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Módulo Patologia

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PATOLOGIA 
BÁSICA + 
 
 
MÓDULO 
Discente: Anna Beatriz Fonseca + Thaís Silva 
MedFTC2020.2 – 3º SEMESTRE – TURMA A – TUT3 
Transcrição aula + Patologia Básica Robbins 
CASOS TUT 
 
 Anna Beatriz Fonseca 
Patologia Básica: 
1- Lesão e morte celular 
2/3 - Acúmulos intracelulares 
4 - Pigmentos 
5 - Inflamação aguda 
6 - Inflamação crônica 
7 - Reparo Tecidual 
8 - Calcificações patológicas 
9/10/11 - Distúrbios hemodinâmicos 
12 - Adaptações celulares 
13 - Neoplasias 
Casos Tut: 
Caso 1 - Diabetes Mellitus 
Caso 2 - Doenças exantemáticas 
Caso 3 - Mononucleose e síndrome do mono-like 
Caso 4 – Síndrome dispéptica 
Caso 5 - Hipertensão 
Caso 6 – Anemia Falciforme 
Caso 7 - Desnutrição 
Caso 8 – Infecção do trato urinário 
Caso 9 - Meningites 
Caso 10 – Hepatites Virais 
Caso 11 - Doença hepática gordurosa não alcoólica 
Caso 12 - Asma 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
 
LESÃO CELULAR 
O tempo inteiro as células são submetidas à estresse/demanda 
aumentada. E inicialmente, sempre que possível, passam por um 
processo de adaptação. Quando a célula não se adapta – seja por 
um estimulo intenso, duradouro ou quando não há capacidade de 
adaptação - ou quando é exposta a estímulos nocivos (hipóxia, 
isquemia, reações imunes, agentes físicos, químicos e infecciosos) há 
lesão celular. Em alguns casos de lesão celular, a célula caminhará 
diretamente para uma apoptose ou terá alterações subcelulares – 
alterações funcionais e morfológicas reversíveis (ex. tumefação e 
degeneração gordurosa) – em que no primeiro momento é possível 
remover o estímulo da lesão e salvar a célula, caso ao contrário, é 
chamado de ponto de irreversibilidade, em que a célula evolui para 
a morte celular, por necrose – morte celular não programada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: Morte celular: Não depende do tipo de agente agressor, 
mas da intensidade e duração da agressão. Que agressão? 
 
 
EVOLUÇÃO DA LESÃO CELULAR 
 
Antes da morte celular, existe o comprometimento de função 
da célula. 
O ponto de irreversibilidade está associado a incapacidade de 
reverter a disfunção mitocondrial – depleção de ATP e aumento de 
EROS pela fosforilação oxidativa – e aos distúrbios da função de 
membrana: Osmolaridade – controle da concentração de solvente 
e soluto entre o meio interno e externo (permeabilidade seletiva) – 
e conteúdos lissosomais – os lisossomos localizam-se em vesículas, 
essas são revestidas por membrana plasmática, e em caso de 
alguma alteração nessa membrana, perde-se o controle do 
equilíbrio da entrada e saída de água e eletrólitos da célula, além da 
perda do controle físico de delimitação. Lembrar também que 
dentro dos lisossomos tem-se as enzimas lisossomais que são super 
lesivas e tem fusão de degradar estruturas. Logo, uma vez que há a 
ruptura da membrana lissosomal, há perda da delimitação e as 
células passam a ser atacadas pelas enzimas lisossomais como se 
fosse um patógeno, gerando a morte celular. 
 Existem alguns sinais morfológicos nas mitocôndrias (=sentinelas) 
que a célula está evoluindo para morte: 
▪ Grande tumefação mitocondrial – aspecto inchado – (falência 
das bombas de íons), perdas das cristas – aspecto regular, liso 
-, depósitos floculares (vacúolos lipídicos), bolhas e solução de 
continuidade da membrana – rupturas. 
CONCEITOS BÁSICOS 
▪ Autólise: Degradação de componentes celulares independente 
do estado de vida (do ser vivo – necrose – ou do ser morto – 
decomposição) por enzimas lisossomais, formando o vacúolo 
autofágico. 
Lesão
Privação 
de 02 
(Hipóxia)
Agentes 
físicos
Agentes 
químicos 
e drogas
Agente 
infeccioso
Reação 
imunológica
Aumento 
de 
demanda
Desequilíbrio 
nutricional
Alterações 
genéticas
Perda da função 
celular
Morte celular
Alterações 
ultraestruturais
Alterações 
microscópicas
Patologia 
 
Patologia 
 
Célula normal 
(Homeostase) 
Adaptação Lesão celular 
Incapacidade de se adaptar 
Apoptose 
Alterações 
subcelulares 
Lesão celular 
reversível Necrose 
Ponto de irreversibilidade 
Estresse, demanda 
aumentada Estímulos nocivos 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Autofagia: Digestão dos próprios componentes celulares por 
hidrolases de organelas senescentes fundidas com lisossomos 
(autofagolisossoma) com a célula viva, a fim de 
reaproveitamento e renovação de componentes moleculares 
(mecanismo de sobrevivência). Costuma ser reversível. 
 Necrose Apoptose 
Conceito Maior via de morte 
celular, passiva em 
energia 
Morte celular 
ativa (depende 
de energia) 
Consequência 
de 
Perda da integridade 
da membrana e 
evasão de enzimas 
lisossomais 
Dano ao DNA – 
Vírus, neoplasias, 
erros genéticos 
Pato/Fisio Sempre patológica Patológica ou 
fisiológica 
NECROSE 
Não pode ser entendida como sinônimo de morte celular, pois 
é um tipo de morte de celular. 
É a maior morte celular no individuo vivo seguido de autólise, 
consequência de perda da integridade da membrana e evasão de 
enzimas lisossomais em quadros de isquemia (falta de ATP), 
exposição a agentes químicos tóxicos, resposta imunológica danosa 
ou traumas. Na necrose a célula ao romper, o conteúdo caminha 
para o meio externo e isso desencadeia uma inflamação, que 
desencadeia alterações vasculares, produção de mediadores, além 
de chegar mais células para intervir causando uma resposta. 
▪ Morfologia: 
o Eosinofilia (rosa) intensa: Com a morte da célula, haverá a 
degradação do material genômico causada por perda do RNA 
ribossômico – perda de basófila – e desnaturação de proteínas 
e ácidos nucleares; 
o Aparência vítrea – perda de glicogênio – no início (aspecto de 
cor clara), que evolui para processo granuloso (digestão de 
organelas) que é quando começa o processo de autólise; 
o Degradação nuclear; 
o No final, há locais na necrose, conhecido Figuras de mielina, 
que são massas de fosfolipídios, que são o resto de membrana 
daquela célula. Ocorre tanto dentro de macrófagos quanto 
solto no interstício. 
o Alterações do núcleo tanto na necrose como na apoptose: 
▪ 1ª – Picnose: Condensação do núcleo – cromatina 
nuclear com encolhimento e basofilia (azul) intensa; 
▪ 2ª – Cariorrexe: Fragmentação do núcleo picnótico; 
▪ 3ª – Cariólise: Dissolução ou perda nuclear 
(esmaecimento da basofilia - DNase). 
Em uma mesma lâmina é possível encontrar diferentes estágios do 
núcleo em diferentes células. 
 
Analisando lâminas: 
 
Na 1ª imagem é possível identificar na 1ª seta picnose e mais 
abaixo cariólise, e na 2ª imagem cariorrexe. 
PADRÕES DA NECROSE TECIDUAL 
1. Necrose de Coagulação: 
Mais frequente; inicia-se com área esbranquiçada e firme e com a 
arquitetura básica preservada por alguns dias. Ocorre devido a 
uma hipóxia ou isquemia (exceto no tecido cerebral → necrose por 
liquefação), sendo determinada pela desnaturação das proteínas 
lissosomais, que impede a proteólise (hidrolise das proteínas) – não 
tem autólise – e assim a forma microscópica é inicialmente 
mantida, até que há destruição nuclear, prosseguida pela ação de 
leucócitos para digestão e os restos são removidos por fagocitose. 
Infarto renal 
Primeiro permanece como um “fantasma” e depois é removido por 
fagocitose. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ A gangrena é uma forma especial/em evolução de necrose 
isquêmica pela ação de agentes externos como bactéria e o ar, 
etc. 
Existem três tipos de gangrena: 
o Gangrena seca: A área que sofreu necrose de coagulação 
sofre mumificação no tecido morto. Geralmente está 
associada a ocorrência por toxinas e baixa temperatura e 
envolve as extremidades do corpo – o sangue flui do 
centro para as extremidades –. Aspecto da pele seco e 
enrugado (perda de água), com coloração negra 
(alterações dahemoglobina). Necrose instantânea. 
Curiosidade: Pode acontecer gangrena seca em pé diabético – 
lesão de vaso e isquemia das extremidades –, normalmente em 
lugares mais frios. 
 
o Gangrena úmida: Área da necrose de coagulação que 
sofre liquefação por bactérias anaeróbicas saprófitas – 
produtoras de fosfolipases e enzimas proteolíticas – São 
bactérias que em tecido vivo não causam dado, mas em 
tecido morto causam edema, bolhas, aparência 
"molhada" e amolecida (digerido), de cor marrom 
avermelhada, que pode haver produção de gás com odor 
pútrido (queimaduras severas, ferimentos, frio extremo, 
feridas diabéticas nos pés ou dedos, pneumonia por 
aspiração, etc.). 
 
o Gangrena gasosa: Necrose com bactérias anaeróbias 
(Clostridium perfringens e Clostridium septicum), 
podendo atingir músculos, que pode acumular gás, 
exsudato, e sangue e se torna vermelha escuro ou preta. 
A necrose é mais comum em animais de produção (bovino, suínos, 
equinos). Nos seres humanos, geralmente, acontece por uma ferida 
penetrante profunda, por um objeto enferrujado ou infectado pelas 
bactérias, e caso a limpeza da ferida não for feita de maneira 
adequada, haverá restrição da chegada de oxigênio que irá 
favorecer a proliferação das bactérias anaeróbias, e essas produzir 
gases, que caracteriza a necrose. 
 
