, lendas e contos populares. A mitologia Grega também 
é complicada, pois são visíveis influências semíticas e elementos não indo-europeus (o 
mesmo acontece com a mitologia Hitita), ao contrario da mitologia Romana. Mas não 
pode ser totalmente descartada. Por exemplo: o Zeus Grego era deus do céu e do trovão 
(ele derrotou se pai Cronos e este fez o mesmo com seu pai Urano antes dele), enquanto 
o Dyaus Védico era o deus do céu e foi suplantado por seu filho Indra o deus do trovão. 
Zeus corresponde etimologicamente com Dyaus. Assim o deus do céu e do trovão eram 
divindades distintas no período Védico, mas ambos foram mesclados na Grécia. 
Contudo havia profecias de que Zeus poderia ser destronado por um filho nascido de 
Métis (por isso ele a engoliu) e um filho nascido de Tétis (por isso ele a deu para o 
mortal Peleu). É de se notar que as batalhas de Urano, Cronos e Zeus é similar aos dos 
deuses Hurritas Anu, Kumarbi e Teshub. Urano e Anu foram derrotados e castrados por 
seus respectivos filhos Cronos e Kumarbi e estes for fim foram derrotados por seus 
respectivos filhos Zeus e Teshub. Embora Óðinn e seus irmãos tenham matado Ymir, 
este não era pai deles, mas o ancestral do lado materno. Þórr e Óðinn eram rivais em 
alguns relatos (Hárbarðsljóð, Gautreks Saga), mas Þórr não tentou usurpar o trono de 
Óðinn. Vale lembrar que Óðinn já se exilou por vontade própria e foi expulso do cargo 
de rei dos deuses sendo substituído por Ullr/Ollerus, Mithothyn, e Vile e Vé. Para os 
Hurritas Teshub era casado com Hebat (deusa mãe, similar a Cibele da Frígia assimilada 
a Reia, mãe de Zeus), para os Hititas ele era casado com Arinna, deusa do sol (ele é 
chamado de Tarhunna). Um dos nomes de Óðinn, Jálkr ou Jálg, significa “castrado”, 
mas isso talvez seja referente ao deus ter aprendido magia feminina com Freyja, já que 
os homens que praticam isso eram vistos como afeminados. Os sacerdotes de Cibele 
eram castrados. Nos antigos tempos Romanos Júpiter era adorado com sua mãe Ops 
(outro nome de Reia/Cibele). Þórr pode ter sido adorado junto com sua mãe 
Fjörgyn/Jörð ou Sif. Perkūnas eracasado com Zemes māte (Mokoš Eslava), deusa da 
terra, mas noutras versões com Saulė, a deusa do sol. Teshub era casado com Hebat uma 
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deusa da terra, mas quando ele foi identificado com Tarhunna, à esposa deste último era 
uma deusa do sol, Arinna. Zeus matou o monstro serpentino Tifão, Teshub matou a 
serpente Ullikumi (Tarhunna matou Illuyanka na versão Hitita) e Þórr matou 
Jörmungandr. Teshub era relacionado com o touro e ele é descrito portando um 
machado ou martelo. 
 A esposa de Óðinn, Frigg, é chamada de filha de Fjörgynn (dóttur Fjörgyns segundo 
Snorri no Skáldskaparmál enquanto no Lokasenna Fjörgyns mær pode também 
significar “amante” e Henry Adams Bellows entende Fjörgynn como nome de Óðinn) 
enquanto no manuscrito AM 461 12° ela é chamada de filha de Týr. Fjörgynn é 
masculino enquanto Fjörgyn é feminino. É possível que seja erro do copista e que 
Fjörgyn e Fjörgynn sejam a mesma e única divindade, porém é apenas especulação. 
Cisa ou Zisa (“Deusa”) adorada em Augsburg pode ser a contraparte feminina de Ziu ou 
Týr. Loki menciona uma esposa de Týr não nomeada no Lokasenna. A Ísis dos Suevos 
citada por Tácito poderia ser a mesma que Cisa adorada também pelos Suevos. Essa 
Ísis, segundo Tácito, era associada a uma embarcação (liburna), Frigg teve o seu filho 
Baldr queimado no barco Hringhorni (Freyr, o irmão de Freyja, tinha o barco 
Skíðblaðnir). Cisa era relacionada à vitória e Frigg (e Freyja) também. Talvez seja uma 
recordação longínqua da conexão entre Týr e Frigg (e Freyja). A contraparte feminina 
de Zeus etimologicamente falando é Dione que significa “Deusa”. Dione aparece como 
mãe de Afrodite ou mesmo como seu outro nome, Dione é associada ao oraculo e ela 
aparece como uma das esposas ou amantes de Zeus. Frigg foi identificada com 
Afrodite/Vênus na tradução dos dias da semana (a sexta-feira, segundo Ælfric de 
Eynsham, e com Freyja segundo o Hauksbók) e ela podia ver o futuro (assim como 
Freyja). A palavra Nórdica que se aproxima de Cisa é Dís que significa “Deusa” (plural: 
Dísir, elas possuem poder sobre o destino e as Idisi do Feitiço de Merseburg são ligadas 
a guerra, elas possuem funções similares as Valkyrjur). Dione aparece como filha de 
Oceano e Tétis, de Urano e Gaia e de Éter e Gaia. Agora se Frigg for filha de Týr e 
Fjörgyn/Jörð isso significaria que ela é uma deusa do ar, da atmosfera e do brilho do céu 
tal como Dione e Cisa/Zisa (ao julgar pela etimologia dessas duas últimas citadas). 
Fjörgyn, a mãe do deus do trovão Þórr, é relacionada etimologicamente com a palavra 
báltica Perkūnas. Para os antigos Prussianos Perkunatete era mãe de Perkūns (isso bate 
exatamente com Fjörgyn e Þórr). 
 Deve ser dito que gigantes geram filhos por si mesmos: Ymir gerou filhos sem ajuda de 
uma companheira, de forma espontânea (Vafþrúðnismál), Loki gerou filhos na forma de 
mulher (Lokasenna, Völuspá inni Skamma), Búri teve Borr (Gylfaginning, embora este 
seja incerto não é impossível). Ymir cujo nome pode significar “Gêmeo” poderia ser a 
explicação para isso, porque a Terra foi feita de sua carne, assim ela teria energia dupla: 
a feminina e a masculina e por isso mesmo designada nos dois gêneros. Se Fjörgynn for 
outro nome de Týr isso seria um “embaraço mitológico”, porque Þórr é canonicamente 
filho de Óðinn. Mas por outro lado Fjörgynn poderia muito bem ser outro nome de 
Óðinn também, já que outros de seus títulos são Þundr (“Trovejante”) e Viðrir 
(“Tempestuoso”). Se Fjörgynn for outro nome de Óðinn, então ele seria o par de 
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Fjörgyn e ambos geraram Þórr, representando simbolicamente a separação do céu 
(Óðinn) da terra (Jörð) pelo raio (Þórr). Há vários pares de deuses além de Fjörgynn e 
Fjörgyn como: Ullr e Ullin, Njörðr e Nerthus, Freyr e Freyja, Phol e Volla (Baldr é 
sobrinho de Fulla). A Fljótsdæla Saga parece indicar que Þórr e Freyr fazem par com 
Frigg e Freyja. Sabemos que Freyja e Freyr são irmãos então o mesmo deve ocorrer 
com Frigg e Þórr, pois ambos seriam filhos da deusa Terra Fjörgyn, mas por pais 
diferentes (Týr e Óðinn respectivamente). 
 Zeus teve o seu trovão e relâmpago roubados pelo monstruoso Tifão e o monstro cortou 
lhe os tendões dos pés e mãos e os colocou numa sacola de pele de urso e os escondeu 
numa caverna. Zeus havia usado uma foice de sílex no combate contra Tifão. Þórr teve 
o seu poderoso martelo, que é associado a raios e trovões, roubado pelo gigante Þrymr. 
Þórr ainda era associado à pele de urso e ao sílex, este último ficou alojado na cabeça do 
deus de onde se podia fazer fogo (esse ritual era feito entre os Lapões/Sámi para a 
divindade Horagalles que era o equivalente de Þórr cujo um dos nomes, Þórr Karl, 
parece ter emprestado). Talvez por isso Þórr fosse associado ao prego colocado na viga 
mestra do alto assento das casas chamadas de Reginnaglar (“Pregos dos Deuses”), é 
possível que isso fosse usado para acender o fogo sagrado do altar do deus usando sua 
própria imagem. Atena, filha de Zeus, é a personificação do raio além do intelecto e 
moedas antigas comprovam isso (ela aparece segurando o raio de Zeus). Outro deus 
Nórdico: Týr, o senhor da batalha, cujo nome está etimologicamente associado ao do 
Grego Zeus, do Romano Júpiter, do Hindu Dyaus, e Germânico Ziu (todos esses nomes 
significando “deus”, “céu” ou “brilho”), teve a mão decepada pelo lobo Fenrir, mas 
diferente de Zeus, Týr não recuperou sua mão. Deve se notar que isso se deva a 
diferença entre a cultura Grega e Nórdica, onde a primeira gostava da perfeição e 
formas belas, enquanto a segunda era voltada para a guerra e marcas de batalha era 
comum. O Hefesto Grego era visto como feio e era ridicularizado enquanto o Nórdico 
Óðinn tinha um olho que o fazia famoso e temido. 
 
