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PATOLOGIA BÁSICA + MÓDULO Discente: Anna Beatriz Fonseca + Thaís Silva MedFTC2020.2 – 3º SEMESTRE – TURMA A – TUT3 Transcrição aula + Patologia Básica Robbins CASOS TUT Anna Beatriz Fonseca Patologia Básica: 1- Lesão e morte celular 2/3 - Acúmulos intracelulares 4 - Pigmentos 5 - Inflamação aguda 6 - Inflamação crônica 7 - Reparo Tecidual 8 - Calcificações patológicas 9/10/11 - Distúrbios hemodinâmicos 12 - Adaptações celulares 13 - Neoplasias Casos Tut: Caso 1 - Diabetes Mellitus Caso 2 - Doenças exantemáticas Caso 3 - Mononucleose e síndrome do mono-like Caso 4 – Síndrome dispéptica Caso 5 - Hipertensão Caso 6 – Anemia Falciforme Caso 7 - Desnutrição Caso 8 – Infecção do trato urinário Caso 9 - Meningites Caso 10 – Hepatites Virais Caso 11 - Doença hepática gordurosa não alcoólica Caso 12 - Asma Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre LESÃO CELULAR O tempo inteiro as células são submetidas à estresse/demanda aumentada. E inicialmente, sempre que possível, passam por um processo de adaptação. Quando a célula não se adapta – seja por um estimulo intenso, duradouro ou quando não há capacidade de adaptação - ou quando é exposta a estímulos nocivos (hipóxia, isquemia, reações imunes, agentes físicos, químicos e infecciosos) há lesão celular. Em alguns casos de lesão celular, a célula caminhará diretamente para uma apoptose ou terá alterações subcelulares – alterações funcionais e morfológicas reversíveis (ex. tumefação e degeneração gordurosa) – em que no primeiro momento é possível remover o estímulo da lesão e salvar a célula, caso ao contrário, é chamado de ponto de irreversibilidade, em que a célula evolui para a morte celular, por necrose – morte celular não programada. Obs.: Morte celular: Não depende do tipo de agente agressor, mas da intensidade e duração da agressão. Que agressão? EVOLUÇÃO DA LESÃO CELULAR Antes da morte celular, existe o comprometimento de função da célula. O ponto de irreversibilidade está associado a incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial – depleção de ATP e aumento de EROS pela fosforilação oxidativa – e aos distúrbios da função de membrana: Osmolaridade – controle da concentração de solvente e soluto entre o meio interno e externo (permeabilidade seletiva) – e conteúdos lissosomais – os lisossomos localizam-se em vesículas, essas são revestidas por membrana plasmática, e em caso de alguma alteração nessa membrana, perde-se o controle do equilíbrio da entrada e saída de água e eletrólitos da célula, além da perda do controle físico de delimitação. Lembrar também que dentro dos lisossomos tem-se as enzimas lisossomais que são super lesivas e tem fusão de degradar estruturas. Logo, uma vez que há a ruptura da membrana lissosomal, há perda da delimitação e as células passam a ser atacadas pelas enzimas lisossomais como se fosse um patógeno, gerando a morte celular. Existem alguns sinais morfológicos nas mitocôndrias (=sentinelas) que a célula está evoluindo para morte: ▪ Grande tumefação mitocondrial – aspecto inchado – (falência das bombas de íons), perdas das cristas – aspecto regular, liso -, depósitos floculares (vacúolos lipídicos), bolhas e solução de continuidade da membrana – rupturas. CONCEITOS BÁSICOS ▪ Autólise: Degradação de componentes celulares independente do estado de vida (do ser vivo – necrose – ou do ser morto – decomposição) por enzimas lisossomais, formando o vacúolo autofágico. Lesão Privação de 02 (Hipóxia) Agentes físicos Agentes químicos e drogas Agente infeccioso Reação imunológica Aumento de demanda Desequilíbrio nutricional Alterações genéticas Perda da função celular Morte celular Alterações ultraestruturais Alterações microscópicas Patologia Patologia Célula normal (Homeostase) Adaptação Lesão celular Incapacidade de se adaptar Apoptose Alterações subcelulares Lesão celular reversível Necrose Ponto de irreversibilidade Estresse, demanda aumentada Estímulos nocivos Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre ▪ Autofagia: Digestão dos próprios componentes celulares por hidrolases de organelas senescentes fundidas com lisossomos (autofagolisossoma) com a célula viva, a fim de reaproveitamento e renovação de componentes moleculares (mecanismo de sobrevivência). Costuma ser reversível. Necrose Apoptose Conceito Maior via de morte celular, passiva em energia Morte celular ativa (depende de energia) Consequência de Perda da integridade da membrana e evasão de enzimas lisossomais Dano ao DNA – Vírus, neoplasias, erros genéticos Pato/Fisio Sempre patológica Patológica ou fisiológica NECROSE Não pode ser entendida como sinônimo de morte celular, pois é um tipo de morte de celular. É a maior morte celular no individuo vivo seguido de autólise, consequência de perda da integridade da membrana e evasão de enzimas lisossomais em quadros de isquemia (falta de ATP), exposição a agentes químicos tóxicos, resposta imunológica danosa ou traumas. Na necrose a célula ao