2. Necrose liquefativa: 
Observada principalmente em órgãos sólidos em situações de 
infecções bacterianas e fúngicas, com exceção do cérebro: único 
tecido do corpo que ao sofrer hipóxia, sem a presença de nenhum 
patógeno, sofre a necrose liquefativa. 
1) Hipóxia: Privação de O2; 
2) Necrose liquefativa - os neutrófilos são os principais 
responsáveis pela liquefação, pois são eles que liberam as 
enzimas líticas que atuam no ato –, formando uma 
massa residual amorfa geralmente composta por pus 
gerado pelas enzimas leucocitárias ou hidrolíticas de 
células inflamatórias. Essa necrose é denominada 
malácia; 
3) Fagocitose: Célula Gitter, são macrófagos que ingerem as 
células necróticas e restos de mielina degenerada, logo, 
aumentam de tamanho e possuem acúmulo gorduroso 
por dentro. 
O aspecto macroscópico e a consistência no SNC: mole, semifluida 
ou liquefeita, e microscopicamente é observado a destruição 
completa das células. 
 
Na imagem acima, o círculo indica o local de uma lesão isquêmica 
(hipóxia). O local, ao invés do aspecto esbranquiçado e mais rígido 
– o esperado em uma necrose de coagulação – tem um buraco, esse 
indica que foi liquefeito. Ao precisar fazer o exame e cortar o cérebro 
o líquido presente no buraco, extravasou. 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
 
A seta acima aponta para uma célula Glitter – macrófago. 
3. Necrose caseosa: (queijo -caseína). 
Geralmente está associada a fungos – ex.: Mycobaterium bovis, 
Corynebacterium) – formando grupo de células fragmentadas, 
com restos granulares (material amorfo rósea), formando focos de 
inflamação crônica (granulomas), que posteriormente se calcificam 
(o material amorfo – o que é formado pela ação das bactérias – 
atrai íons de cálcio por carga elétrica e se liga a eles, então, os íons 
acabam se depositando e formando sais de cálcio gerando 
calcificação). 
Tuberculose pulmonar 
4. Necrose gordurosa (Esteanecrose): 
Acontece no tecido adiposo, comum na pele (hipoderme), mamas e 
retroperitônio, está relacionada com lesões traumáticas – 
compressão, esmagamento de adipócitos; é comum em regiões 
sobre protuberâncias ósseas (ex.: obesos) –, lesões isquêmicas – 
comprometimento do fluxo sanguíneo –, lesões 
químicas/enzimáticas – ruptura de células adiposas associadas 
principalmente a pancreatite – e idiopática – não se tem 
conhecimendo da causa. 
Obs.: As lipases são enzimas pancreáticas e no caso da 
pancreatite, são liberadas de maneira desordenada, e logo, essas 
enzimas vão entrar em contato com os adipócitos que ficam em 
torno do pâncreas – que está lesionado –. Vale lembrar que os 
adipócitos tem gordura armazenada em forma de triglicérides, e ao 
ter contato com as lipases, essas vão quebrar os triglicérides 
liberando os ácidos graxos que vão reagir com íons de cálcio que 
estão presentes no interstício formando sabão insolúvel, sabão e 
solúveis de cálcio. Então têm-se um processo de saponificação da 
gordura presente dentro daqueles adipócitos, ou seja, aquele 
adipócito vira sabão, o aspecto é semelhante a cera da vela. 
Importante pontuar que os ácidos graxos livres e as enzimas 
pancreáticas são lesivas às células vizinhas, disseminando e 
atingindo áreas maiores. 
Macroscopicamente apresenta locais esbranquiçados por causa da 
saponificação, também ficam rígidas, pois o sabão é mais 
consistente que é gordura. Microscopicamente a principal 
diferença são os focos de contornos sombreados de células 
necróticas, com depósitos basófilicos de cálcio, rodeados por uma 
reação inflamatória, isso porque a preparação histológica não 
remove a gordura que resulta em saponificação. 
 Na 
imagem acima, é possível observar espaços/pontos esbranquiçados 
que são a necrose gordurosa. 
Pâncreas com necrose gordurosa: Na segunda imagem, a seta 
indica para um material rosado puxado pro roxo, é o resultado da 
saponificação. 
EVOLUÇÃO DA NECROSE 
O produto necrótico deve ser eliminado para não formar 
calcificações. 
▪ Direta: Formação de úlceras, ex.: eliminação da pele; 
▪ Condutos naturais: Eliminação via brônquica, ou seja, o 
paciente tem lesão da necrose caseosa no pulmão que pode se 
expandir e atingir a parede de um brônquio, fazendo um 
buraco na parede desse brônquio. O material necrótico 
caseoso é colocando para fora, saindo por sua tosse; 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Trajetos neoformados: Fístulas, geralmente de causa 
infecciosa, que se abrem na pele (ex.: abcesso subcutâneo) e 
comunicam o meio externo da pele e o interior da lesão; 
▪ Fagocitose: Quando o material não tem a eliminação para o 
meio externo, as células inflamatórias, predominantemente 
macrófagos, chegam pela periferia – através dos vasos 
sanguíneos chegam ao local – e eliminam todo material. (Ex.: 
Infarto do miocárdio do paciente que sobrevive). 
SEQUELAS DA NECROSE 
▪ Regeneração do tecido; 
▪ Fibrose: Quando tem destruição da estrutura de 
sustentação ou de tecidos que não possui células com 
capacidade de replicar terá a fibrose (ex.: Fígado quando 
tem uma perda da estrutura de sustentação, vai evoluir 
para uma fibrose que pode virar uma cirrose). No caso da 
pele ocorrerá o aparecimento de uma cicatriz. 
▪ Sequestro: Quando têm o isolamento dessa área, a 
absorção é limitada (ex.: Formação de um granuloma em 
torno ou malácia do SNC – astrócitos não preenchem 
extensas áreas perdidas). 
APOPTOSE 
Morte celular por processo ativo (dependente de energia), é 
“programada”, “organizada” para acontecer, ou seja, a célula 
suicida-se. Não ocorre o processo de autólise - devido a fatores 
patológicos ou fisiológicos, que estimulam enzimas a fazer 
dissolução de núcleo (inclui DNA) e organelas (membrana íntegra, 
formando corpos apoptóticos – sem reação inflamatória), para 
uma posterior fragmentação e fagocitose por células vizinhas ou 
macrófagos (sinalização). 
Fisiopatologia: A célula como um todo irá condensar e 
encolher, e ao invés de romper, irá sofrer fragmentação explosiva 
com a formação de pequenos corpos apoptóticos, e não ocorrerá 
lesão da membrana plasmática, o que isso quer dizer? Não ocorrerá 
extravasamento do conteúdo interno para o externo, logo não 
causará reação inflamatória. Porém esses pequenos corpos serão 
fagocitados por células vizinhas e macrófagos, porque a bicamada 
lipídica da membrana plasmática contém a fosfatidilserina que 
muda para o folheto externo da membrana e realiza a sinalização 
para as células próximas entender que é preciso fagocitar os corpos 
apoptóticos, só que sem o processoinflamatório. Então é uma morte 
celular silenciosa, tanto que a todo tempo o ser humano está tendo 
apoptose no corpo e não sente nada. 
CAUSAS DA APOPTOSE 
▪ Embriogênese (ex. remodelação da mão e desaparecimento de 
membranas digitais); 
▪ Controle da proliferação celular (neutrófilos e células epiteliais 
– ex. cripta intestinal) para não ocorrer neoplasias; 
▪ Involução tecido-hormônio (mama pós-lactação e endométrio 
durante o ciclo menstrual); 
▪ Morte celular tumoral – Tanto o sistema imunológico que 
mata as células tumorais como também, o tumor que induz a 
morte de outras células; 
▪ Indução por linfócito T citotóxico – avisam a célula que é 
preciso entrar em apoptose; 
▪ Morte de neutrófilos na reação inflamatória (processo de 
combate); 
▪ Induzida por radiação, hipóxia, drogas – que causam danos 
ao DNA; 
▪ Acúmulo de proteínas mal dobradas devido ao estresse do 
reticulo endoplasmático. 
FASES DA APOPTOSE 
▪ Iniciação/Latente: Aparência normal, existe apenas o 
comprometimento da expressão gênica (por isso, nessa fase, é 
complicado de saber se o tecido está entrando em apoptose). 
Esse processo dura de horas a vários dias, a depender do ciclo 
celular (proteína p53 – induz apoptose com saída do ciclo). 
▪ Execução: Quando começa a ter alterações morfofisiológicas, 
geralmente esse processo dura 1h e independente do tipo de 
célula, pois os fenômenos são conservados em todos os tipos 
celulares – diferente da necrose que depende do tipo de célula. 
MECANISMOS 
▪ Via intrínseca/mitocondrial (PRINCIPAL): Acontece o 
aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial que 
libera uma série de moléculas que ativam a cascata das 
caspases. 
▪ Via extrínseca: O linfócito T citotóxico “comunica” a 
membrana da célula que ela precisa sofrer apoptose. Terá a 
ligação do FASL, que também vai ativar a cascata das caspases. 
 Diferença entre as vias: A via intrínseca é uma lesão na 
mitocôndria que desencadeia esse processo que ativa a 
cascata de caspases e a via extrínseca e uma outra célula 
que induz o processo. 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
A partir da ativação das caspases desencadeantes (8 e 9) nas vias 
extrínseca e intrínseca, suas formas ativas dão sequência à ativação 
de caspases executoras, cuja cascata promove a ativação das 
nucleases, causando fragmentação nuclear (inativam vias de 
sobrevivência). 
EVENTOS APOPTÓTICOS E MORFOLOGIA 
▪ Perda das microvilosidades e das junções intercelulares – as 
células começam a se separar uma das outras; 
▪ Encolhimento do citoplasma – fica menor e mais visível; 
▪ Alterações dramáticas na motilidade citoplasmática com 
formação de bolhas, fazendo com que essa célula não tenha a 
mesma capacidade de movimentação; 
▪ Mudança na organização do núcleo celular com 
hipercondensação da cromatina e colapso; 
▪ Fragmentação “explosiva” da célula em corpos apoptóticos 
constituídos por membrana; prosseguida por fagocitose dos 
corpos apoptóticos, que vai acontecer por meia da 
fosfatidilserina, que faz o reconhecimento dos macrófagos 
para poder fazer a remoção. 
Na imagem as 
setas apontam 
para células 
apoptóticas, é 
perceptível que são bem pequenas e condensadas. 
Comparação de apoptose e necrose no mesmo órgão. 
Característica Necrose Apoptose 
Tamanho celular Aumento 
(tumefação) 
Redução 
(Retração) 
Núcleo Picnose —
Cariorrexe — 
Cariólise 
Fragmentação em 
partes do tamanho 
de nucleossomas 
Membrana 
plasmática 
Rompida Intacta (alteração 
estrutural, 
orientação dos 
lipídeos) 
Conteúdos 
celulares 
Digestão 
enzimática 
Intactos (corpos 
apoptóticos) 
Inflamação 
adjacente 
Frequente Nenhuma 
 