Atena segurando o raio de Zeus. 
http://www.wildwinds.com/coins/greece/sicily/syracuse/pyrrhos/Calciati_176.jpg 
 Zeus era conhecido pela sua glutonia, tal como Þórr, Indra e Hercules. Zeus era 
associado a montanhas e governava o Olimpo, a mais alta montanha da Grécia, Indra 
vivia no monte Meru (onde um antigo texto menciona que isso ficava na Terra, mas não 
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era visto), Þórr era associado à montanha Helgafell (“Montanha Sagrada”) na Islândia. 
Perun também era associado às montanhas. 
 Zeus teve vários casos com deusas e mortais (gerando vários filhos) sendo símbolo de 
virilidade; Indra teve alguns casos com deusas e mortais também, assim como Þórr. 
Embora casado com Sif, Þórr teve um caso com a giganta Járnsaxa e com as dezoito 
gigantas filhas de Öskrúðr. Ainda Freyja e Gríðr tinham uma amizade especial com Þórr 
(Loki acusou Freyja de se deitar com todos os deuses e ela era chamada de antiga amiga 
de Þórr em kenningr e Þórr passou uma noite na casa de Gríðr quando visitou Geirröðr). 
Perkūnas aparece como esposo de algumas deusas como Saulė, Laumė e Žemyna. 
 Zeus era pai das Moiras (dependendo da fonte), as fiandeiras do destino, e às vezes 
aparece como subordinado a elas e às vezes não (Zeus Moiragetes, ou seja, “Zeus Líder 
das Moiras”). Zeus tinha dois jarros do destino, num tinha a boa sorte e noutro as 
dificuldades, em sua sabedoria ele mesclava ambos para equilibrar quando determina o 
destino dos homens. Þórr é dito ser pai de nove Nornir (Nornas, as fiandeiras do 
destino, embora existam as três maiores: Urðr, Verðandi e Skuld, outras são ditas serem 
filhas dos Æsir, dos Elfos e dos anões). Þrúðr, a filha de Þórr, aparece como uma 
Valkyrja que é relacionada com as Nornir. Þórr também parece ter controle sobre o 
destino assim como Óðinn quando ambos doam dadivas para Starkaðr decretando o seu 
örlög (destino). Ainda numa saga, Dale-Guðbrandr disse ao rei Ólafr que Þórr tinha 
todo o poder sobre ele nas mãos (indicando poder sobreo destino, tal como no conto de 
Starkaðr). Nas canções folclóricas Letãs Dievs e Laima são os deuses que decretam o 
destino dos homens. Laima é uma das deusas do destino e da maternidade, as outras são 
Dēkla, Kārta e Māra. 
 A quinta-feira era dia sagrado dos deuses do céu e do trovão: Zeus (Hēmérā Diós), 
Júpiter (Diēs Iovis), Þórr (Þórsdagr e Torsdag), Þunor (Þunresdæg), Þonar ou Donar 
(Donnerstag), Perkūnas (Peründan na língua dos Eslavos Polábios e Perkūnas diena na 
Lituânia). A quinta-feira era tão sagrada na Suécia que não era permitido fiar ou cortar 
ao entardecer, o lar deveria ser limpo e permanecer assim porque Þórr visitaria o local 
segundo o folclore. Na Estônia a quinta-feira era mais sagrada que o domingo. 
 A runa Hagall (hhhh) no poema rúnico Islandês significa “granizo” e ela é associada à 
tempestade com granizo. O manuscrito IB 299 4to chama a runa Hagall de “Hlyrnir 
Þruma” (“Estrondo de Trovão do Céu”) e o manuscrito Lbs 1349 4to de “Himna Grjót” 
(“Rocha Celeste”) e “Himens Dunur” (“Barulho Trovejante do Céu”) e o manuscrito 
AM 413 chama de “Skot” (“Tiro/Míssil”) e “ Sinður” (“Faísca/Brilho”). O manuscrito 
NKS 1867 possui a descrição da runa Þurs (DDDD) e uma de suas variantes é a forma de 
Hagall (hhhh) e chamada de “Þunðar Bróðer” (“Irmão do Trovão”). O Símbolo Þrumur 
(“Trovão”) aparece ao lado de outros, num manuscrito antigo, usado para proteger-se de 
pragas tais como ratos e raposas. Esse símbolo lembra o raio de Zeus na arte antiga (e 
também o símbolo de outros deuses do trovão ou plantio como o raio de Teshub, o 
Sharur de Ninurta e o Vajra de Indra). 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
12 
 
 
Símbolo Þrumur comparado ao Vajra. http://www.ancientpages.com/wp-content/uploads/2017/04/vajraweapon1.jpg 
 
Zeus segurando o raio. Na primeira imagem Atena nasce de sua cabeça representando a personificação do raio, na segunda imagem 
Zeus segura a arma fatal numa mão e a águia na outra. https://www.theoi.com/Olympios/Zeus.html 
 