romper, o conteúdo caminha para o meio externo e isso desencadeia uma inflamação, que desencadeia alterações vasculares, produção de mediadores, além de chegar mais células para intervir causando uma resposta. ▪ Morfologia: o Eosinofilia (rosa) intensa: Com a morte da célula, haverá a degradação do material genômico causada por perda do RNA ribossômico – perda de basófila – e desnaturação de proteínas e ácidos nucleares; o Aparência vítrea – perda de glicogênio – no início (aspecto de cor clara), que evolui para processo granuloso (digestão de organelas) que é quando começa o processo de autólise; o Degradação nuclear; o No final, há locais na necrose, conhecido Figuras de mielina, que são massas de fosfolipídios, que são o resto de membrana daquela célula. Ocorre tanto dentro de macrófagos quanto solto no interstício. o Alterações do núcleo tanto na necrose como na apoptose: ▪ 1ª – Picnose: Condensação do núcleo – cromatina nuclear com encolhimento e basofilia (azul) intensa; ▪ 2ª – Cariorrexe: Fragmentação do núcleo picnótico; ▪ 3ª – Cariólise: Dissolução ou perda nuclear (esmaecimento da basofilia - DNase). Em uma mesma lâmina é possível encontrar diferentes estágios do núcleo em diferentes células. Analisando lâminas: Na 1ª imagem é possível identificar na 1ª seta picnose e mais abaixo cariólise, e na 2ª imagem cariorrexe. PADRÕES DA NECROSE TECIDUAL 1. Necrose de Coagulação: Mais frequente; inicia-se com área esbranquiçada e firme e com a arquitetura básica preservada por alguns dias. Ocorre devido a uma hipóxia ou isquemia (exceto no tecido cerebral → necrose por liquefação), sendo determinada pela desnaturação das proteínas lissosomais, que impede a proteólise (hidrolise das proteínas) – não tem autólise – e assim a forma microscópica é inicialmente mantida, até que há destruição nuclear, prosseguida pela ação de leucócitos para digestão e os restos são removidos por fagocitose. Infarto renal Primeiro permanece como um “fantasma” e depois é removido por fagocitose. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre ▪ A gangrena é uma forma especial/em evolução de necrose isquêmica pela ação de agentes externos como bactéria e o ar, etc. Existem três tipos de gangrena: o Gangrena seca: A área que sofreu necrose de coagulação sofre mumificação no tecido morto. Geralmente está associada a ocorrência por toxinas e baixa temperatura e envolve as extremidades do corpo – o sangue flui do centro para as extremidades –. Aspecto da pele seco e enrugado (perda de água), com coloração negra (alterações dahemoglobina). Necrose instantânea. Curiosidade: Pode acontecer gangrena seca em pé diabético – lesão de vaso e isquemia das extremidades –, normalmente em lugares mais frios. o Gangrena úmida: Área da necrose de coagulação que sofre liquefação por bactérias anaeróbicas saprófitas – produtoras de fosfolipases e enzimas proteolíticas – São bactérias que em tecido vivo não causam dado, mas em tecido morto causam edema, bolhas, aparência "molhada" e amolecida (digerido), de cor marrom avermelhada, que pode haver produção de gás com odor pútrido (queimaduras severas, ferimentos, frio extremo, feridas diabéticas nos pés ou dedos, pneumonia por aspiração, etc.). o Gangrena gasosa: Necrose com bactérias anaeróbias (Clostridium perfringens e Clostridium septicum), podendo atingir músculos, que pode acumular gás, exsudato, e sangue e se torna vermelha escuro ou preta. A necrose é mais comum em animais de produção (bovino, suínos, equinos). Nos seres humanos, geralmente, acontece por uma ferida penetrante profunda, por um objeto enferrujado ou infectado pelas bactérias, e caso a limpeza da ferida não for feita de maneira adequada, haverá restrição da chegada de oxigênio que irá favorecer a proliferação das bactérias anaeróbias, e essas produzir gases, que caracteriza a necrose. 2. Necrose liquefativa: Observada principalmente em órgãos sólidos em situações de infecções bacterianas e fúngicas, com exceção do cérebro: único tecido do corpo que ao sofrer hipóxia, sem a presença de nenhum patógeno, sofre a necrose liquefativa. 1) Hipóxia: Privação de O2; 2) Necrose liquefativa - os neutrófilos são os principais responsáveis pela liquefação, pois são eles que liberam as enzimas líticas que atuam no ato –, formando uma massa residual amorfa geralmente composta por pus gerado pelas enzimas leucocitárias ou hidrolíticas de células inflamatórias. Essa necrose é denominada malácia; 3) Fagocitose: Célula Gitter, são macrófagos que ingerem as células necróticas e restos de mielina degenerada, logo, aumentam de tamanho e possuem acúmulo gorduroso por dentro. O aspecto macroscópico e a consistência no SNC: mole, semifluida ou liquefeita, e microscopicamente é observado a destruição completa das células. Na imagem acima, o círculo indica o local de uma lesão isquêmica (hipóxia). O local, ao invés do aspecto esbranquiçado e mais rígido – o esperado em uma necrose de coagulação – tem um buraco, esse indica que foi liquefeito. Ao precisar fazer o exame e cortar o cérebro o líquido presente no buraco, extravasou. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre A seta acima aponta para uma célula Glitter – macrófago. 3. Necrose caseosa: (queijo -caseína). Geralmente está associada a fungos – ex.: Mycobaterium bovis, Corynebacterium) – formando grupo de células fragmentadas, com restos granulares (material amorfo rósea), formando focos de inflamação crônica (granulomas), que posteriormente se calcificam (o material amorfo – o que é formado pela ação das bactérias – atrai íons de cálcio por carga elétrica e se liga a eles, então, os íons acabam se depositando e formando sais de cálcio gerando calcificação). Tuberculose pulmonar 4. Necrose gordurosa (Esteanecrose): Acontece no tecido adiposo, comum na pele (hipoderme), mamas e retroperitônio, está relacionada com lesões traumáticas – compressão, esmagamento de adipócitos; é comum em regiões sobre protuberâncias ósseas (ex.: obesos) –, lesões isquêmicas – comprometimento do fluxo sanguíneo –, lesões químicas/enzimáticas – ruptura de células adiposas associadas principalmente a pancreatite – e idiopática – não se tem conhecimendo da causa. Obs.: As lipases são enzimas pancreáticas e no caso da pancreatite, são liberadas de maneira desordenada, e logo, essas enzimas vão entrar em contato com os adipócitos que ficam em torno do pâncreas – que está lesionado –. Vale lembrar que os adipócitos tem gordura armazenada em forma de triglicérides, e ao ter contato com as lipases, essas vão quebrar os triglicérides liberando os ácidos graxos que vão reagir com íons de cálcio que estão presentes no interstício formando sabão insolúvel, sabão e solúveis de cálcio. Então têm-se um processo de saponificação da gordura presente dentro daqueles adipócitos, ou seja, aquele adipócito vira sabão, o aspecto é semelhante a cera da vela. Importante pontuar que os ácidos graxos livres e as enzimas pancreáticas são lesivas às células vizinhas, disseminando e atingindo áreas maiores. Macroscopicamente apresenta locais esbranquiçados por causa da saponificação, também ficam rígidas, pois o sabão é mais consistente que é gordura. Microscopicamente a principal diferença são os focos de contornos sombreados de células necróticas, com depósitos basófilicos de cálcio, rodeados por uma reação inflamatória, isso porque a preparação histológica não remove a gordura que resulta em saponificação. Na imagem acima, é possível observar espaços/pontos esbranquiçados que são a necrose gordurosa. Pâncreas com necrose gordurosa: Na segunda imagem, a seta indica para um material rosado puxado pro roxo, é o resultado da saponificação. EVOLUÇÃO DA NECROSE O produto necrótico deve ser eliminado para não formar calcificações. ▪ Direta: Formação de úlceras, ex.: eliminação da pele; ▪ Condutos naturais: Eliminação via brônquica, ou seja, o paciente tem lesão da necrose caseosa no pulmão que pode se expandir e atingir a parede de um brônquio, fazendo um buraco na parede desse brônquio. O material necrótico caseoso é colocando para fora, saindo por sua tosse; Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre ▪ Trajetos neoformados: Fístulas, geralmente de causa infecciosa, que se abrem na pele (ex.: abcesso subcutâneo) e comunicam o meio externo da pele e o interior da lesão; ▪ Fagocitose: Quando o material não tem a eliminação para o meio externo, as células inflamatórias, predominantemente macrófagos, chegam pela periferia – através dos vasos sanguíneos chegam ao local – e eliminam todo material. (Ex.: Infarto do miocárdio do paciente que sobrevive). SEQUELAS DA NECROSE ▪ Regeneração do tecido; ▪ Fibrose: Quando tem destruição da estrutura de sustentação ou de tecidos que não possui células com capacidade de replicar terá a fibrose (ex.: Fígado quando tem uma perda da estrutura de sustentação, vai evoluir para uma fibrose que pode virar uma cirrose). No caso da pele ocorrerá o aparecimento de uma cicatriz. ▪ Sequestro: Quando têm o isolamento dessa área, a absorção é limitada (ex.: Formação de um granuloma em torno ou malácia do SNC – astrócitos não preenchem extensas áreas perdidas). APOPTOSE Morte celular por processo ativo (dependente de energia), é “programada”, “organizada” para acontecer, ou seja, a célula suicida-se. Não ocorre o processo de autólise - devido a fatores patológicos ou fisiológicos, que estimulam enzimas a fazer dissolução de núcleo (inclui DNA) e organelas (membrana íntegra, formando corpos apoptóticos – sem reação inflamatória), para uma posterior fragmentação e fagocitose por células vizinhas ou macrófagos (sinalização). Fisiopatologia: A célula como um todo irá condensar e encolher, e ao invés de romper, irá sofrer fragmentação explosiva com a formação de pequenos corpos apoptóticos, e não ocorrerá lesão da membrana plasmática, o que isso quer dizer? Não ocorrerá extravasamento do conteúdo interno para o externo, logo não causará reação inflamatória. Porém esses pequenos corpos serão fagocitados