ESPAÇOS PARA ANOTAÇÕES E DESENHOS 
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_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
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Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
RELEMBRANDO O MECANISMO DE LESÃO CELULAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A lesão da célula pode evoluir direto para apoptose - a depender da 
densidade e duração do estímulo - ou pode sofrer alterações 
subcelulares (não é observada em lâmina morfológica), evoluindo 
para uma lesão celular reversível (observada em lâmina 
morfológica) e nesse ponto encontra-se os acúmulos intracelulares 
e as degenerações. 
ALTERAÇÃO/ DEGENERAÇÃO CELULAR 
Estágio de alteração funcional celular, que pode ou não evoluir para 
a morte celular, isso vai depender de como foi o estímulo, qual foi a 
célula e/ou outras características do processo, geralmente é 
reversível quando o estímulo cessa. A denominação acúmulos 
intracelulares, surge por conta do citoplasma da célula, em algumas 
circunstâncias, apresentar-se lesionado por acúmulo de 
substâncias endógenas ou exógenas, o que reduz ou cessa a função 
celular. 
▪ Locais de acúmulo das substâncias: 
 Livres no citoplasma ou no interior de organelas 
(geralmente lisossomos) ou núcleo (inclusões virais). 
▪ Substâncias acumuladas: 
 Endógenas: Síntese nas células afetadas; 
 Exógenas: Produzidas em outro lugar. 
MECANISMO DE ACÚMULO CELULAR 
1. Substância normal produzida em uma taxa normal ou 
aumentada, mas a taxa metabólica é inadequada para 
removê-la. Acontece por uma falha na taxa de excreção 
ou quando a substância está sendo muito produzida. 
 
 
 
 Ex.: Degeneração 
 gordurosa do fígado 
 (Esteatose). 
 
 
2. Substância endógena normal ou anormal que se acumula 
em consequência de defeitos adquiridos ou genéticos no 
dobramento, empacotamento, transporte e secreção 
dessa substância. 
 Ex.: Mutações quecausa dobramento e transporte 
defeituoso, que tende a acumular proteínas (deficiência 
de α1-antitripsina), ocorre porque a proteína não 
consegue ser dobrada e transportada de maneira correta 
e por isso não consegue ser liberada da célula. 
3. Defeito herdado em uma enzima que resulta em 
deficiência em degradar um metabólito, ou seja, acontece 
porque o processo de metabolismo depende de 
convenções enzimáticas e a deficiência de uma dessas 
enzimas prejudica a atividade celular. 
 
Ex. Distúrbios 
das doenças do 
armazenamento 
 
 
4. Substância exógena anormal depositada e acumulada 
devido à falta de enzimas e mecanismos de transporte. 
 
 
Ex.: Acúmulos 
de partículas 
de carbono e 
sílica. 
 
 
Patologia Patologia 
 
 
Célula normal 
(Homeostase) 
Adaptação Lesão celular 
Incapacidade de se adaptar 
Apoptose 
Alterações 
subcelulares 
Lesão celular 
reversível Necrose 
Ponto de irreversibilidade 
Estresse, demanda 
aumentada Estímulos nocivos 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
DEGENERAÇÕES ASSOCIADA A COMPONENTES 
CELULARES NORMAIS 
Tipos: 
 Degeneração vacuolar hidrópica = Água; 
 Degeneração vacuolar gordurosa = Lipídeos; 
 Degeneração vacuolar por glicogênio = Carboidratos; 
 Degeneração hialina = Proteínas; 
 Degeneração mucoide = Muco (esse tipo é especifico para 
células produtoras de muco). 
DEGENERAÇÃO HIDROPÍCA 
Com sinônimos de degeneração vacuolada, inchação turva, 
tumefação turva ou edema celular, é uma degeneração de 
etiologia múltipla comum em células parenquimatosas (ex. rim, 
fígado e coração), nas quais causam acúmulo de água e eletrólitos 
no citoplasma, e é considerada a lesão não letal mais comum. 
▪ Patogenia: Ocorre o comprometimento da regulação do 
volume celular – falha no controle de [Na+] e [K+] no 
citoplasma –, devido a qualquer injuria que afete a bomba 
de sódio e potássio ou a que leve a carência de ATP, 
prejudicando seu funcionamento e levando ao desequilíbrio 
na quantidade desses íons dentro e fora da célula. 
 
Ex.: A falta de suprimento energético na desnutrição diminui a 
respiração aeróbica e também a produção de ATP, que, diminui a síntese 
proteica e altera a bomba de sódio e potássio, causando acúmulo de Na+ 
dentro da célula, levando a retenção hídrica e expansão osmótica. 
Fatores que levem a Hipóxia na degeneração hidrópica: 
▪ Inibidores de fosforilação oxidativa pode causar 
expansão osmótica devido à redução de ATP. Ex. Cianeto, 
Monóxido de carbono (ocorre com a ação de venenos, 
pesticidas); 
▪ Hipertermia causa aumento do consumo de ATP (a fim 
de realizar a termo regulação); 
▪ Hipopotassemia causa desequilíbrio eletrolítico; 
▪ Distúrbios circulatórios causa hipóxia e desequilíbrio 
osmótico; 
▪ Intoxicação (consequente aumento do consumo de ATP) 
causa lesão da membrana celular por toxinas – lesão 
mitocondrial –; 
▪ Infecção de caráter agudo que produz radicais livres. 
Os radicais livres são espécies químicas, são extremamente instáveis 
e reagem prontamente com químicos orgânicos e inorgânicos. As 
espécies reativas do oxigênio (ERO) são um tipo de radical livre 
derivado do oxigênio, essas, causam lesão celular através de: 
▪ Peroxidação da membrana celular causam alterações na 
estrutura e na permeabilidade, perda da seletividade na 
troca iônica e liberação do conteúdo de organelas; 
▪ Fragmentação das proteínas resultam no aumento da 
degradação ou perda da atividade enzimática; 
▪ Fragmentação do DNA que implica na morte celular, 
envelhecimento celular e transformações maligna das 
células. 
EVOLUÇÃO DA D . H IDRÓPICA 
 
MORFOLOGIA 
 
 
 Hepatócitos da região centro lobular mais claros 
 
Entrada de líqudo no citoplasma
Retículo endoplasmatico liso mais sensível, 
sendo o 1º a aumentar de tamanho
Aumento do volume celular e afastamento 
das organelas
Formação de vacúolos - cisternas dilatados do 
RER e REL
Aspecto do citoplasma diluído e granuloso
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
DEGENERAÇÃO GORDUROSA 
Possui sinônimo de esteatose, e acontece quando há acúmulo 
anormal de triglicerídeos (lipídeos) dentro das células do 
parênquima, que causa consequente aumento nos níveis de TGP e 
TGO, sendo bem frequente no fígado (distúrbios metabólicos de 
ácidos graxos), mas ocorre também em coração, músculo 
esquelético, rim e outros órgãos. 
Pode ser causada por toxinas, desnutrição proteica, anóxia – 
ausência de oxigênio –, diabetes mellitus, obesidade e abuso de 
álcool (as últimas três, estão entre as causas mais comuns em 
nações industrializadas). 
ESTEATOSE HEPÁTICA 
Não é uma doença – porém pode estar associada a doença (ex.: 
álcool do fígado) –, e sim uma alteração morfofisiológica dos 
hepatócitos devido a diversas desordens metabólicas, entre elas 
distúrbios metabólicos dos ácidos graxos, em relação ou ao 
aumento da síntese ou a dificuldade na utilização, distribuição e 
excreção. 
▪ Aumento da síntese: 
 Obesidade: Absorção excessiva de ácidos graxos devido a 
uma dieta rica em lipídios; 
 Desnutrição proteica: Com o aumento na mobilização de 
lipídios do tecido adiposo, induz-se a lipólise (lipídeos → 
ácido graxo e glicerol), mas os produtos dessa reação não 
são tão energéticos como os oriundos de carboidratos, por 
isso tem-se a necessidade de obter energia de novo 
rapidamente - inanição; 
 Necessidade de energia em um curto período de tempo. 
Quando o fígado está com desnutrição proteica, privação de 
alimento, uma mobilização do tecido adiposo fará com que chegue 
um porte grande de gordura no fígado. 
▪ Causas: 
 Dificuldade em oxidar ácidos graxos (β oxidação): Com 
isso, não há formação de acetil-CoA (integrante do ciclo 
de Krebs), levando a um quadro de hipóxia, que causa 
lesão mitocondrial e falta de ATP para o órgão; 
 Toxinas: Arsênio, clorofórmio, tetracloreto de carbono e 
micotoxinas; 
 Dificuldade no empacotamento para distribuição de 
triglicerídeos: Com isso, essas moléculas não são 
excretadas, ficando retida no fígado; 
 Problemas na produção de apoproteínas: Os 
triglicerídeos ficam retidos no tecido hepático, pois essas 
proteínas são as que ficam localizadas na superfície das 
lipoproteínas e são responsáveis por diversas funções, 
entre elas, endereçar a partícula aos destinos corretos, 
porem sem o consumo correto de proteínas, não terá 
aminoácidos para sintetizar a as apoproteínas para o 
endereçamento. 
 
▪ Aspecto macroscópico: Órgão se apresenta amarelado e 
gorduroso; 
 Vacúolos pequenos e múltiplos (doenças metabólicas 
agudas) ou unidos e volumosos (lesões tóxicas ou virais 
de desenvolvimento lento) de limites nítidos, que 
deslocam seus núcleo para periferia, tornando a célula 
pálida e esponjosa a depender do órgão em que está 
localizada; 
 
▪ Aspecto microscópico: 
 No processamento de rotina (e utilizando HE), o álcool e 
o xilol dissolvem os lipídeos, tornando o lipossomo um 
vacúolo vazio; 
• Espaço claro: Imagem negativa do lipídeos. 
Para a confirmação de lipídeos intracelular: Uso de microtomia de 
congelação e corantes lipossolúveis, como: 
 Sudam III: Laranja avermelhado; Sudam IV: Vermelho 
escarlate; Oil red; Ácido ósmico: Negro; Sulfato azul do 
Nilo: Violeta azulado (predomínio de ácidos graxos) ou 
violeta avermelhado (predomínio de gordura neutra). 
 