Águia de Zeus e o seu raio representados numa moeda antiga. 
https://en.wikipedia.org/wiki/Thunderbolt#/media/File:Greek_Silver_Stater_of_Olympia_(Elis).jpg 
 O poema Haustlöng descreve Þórr conduzindo o seu carro pelo céu indo ao encontro de 
Hrungnir: “Todos os santuários dos falcões (os Céus) encontrava-se em chamas por 
causa do padrasto de Ullr (Þórr), a terra era sacudida pela tempestade de granizo, o 
Ginnunga Vé (Santuário dos Deuses, os Céus) queimava quando o Hofregin (Templo do 
Poder, Þórr) dos bodes do dócil carro ia em direção ao encontro de Hrungnir; - a viúva 
(Jörð) de Svǫlnir (Óðinn) praticamente partia em pedaços - (knáttu ǫll, en Ullar endilág 
fyrir mági grund var grápi hrundin, ginnunga vé brinna þá er hofregin hafrar hógreiðar 
fram drógu - seðr gekk Svǫlnir ekkja sundr - at Hrungnis fundi).”. As nuvens foram 
feitas pelo trio divino Óðinn, Vili e Vé a partir do cérebro do gigante primordial Ymir, e 
Ymir era um gigante de gelo. Þórr é o deus que comanda as nuvens, o tempo e o clima. 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
13 
 
 Palavras Nórdicas relacionadas com granizo começam com “H” (hhhh): hagall ou hagl 
(“granizo”), haglhríð e haglvindr (“tempestade de granizo”), haglkorn e haglsteinn 
(“pedra de granizo”) assim como algumas para tempestade: hríð, hret e hregg. 
 O escudo de Sutton Hoo, datado do século 7, encontrado na Inglaterra e de origem 
Anglo-saxónica, possui os mesmos padrões da insígnia do raio de Júpiter no lado 
interno. Nesse escudo o raio parece ser representando por quatro pares de cabeças de 
águias. Como foi mencionada antes a águia aparece representada em alguns pingentes 
do martelo de Þórr. É interessante notar que o gigante Þjazi transformado em águia 
parece representar o trovão já que quando ele voou atrás de Loki ele produziu um 
poderoso som com o bater de suas asas. 
 
O lado interno escudo de Sutton Hoo. 
https://www.britishmuseum.org/research/collection_online/collection_object_details/collection_image_gallery.aspx?partid=1&asset
id=750385001&objectid=86436 
http://artserve.anu.edu.au/raid1/student_projects/hoo2/shielddrawing2.jpg 
 Já foi encontrado em Valsgärde na Suécia, um escudo do período Vendel muito similar 
ao de Sutton Hoo e datado da mesma época. 
 
O lado interno escudo do período Vendel. http://users.stlcc.edu/mfuller/valsgarde.html 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
14 
 
 A suástica era retratada nos escudos dos personagens das pedras rúnicas e amuletos 
escandinavos provavelmente para invocar o poder do sol ou do trovão, que era o poder 
que as criaturas das trevas mais temem. 
 
Pingentes de Valkyrjur, a do lado direito tem uma suástica entalhada no escudo. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Valkyries#/media/File:Silver_figure_with_hair_and_silver_figure_with_horse.jpg 
 
Escudo de uma Valkyrja com forma similar a suástica. 
http://en.vikingemuseetladby.dk/Media/CropUp/463x260/media/562117/img_5285.jpg 
 
Guerreiro portando escudo com suástica. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Runestones_in_Gotland#/media/File:G_268_Stenkyrka_Lillbj%C3%A4rs_III.jpg 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
15 
 
 Isso parece comprovado pela estrofe 156 do Hávamál: “Eu conheço um décimo 
primeiro: se eu devo na batalha conduzir velhos amigos, abaixo dos escudos eu canto, e 
eles vão com poder salvos para a batalha, salvos da batalha, seja onde for seguro eles 
chegaram”. Usando as runas do Jovem Fuþark e colocando em fila com as estrofes do 
Hávamál, a runa número onze é a Sól (ssss). 
Estrofes Jovem Fuþark 
146. "Eu conheço encantamentos que a 
mulher do rei não conhece e nem os filhos dos 
homens. Ajuda se chama à primeira, e que te 
ajudará contra discussões e angústias e todo 
tipo de tristeza." 
f 
147. "Eu conheço um segundo que é 
necessário para os filhos dos homens, para 
aqueles que desejam viver como curandeiros." 
u 
148. "Eu conheço um terceiro: se eu tiver 
grande necessidade de encadear meus 
inimigos, eu faço a espada dos meus 
adversários embotar, as lâminas das armas 
não cortam nem as clavas." 
q 
149. "Eu conheço um quarto: se homens 
colocarem cadeias em meus membros, assim 
eu canto, eu posso andar, as correntes pulam 
fora de meus pés, e os laços das mãos." 
o 
150. "Eu conheço um quinto: se eu vejo o 
perverso atirar a lança através do povo, ela 
não pode voar com tal força que eu não possa 
para-la, se eu vê-la com o olhar." 
r 
151. "Eu conheço um sexto: se um guerreiro 
me ferir com as raízes de uma árvore forte, e 
esse homem que declarou me odiar, ele será 
devorado pela dor e não eu." 
k 
152. "Eu conheço um sétimo: se eu vejo o 
fogo aumentar ao redor do salão dos meus 
companheiros de banco, ele não queimará 
com tal ardor que eu não possa salva-los; 
eu posso cantar esse feitiço." 
h 
153. "Eu conheço um oitavo, que para todos é 
proveitoso: onde o ódio se levanta entre os 
filhos do rei, isso eu posso imediatamente 
acalmar." 
n 
154. "Eu conheço um nono: se eu estou com 
dificuldades para salvar meu navio das ondas, 
eu acalmo o vento sobre as ondas e adormeço 
todo o mar." 
i 
155. "Eu conheço um décimo: se eu vejo 
feiticeiras, brincando no ar, eu trabalho de tal 
modo que elas perdem o caminho de retorno 
para seus corpos em casa, para seus espíritos 
em casa." 
A 
156. "Eu conheço um décimo primeiro: se eu 
devo na batalha conduzir velhos amigos, 
abaixo dos escudos eu canto, e eles vão com 
poder salvos para a batalha, salvos da batalha, 
seja onde for seguro eles chegaram." 
s 
157. "Eu conheço um décimo segundo: se eu 
vejo sobre o alto de uma árvore um homem 
enforcado balançando, de tal modo eu entalho 
t 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
16 
 
e nasrunas eu pinto de modo que o homem 
caminha e fala comigo." 
158. "Eu conheço um décimo terceiro: se eu 
sobre um jovem homem borrifar água, 
ele não cairá, embora ele venha para a 
batalha: esse homem não morrerá pela 
espada." 
b 
159. "Eu conheço um décimo quarto: se eu 
devo perante os homens enumerar os Tívar, 
Æsir e Álfar, eu conheço a distinção de tudo; 
poucos tolos podem tanto." 
m 
160. "Eu conheço um décimo quinto que 
Þjóðrerir cantou, o dvergr, diante as portas de 
Dellingr: ele cantou poder para os Æsir e 
coragem para os Álfar, entendimento para 
Hroptatýr." 
l 
161. "Eu conheço um décimo sexto: se eu 
desejo de uma sábia donzela possuir toda sua 
afeição e prazer, a mente, eu transformo, da 
donzela de alvos braços e eu transformo todo 
o pensamento dela." 
y 
162. "Eu conheço um décimo sétimo que 
nunca me evitará a jovem donzela. Desses 
encantamentos você será capaz, Loddfáfnir, 
que por muito tempo faltou a você ter; 
não obstante bem virá para você, se você 
obtê-los, beneficio se você compreende-los, 
necessário se você recebe-los." 
? 
163. "Eu conheço um décimo oitavo, que eu 
nunca ensinei para a donzela nem para a 
esposa do homem, tudo é melhor quando 
apenas um sabe; assim termina as canções, 
a menos que apenas seja aquela em meus 
braços ou minha irmã." 
? 
 