por células vizinhas e macrófagos, porque a bicamada lipídica da membrana plasmática contém a fosfatidilserina que muda para o folheto externo da membrana e realiza a sinalização para as células próximas entender que é preciso fagocitar os corpos apoptóticos, só que sem o processoinflamatório. Então é uma morte celular silenciosa, tanto que a todo tempo o ser humano está tendo apoptose no corpo e não sente nada. CAUSAS DA APOPTOSE ▪ Embriogênese (ex. remodelação da mão e desaparecimento de membranas digitais); ▪ Controle da proliferação celular (neutrófilos e células epiteliais – ex. cripta intestinal) para não ocorrer neoplasias; ▪ Involução tecido-hormônio (mama pós-lactação e endométrio durante o ciclo menstrual); ▪ Morte celular tumoral – Tanto o sistema imunológico que mata as células tumorais como também, o tumor que induz a morte de outras células; ▪ Indução por linfócito T citotóxico – avisam a célula que é preciso entrar em apoptose; ▪ Morte de neutrófilos na reação inflamatória (processo de combate); ▪ Induzida por radiação, hipóxia, drogas – que causam danos ao DNA; ▪ Acúmulo de proteínas mal dobradas devido ao estresse do reticulo endoplasmático. FASES DA APOPTOSE ▪ Iniciação/Latente: Aparência normal, existe apenas o comprometimento da expressão gênica (por isso, nessa fase, é complicado de saber se o tecido está entrando em apoptose). Esse processo dura de horas a vários dias, a depender do ciclo celular (proteína p53 – induz apoptose com saída do ciclo). ▪ Execução: Quando começa a ter alterações morfofisiológicas, geralmente esse processo dura 1h e independente do tipo de célula, pois os fenômenos são conservados em todos os tipos celulares – diferente da necrose que depende do tipo de célula. MECANISMOS ▪ Via intrínseca/mitocondrial (PRINCIPAL): Acontece o aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial que libera uma série de moléculas que ativam a cascata das caspases. ▪ Via extrínseca: O linfócito T citotóxico “comunica” a membrana da célula que ela precisa sofrer apoptose. Terá a ligação do FASL, que também vai ativar a cascata das caspases. Diferença entre as vias: A via intrínseca é uma lesão na mitocôndria que desencadeia esse processo que ativa a cascata de caspases e a via extrínseca e uma outra célula que induz o processo. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre A partir da ativação das caspases desencadeantes (8 e 9) nas vias extrínseca e intrínseca, suas formas ativas dão sequência à ativação de caspases executoras, cuja cascata promove a ativação das nucleases, causando fragmentação nuclear (inativam vias de sobrevivência). EVENTOS APOPTÓTICOS E MORFOLOGIA ▪ Perda das microvilosidades e das junções intercelulares – as células começam a se separar uma das outras; ▪ Encolhimento do citoplasma – fica menor e mais visível; ▪ Alterações dramáticas na motilidade citoplasmática com formação de bolhas, fazendo com que essa célula não tenha a mesma capacidade de movimentação; ▪ Mudança na organização do núcleo celular com hipercondensação da cromatina e colapso; ▪ Fragmentação “explosiva” da célula em corpos apoptóticos constituídos por membrana; prosseguida por fagocitose dos corpos apoptóticos, que vai acontecer por meia da fosfatidilserina, que faz o reconhecimento dos macrófagos para poder fazer a remoção. Na imagem as setas apontam para células apoptóticas, é perceptível que são bem pequenas e condensadas. Comparação de apoptose e necrose no mesmo órgão. Característica Necrose Apoptose Tamanho celular Aumento (tumefação) Redução (Retração) Núcleo Picnose — Cariorrexe — Cariólise Fragmentação em partes do tamanho de nucleossomas Membrana plasmática Rompida Intacta (alteração estrutural, orientação dos lipídeos) Conteúdos celulares Digestão enzimática Intactos (corpos apoptóticos) Inflamação adjacente Frequente Nenhuma ESPAÇOS PARA ANOTAÇÕES E DESENHOS _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre RELEMBRANDO O MECANISMO DE LESÃO CELULAR A lesão da célula pode evoluir direto para apoptose - a depender da densidade e duração do estímulo - ou pode sofrer alterações subcelulares (não é observada em lâmina morfológica), evoluindo para uma lesão celular reversível (observada em lâmina morfológica) e nesse ponto encontra-se os acúmulos intracelulares e as degenerações. ALTERAÇÃO/ DEGENERAÇÃO CELULAR Estágio de alteração funcional celular, que pode ou não evoluir para a morte celular, isso vai depender de como foi o estímulo, qual foi a célula e/ou outras características do processo, geralmente é reversível quando o estímulo cessa. A denominação acúmulos intracelulares, surge por conta do citoplasma da célula, em algumas circunstâncias, apresentar-se lesionado por acúmulo de substâncias endógenas ou exógenas, o que reduz ou cessa a função celular. ▪ Locais de acúmulo das substâncias: Livres no citoplasma ou no interior de organelas (geralmente lisossomos) ou núcleo (inclusões virais). ▪ Substâncias acumuladas: Endógenas: Síntese nas células afetadas; Exógenas: Produzidas em outro lugar. MECANISMO DE ACÚMULO CELULAR 1. Substância normal produzida em uma taxa normal ou aumentada, mas a taxa metabólica é inadequada para removê-la. Acontece por uma falha na taxa de excreção ou quando a substância está sendo muito produzida. Ex.: Degeneração gordurosa do fígado (Esteatose). 