 
 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
Diagnóstico diferencial da degeneração hidrópica, por 
métodos histoquímico: - Colorações: 
▪ Fixação e processamento específicos que não degradam a 
gordura presente nas células. * Não usar álcool e xilol. 
 Vermelho do Nilo (Azul do Nilo): Corante ideal para a 
detecção de lipídios (lipossolúvel), sendo solúvel em vários 
solventes orgânicos; 
 
 Oil red: Corante para lipídeos e todos pigmentos 
lipossolúveis que se dissolvem no lipídeo neutro presente 
no corte; Sudan III: Corante azóico lisocrômico solúvel em 
gorduras (aparência castanha). 
DEGENERAÇÃO POR GLICOGÊNIO 
Deficiência hereditária de alguma enzima envolvida na síntese ou 
degradação de glicogênio pode resultar no acúmulo excessivo de 
glicogênio – açucares nas células animais – ou alguma forma 
anormal dele em diversos tecidos (principalmente em fígado e rins 
– onde localizam a maioria das enzimas gliconeogênicas). 
▪ O tipo de glicogênio armazenado, sua localização intracelular 
(geralmente citoplasma ou dentro dos núcleos) e a distribuição 
tissular das células afetadas variam com a deficiência 
enzimática específica. 
Órgãos que mantem depósitos de glicogênios: 
 Fígado: Até 6 % do seu peso após uma refeição rica em 
carboidratos: 
• Manutenção da glicemia; 
• Reserva de glicose. 
Uma biopsia de um paciente que comeu a pouco tempo, 
apresentará muito glicogênio no fígado, já que estará em processo 
de digestão do material. 
 Músculo esquelético: Até 0,7 % do seu peso; 
• Glicogênio muscular não pode ser exportado, 
só importado; 
• Usado pela própria fibra como fonte 
emergencial de energia. 
▪ Etiologia: Metabolismo de glicose ou glicogênio anormal, 
causando doenças como: 
 Doenças hiperglicemiantes: 
• Hiperglicemia: Dieta rica em carboidratos ou 
indivíduos com diabete mellitus; 
• Notando a infiltração principalmente dos 
hepatócitos, epitélios de túbulos renais, 
cardiomiócitos e células β pancreáticas. 
Diabetes mellitus: Devido à diminuição na produção de 
insulina pelo pâncreas, há um aumento da glicemia e, em pacientes 
descompensados, há também glicosúria que desencadeia, como 
mecanismo compensatório, aumento da reabsorção tubular de 
glicose por todo néfron a fim de suprir essa demanda e, quando 
absorvido, tende a formar um acúmulo de glicogênio. 
Degeneração em 
túbulo renal. É visto o 
acúmulo de glicogênio 
dentro da célula, e os 
túbulos possuindo um 
aspecto claro. 
Assemelha-se com a 
degeneração hidrópica. 
 Corticoterapia prolongada: O uso prolongado desse 
fármacos pode induzir uma doença metabólica. 
Síndrome de Cushing: O cortisol é um hormônio produzido 
pelo córtex da adrenal, o qual atua inibindo a insulina, causando 
aumento da gliconeogênese, e essa síndrome se caracteriza pela alta 
concentração desse hormônio, ou seja, quando indivíduos tomam 
corticosteroides por um longo período de tempo em quantidade 
elevada, terá excesso do cortisol, fazendo assim, um excesso de 
produção de glicogênio ocasionando a acumulação. 
▪ Aspecto macroscópico: Em doenças hiperglicemiantes e 
excesso de corticoides, não há lesão aparente, já em 
glicogenoses (doenças do metabolismo do glicogênio ou da 
glicose), há acúmulos maciços, levando à necrose; 
▪ Aspecto microscópico: Vacúolos claros mal delimitados de 
diferentes tamanhos e aumento de volume celular com um 
aspecto fosco, podendo estar dentro do núcleo. 
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Diagnóstico diferencial: Para demonstrar glicogênio 
intracelular, é necessário um fixador não aquoso (ex. álcool), já que 
os aquosos (ex. formol) dissolvem o glicogênio. Criopreservação: 
▪ Método do Ácido Periódico de Schiff (PAS): Diferencia 
glicogênio de água por reação histoquímica (oxidação dos 
resíduos de glicose), corando-os de purpura magenta; 
▪ Corante Carmim de Best: Tintura derivada de pequenos 
insetos parasitas de cacto, que cora grupos 
polissacarídeos, demonstrando glicogênio em vermelho. 
O aspecto em 
célula vegetal, 
principalmente 
em condições 
graves, na qual, a 
membrana fica 
tão demarcada, 
por causa dos acúmulos claros do glicogênio dentro do citoplasma, 
que parece uma parede. 
DEGENERAÇÃO MUCOIDE 
Ocorre com aumento do muco - grânulos de mucina liberados por 
exocitose, o qual reage com a água formando um fluido viscoso, e 
tem função de proteger superfícies –, ou seja, um aumento da 
função secretora dos epitélios mucíparos leva ao aumento de 
mucinas e muco polissacáridos neutros. 
▪ As células caliciformes são as principais produtoras de 
mucina, - apresenta uma parte da célula repleta de 
mucopolissacarídeo; 
▪ A função da produção desse muco é para a proteção da 
superfície, como: 
 Desidratação (ex. pulmão); Ataque químico (ex. 
mucosa do estômago) por parte do suco gástrico – 
ácido; Bacteriológico (ex. mucosa respiratória); 
Lubrificante (ex. esófago e cólon – passagem do bolo 
alimentar). 
▪ Etiopatogenia: Hiperprodução de mucina pelas células 
mucíparas, em situações como: 
 Processos inflamatórios catarrais (sistemas respiratório, 
digestório e genital), para ajudar a eliminar o patógeno/ 
material invasor. Alteração reversível, pois o epitélio, com 
o tempo, se refaz; 
 Neoplasias muco secretoras (mais grave): Quando se tem 
uma neoplasia/tumor, que gera a produção de muco, que 
não tem acesso aos ductos secretores (adenomas ou 
adenocarcinomas), desencadeando acúmulo intracelular, 
mesmo que a produção não seja excessiva. Não se tem 
uma alteração reversível, pois não tem como ser feita essa 
drenagem intracelular. 
▪ Aspecto macroscópico: Grande quantidade de substância 
fluida, consistência viscosa, com aspecto translúcido, 
semelhante a catarro ou muco; 
▪ Aspecto microscópico: Núcleo deslocado para a periferia 
da célula com formato de um anel (células em “anel de 
sinete”), e no centro acumulo de mucina. 
 
Coração PAS: Método 
do Ácido Periódico de 
Schiff - é corado de 
uma forma mais 
arroxeada, já que o 
PAS cora 
polissacarídeos. 
DEGENERAÇÃO HIALINA 
Se caracteriza por produção e acúmulo de proteínas no interior de 
células ou em tecidos de aspecto hialinoso (homogêneo, eosinófilo e 
com aspecto histologico brilhante - Hyalos=vidro). Pode ser 
classificada como intracelular e extracelular. 
Cor rósea forte quando coradas por hematoxilina e eosina. 
 
DEGENERAÇÃO/TRANSFORMAÇÃO HIALINA INTRACELULAR 
É o acúmulo intracelular de material de natureza proteica, 
conferindo às células e tecidos afetados um aspecto hialino, sendo 
essa substância hialina no interior da celula, composto por 
grânulos acidófilos, pequenos e homogêneos. 
Degeneração 
hialina
Intracelular Extracelular
Degeneração 
propiamente 
dita
Degeneração 
amilóide
Interstício e 
vasos 
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Na imagem ao 
lado, as setas 
mostram o 
interior das 
células, 
compostas de 
grânulos. 
▪ Etiologia: 
 Corpúsculos de inclusão viral: Acúmulo de 
nucleoproteínas virais e/ou produtos da reação à infecção 
viral no citoplasma ou no núcleo (ex. encefalite por 
sarampo ou herpes). A presença desse acumulo interfere 
na função celular; 
• Fábricas de vírus: Onde ácido nucleico ou a 
proteína viral estão sendo sintetizados. 
 
 Corpúsculo de Negri (neurônio): Encontrados na fase de 
viremia (replicação), por efeito citopático, ou seja, 
interferência, do vírus sobre a célula, sendo uma 
ferramenta de diagnóstico. (Ex. vírus da raiva). 
 
 Condensação das proteínas: Ação direta de álcool nas 
proteínas do citoesqueleto. Os produtos metabólicos do 
álcool atingem estruturas da mitocôndria, microtúbulos 
e microfilamentos (ex. cirrose hepática alcoólica – 
alcoolismo crônico –, e geralmente está associada à 
esteatose). 
Obs.: Para diferenciar uma esteatose com e sem presença de álcool, 
um dos métodos é a visualização do corpúsculo de Mallory ou 
Mallory-Dank. 
• Corpúsculo de Mallory: Massas hialinas 
acidófilas grumosas (tamanhos e formas 
variáveis) com bordas irregulares fioconosas ou 
filamentosas no citoplasma dos hepatócitos. Na 
microscopia eletrônica observa-se filamentos 
paralelos de disposição irregular e tamanhos 
diferentes. 
 
Hepatócito com 
formato balonizado, 
citoplasma irregular, 
há presença do 
corpúsculo de Mallory, 
aspecto grumoso ou as 
vezes filamentar. 
 
 Início da morte celular: Muito observado emdoenças 
hepáticas virais (hepatite A ou B ou febre amarela): Inicia 
apoptose em hepatócitos, gerando diminuição do volume 
celular com citoplasma hialino, levando a organelas 
diminuídas por apoptose e a núcleos picnóticos 
fragmentados ou ausentes – múmias” celulares, 
refringentes e vermelhas; 
Obs.: Como resultado da atividade apoptotica ocorre o 
Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima, que é uma degeneração 
do nucléolo e o acúmulo de proteína decorrente da apoptose; 
encontrados nos hepatocitos em hepatites virais. 
Degeneração 
de nucléolo e 
acúmulo de 
proteína que 
gera a massa 
(Corpúsculo 
de Rocha 
Lima). O 
avermelhado em volta é infiltrado inflamatorio. 
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Outro processo é a Degeneração cérea: Resultado de 
coagulação focal de proteínas citoplasmáticas, gerando massas 
homogêneas acidófilicas (hialinas) em partes da célula. É 
secundária a processos degenerativos e necróticos celulares. 
 