 Vale lembrar que Óðinn, Sól, Ullr e Þórr são associados ao escudo na literatura e nos 
kenningar. Ainda Snorri mencionou que o sol e a lua (sól gunnar = “a Sól(sol) da 
batalha”, vígtungls = “lua da batalha”) podem ser usados para designar “escudo”. O 
mesmo pode ser dito dos olhos: himintungl heila significa “corpos celestes do 
cérebro/cabeça”; stjǫrnum skógar hvarma significa “com suas estrelas da floresta das 
pálpebras/cabeça”; ennileiptr significa “relâmpago da testa”. O palácio de Óðinn, o 
Valhöll, possui o teto revestido de escudos, ainda Svǫlnis salpenningi significa “a 
moeda do salão de Svǫlnir/Óðinn” (escudo). A Sól possui o escudo Svalinn que protege 
a Terra do calor. O escudo é chamado de skip Ullar, ou seja, “navio de Ullr” em 
Kenningr. Þórr segurou Þjálfi no escudo segundo o Þórsdrápa quando eles estavam indo 
até Geirröðr, Þórr matou Hrungnir que estava sobre o próprio escudo. Sobre os olhos 
será discutido mais adiante. 
 Alias o deus do trovão tinha conexões solares (e com a luz) em várias religiões antigas 
como Zeus, Perkūnas e Indra. O sol era chamado de “Olho de Zeus” pelos Gregos e ele 
tinha o título de “Zeus Tallaios (Zeus Solar)” em Creta que era um equivalente ao Hélio, 
deus do sol. Indra aparece ao lado de Surya nos hinos védicos, sendo o último o deus do 
sol. Perkūnas é associado à deusa do sol Saulė. Teshub era casado com a deusa sol 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
17 
 
Arinna. Hércules é associado ao sol. O Þórr Escandinavo também é associado ao sol, 
mas de forma sutil. Segundo os poemas Grímnismál e Helgakviða Hundingsbana II o 
Valhöll fica no oeste. É dito que Þórr sempre vai ao leste para matar gigantes e trolls e 
retorna para o lar em Ásgarðr (que fica no oeste). Isso simboliza a jornada do sol pelo 
céu. O raio solar da Sól petrifica os anões (Alvíssmál) e os trolls (folclore Escandinavo) 
assim como o martelo de Þórr destrói essas criaturas. A suástica é a soma de duas runas 
Sól (ssss) e ela é conhecida como Þórshamarr (“Martelo de Þórr”) na Islândia. Assim a 
roda solar do carro da deusa Sól é associado ao martelo de Þórr girando no ar. O escaldo 
Bragi confirma que um troll é inimigo da “roda do céu”, que é o sol (a Sól). Olaus 
Magnus contou que Þórr era representado com uma coroa com doze estrelas sobre a 
cabeça. Os olhos de Þórr e seu brilho ardente (loga) são associados à lua em kenningar: 
tungl brá e inmáni, ou seja, “lua da sobrancelha” = olhos. E a cabeça de Þórr é 
relacionada com o céu: hám himinn, ou seja, “alto do céu”. 
 
Arte feita por Marcio A. Moreira 
 No manuscrito Nks 1867 4to de 1760 Þórr é representado com uma estrela com doze 
raios e o crânio de Jörmungandr na cabeça. 
 
Þórr com seu martelo e cetro representado com estrela de doze raios na cabeça. 
https://myndir.uvic.ca/doc.htm?id=Nks1867-094v&find=&kwId=ThoR01 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
18 
 
 Na tumba de Kivik podemos ver a roda solar ao lado do machado, esses dois símbolos 
aparecem em petróglifos da Idade do Bronze Escandinavo. A tumba de Kivik está 
localizada na Suécia. 
 
A roda solar ao lado do machado. https://en.wikipedia.org/wiki/The_King%27s_Grave#/media/File:Glaubach_kivik_grave_02.jpg 
 Adam de Bremen cita numa passagem que os Suecos pagãos de Uppsala invocavam 
Þórr em caso de praga ou peste e curiosamente ele menciona que o deus segurava o 
cetro. É possível que por ter o cabo curto, Adam interpretou o martelo como cetro. Þórr 
é chamado de Herþrumu Gautr no poema Þórsdrápa significando “Guerreiro do Trovão 
de Gautr (Óðinn)”, nota-se a associação desse deus com a runa Hagall e o trovão, tal 
como o antigo manuscrito citado na pagina 11 associa as runas Hagall e Þurisaz. 
 O amuleto em forma de martelo encontrado em Lolland, Dinamarca, diz: “Isso é um 
martelo (Hmar x is/hmarhmarhmarhmar x isisisis)”. 
 
Martelo de Þórr do séc. 10, Lolland, Dinamarca. https://forskning.no/arkeologi/2014/06/hvis-du-var-i-tvil-tors-hammer-er-en-
hammer 
 O feitiço do Hávamál da estrofe 152 também conecta a runa Hagall (hhhh) com fogo, se 
colocarmos as estrofes do poema em comparação com as runas do Jovem Fuþark (veja 
coluna da pagina 15). A palavra hamarr no Nórdico Arcaico significa “martelo” e 
também “pedra” e começa com “H” (hhhh). O Mjöllnir embora de etimologia incerta 
geralmente entendesse o seu significado como “esmagador” ou “triturador”. Embora o 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
19 
 