2. Substância endógena normal ou anormal que se acumula em consequência de defeitos adquiridos ou genéticos no dobramento, empacotamento, transporte e secreção dessa substância. Ex.: Mutações quecausa dobramento e transporte defeituoso, que tende a acumular proteínas (deficiência de α1-antitripsina), ocorre porque a proteína não consegue ser dobrada e transportada de maneira correta e por isso não consegue ser liberada da célula. 3. Defeito herdado em uma enzima que resulta em deficiência em degradar um metabólito, ou seja, acontece porque o processo de metabolismo depende de convenções enzimáticas e a deficiência de uma dessas enzimas prejudica a atividade celular. Ex. Distúrbios das doenças do armazenamento 4. Substância exógena anormal depositada e acumulada devido à falta de enzimas e mecanismos de transporte. Ex.: Acúmulos de partículas de carbono e sílica. Patologia Patologia Célula normal (Homeostase) Adaptação Lesão celular Incapacidade de se adaptar Apoptose Alterações subcelulares Lesão celular reversível Necrose Ponto de irreversibilidade Estresse, demanda aumentada Estímulos nocivos Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre DEGENERAÇÕES ASSOCIADA A COMPONENTES CELULARES NORMAIS Tipos: Degeneração vacuolar hidrópica = Água; Degeneração vacuolar gordurosa = Lipídeos; Degeneração vacuolar por glicogênio = Carboidratos; Degeneração hialina = Proteínas; Degeneração mucoide = Muco (esse tipo é especifico para células produtoras de muco). DEGENERAÇÃO HIDROPÍCA Com sinônimos de degeneração vacuolada, inchação turva, tumefação turva ou edema celular, é uma degeneração de etiologia múltipla comum em células parenquimatosas (ex. rim, fígado e coração), nas quais causam acúmulo de água e eletrólitos no citoplasma, e é considerada a lesão não letal mais comum. ▪ Patogenia: Ocorre o comprometimento da regulação do volume celular – falha no controle de [Na+] e [K+] no citoplasma –, devido a qualquer injuria que afete a bomba de sódio e potássio ou a que leve a carência de ATP, prejudicando seu funcionamento e levando ao desequilíbrio na quantidade desses íons dentro e fora da célula. Ex.: A falta de suprimento energético na desnutrição diminui a respiração aeróbica e também a produção de ATP, que, diminui a síntese proteica e altera a bomba de sódio e potássio, causando acúmulo de Na+ dentro da célula, levando a retenção hídrica e expansão osmótica. Fatores que levem a Hipóxia na degeneração hidrópica: ▪ Inibidores de fosforilação oxidativa pode causar expansão osmótica devido à redução de ATP. Ex. Cianeto, Monóxido de carbono (ocorre com a ação de venenos, pesticidas); ▪ Hipertermia causa aumento do consumo de ATP (a fim de realizar a termo regulação); ▪ Hipopotassemia causa desequilíbrio eletrolítico; ▪ Distúrbios circulatórios causa hipóxia e desequilíbrio osmótico; ▪ Intoxicação (consequente aumento do consumo de ATP) causa lesão da membrana celular por toxinas – lesão mitocondrial –; ▪ Infecção de caráter agudo que produz radicais livres. Os radicais livres são espécies químicas, são extremamente instáveis e reagem prontamente com químicos orgânicos e inorgânicos. As espécies reativas do oxigênio (ERO) são um tipo de radical livre derivado do oxigênio, essas, causam lesão celular através de: ▪ Peroxidação da membrana celular causam alterações na estrutura e na permeabilidade, perda da seletividade na troca iônica e liberação do conteúdo de organelas; ▪ Fragmentação das proteínas resultam no aumento da degradação ou perda da atividade enzimática; ▪ Fragmentação do DNA que implica na morte celular, envelhecimento celular e transformações maligna das células. EVOLUÇÃO DA D . H IDRÓPICA MORFOLOGIA Hepatócitos da região centro lobular mais claros Entrada de líqudo no citoplasma Retículo endoplasmatico liso mais sensível, sendo o 1º a aumentar de tamanho Aumento do volume celular e afastamento das organelas Formação de vacúolos - cisternas dilatados do RER e REL Aspecto do citoplasma diluído e granuloso Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre DEGENERAÇÃO GORDUROSA Possui sinônimo de esteatose, e acontece quando há acúmulo anormal de triglicerídeos (lipídeos) dentro das células do parênquima, que causa consequente aumento nos níveis de TGP e TGO, sendo bem frequente no fígado (distúrbios metabólicos de ácidos graxos), mas ocorre também em coração, músculo esquelético, rim e outros órgãos. Pode ser causada por toxinas, desnutrição proteica, anóxia – ausência de oxigênio –, diabetes mellitus, obesidade e abuso de álcool (as últimas três, estão entre as causas mais comuns em nações industrializadas). ESTEATOSE HEPÁTICA Não é uma doença – porém pode estar