• Patogenia: 
 
 Na microscopia ótica pode ser difícil de distinguir necrose de 
degeneração hialina acentuada. 
Microscopia: 
Desagregação dos 
miofilamentos, 
dando aspecto 
róseo, homogêneo 
(hialino) nos corte 
rotineiramente 
corados pela HE. 
As setas amarelas 
representam pontos de degeneração hialina. 
! ! ! A degeneração cerea a princípio não necessariamente evolui para 
morte celular, mas pode ocorrer se ela por muito extensa. 
 Defeitos genéticos: Deficiência de α-1 antitripsina 
(acúmulo), que é uma antiprotease produzida pelos 
fagócitos mononucleares do fígado e lançada no plasma, 
que mantém um equilíbrio nos processos inflamatórios. 
Destruição das proteases produzidas pelas células 
inflamatórias. 
• Deficiência: Com a destruição causada por proteases de 
células inflamatórias, há uma deficiência que causa 
enfisema pulmonar, pancreatite, cirrose hepática, 
hepatite neonatal com evolução para cirrose. 
• Congênita: 
 
 Penetração no citoplasma de proteínas compelxas: 
Penetração ou coagulação de proteínas complexas no 
citolasma. 
• Degeneração hialina goticular: Resultado da retenção das 
proteínas filtradas pelos glomérulos em processo 
patológicos (síndromes nefróticas) reabsorbidas por 
pinocitose, causando a produção de albumina. 
• Envolve proteinúria. 
 
Aspecto vítreo em lâminas 
• Recém-nascido: Pode ser encontrada nas células das 
vilosidades intestinais do intestino delgado, devido à alta 
quantidade de proteínas do colostro (nesse caso não é um 
problema, é um achado – não causa danos). 
• Córpusculo de Russel: Aumento da síntese de proteínas 
de plasmócitos. Como? Na substância hialina, há 
superprodução de imunoglobulinas (principalmente 
IgG), que não estão sendo excretadas, e se cristalizam 
dentro do retículo endoplasmático de plasmócitos. 
• Observados em processos inflamatórios 
crônicos (ex.:câncer), e em prolongada 
estimulação antigênica. 
Músculo coagula-se, desnaturação das proteínas estruturais e 
enzimas, que causa perda de estriação
Reabsorção e reestruturação dos sarcômeros 
Se muito extensa , causa morte celular (necrose hialina)
Ativação de proteassomos do citosol e outras proteases 
intracelulares
Grande atividade catabólica
Ação de IL-1 e TNF-α nas células musculares
Desintegração dos microfilamentos
Não 
excreção 
enzima 
causa...
Acúmulo 
nos 
hepatócito
s levando
Inclusões 
globulares 
hialínicas
Acúmulo 
de 
material 
hialino 
protéico 
nas células 
do fígado
Proteínas 
pinocitadas 
pela célula 
tubular
União com 
lisossomos
Formação de 
fagolisossomos
Gotícula 
hialina ao 
microscópio
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DEGENERAÇÃO HIALINA EXTRACELULAR 
AMILOIDE: 
Grupo de alterações, caracterizadas pela deposição extracelular 
patológica de proteínas insolúveis em órgãos e tecidos, formando 
amiloides, que são substâncias proteicas fibrilares, insolúveis, e 
resistente à ação proteolítica. Resulta da dobragem anormal de 
proteínas, que sção depositadas como fibrinas em tecidos 
extracelulares e interrompem a finção normal. A sua presença pode 
ter uma ação irritante ou, na maioria das vezes, ser inerte. 
 Tem predisposição inicial a se depositar em parede de 
vasos (comprometendo o fornecimento de nutrientes e 
oxigênio para as células), ou em órgãos (ex. rim, fígado e 
baço) – pode afetar um único órgão, ou vários – além de 
depositar-se também em linfonodos, adrenais, ilhotas 
pancreáticas, trato gastrointestinal (em indivíduos com 
DM pode atingir o pâncreas); 
 Processo da doença inerte: Deposição de amiloide nos 
órgãos, que resulta em interferência na função e no fluxo 
sanguíneo normais dos mesmos, podendo causar necrose 
das células e fibrose dos tecidos afetados; 
 O mecanismo em que as proteínas precursoras são 
convertidas em fibras amiloides é variado e complexo. 
Propiedades das proteínas amiloides: 
Os depósitos amiloides possuem aparência e características de 
coloração semelhantes a outras proteínas. Existem 23 proteínas 
diferentes podem agregar e formar fibrilas com a aparência de 
amiloide. 
Existem três formas bioquímicas principais e várias secundárias, 
que são depositadas por diferentes mecanismos patogênicos. Por 
conta disso, a amiloidose não deve ser considerada uma doença 
única; pelo contrário, é um grupo de doenças que têm em comum 
a deposição de proteínas de aparência semelhante. 
Quando se chega a um quadro de amiloide o primeiro passo a 
ser feito é testar as AA. 
Composição dos amiloides: 
 AL (Amiloides de cadeia leve): Cadeias leves completas de 
imunoglobulina e/ou fragmentos aminoterminais dessas 
cadeias leves ou ambas. A maioria das proteínas AL 
analisadas são compostas por cadeias leves λ 
(iminoglobulinas) ou seus fragmentos, porém as cadeias 
κ estão presentes em alguns casos (“pedaços” de 
imunoglobulinas”). 
É produzida a partir de cadeias leves de Ig livres secretadas por uma 
população monoclonal (clone de plasmócitos com as mesmas 
características) de células plasmáticas, e sua deposição está́ 
associada a certas formas de tumores plasmáticos. 
 AA (Associado a amiloide): Derivadas de uma única 
proteína ( grande = peso molecular: 8500 quilodaltons e 
resíduos de AA: 76) não-Ig produzida pelo fígado, que 
sofre proteólise de um precursor maior (proteína SSA, 
associada à amiloide no soro – 12.000 daltons) que 
também é sintetizada no fígado e circula ligada a 
lipoproteínas de alta densidade. 
A produção é aumentada nos estados inflamatórios como parte da 
resposta da fase aguda. Portanto, essa forma de amiloidose está 
associada à inflamação crônica e é frequentemente chamada de 
amiloidose secundária. 
 (Aβ) β-amiloide: Peptídeo de 4000 dalton, que é derivado 
por proteólise de uma glicoproteína transmembrana 
muito maior (proteína precursora de amiloide) e constitui 
o núcleo das placas cerebrais encontradas na doença de 
Alzheimer e nas paredes dos vasos sanguíneos cerebrais 
em indivíduos com esta doença. 
Outras proteínas que podem se depositar como amiloide: 
 Transtiretina (TTR): Proteína sérica normal que se liga e 
transporta tiroxina e retinol. Existem várias formas 
mutantes distintas de TTR (e seus fragmentos) são 
depositadas em um grupo de doenças geneticamente 
determinas, conhecidas como polineuropatias amiloides 
familiares; mas também é depositada no coração de 
idosos (amiloidose sistêmica senil); 
 β2-microglobulina: Componente de moléculas do MHC 
classe I, sendo uma proteína sérica normal, identificada 
como a subunidade da fibrila amiloide (Aβ2m) na 
amiloidose, que complica o curso dos pacientes em 
hemodiálise a longo prazo; 
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 Proteínas prionicas: Em poucos casos da doença do príon 
no SNC, essas proteínas são mal dobradas e se agregam 
no espaço extracelular e adquirem as características 
estruturais e de coloração da proteína amiloide(ex.: vaca 
louca); 
 Componentes secundários: 
• Componente P amiloide sérico: Essa proteína 
pode contribuir para a deposição de amiloide, 
estabilizando as fibrilas e diminuindo sua 
depuração; 
• Proteoglicanos; 
• Glicosaminoglicanos muito sulfatados. 
Os componentes secundários acontecem quando já se tem 
uma causa primaria de deposição de amiloide, ou seja precisa de 
uma causa inicial para se associar. 
 
A imagem acima representa como é o esquema dessas proteínas: 
• Demonstração de como é formada a fibrila: a proteína 
dobrada original nativa sofre um erro na sua dobra – 
formam uma folha β pregueada que vai adquirir o 
formato de fibrila – que é chamado de amiloidogênico, 
que origina a amiloide. As proteínas deformadas são 
degradas intracelularmente em proteossomas ou 
extracelularmente por macrófagos. 
Tecido 
muscular, e 
entre eles, o 
depósito de 
amiloides em 
rosa pálido. 
 
 
 
Coloração: 
• Coloração de hematoxilina e eosina: Amiloide é visto com 
caractéeristica hialina, sendo homogênea e eosinofílica; 
• Para garantir que é um amilóide: Corar em vermelho 
congo com luz polarizada: Depósitos amiloides brilham 
em cor verde esmeralda. 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Chama-se pigmento a toda substância com cor própria. Deste 
modo, constituem este grupo substância com origem, composição 
química e significado fisiológico e patológico. Podem ser 
classificados em: 
▪ Endógena: Sintetizados no organismo; 
▪ Exógena: Oriundas do exterior e introduzidos no organismo 
por ingestão, inalação ou inoculação. 
Os distúrbios da pigmentação decorrem de alterações na formação 
do pigmento (hiper ou hipopigmentação) e alterações na 
distribuição. 
PIGMENTAÇÕES ENDÓGENAS 
Hiperprodução e acúmulo de pigmentos sintetizados no próprio 
organismo. 
Um pigmento pode ser produzido em uma célula e ser 
depositado nela mesma ou em outra célula. 
MELANINA 
Pigmento responsável, principalmente, pela coloração da pele, pelos 
e olhos, tem a função de proteger conta radiações em geral. É um 
pigmento preto-acastanhado, sintetizados pelos melanócitos 
localizados na epiderme. Os melanócitos possuem a enzima 
tirosinase (ou tirosina oxidase), que atua sobre a tirosina, 
resultando como produto final a melanina. 
 Embora os melanócitos sejam a única fonte de melanina, 
os queratinócitos basais podem acumular o pigmento 
(ex.: sarnas), assim como os macrófagos na derme. 
Patologias: 
▪ Albinismo (ou acromia, acromatose): Despigmentação 
generalizada congênita (herança hereditária recessiva): 
o Incapacidade dos 
melanócitos de 
sintetizar a tirosinase, 
levando a ausência da 
pigmentação da pele e 
conjuntiva. 
 
▪ Vitiligo: É uma acromia localizada adquirida. Características, 
geralmente, simétrica, irregular e delimitada com 
Hipercromia periférica; 
o Decorrem da perda de 
atividade enzimática local dos 
melanócitos. 
 