Skáldskaparmál afirme que o martelo foi fabricado de ferro (járn), devemos entender 
que pedra e martelo eram usados para esmagar objetos. 
 Zeus Georgius (“Agricultor”) era venerado na Grécia no dia 23 de Abril, e os Romanos 
faziam o mesmo com Júpiter neste mesmo dia. O antigo templo de Birutė Hill em 
Palanga conecta Perkūnas com cálculos astronômicos e observações do sol, da lua, dos 
solstícios e equinócios, especialmente no dia 23 de Abril. No antigo calendário Islandês 
o primeiro dia de Verão começava especificamente numa quinta-feira (dia de Þórr, 
Þórsdagr) entre os dias 9-15 do calendário Juliano e entre 19-25 de Abril no calendário 
Gregoriano. Essa data associa esses deuses do clima com a fertilidade e plantio. É 
interessante notar que isso conecta o calendário dos povos Gregos, Romanos, Bálticos e 
Islandeses. O cronista Jerônimo de Praga contou sobre um martelo forjado pelo ferreiro 
Televelis (Teljavel) que era usado pelos sinais zodiacais na libertação do sol (Jonas 
Vaiškūnas apontou possíveis sinais do zodíaco num largo vaso de madeira usado na 
Lituânia no século 16). Os Lituanos adoravam um enorme martelo. Os Lapões e Sámi 
adoravam um martelo similar relacionado à Horagalles (Bo Sommarström pesquisou os 
tambores do povo Sámi dos séculos 17 e 18 e suas possíveis relações com estrelas e o 
zodíaco, alguns deles eram relatados à Horagalles). Ainda Saxo menciona martelos de 
tamanho incomum adorado pelos Suecos. As casas dos deuses no poema Grímnismál, 
que pode ter conexão zodiacal, começa com Þórr. No folclore Bielorrusso a estrela 
Polaris é chamada de Gvozd (“Prego”), Zorny Kol (“Estrela do Pilar”) e Stazhar (era 
dito que a Via Láctea era vista como um pilar com essa estrela no topo). Num conto é 
dito: “... ele martelou um prego no céu, acendeu um fogo...”. Isso é muito similar ao 
Reginnaglar dos Nórdicos, onde havia a imagem de Þórr numa coluna usada para 
adoração e o ritual xamânico de Horagalles que tinha um prego na cabeça onde se tirava 
fogo. Como dito antes Widukind associa um pilar representando os deuses Marte 
(Wodan),Hercules (Þunor) e Sol ou Apolo (Sól?) numa coluna adorada pelos Saxões. 
Provavelmente essa recordação deve ter alguma relação com Piarun (Perkūnas/Perun). 
A constelação de Dragão/Draco era conhecida como Zmej (“Serpente”) e é dito que São 
George (Yuri) matou o dragão e o atirou ao céu. É muito provável que seja um eco do 
confronto entre o deus do trovão versus a serpente no Báltico. Isso nos faz pensar no 
Irminsul (“Grande Pilar”) dos Saxões também. Jacob Grimm conecta Jörmungrund 
(“Solo Grandioso”, a Terra, citada no Grímnismál) e Jörmungandr (“Grande Monstro”, 
a Serpente Miðgarðr) com o nome Irmin. No poema Hrafnagaldr Óðins Jörmungrund é 
associado ao norte onde tem a raiz da árvore Yggdrasill. Irmin corresponde à Jörmunr 
que é um dos nomes de Óðinn. Nesse esquema podemos entender que o deus céu 
Jörmunr/Óðinn é relacionado com a deusa terra Jörmungrund/Jörð e unidos pelo pilar 
Irminsul/Yggdrasill circulado pela serpente Jörmungandr. É uma cosmovisão do 
universo unido, protegido por Þórr, filho do céu e da terra, que mantem esse pilar 
enfrentando a serpente. 
 Þórr tem um olhar terrível e mortífero segundo as fontes: isso aconteceu quando Þjálfi 
quebrou o osso do bode do deus (o pai de Þjálfi quase foi morto, mas então ele implorou 
misericórdia e o deus se apiedou levando seus filhos como compensação), quando Þórr 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
20 
 
e Jörmungandr se encararam na pescaria, quando o gigante Þrymr se assustou com os 
olhos de fogo de Þórr (disfarçado de Freyja), e quando Guðbrandr contou que Þórr 
poderia dissolver a vontade do deus cristão de Ólafr e transformar ele e seus homens em 
nada apenas olhando para eles. Tal habilidade Þórr pode ter herdado de seu pai Óðinn já 
que ele era chamado de Báleygr que significa “Olho Flamejante”. Com certeza isso 
deve ser uma referência ao relâmpago e raio que sai de seus olhos. Isso parece ser 
confirmado no poema Húsdrápa onde é dito que olhos de Þórr brilhavam e disparam 
raios (“Innmáni skein ennis öndótts vinar banda; áss skaut oegigeislum orðsæll á men 
storðar/O Máni (Lua) da sobrancelha (os Olhos) do formidável amigo (Þórr) dos Bönd 
(Deuses) brilhava; o renomado Áss (Deus) disparava raios terríveis dos olhos no colar 
da terra (Jörmungandr)”). Perun é descrito com olhos de fogo e quem olhasse em 
Perkūnas morreria. Zeus podia produzir relâmpagos de seus olhos também. A Suástica é 
símbolo de Þórr e Perkūnas e são conhecidas respectivamente como Þórshamarr 
(“Martelo de Þórr”) e Perkūno Kryžius (“Cruz de Perkūnas”). Þórr, Zeus e Júpiter, e 
Perun ainda possuem algo mais em comum: o calor que emanam. Quando Þórr anda na 
sua carruagem pelo céu faz o firmamento arder em chamas. Zeus quando visitou Sêmele 
com sua glória divina incinerou ela com seus raios. Júpiter temeu queimar o éter com 
seus raios no grande diluvio. Perun andava na sua carruagem ardente. Héracles foi 
queimado no Monte Oeta e ele foi identificado com a divindade Fenícia Melqart que era 
associado ao culto do fogo. Nas Dionisíacas o Héracles Tírio (de Tiro, da Fenícia) foi 
associado ao brilho do sol, a luz e ao crescimento da vegetação (ele ainda é chamado de 
“Príncipe do Fogo”). Lembrando que a interpretação e identificação entre panteões 
diferentes embora nem sempre acertados possuam algo comum para tal. Porfírio explica 
que o nome de Hera tem relação com o ar (aer) e ao poder dessa deusa, o mesmo é dito 
por Isidoro de Sevilha. Isso faria Héracles um deus do ar e dos fenômenos atmosféricos 
(?). 
 Zeus é associado à constelação da Ursa Maior tal como Þórr e Perun (o Grande Carro 
dessa constelação). Para os Gregos, Calisto era uma ninfa perseguida por Hera por ter 
atraído a atenção de Zeus, este por fim a coloca entre as estrelas. Uma velha crônica 
Sueca relaciona Þórr com o Grande Carro da Ursa Maior. No folclore Bielorrusso a 
Ursa Maior é chamada de Illyouo Voz (“Carro de São Elias”) o qual substituiu Perun, 
indicando uma possível origem pagã. 
 Perkūnas era chamado de Dundulis que significa “estrondo” e isso corresponde à 
palavra duna no Nórdico Arcaico significando “estrondo”. A palavra duna é relacionada 
à Þórr onde temos as palavras Torden em Dinamarquês e Norueguês (Bokmål), ou seja, 
“Estrondo de Þórr”. A palavra Nórdica “dundi”, de dynja, significa “trovejou” e no 
poema Haustlöng é relacionada ao estrondo que Þórr faz ao andar pelo céu na sua 
carruagem. Þórr geralmente é descrito como sendo ruivo (Rauðs Þáttr Hins Ramma do 
Flateyjarbók, Eiríks Saga Rauða e Flóamanna Saga) tal como Indra é descrito, mas 
Snorri diz que ele tinha cabelos dourados (louro?) no prólogo da Edda em Prosa. Perun 
adorado em Kiev é descrito tendo barba dourada e cabelos de prata, enquanto o Perkūns 
tem a barba negra e aparência assustadora. Zeus, segundo Homero, tinha sobrancelhas 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
21 
 
negras, e consequentemente cabelos e barba negra, talvez por alusão as nuvens negras 
de tempestade (na maioria das vezes Zeus aparece com cabelos negros nos vasos 
antigos). Hilda R. E. Davidson sugeriu que a barba vermelha de Þórr seria uma alusão 
ao céu avermelhado que é presságio de tempestade (ou seria uma alusão ao fenômeno 
Sprites geralmente descrito na cor vermelha?). Os cabelos de prata de Perun pode ser 
uma alusão às nuvens. Quando Þórr teve o martelo roubado por Þrymr é dito que sua 
barba tremia e seu cabelo se movia, numa saga Þórr sopra sua barba para gerar 
tempestade. A barba de Indra também se move quando ele está agitado e o mesmo é 
dito sobre Zeus. 
 