associada a doença (ex.: álcool do fígado) –, e sim uma alteração morfofisiológica dos hepatócitos devido a diversas desordens metabólicas, entre elas distúrbios metabólicos dos ácidos graxos, em relação ou ao aumento da síntese ou a dificuldade na utilização, distribuição e excreção. ▪ Aumento da síntese: Obesidade: Absorção excessiva de ácidos graxos devido a uma dieta rica em lipídios; Desnutrição proteica: Com o aumento na mobilização de lipídios do tecido adiposo, induz-se a lipólise (lipídeos → ácido graxo e glicerol), mas os produtos dessa reação não são tão energéticos como os oriundos de carboidratos, por isso tem-se a necessidade de obter energia de novo rapidamente - inanição; Necessidade de energia em um curto período de tempo. Quando o fígado está com desnutrição proteica, privação de alimento, uma mobilização do tecido adiposo fará com que chegue um porte grande de gordura no fígado. ▪ Causas: Dificuldade em oxidar ácidos graxos (β oxidação): Com isso, não há formação de acetil-CoA (integrante do ciclo de Krebs), levando a um quadro de hipóxia, que causa lesão mitocondrial e falta de ATP para o órgão; Toxinas: Arsênio, clorofórmio, tetracloreto de carbono e micotoxinas; Dificuldade no empacotamento para distribuição de triglicerídeos: Com isso, essas moléculas não são excretadas, ficando retida no fígado; Problemas na produção de apoproteínas: Os triglicerídeos ficam retidos no tecido hepático, pois essas proteínas são as que ficam localizadas na superfície das lipoproteínas e são responsáveis por diversas funções, entre elas, endereçar a partícula aos destinos corretos, porem sem o consumo correto de proteínas, não terá aminoácidos para sintetizar a as apoproteínas para o endereçamento. ▪ Aspecto macroscópico: Órgão se apresenta amarelado e gorduroso; Vacúolos pequenos e múltiplos (doenças metabólicas agudas) ou unidos e volumosos (lesões tóxicas ou virais de desenvolvimento lento) de limites nítidos, que deslocam seus núcleo para periferia, tornando a célula pálida e esponjosa a depender do órgão em que está localizada; ▪ Aspecto microscópico: No processamento de rotina (e utilizando HE), o álcool e o xilol dissolvem os lipídeos, tornando o lipossomo um vacúolo vazio; • Espaço claro: Imagem negativa do lipídeos. Para a confirmação de lipídeos intracelular: Uso de microtomia de congelação e corantes lipossolúveis, como: Sudam III: Laranja avermelhado; Sudam IV: Vermelho escarlate; Oil red; Ácido ósmico: Negro; Sulfato azul do Nilo: Violeta azulado (predomínio de ácidos graxos) ou violeta avermelhado (predomínio de gordura neutra). Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre Diagnóstico diferencial da degeneração hidrópica, por métodos histoquímico: - Colorações: ▪ Fixação e processamento específicos que não degradam a gordura presente nas células. * Não usar álcool e xilol. Vermelho do Nilo (Azul do Nilo): Corante ideal para a detecção de lipídios (lipossolúvel), sendo solúvel em vários solventes orgânicos; Oil red: Corante para lipídeos e todos pigmentos lipossolúveis que se dissolvem no lipídeo neutro presente no corte; Sudan III: Corante azóico lisocrômico solúvel em gorduras (aparência castanha). DEGENERAÇÃO POR GLICOGÊNIO Deficiência hereditária de alguma enzima envolvida na síntese ou degradação de glicogênio pode resultar no acúmulo excessivo de glicogênio – açucares nas células animais – ou alguma forma anormal dele em diversos tecidos (principalmente em fígado e rins – onde localizam a maioria das enzimas gliconeogênicas). ▪ O tipo de glicogênio armazenado, sua localização intracelular (geralmente citoplasma ou dentro dos núcleos) e a distribuição tissular das células afetadas variam com a deficiência enzimática específica. Órgãos que mantem depósitos de glicogênios: Fígado: Até 6 % do seu peso após uma refeição rica em carboidratos: • Manutenção da glicemia; • Reserva de glicose. Uma biopsia de um paciente que comeu a pouco tempo, apresentará muito glicogênio no fígado, já que estará em processo de digestão do material. Músculo esquelético: Até 0,7 % do seu peso; • Glicogênio muscular não pode ser exportado, só importado; • Usado pela própria fibra como fonte emergencial de energia. ▪ Etiologia: Metabolismo de glicose ou glicogênio anormal, causando doenças como: Doenças hiperglicemiantes: • Hiperglicemia: Dieta rica em carboidratos ou indivíduos com diabete mellitus; • Notando a infiltração principalmente dos hepatócitos, epitélios de túbulos renais, cardiomiócitos e células β pancreáticas. Diabetes mellitus: Devido à diminuição na produção de insulina pelo pâncreas, há um aumento da glicemia e, em pacientes descompensados, há também glicosúria que desencadeia, como mecanismo compensatório, aumento da reabsorção tubular de glicose por todo néfron a fim de suprir essa demanda e, quando absorvido, tende a formar um acúmulo de glicogênio. Degeneração em túbulo renal. É visto o acúmulo de glicogênio dentro da célula, e os túbulos possuindo um aspecto claro. Assemelha-se