 
Na maioria das literaturas é descrita como um transtorno de 
origem idiopática – autoimune (alterações de toxinas e quimosinas, 
além de atividades diferentes das células associadas a resposta 
imune); predisposição genética, fatores externos (ex.: estresse). 
▪ Acromia cicatrial: 
 
o Exaustão dos melanócitos 
ou da sua destruição no local da 
cicatriz. 
o Hipopigmentação pós 
inflamatória: Inflamação 
cutânea pode induzir a 
perda ou diminuição da coloração da pele. 
(Principalmente inflamação crônica). 
▪ Acromotriquia: 
o Exaustão dos melanócitos 
comprometendo a produção de 
pigmento no cabelo. 
Acontecem na senilidade 
(envelhecimento) – levando em 
conta fatores genéticos –, por deficiências nutricionais (diminuição 
da cor pela carência extrema de alimento, ex.: proteína, além de 
deixar o cabelo “fraco”) e pelas radiações intensas, após um período 
de hiperpigmentação. 
▪ Hiperpigmentação: 
▪ Melasma: Manchas hiperpigmentares mais comumente na 
face, mas também pode ser extrafacial, com acometimento dos 
braços, pescoço e colo. 
Patologia Patologia 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
o Não há causa definida, mas 
muitas vezes esta condição 
está relacionada ao uso de 
anticoncepcionais femininos, 
à gravidez, predisposição 
genética, e principalmente, à 
exposição solar. 
▪ A inflamação crônica pode causar manchas pós-inflamatórias, 
podendo levar ao dano permanente no DNA celular. 
o As máculas podem variar em cor de rosa a vermelho, 
marrom ou preto, dependendo do tom da pele e da 
profundidade da coloração; essas manchas podem 
regredir quando se trata a causa de base. 
Melanoma: Neoplasia maligna que tende a ser agressiva - 
multiplicação autônoma e desordenada de melanoblastos e 
melanócitos. 
 
 Qualquer lesão pigmentada que comece a crescer, que tenha 
alterações na pigmentação ou que venha a sangra deve ser estudada 
microscopicamente. 
PIGMENTOS LIPÍDICOS 
▪ Lipofucsina: Conhecido como pigmento do desgaste ou da 
idade ou pigmento senil – atrofia parda. É um material 
intracelular granular, castanho-amarelado que se acumula em 
diferentes tecidos (particularmente no coração, fígado e 
cérebro) como consequência de envelhecimento ou atrofia. É 
um pigmento que vai se acumulando dentro da célula 
dependente do tempo, ou seja, acumula-se desde o nascimento 
e cresce à medida que o individuo envelhece. Esse pigmento só 
é observado em grande quantidade, por isso, é comumente 
observado em indivíduos mais velhos. 
o Acumula-se em células pós-mitóticas (ex.: neurônios, 
miócitos cardíacos, míocitos da musculatura esquelética) 
e células com divisão lenta (ex.: hepatócitos e células da 
glia); 
o É o resultado final da autofagocitose dos constituintes 
celulares (organelas – as membranas das organelas são 
lipídicas) de células parenquimatosas. 
 
o Resíduo final não degradável acumulado em lisossomos. 
o Aspectos: 
• Macroscópico: Grande 
quantidades de lipofuscina 
dão coloração amarronzada; 
• Microscópico: Grânulos 
amarronzados no citoplasma 
de células parenquimatosas. 
 
▪ Ceróide: Também acontece pela oxidação de lipídeos, porém é 
acumulado no interior de macrófagos; não é uma autofagia, é 
resquicídios de outra células (heterofagia). Possui efeito 
deletério sobre a célula, ou seja, compromete o funcionamento. 
o Comum em áreas degeneradas necróticas ou 
hemorrágicas em que lipídeos são liberados nos tecidos e 
fagocitados e degradados pelos macrófagos. 
o Presente na desnutruição severa (ex.: caquexia advinda 
do câncer), deficiência de vitamina E, radiação. 
o Se acumula, frequentemente, nas células de Kupffer, e em 
menor extensão nos hepatócitos, miócitos da 
musculatura esquelética e lisa. 
Fatores Lipofusina Ceróide 
Dependente do 
tempo 
Sim Não 
Início Infância Em qualquer fase 
Deletério Não Frequente 
Taxa de 
acumulação 
Muito devagar Usualmente rápida 
Distribuição nos 
tecidos 
Intracelular Intra e Extracelular 
Formação Autofagia Heeterofagia 
Origem dos 
percursores 
Maioria intracelular Maioria extracelular 
Lembrar que quando há degeneração e inflamação, os 
neutrófilos irão agir sobre o tecido comprometido, e as enzimas 
liberadas por essas células podem degradar os lípideos e gerar 
deposição de ceróide extracelular. 
PIGMENTOS HEMOGLOBÍNICOS 
Pigmentos 
resultado da 
destruição 
das 
hemácias. 
Fusão da 
organela com 
o lisossomo
Oxidação de 
lipídeos das 
membranas 
de organelas
Fagocitose
Acúmulo em 
vacúolos
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A meia vida da hemácia é de 120 dias, depois disso é destruída a 
passar pelo baço, e então divida em “Heme” e “Globina”. 
▪ Bilirrubina: Produto do catabolismo da fração heme da 
hemoglobina e de outras hemoproteínas. 
 
Transportes: 
o Transporte sanguíneo: Da bilirrubina não conjugada 
(antes de chegar no fígado), a molécula nesse estado é 
tóxica. 
• No plasma 91% da Bb não conjugadaé transportada 
ligada à albumina; 
• 9% restante carregado ligado à Apolipoproteína D; 
• Insolúvel em soluções aquosas, logo, não pode ser 
eliminada diretamente. 
o Transporte e conjugação no hepatócito: Da bilirrubina 
em conjugação com o ácido glicurônico nos hepatócitos; 
essa conjugação transforma a molécula em inócua, 
hidrofílica e solúvel em água, além de ser frouxamente 
ligada à albumina: 
• A molécula ao chegar no rim, é filtrada e eliminada 
diretamente. 
• Essa etapa é necessária para excreção. 
Mecanismo de formação e acúmulo: 
 
O conhecimento do metabolismo da Bilirrubina é essencial para o 
diagnóstico e avaliação de um grande número de doenças do fígado 
e do sangue, ex.: 
o O aumento de níveis sanguíneos de Bb não conjugada, 
particularmente em recém-nascido, causa a lesão cerebral 
irreversível (sequelas neurológicas permanentes) ou morte. 
o Hiperbilirruninemia: Distúrbios associados ao aumento da 
produção de Bb ou a defeito hepático – comprometimento dos 
hepatócitos – na remoção do pigmento da circulação resultam 
na evolução de seu nível no sangue, traduzida no quadro de 
icterícia (retenção da bile): 
• Icterícia pré-hepática: Predomínio da Bb não-conjugada 
(indireta): Acontece quando a superprodução de Bb na 
hemólise excessiva – anticorpos produzidos nas 
incompatibilidades sanguíneas, doenças autoimunes e 
depósitos de imunocomplexos –, logo a taxa de produção 
excede a taxa de remoção do fígado. 
• Icterícia hepática: Tanto pela Bb conjugada como pela 
não conjugada. Acontece pela redução na capacitação e 
transporte ou pela diminuição da conjugação, ex.: 
Hepatites e cirroses: 
o Infecciosa (Leptospirose, enterobactérias, vírus da 
hepatite); 
o Tóxica (Envenenamentos por aflotoxina, chumbo, 
anilina, fósforo, medicamentos); 
o Degenerativa (Tumor hepático, cirrose). 
• Icterícia pós-hepática: Predomínio da bilirrubina 
conjugada (direta). Acontece por um obstáculo ao 
funcionamento biliar, diminuindo a excreção. Pode estar 
localizado nas próprias vias biliares (como cálculo ou 
quando a bile fica anormalmente espessa) ou no exterior, 
pela compressão do ducto colédoco ou da vesícula biliar 
(por corpos estranhos no duodeno ou neoplasias de 
órgãos próximos como tumores hepáticos e digestivos). 
Na imagem ao lado 
(fígado): Colestase 
intrahepatocítica 
(acúmulo dentro 
dos hepatócitos) e 
extrahepatocítica 
(fora – ao redor – 
dos hepatócitos). 
As membranas plasmáticas dos hepatócitos se fundem e formam o 
canalículo biliar – acúmulo de bilirrubina. 
A bilirrubina é o produto final da degradação do heme (proveniente da 
decomposição de eritrócitos, principalmente no baço)
A heme oxigenase intracelular (fagócitos) oxida o heme, formando a 
biliverdina, que em seguida é reduzida a bilirrubina pela biliverdina 
redutase
A bilirrubina (não conjulgada) é ligada à albumina sérica, para que seja 
transportada pela circulação até o fígado
No fígado, a bilirrubina é captada pelos hepatócitos, conjugada ao ácido-
glicurônico pela UDP-glicuronil-transferase no retículo endoplásmatico, e 
é excretada na forma de glicuronídeos de bilirrubina na bile
A maior parte dos glicuronídeos de bilirrubina é desconjugada na luz 
intestinal por β-glicuronidases bacterianas e degradada até 
urobilinogênios (dá coloração as fezes), que junto com os resíduos 
intactos, são excretados nas fezes
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Respectivamente, colestase intracelular e extracelular. 
▪ Hematina: Pigmento derivado do heme contendo ferro, 
resultante da ação de um ácido forte. 
Encontrada ao 
redor de vasos 
e em áreas 
hemorrágicas. 
 
 
 
o Pigmento da úlcera 
gástrica: Observa-se a 
ação do ácido clorídrico 
sobre a hemoglobina; 
 
o Hematina malárica ou esquitossomótica (ou hemosoina): 
Resultado da digestão enzimática da hemoglobina por 
parasitos: 
• A ruptura das hemácias libera grânulos castanhos-
escuros no interstício para os macrófagos do baço, fígado 
e outros órgãos. 
o Pigmento do formol: Grânulos bronzeados ou preto 
esverdeado, vistos em tecidos hemorrágicos quando fixados 
em formol – principalmente em cortes de tecidos com pH 
abaixo de 5 –, ou acontecem também pelo indício de autólise 
pós morte. 
• Não tem significado patológico; 
• Pode ser confundido com outros pigmentos importantes, 
como a hematina. 
• O uso 
do formal 
tamponado e 
neutro 
previne sua 
ocorrência. 
▪ Hemossiderina: Produto do catabolismo “Heme” do Ferro da 
hemoglobina. Grânulos de cor marrom escura, que se acumula 
em tecidos, onde há excesso de ferro, local ou sistêmico. 
o O ferro é vital para todos os seres vivos, pois realizam 
funções como transporte de oxigênio e de elétrons 
(hemoproteínas) e síntese de DNA (enzima 
ribonucleotídeo redutase); 
o O ferro está em constante equilíbrio entre absorção, 
transporte, armazenamento e utilização. 
Ferritina (forma do ferro carreado e armazenado): Associação 
da apoferritina com o ferro, que mantém o ferro sequestrado em 
forma oxidada (melhor visualização óptica), controlando sua 
atividade pró-oxidante formadora de radicais livres de oxigênio. 
o Se tiver oferta de ferro ao sistema reticuloendotelial, terá 
moléculas de ferritina formando micelas que se agregam e 
formam hemossiderina. 
 