Sprites na cor vermelha. https://hypescience.com/10-fenomenos-eletricos-estranhos-encontrados-na-natureza/ 
 
Pequena estatueta encontrada na Islândia que pode representar Þórr com seu martelo, a posição de como ele agarra a arma que 
cresce de sua barba lembra muito os fenômenos Sprites e o raio de Zeus e outros deuses. 
https://www.jehsmith.com/.a/6a00d83453bcda69e20168eb9e33c4970c-320wi 
 Como foi dito antes a barba de Þórr era relacionada com tempestade então seria natural 
o seu martelo ser associado a ela já que ele representa o relâmpago. 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
22 
 
 O símbolo de Perun (Gromoviti znaci ou “marca do Trovão”) é muito similar a runa 
Hagall (hhhh), ao raio de Zeus e aos fenômenos Sprites. Esse símbolo era usado para 
proteção contra raios. Curiosamente uma forma similar a runa Hagall tinha a mesma 
serventia na Holanda e era conhecida como Donderbezem ou “Vassoura do Trovão”. 
 
Marcas do Trovão de Perun. https://en.wikipedia.org/wiki/Perun#/media/File:Thundermarks.svg 
 
Donderbezem. http://www.tuks.nl/Mirror/reginheim_germanic_mythology/reginheim/dutchlegendsdonar.html 
 Donar é o nome Germânico de Þórr, e isso é provado no dia da semana: a quinta-feira, 
que em Holandês era conhecido como Donresdach e Donderdag e em Alemão era 
chamado de Donnerstag, todos significando “Dia do Donar/Trovão”. 
 Outro mito relaciona Þórr, Héracles e Indra: a recuperação de seus animais roubados 
por uma criatura monstruosa. Héracles teve seus bois roubados pelo Gerião, ele tinha 
três cabeças. Indra e Trita Aptya recuperam o gado de Trisiras ou Visvarupa, Trisiras 
significa “Três Cabeças”. Segundo o escaldo Bragi Þórr recuperou seus animais de 
Þrivaldi que é descrito ter três ou nove cabeças, o nome significa “Três Poderosos”. 
Alias alguns contos sobre Þórr e Héracles são bem parecidos embora o contexto seja 
bem diferente: Þórr matou o enorme boi de Hymir enquanto Héracles capturou o touro 
de Creta, Þórr ganhou um cinto da gigante Gríðr enquanto Héracles conseguiu o cinto 
da amazona Hipólita, Þórr se travestiu para se parecer com Freyja enquanto Héracles se 
travestiu com as roupas de Ônfale. Héracles capturou o cão infernal Cérbero e segurou o 
céu nos ombros no lugar de Atlas. Esses dois feitos são parecidos com outros doisde 
Þórr como será explicado agora. O lobo Fenrir foi preso pelos Æsir enquanto o deus Týr 
mantinha sua mão na boca do monstro segundo o Gylfaginning. No poema Þórsdrápa, 
que é datado do ano 1000, Þórr e Þjálfi são chamados de “os apertadores da Gleipnir” 
(Gleipnis herðar). A placa encontrada em Torslunda em Öland na Suécia parece 
confirmar essa afirmação onde podemos ver Þórr prendendo Fenrir. Nessa placa 
podemos ver claramente que a figura tem duas mãos e numa delas uma luva é 
inconfundível. O homem usa um cinto, tem um machado e olhos fixos. Com base nessas 
características podemos afirmar com certeza se tratar de uma representação de Þórr e 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
23 
 
não Týr como é habitualmente difundido. Isso não tira o mérito de Týr, pois ele 
manteve sua palavra até o fim mesmo perdendo a mão, enquanto Þórr amarrava o lobo. 
Esse parece ter sido o mito original. Nessa representação Þórr tem apenas o bigode e 
esse feito pode ter sido na juventude do deus. 
 
Þórr prendendo Fenrir, o deus tem seus símbolos: o machado, o cinto, a luva e olhos fixos. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Torslunda_helmet_plate_patrices#/media/File:Bronspl%C3%A5t_4_fr_Torslunda_sn,_%C3%
96land_(Stjerna,_Hj%C3%A4lmar_och_sv%C3%A4rd_i_Beovulf_(1903)_sid_103).jpg 
 Outra evidência aponta para essa identificação, essa placa foi achada em Torslunda que 
era conhecida como Thorslundom desde 1283 indicando que era um local relacionado 
com Þórr. A palavra lundr significa “bosque” e pode indicar local de culto. 
 Quando Þórr levantou a pata do gato, que na verdade era Jörmungandr, nos desafios de 
Útgarðr-Loki, simbolizou o levantamento do céu tal como fez Héracles no lugar de 
Atlas. Os nove mundos e/ou reinos são unidos pela árvore Yggdrasill e Miðgarðr 
significa “Terra do Meio”. Quando Þórr foi pescar a serpente ele foi a leste de Élivágar 
(Hymiskviða) que fica no fim do céu. Jötunheimr fica no leste. O Gylfaginning 
menciona que Þórr foi a Miðgarðr para pescar. Então provavelmente Jötunheimr e 
Miðgarðr fazem fronteira. O rio Ífingr separa a terra dos gigantes da terra dos deuses. O 
Grímnismál menciona que todos os rios originam de Hvergelmir das gotas que caem 
dos chifres do veado Eikþyrnir. Esses rios correm na terra dos deuses, dos homens e no 
mundo da morte. É muito provável que rios cósmicos imensos separavam esses mundos 
que eram unidos pela Yggdrasill e Jörmungandr. O mais interessante é que a serpente é 
chamada de umgjörð neðan allra landa (“aquele que circula abaixo de todas as terras”), 
allra landa umbgjörð (“cinto de todas as terras”), endiseiðr allra landa (“peixe que liga 
todas as terras”) e er liggr um öll lönd (“aquele que liga todas as terras”) confirmando 
essa teoria. Vale lembrar que Ásgarðr também é conhecida como Ásaland, Vanaheimr 
como Vanaland, Jötunheimr como Risaland e Ymisland. Então land (“terra”) deve ser 
sinônimo de heimr (“mundo”). Quando Þórr moveu a serpente ele moveu o cosmo. 
 O Hercules Magusanos adorado pelos Batavos, que era uma tribo Germânica, pode ser 
uma variante de Þonar/Þórr. Porem a etimologia do nome é problemático: alguns veem 
o nome como de origem Germânica enquanto outros veem como origem Celta. Esse 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
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deus possui o cão Cérbero na sua iconografia. Na interpretação do nome Magusanos 
como sendo de origem Celta é “Velho Jovem” ou “Rapaz Velho”, e o Ogmios Gaulês 
que é identificado com o Hercules por Luciano de Samósata é descrito como velho e 
careca cuja aparência lembra muito mais Caronte o barqueiro do Hades do que com o 
herói. E o Hercules Magusanos representado nas moedas e pedras votivas é sempre 
musculoso e vigoroso. Mas devo mencionar que o Héracles era representado ora jovem 
(sem barba) ora mais maduro (com barba) na arte Greco-romana. Perun descrito como 
um deus poderoso possui os cabelos grisalhos como foi dito antes. Þórr é chamado de 
Atli (de Attila = “Paizinho?”, do Nórdico ætt ou átt = “família” e do Gótico atta = “pai” 
ou “antepassado”) que é interpretado como “Ancestral” por Jacob Grimm embora 
provavelmente signifique “Terrível” (do Nórdico Arcaico atall), contudo sua descrição 
é de um jovem alto, vigoroso e de cabelos e barba vermelha. Na interpretação do nome 
Magusanos como sendo de origem Germânica é “Poderoso” aproximadamente. Þórr é 
chamado de Þróttöfligr (“Poderoso”), Þrúðugr Áss (“Deus Poderoso”), e Þrúðvaldr 
Goða (“Poderoso Líder dos Deuses”). O filho de Þórr, Magni, é o deus da força e o 
nome significa “Poderoso” ou “Força”. O nome da filha de Þórr, Þrúðr, significa 
“Poder”. Þórr vive em Þrúðheimr (“Mundo do Poder”) ou Þrúðvangr (“Campo do 
Poder”) e seu martelo também é chamado de Þrúðhamarr (“Martelo Poderoso”). 
 