com a degeneração hidrópica. Corticoterapia prolongada: O uso prolongado desse fármacos pode induzir uma doença metabólica. Síndrome de Cushing: O cortisol é um hormônio produzido pelo córtex da adrenal, o qual atua inibindo a insulina, causando aumento da gliconeogênese, e essa síndrome se caracteriza pela alta concentração desse hormônio, ou seja, quando indivíduos tomam corticosteroides por um longo período de tempo em quantidade elevada, terá excesso do cortisol, fazendo assim, um excesso de produção de glicogênio ocasionando a acumulação. ▪ Aspecto macroscópico: Em doenças hiperglicemiantes e excesso de corticoides, não há lesão aparente, já em glicogenoses (doenças do metabolismo do glicogênio ou da glicose), há acúmulos maciços, levando à necrose; ▪ Aspecto microscópico: Vacúolos claros mal delimitados de diferentes tamanhos e aumento de volume celular com um aspecto fosco, podendo estar dentro do núcleo. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre Diagnóstico diferencial: Para demonstrar glicogênio intracelular, é necessário um fixador não aquoso (ex. álcool), já que os aquosos (ex. formol) dissolvem o glicogênio. Criopreservação: ▪ Método do Ácido Periódico de Schiff (PAS): Diferencia glicogênio de água por reação histoquímica (oxidação dos resíduos de glicose), corando-os de purpura magenta; ▪ Corante Carmim de Best: Tintura derivada de pequenos insetos parasitas de cacto, que cora grupos polissacarídeos, demonstrando glicogênio em vermelho. O aspecto em célula vegetal, principalmente em condições graves, na qual, a membrana fica tão demarcada, por causa dos acúmulos claros do glicogênio dentro do citoplasma, que parece uma parede. DEGENERAÇÃO MUCOIDE Ocorre com aumento do muco - grânulos de mucina liberados por exocitose, o qual reage com a água formando um fluido viscoso, e tem função de proteger superfícies –, ou seja, um aumento da função secretora dos epitélios mucíparos leva ao aumento de mucinas e muco polissacáridos neutros. ▪ As células caliciformes são as principais produtoras de mucina, - apresenta uma parte da célula repleta de mucopolissacarídeo; ▪ A função da produção desse muco é para a proteção da superfície, como: Desidratação (ex. pulmão); Ataque químico (ex. mucosa do estômago) por parte do suco gástrico – ácido; Bacteriológico (ex. mucosa respiratória); Lubrificante (ex. esófago e cólon – passagem do bolo alimentar). ▪ Etiopatogenia: Hiperprodução de mucina pelas células mucíparas, em situações como: Processos inflamatórios catarrais (sistemas respiratório, digestório e genital), para ajudar a eliminar o patógeno/ material invasor. Alteração reversível, pois o epitélio, com o tempo, se refaz; Neoplasias muco secretoras (mais grave): Quando se tem uma neoplasia/tumor, que gera a produção de muco, que não tem acesso aos ductos secretores (adenomas ou adenocarcinomas), desencadeando acúmulo intracelular, mesmo que a produção não seja excessiva. Não se tem uma alteração reversível, pois não tem como ser feita essa drenagem intracelular. ▪ Aspecto macroscópico: Grande quantidade de substância fluida, consistência viscosa, com aspecto translúcido, semelhante a catarro ou muco; ▪ Aspecto microscópico: Núcleo deslocado para a periferia da célula com formato de um anel (células em “anel de sinete”), e no centro acumulo de mucina. Coração PAS: Método do Ácido Periódico de Schiff - é corado de uma forma mais arroxeada, já que o PAS cora polissacarídeos. DEGENERAÇÃO HIALINA Se caracteriza por produção e acúmulo de proteínas no interior de células ou em tecidos de aspecto hialinoso (homogêneo, eosinófilo e com aspecto histologico brilhante - Hyalos=vidro). Pode ser classificada como intracelular e extracelular. Cor rósea forte quando coradas por hematoxilina e eosina. DEGENERAÇÃO/TRANSFORMAÇÃO HIALINA INTRACELULAR É o acúmulo intracelular de material de natureza proteica, conferindo às células e tecidos afetados um aspecto hialino, sendo essa substância hialina no interior da celula, composto por grânulos acidófilos, pequenos e homogêneos. Degeneração hialina Intracelular Extracelular Degeneração propiamente dita Degeneração amilóide Interstício e vasos Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre Na imagem ao lado, as setas mostram o interior das células, compostas de grânulos. ▪ Etiologia: Corpúsculos de inclusão viral: Acúmulo de nucleoproteínas virais e/ou produtos da reação à infecção viral no citoplasma ou no núcleo (ex. encefalite por sarampo ou herpes). A presença desse acumulo interfere na função celular; • Fábricas de vírus: Onde ácido nucleico ou a proteína viral estão sendo sintetizados. Corpúsculo de Negri (neurônio): Encontrados na fase de viremia (replicação), por efeito citopático, ou seja, interferência, do vírus sobre a célula, sendo uma ferramenta de diagnóstico. (Ex. vírus da raiva). Condensação das proteínas: Ação direta de álcool nas proteínas do citoesqueleto. Os produtos metabólicos do álcool atingem estruturas da mitocôndria, microtúbulos