 
A porcentagem de ferro em relação à proteína é maior na 
hemossiderina que na ferritina, e a mobilização do ferro é mais 
difícil. 
o Acúmulo de hemossiderina nos tecidos acontecem pela 
destruição excessiva de hemácias (anemia hemolíticas ou 
autoimunes ou transfusões múltiplas) e também pela ingesta 
excessiva de ferro (quando nosso organismo supera a 
capacidade de controle de absorção a nível do intestino). 
o Diagnóstico diferencial: Reação do azul da Prússia (ou de 
Perls) – Fe reage com fercocianeto f de potássio e forma o 
ferrocianeto férrico, que é azul intenso e insolúvel. 
Imcorporação da ferretina no citosol sob a
forma de agregados pelo retículo
endoplasmático liso (vacúolos autofágicos)
Fusão dos vacúolos autofágicos com
lisossomos, formando lisossomos secundários
(siderossomos)
Degradação enzimática da apoferritina
Persistência de agregados maciços e
insolúveis de ferro, constituindo a
hemossiderina
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O ferro é corado de azul no diagnóstico em Perls. 
A hemossiderose pode ser usado para denominar uma 
determinada patologia: 
o Hematoma: Extravasamento do sangue dentro do tecido. 
As hemácias são fagocitadas por macrófagos que liberam 
o ferro, e este acumula-se como hemossiderina no 
citoplasma destes. Possui cor amarelada ou ferruginosa 
do tecido durante a reabsorção do hematoma. 
o Congestão passiva crônica dos pulmões: A insuficiência 
cardíaca esquerda, leva ao aumento da pressão nos 
capilares do pulmão, causando o extravasamento de 
hemácias para os alvéolos, que serão fagocitadas por 
macrófagos e esses ficaram abarrotados de 
hemossiderina. 
Mesmo ocorrendo deposição intraparenquimatosa do 
pigmento, não há, na maioria dos pacientes, lesão celular suficiente 
para provocar distúrbios funcional dos órgãos afetados. 
PIGMENTOS EXÓGENOS 
Oriundos do exterior, que introduzidos no organismo por ingestão, 
inalação ou inoculação, se depositam nos tecidos, funcionando 
como corpos estranhos, sendo fagocitados por macrófagos ou 
drenados por vasos linfáticos. 
VIA INGESTÃO (ORAL) 
ARGIR ISMO OU ARGINA 
▪ Intoxicação com sais de prata: Quando se tem administração 
prolongada e muitas vezes excessivas de medicamentos com 
sais de prata (prata coloidal), gerando dermatites, cistites, 
coccidioses e oftalmias. 
o Deposição de complexos de Ag (prata) nos 
glomérulos renais, glândulas sudoríparas e sebáceas 
e derme superficial, produzindo uma pigmentação 
acinzentada azulada permanentemente na pele e 
mucosa oral. 
 
Popularmente 
conhecida como 
doença do 
homem azul. 
Muito rara.CAROTENOSE OU LIPOCROMATOSE EXÓGENA 
Ingestão (dieta) 
excessiva de 
pigmentos 
vegetais, como 
plantas e algas, 
lipossolúveis que 
garantem pigmentação amarelo pálido na pele e mucosas. 
o São essenciais para a vida, pois o Beta-caroteno é um 
componente básico da vitamina A. 
o As células que mais captam esse pigmento são 
principalmente, as células de Kupffer do fígado e os 
adipócitos, mas também as epiteliais da adrenal, dos 
testículos e da vesícula seminal, as luteínas do corpo lúteo 
e as células ganglionares. 
VIA INALATÓRIA (RESPIRATÓRIA) 
▪ Pneumoconioses: São alterações pulmonares e de linfonodos 
regionais decorrentes da inalação de partículas provindas do 
ambiente (poeiras/poluição do ar). 
o Não são verdadeiramente distúrbios pigmentares, mas 
alguns pigmentos exógenos são frequentemente 
inalados; 
o A gravidade dependerá: 
• Do tipo de partícula inalada (qualidade e diferença 
das inertes para as não inertes); 
• Do tempo de exposição à poeira (quantidade); 
• Presença ou não de infecção associada. 
o Tipos: 
1. Antracose: Deposição de carvão; 
2. Silicone Inalação de sílica; 
Outros: Asbestose: Inalação de silicato de magnésio (componente 
do amianto. Deposição das fibras de asbesto leva a reação 
inflamatória crônica e fibrose); Silicossiderose: De minério de ferro 
(Hematita); "Calcinose": De Carbonato de cálcio (cal); Beriliose: De 
Berílio; Cadmiose: De cádmio; Plumbose: De chumbo; Cuprose: De 
cobre; Argirose: De sais de prata; Hidrargirose: De sais de mercúrio; 
Bismutose: De sais de bismuto. 
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m
ai
s 
im
po
rt
an
te
s 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
▪ Antracose: Deposição de carvão nos pulmões, linfonodos 
regionais e em outros órgãos (via migração de macrófagos com 
carvão fagocitado). 
o Partículas de carbono da poluição atmosférica que 
chegam aos alvéolos; 
o Grupos de risco: mineiros, populações de centro urbanos, 
áreas poluídas e fumantes. 
Aspectos: 
o Macroscopicamente verifica-se um pontilhado preto 
acinzentado, mais 
intenso nas porções 
mais ventrais e 
linfonodos regionais 
também escurecidos. 
o Microscopicamente observa-se grânulos enegrecidos 
histoquimicamente resistentes a todos solventes, 
localizados nos alvéolos e nos septos interalveolares, as 
vezes dentro de macrófagos. 
 
Na imagem ao lado, 
melhor visualização 
dos grânulos de 
poeira. 
 
Na imagem ao lado, os 
pigmentos de antracnose e 
asbesto. 
 
 
▪ Silicone: Inalação de sílica ("areia") sendo altamente irritante, 
determinando reações violentas (nódulos altamente fibróticos 
- de natureza granulomatosa), além de predispor às infecções 
pulmonares, e surgimento de áreas de enfisema. 
o Exposição ocupacional: Mineiros, indivíduos que 
trabalham com concreto e pintores). 
Patologias: 
• Intensa fibrose 
(diminui complacência) 
do parênquima 
pulmonar causando uma 
pneumopatia restritiva; 
• Enfisema: os 
alvéolos se tornam 
perceptíveis 
macroscopicamente; 
• Lesão silicótica 
mais intensa no 
parênquima, em que o tecido tem cor acinzentada e 
aspecto pétreo. 
• Paquipleuris – intensa fobrose pleural. 
Nódulo do pulmão. 
Observa-se o 
rompimento da 
periferia, sendo 
composta de filtrado 
inflamatório e 
colágeno. 
 
VIA INOCULAÇÃO (CUTÂNEA) 
▪ Tatuagem: 
Pigmentos insolúveis, 
introduzidos por 
agulha com 
propósitos decorativos 
ou identificadores. 
Histologicamente o 
pigmento é visto como pequenos grânulos fagocitados por 
histiócitos ou retidos no tecido conjuntivo fibroso. 
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INTRODUÇÃO A INFLAMAÇÃO 
A inflamação é uma resposta protetora a invasores estranhos e 
tecidos necróticos que envolve células do hospedeiro, vasos 
sanguíneos, proteínas e outros mediadores destinados a eliminar a 
causa inicial da lesão celular, bem como as células e tecidos 
necróticos que resultam da lesão original a iniciar o processo de 
reparo, ou seja, a inflamação possui função fundamental de 
controlar danos e iniciar o processo de reparo e/ou cicatrização e/ou 
regeneração do tecido lesionado. 
▪ Os principais componentes da inflamação são a reação 
vascular e a resposta celular; ambas são ativadas por 
mediadores derivados das proteínas plasmáticas e de 
várias células. 
As pessoas associam a inflamação a ser algo de errado/um 
problema no organismo humano. A inflamação só é realmente um 
problema quando acontece em excesso (forte e/ou prolongada) ou 
quando é inapropriada, ou seja, não deveria acontecer por não ter 
um estímulo real (ex.: em doenças autoimunes). 
▪ Sem a inflamação, as infecções prosseguiriam sem 
controle e as feridas jamais cicatrizariam. 
Tipos de inflamação: 
 
COMPONENTES DA INFLAMAÇÃO 
 
A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos 
pelas células do hospedeiro em resposta a um estimulo nocivo. 
Quando um micróbio penetra no tecido ou o tecido é lesado, a 
presença de infecção ou lesão é percebida por células residentes, 
principalmente macrófagos, mas também por células dendríticas, 
mastócitos e outros tipos celulares. Os mediadores inflamatórios 
também são produzidos a partir das proteínas plasmáticas que 
reagem com os micróbios ou com os tecidos lesados. Alguns desses 
mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos (músculo liso que 
dilata e contrai a parede do vaso, e o endotélio) nas vizinhanças e 
promovem a saída do plasma e o recrutamento dos leucócitos 
circulantes para o local onde agente lesivo está localizado, esses 
leucócitos são ativados e tentam remover o agente lesivo, por 
fagocitose. 
A inflamação não está sempre associada a infecção/ 
contaminação pela presença de patógenos na lesão. 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
A inflamação aguda é uma resposta de início rápido e de curta 
duração que levar células e proteínas plasmáticas para locais de 
lesão. 
A inflamação aguda tem 3 componentes principais associadas ao 
transporte de células e proteínas: 
▪ Alterações vasculares: 
o Alterações do calibre vascular que resulta no aumento do 
fluxo de sangue (vasodilatação), que leva as proteínas e 
células necessárias à inflamação e ao processo de reparo; 
o Alteração na estrutura dos vasos que permitem que as 
proteínas plasmáticas deixem a circulação (aumento da 
permeabilidade vascular). 
▪ Eventos celulares: Emigração dos leucócitos (neutrófilos) da 
microcirculação e acúmulo no foco da lesão (recrutamento 
celular e ativação). 
o Os principais leucócitos na inflamação aguda são os 
neutrófilos – primeira linha de defesa. 
ESTÍMULOS DESENCADEADORES DA INFLAMAÇÃO 
AGUDA 
▪ Infecções e toxinas microbianas – mais comum – por vírus, 
bactérias, fungos e parasitas: patógenos vivos ou mesmo que já 
tenha sido destruído; 
Patologia Patologia 
 