Inscrição de origem Batava dedicada ao Hercules Magusanos: MAGUSANO HERCUL(I) SACRU(M) FLAVS VIHIRMATIS 
FIL(IUS) (S)UMMUS MAGISTRA(TUS) (C)IVITATIS BATAVOR(UM) V(OTUM) S(OLVIT) L(IBENS) M(ERITO). 
(“Consagrado para Magusanos Hercules: Flavus, filho de Vihirmas, o supremo magistrado da comunidade dos Batavos, fez o seu 
voto voluntariamente e merecidamente”). https://vici.org/vici/316/ 
 Héracles matou duas serpentes enviadas por Hera quando criança e Þórr tomou a forma 
de um jovem rapaz quando ele foi até Hymir pescar Jörmungandr. Héracles e Dionísio 
tiveram uma competição de bebida que lembra o desafio que Útgarðr-Loki impôs a 
Þórr. Magni também realizou uma grande façanha ainda infante: ele levantou a perna do 
gigante Hrungnir que estava sobre Þórr. 
 Héracles carregava consigo um arco e flechas, e o mesmo é dito sobre Perun, e um dos 
kenningar de Þórr no poema Þórsdrápa é “tvíviðar tollur”, ou seja, “viga do arco” que 
quer dizer “arqueiro”. Indra também carrega um arco. Perun ainda leva consigo uma 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
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lança e o Þórsdrápa menciona que Þórr carregava essa arma. A lança é a arma 
especialmente de Óðinn. 
 Þórr lutou contra Elli, a velhice, nessa luta Þórr tocou um joelho no chão e Hercules 
aparece com um joelho tocando o chão vencido por Cupido segundo uma pedra gravada 
antiga. Cupido aparece com os atributos de Hercules na arte antiga. A derrota de 
Hercules nas mãos de Cupido simboliza o amor vencendo a força, esse mito é associado 
ao amor do herói por Ônfale, onde os dois aparecem com trajes trocados na arte. A 
constelação de Héracles era conhecida como Engonasin que em Grego significa 
“homem de joelhos” ou “ajoelhado”. 
 
Hercules vencido por Cupido segundo pedra gravada antiga. 
 Os antigos mencionam vários heróis chamados Héracles nas mais variadas nações do 
mundo. Segundo Diodoro e Heródoto o mais antigo era o Héracles Egípcio (Som ou 
Chon), filho de Zeus (Amon). Heródoto relatou que o Héracles Egípcio era mais antigo 
que o Grego, mas que os Egípcios o associavam ao Héracles Fenício como a fonte 
original das tradições. O mesmo é dito de Júpiter, segundo Marco Túlio Cícero, que 
havia três deuses chamados de Júpiter. 
 Þórr, Teshub, Indra e Héracles possuem algo mais em comum: o gigante de pedra 
relacionado ao poder telúrico: Hrungnir, Ullikummi e Anteu. Hrungnir era um gigante 
que tinha a cabeça e coração de pedra, e usava um pesado escudo de pedra. Ele era 
forte. Ele foi a Ásgarðr e acabou por desafiar Þórr, ele ameaçou destruir esse local e de 
levar o Valhöll e as deusas Freyja e Sif com ele para Jötunheimr. Os gigantes fabricam 
um gigante de barro com o coração de uma égua chamado Mökkurkálfi que tinha nove 
milhas de altura e três de largura abaixo dos braços. O combate foi no local chamado 
Grjóttatúnagarðr, uma montanha. Hrungnir e Mökkurkálfi esperavam Þórr no local do 
duelo com uma pedra de amolar nas mãos e acima de seu escudo, graças ao conselho de 
Þjálfi (o poema Haustlöng narra que os Bönd/Deuses e as Dísir/Deusas desejaram isso). 
Þórr apareceu entre raios etrovões e isso assustou o gigante de barro fazendo o suar. 
Þórr e Hrungnir atiram suas armas um contra o outro, mas o martelo do deus destrói a 
pedra de Hrungnir indo de encontro a sua cabeça despedaçando-a, dando origens às 
pedras afiadas da terra. Þjálfi venceu Mökkurkálfi facilmente. Hrungnir caiu sobre Þórr. 
Mas o deus é socorrido por seu filho Magni. Ullikummi foi gerado por Kumarbi e uma 
rocha para destruir seu filho Teshub. Ullikummi cresceu prodigiosamente nove mil 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
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léguas ameaçando os deuses. Uma deusa é enviada para seduzi-lo, mas não consegue. 
Depois que seus pés são separados da terra, ele é derrotado por Teshup e ele cai. Trisiras 
(que mais lembra Gerião) foi criado por Tvastr para se vingar de Indra, ele fica imenso 
ameaçando o universo. Indra ordena as ninfas Apsarases para dançar na frente dele para 
seduzi-lo, mas ele resiste. Então Indra o destrói com um relâmpago e ele cai como o 
topo de uma montanha. Héracles durante suas jornadas encontrou com o gigante Anteu, 
filho de Gaia e Poseidon, e ele tinha prodigiosa força contanto que estivesse em contato 
com sua mãe, a terra, que ele costumava testar com viajantes. Ele fez um templo a seu 
pai com os crânios dos inimigos vencidos. Durante o combate Héracles percebeu (com a 
ajuda de Atena) que não adiantava vencer Anteu quando era derrubado no chão ele 
voltava renovado, então ele ergue Anteu no ar e o sufoca nos braços. Anteu vivia no 
deserto da Líbia (referia-se à região oeste do Nilo geralmente correspondendo às 
Montanhas Atlânticas segundo Diodoro). Essa vitória de Héracles é assistida pelos 
deuses. 
 Zeus tem outras semelhanças com Þórr também: Prometeu enganou Zeus algumas 
vezes (roubando a fagulha do carro do sol e dando aos homens, e ele ofereceu pura 
gordura a Zeus para testar sua clarividência), mas também o ajudou (contado que o filho 
que nascesse de Tétis seria maior que o pai) e Loki enganava Þórr (ele levou Þórr até 
Geirröðr, ele fez Þjálfi quebrar o osso da pata do bode do deus) e também o auxiliava 
(ele trouxe os tesouros dos deuses, ele foi com Þórr até Þrymr), porém por causa de suas 
próprias ações maldosas, caso não fizesse isso ele era castigado ou ameaçado (ele teve a 
boca costurada, ele brigou com Heimdallr e perdeu a posse do colar Brísingamen, ele 
foi espancado pelos deuses quando estes descobriram que foi ele a aconselha-los a dar 
Freyja, a Sól e Máni para os gigantes). Zeus depois de ser enganado por Prometeu 
mandou que ele fosse castigado e preso sobre um rochedo onde uma água lhe devorava 
o fígado constantemente até que foi libertado por Héracles com permissão de Zeus. 
Após matar Baldr Loki foi perseguido pelos deuses e foi Þórr quem o capturou, ele foi 
preso num rochedo onde uma serpente vomitava veneno em seu rosto constantemente e 
ficara assim até o Ragnarök. Prometeu e Loki tem mais em comum: a criação do 
homem. Prometeu criou o homem com ajuda de Atena. Loki é identificado com Lóðurr 
nas rímur: Lokur e Þrymlur. Loki e Lóðurr são companheiros de viagem de Óðinn e 
Hœnir (Haustlöng, Regismál e Loka Táttur). Lóðurr, Óðinn e Hœnir aparecem como 
criadores da humanidade na Völuspá. Se Lóðurr é outro nome de Loki então ele ajudou 
na criação dos homens. 
 Júpiter era adorado ao lado de Juno e Minerva em Roma e eles eram conhecidos como 
a trindade do Capitólio. Segundo a Brennu Njals Saga Þórr era adorado ao lado das 
deusas (ou trolls) Þorgerðr e Irpa. Juno e Minerva possuem conexão com fenômenos 
atmosféricos como chuva e raios, o mesmo é dito de Þorgerðr e Irpa. O Capitólio é 
traduzido como Þórshóf pelos Islandeses. Zeus e Júpiter eram sábios e astutos, e há 
evidência de que Þórr também era: ele enganou Hymir tomando a forma de um jovem 
rapaz como já foi dito, ele enganou o anão Alvíss fazendo-o transformar-se em pedra 
com a luz do dia, ele enganou a serpente quando foi pesca-la. Þórr é chamado de 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
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Djúphugaðr (“Profundo Pensador”) no Lausavísur. Loki também é chamado de 
Djúphugaðr no poema Haustlöng e essa divindade era inteligente e astuta. A diferença é 
que Þórr “nunca nutriu traição em seu coração” segundo o escaldo Gamli, enquanto 
Loki é visto como traiçoeiro mentiroso e enganador segundo Snorri. 
 Como foi dito antes Þórr era identificado com Horagalles que era associado a tambores 
xamânicos, e no folclore Sueco Þórr é chamado de Trummslagaren que significa 
“Batedor de Tambor” reforçando essa conexão. Freyja ensinou seiðr para os Æsir 
segundo a Ynglinga Saga e Þórr é dessa raça. Quando Þórr se travestiu de Freyja para 
recuperar seu martelo poderia ser o simbolismo da viagem xamânica onde o deus toma 
o lugar da deusa. O mesmo pode ser dito sobre a viagem de Þórr até Geirröðr. 
 Dyaus é o pai dos maiores deuses Védicos: Ushas, Agni, Indra, Parjanya, Ashvins e 
Surya (dependendo da fonte). Zeus é o pai dos maiores deuses Gregos: Apolo, Ártemis, 
Atena, Ares, Hermes, Hebe, Hefesto, Dióscuros, Moiras, Héracles e Dionísio 
(dependendo da fonte). Enquanto Óðinn é o pai dos maiores deuses incluindo Þórr 
(segundo Snorri e a maioria das fontes Þórr é filho de Óðinn assim como Baldr e Váli, 
mas os outros deuses aparecem como filhos de Óðinn no Skáldskaparmál), Þórr é pai de 
alguns deuses: Magni, Móði, Þrúðr, 9 Nornir (Barlaams ok Josaphats Saga: “en niv 
dœtr segia þeir at hann have att er þeir kalla Nonner”) e Óðinn (Upphaf Allra 
Frasagna: “Odin son Þors”). Ælfric nos seus sermões para combater o paganismo nas 
ilhas Britânicas menciona deuses Romanos que ele identifica com deuses Escandinavos 
(a religião dos invasores Dinamarqueses). Ele declara que Þórr era outro nome de 
Jove/Júpiter, Óðinn de Mercúrio e Frigg de Vênus, ele ainda cita outros deuses como 
Minerva, Marte, Juno e Saturno. Embora ele não concorde com a genealogia (ele 
explica que Jove era pai de Mercúrio em Roma enquanto Þórr era filho de Óðinn e isso 
era contraditório, porém ele não contesta os outros deuses). Ælfric narra que Jove era 
casado com Juno e eles eram pais de Minerva e Vênus, e que Jove havia dormido com 
as duas filhas. Isso é estranho já que a Romana Minerva era uma deusa virgem e talvez 
se trate na realidade de Freyja, contudo para complicar ela era filha de Njörðr nas fontes 
Nórdicas. Outra candidata a essa identificação é Gefjon que é transliterada como 
Minerva nos manuscritos antigos, a genealogia dessa deusa é desconhecida. Týr 
provavelmente é o Marte por causa do dia da semana, ele aparece como filho de Óðinn 
(Snorri) e/ou de Hymir e sua esposa (Hymiskviða), mas para Ælfric ele poderia ser visto 
como filho de Þórr ou ele seguiu a genealogia Greco-romana onde ele era filho de Jove. 
A Frigg identificada com a Vênus aparece como amante de Jove ou Þórr e isso pode 
indicar que Fjörgynn poderia ser outro nome de Þórr (talvez seja essa a alusão que Loki 
se refere no Lokasenna, de que Frigg era amante de Fjörgynn e não sua filha, para poder 
atacá-la). Vale lembrar que gigantes e trolls não ousam falar o nome de Þórr porque ele 
aparece de imediato quando isso acontece, então seria a forma de nomeá-lo sem invocá-
lo. Desse modo Fjörgynn e Fjörgyn seriam Þórr e Jörð. Juno deve ser Sif ou Jörð e 
Saturno talvez Njörðr ou Freyr (na Trójumanna Saga Hin Forna Juno é transliterada 
como Sif, Saturno como Freyr, Júpiter como Þórr, Minerva como Frigg e Gefjon, e 
Vênus como Freyja). Sobre os filhos de Þórr: Magni e Móði poderiam ser as versões 
Similaridades Entre Þórr, Perkūnas, Indra, Zeus e Júpiter por Marcio Alessandro Moreira 
 
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dos Dióscuros, pois ambos são irmãos e Magni é relacionado ao cavalo. Talvez 
houvesse outra genealogia dos deuses Escandinavos ou havia várias versões como na 
antiga religião Greco-romana. 
 Conclusão: 
 Como vimos ao longo desse estudo Þórr, Zeus, Júpiter, Indra e Héracles possuem muito 
em comum. Talvez porque os povosantigos se inspiravam com novas ideias trazidas de 
fora através do comércio, da diplomacia, observação dos costumes de tribos vizinhas ou 
outro fator. Vale dizer que a observação da natureza também pode ser um fator. O raio e 
o trovão eram temidos em praticamente todas as religiões antigas, então seria natural ser 
a arma do deus mais poderoso ou rei dos deuses, e que a chuva fertilizava a terra sendo 
simbolicamente o casamento do deus céu e com a deusa terra. E seu filho seria o grande 
protetor dos homens, e realizador dos maiores feitos. Deve ser levado em conta que nem 
sempre as antigas religiões eram uniformes, elas variavam de acordo com o tempo e de 
região para região. Não podemos ignorar o fato do tempo e espaço entre essas antigas 
civilizações, mas muitas delas passavam sua própria historia oralmente que podem ser 
encontradas através do folclore embora não na sua forma original. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Zeus and Indra: A Comparison by Asha Lata Pandey 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Esse estudo foi feito por Marcio Alessandro Moreira. Tentei manter-me fiel em 
preservar os nomes originais contidos nos poemas originais. ® 2019 
 E-mail: asatruar42@hotmail.com 
 Este trabalho não visa lucro de nenhum tipo, apenas a divulgação da cultura nórdica.

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