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▪ Trauma – cortes e penetrações, cirurgias e agentes físicos e 
químicos – lesão térmica ex.: queimaduras ou frio profundo, 
irradiação, toxidade; 
▪ Necrose tissular de qualquer causar incluindo isquemia e lesão 
química ou física; 
▪ Corpos estranhos – farpas, poeira, suturas e depósitos; 
▪ Reações imunológicas (ou de hipersensibilidade) contra 
substâncias ambientais ou contra os próprios tecidos. 
SÍTIO DE INFLAMAÇÃO 
1. Entrada de patógenos na área lesionada; 
Lembrar que no caso de lesão na pele: A pele possui diversas 
funções, mas uma delas é de defesa, atuando como barreira 
mecânica entre o externo e nosso corpo. Porém, quando há uma 
solução de continuidade, essa barreira é destruída e fica exposta 
para entrada de patógenos. 
2. Plaquetas liberam proteínas de coagulação da lesão – ativação 
da cascata de coagulação; 
3. Mastócitos secretam fatores que mediam a vasoconstrição ou 
vasodilatação, que disponibiliza as células plasmáticas para 
área lesada; 
4. Neutrófilos secretam fatores para matar e degenerar 
partículas e/ou patógenos; 
5. Neutrófilos e macrófagosremovem patógenos por fagocitose, 
além da remoção de tecido morto; 
6. Macrófagos secretam citocinas que recrutam mais células; 
7. A inflamação continua até o reparo da ferida. 
 
FASES DA INFLAMAÇÃO 
Didaticamente: 5 fases e 5 sinais cardinais: 
1. Fase irritativa; 
2. Fase vascular; 
3. Fase exsudativa (vascular e celular); 
4. Fase degenerativa-necrótica; 
5. Fase produtiva-reparativa. 
Na prática, é um processo único e conjunto = dinâmico, varia 
dependendo da lesão, ou seja, pode haver muitos focos, as fases 
podem ser mais demoradas, trocadas e/ou simultâneas. 
 
▪ Edema: Compressão das fibras nervosas locais; agressão direta 
às fibras nervosas e ação farmacológica sobre as terminações 
nervosas. 
FASE IRR ITATIVA 
Modificações morfológicas e funcionais de tecidos agredidos que 
induzem liberação de mediadores químicos, e esses desencadeiam 
as outras fases inflamatórias a partir de mediadores químicos da 
inflamação. 
MEDIADORES QUÍMICOS E REGULADORES DA 
INFLAMAÇÃO 
▪ Pré-formados em grânulos: Prostaglandinas, histamina, 
serotonina e enzimas lisossomais; 
▪ Recém-sintetizados: Leucotrienos, citocinas, NO, fator 
ativador plaquetário, EROs, neuropeptídios. 
▪ Aminas vasoativas: Histamina e serotonina. Primeiros 
mediadores liberados, armazenadas pré-formadas nas células. 
Principalmente em mastócitos (histamina), plaquetas e células 
neuroendócrinas (serotonina). Dilatação de arteríolas, 
aumento de permeabilidade de vênulas; 
▪ Metabólicos do AA (ácido araquidônico): 
o Prostaglandinas: (produzidas e liberadas por mastócitos, 
macrófagos e células endoteliais). PGE2, PGD2, PGF2, 
PGI1, TXA2; 
Inflamação
Calor 
(aquecimento)
Rubor 
(vermelhidão)
Tumor 
(edema)
Dor
Alteração 
funcional
Fase vascular = 
Hiperemia 
 
Fase exsudativa e 
produtiva-reparativa 
Fase irritativa, 
vascular e exsudativa 
Edema e outras sinais 
 
 
 
 
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➢ Vasodilatação, inibição de agregação plaquetária e 
aumento da permeabilidade (PGI2, PGD2, PGE2); 
contração de músculo liso (PGF2); quimioatração de 
neutrófilos (PGD2); 
o Leucotrienos: Quimioatração de leucócitos, vasodilatação; 
o Lipoxinas: Inibidores de inflamação (Anti-inflamatórias, 
efeito contrário aos outros mediadores para estabelecer 
equilíbrio). 
Explicando a imagem acima: O ácido araquidônico resulta da 
quebra dos fosfolipídios da membrana celular pelas enzimas 
fosfolipases. O ácido hialurônico possui a via da cicloxigenase 
(origina as prostaglandinas e tromboxano) e a 5-lipoxigenase 
(origina os leucotrienos e lipoxinas). 
Os corticoides atuam nas fosfolipases e bloqueiam todo o 
processo posterior. E os anticorticoides não esteroidais atuam 
especificamente nas cicloxigenases (total e seletivos). 
 
Isso é importante, pois as prostaglandinas possui somente função 
inflamatória: constitutiva (sempre desempenham estímulos no 
nosso organismos, ex.: produção de plaquetas; produção de muco 
no estômago) e induzida (sofrem estímulos durante o processo de 
inflamação). 
▪ Óxido Nítrico: Vasodilatação (relaxamento muscular), reduz 
agregação plaquetária e recrutamento de leucócitos; 
▪ Fator Ativador de Plaquetas (PAF): Agregação plaquetária, 
vasoconstricção, broncoconstricção, em menores quantidades 
vasodilatação, aumento de permeabilidade vascular; 
▪ Espécies reativas de oxigênio (EROs): Provoca aumento na 
expressão de quimiocinas, destruição de micróbios, dano 
celular (resultando em aumento da permeabilidade vascular). 
RECONHECIMENTO DE PATÓGENOS E CÉLULAS 
DANIFICADAS 
O reconhecimento é feito através de receptores celulares para 
patógenos e células danificas: 
▪ As células expressam receptores na membrana plasmática 
(patógenos/ligantes extracelulares), nos endossomas 
(patógenos ingeridos/fagocitados) e no citosol (patógenos 
intracelulares); 
Ex. de receptores: 
1. NOD-like: Endossomais 
(patógenos ingeridos); 
2. TLR: Citosol (patógenos 
intracelulares); 
3. TLR: Membrana 
(patógenos 
extracelulares). 
 
o Os receptores são expressos em muitos tipos de células, 
incluindo células epiteliais (através das quais os 
patógenos entram), células dendríticas, macrófagos e 
outros leucócitos; 
o O envolvimento desses receptores desencadeiam a 
produção de moléculas envolvidas na inflamação, 
incluindo moléculas de adesão em células endoteliais, 
citocinas e outros mediadores. 
▪ Sensores de danos celulares: 
o Todas as células possuem receptores citosólicos que 
reconhecem um conjunto diversificado de moléculas que 
são liberadas ou alteradas como consequência do dano 
celular; 
➢ Ex.: Ácido úrico (produto da degradação do DNA), 
ATP (liberado das mitocôndrias danificadas), 
concentrações intracelulares reduzidas de K + 
(refletindo a perda de íons devido à lesão da 
membrana plasmática), até mesmo o DNA quando 
liberado no citoplasma e não sequestrado são 
reconhecidos pelos sensores de danos celulares; 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre 
 
o Esses receptores ativam um complexo citosólico 
multiproteico chamado inflamassoma, que induz a 
produção da citocina IL-1, que recruta leucócitos, 
induzindo inflamação; 
▪ Outros receptores celulares envolvidos na inflamação: 
o Receptores para as cauda Fc de anticorpos e para 
proteínas do complemento: 
➢ Esses receptores reconhecem patógenos revestidos (o 
processo de revestimento é chamado opsonização) 
com anticorpos e complemento e promovem a 
ingestão e destruição dos patógenos, além de 
inflamação. 
▪ Proteínas em circulação: 
o O sistema complemento reage contra patógenos 
produzindo mediadores de inflamação: 
➢ Uma proteína circulante chamada lectina, de 
ligação à manose, reconhece açúcares microbianos e 
promove a ingestão dos patógenose a ativação do 
sistema complemento; 
o Outras proteínas chamadas coletinas também se ligam a 
patógenos. 
INFLAMASSOMA 
São ativados por 
receptores NOD 
(NLRs) – receptores 
citosólicos – que 
reconhecem uma 
ampla variedade de 
substâncias, 
incluindo células 
necróticas (ex.: 
ácido úrico e ATP 
liberado), 
distúrbios de íons 
(perda de K +), bem 
como cristais e alguns produtos microbianos. 
▪ A ativação do inflamassoma resulta na ativação da enzima 
caspase 1, que cliva as formas percussoras de citocina 
inflamatória interleucina 1β (IL-1β) em sua forma 
biologicamente ativa. 
 Lembrando: As IL-1 é um importante mediador no 
recrutamento de leucócitos na resposta inflamatória aguda, onde 
os leucócitos fagocitam e destroem as células mortas. 
 TNF, IL-1, IL6 são mediadores importantes do recrutamento 
de leucócitos nas respostas inflamatórias exercem também 
importantes papéis nas respostas sistêmicas da inflamação. 
FASE VASCULAR 
É formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de 
líquidos e células para o foco inflamatório). As principais reações 
são o aumento do fluxo sanguíneo resultante da vasodilatação e ao 
aumento da permeabilidade 
vascular, ambos destinados a 
trazer células sanguíneas e 
proteínas para o sítios da 
infecção ou lesão, pois, o 
aumento do calibre do vaso, 
resulta no aumento do fluxo 
do sangue. 
▪ Alterações no fluxo e calibre vasculares: Após vasoconstricção 
transitória (que dura apenas segundos), ocorre vasodilatação 
das arteríolas, resultando em aumento do fluxo. Essa 
expansão vascular é a causa da vermelhidão (eritema) e calor 
observado; 
o Essas alterações são refletidas, pelas presença de 
numerosos pequenos vasos dilatados, repleto de 
hemácias, um processo chamado estase. Quando essa se 
desenvolve, os leucócitos começam a se acumular ao longo 
da superfície endotelial vascular, um processo chamado 
de marginação (retomado em eventos celulares). 
FASE EXSUDATIVA (VASCULAR E CELULAR) 
Formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de líquidos 
e células para o foco inflamatório) oriundos do aumento da 
permeabilidade

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