e microfilamentos (ex. cirrose hepática alcoólica – alcoolismo crônico –, e geralmente está associada à esteatose). Obs.: Para diferenciar uma esteatose com e sem presença de álcool, um dos métodos é a visualização do corpúsculo de Mallory ou Mallory-Dank. • Corpúsculo de Mallory: Massas hialinas acidófilas grumosas (tamanhos e formas variáveis) com bordas irregulares fioconosas ou filamentosas no citoplasma dos hepatócitos. Na microscopia eletrônica observa-se filamentos paralelos de disposição irregular e tamanhos diferentes. Hepatócito com formato balonizado, citoplasma irregular, há presença do corpúsculo de Mallory, aspecto grumoso ou as vezes filamentar. Início da morte celular: Muito observado emdoenças hepáticas virais (hepatite A ou B ou febre amarela): Inicia apoptose em hepatócitos, gerando diminuição do volume celular com citoplasma hialino, levando a organelas diminuídas por apoptose e a núcleos picnóticos fragmentados ou ausentes – múmias” celulares, refringentes e vermelhas; Obs.: Como resultado da atividade apoptotica ocorre o Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima, que é uma degeneração do nucléolo e o acúmulo de proteína decorrente da apoptose; encontrados nos hepatocitos em hepatites virais. Degeneração de nucléolo e acúmulo de proteína que gera a massa (Corpúsculo de Rocha Lima). O avermelhado em volta é infiltrado inflamatorio. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre Outro processo é a Degeneração cérea: Resultado de coagulação focal de proteínas citoplasmáticas, gerando massas homogêneas acidófilicas (hialinas) em partes da célula. É secundária a processos degenerativos e necróticos celulares. • Patogenia: Na microscopia ótica pode ser difícil de distinguir necrose de degeneração hialina acentuada. Microscopia: Desagregação dos miofilamentos, dando aspecto róseo, homogêneo (hialino) nos corte rotineiramente corados pela HE. As setas amarelas representam pontos de degeneração hialina. ! ! ! A degeneração cerea a princípio não necessariamente evolui para morte celular, mas pode ocorrer se ela por muito extensa. Defeitos genéticos: Deficiência de α-1 antitripsina (acúmulo), que é uma antiprotease produzida pelos fagócitos mononucleares do fígado e lançada no plasma, que mantém um equilíbrio nos processos inflamatórios. Destruição das proteases produzidas pelas células inflamatórias. • Deficiência: Com a destruição causada por proteases de células inflamatórias, há uma deficiência que causa enfisema pulmonar, pancreatite, cirrose hepática, hepatite neonatal com evolução para cirrose. • Congênita: Penetração no citoplasma de proteínas compelxas: Penetração ou coagulação de proteínas complexas no citolasma. • Degeneração hialina goticular: Resultado da retenção das proteínas filtradas pelos glomérulos em processo patológicos (síndromes nefróticas) reabsorbidas por pinocitose, causando a produção de albumina. • Envolve proteinúria. Aspecto vítreo em lâminas • Recém-nascido: Pode ser encontrada nas células das vilosidades intestinais do intestino delgado, devido à alta quantidade de proteínas do colostro (nesse caso não é um problema, é um achado – não causa danos). • Córpusculo de Russel: Aumento da síntese de proteínas de plasmócitos. Como? Na substância hialina, há superprodução de imunoglobulinas (principalmente IgG), que não estão sendo excretadas, e se cristalizam dentro do retículo endoplasmático de plasmócitos. • Observados em processos inflamatórios crônicos (ex.:câncer), e em prolongada estimulação antigênica. Músculo coagula-se, desnaturação das proteínas estruturais e enzimas, que causa perda de estriação Reabsorção e reestruturação dos sarcômeros Se muito extensa , causa morte celular (necrose hialina) Ativação de proteassomos do citosol e outras proteases intracelulares Grande atividade catabólica Ação de IL-1 e TNF-α nas células musculares Desintegração dos microfilamentos Não excreção enzima causa... Acúmulo nos hepatócito s levando Inclusões globulares hialínicas Acúmulo de material hialino protéico nas células do fígado Proteínas pinocitadas pela célula tubular União com lisossomos Formação de fagolisossomos Gotícula hialina ao microscópio Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre DEGENERAÇÃO HIALINA EXTRACELULAR AMILOIDE: Grupo de alterações, caracterizadas pela deposição extracelular patológica de proteínas insolúveis em órgãos e tecidos, formando amiloides, que são substâncias proteicas fibrilares, insolúveis, e resistente à ação proteolítica. Resulta da dobragem anormal de proteínas, que sção depositadas como fibrinas em tecidos extracelulares e interrompem a finção normal. A sua presença pode ter uma ação irritante ou, na maioria das vezes, ser inerte. Tem predisposição inicial a se depositar em parede de vasos (comprometendo o fornecimento de nutrientes e oxigênio para as células), ou em órgãos (ex. rim, fígado e baço) – pode afetar um único órgão, ou vários – além de depositar-se também em linfonodos, adrenais, ilhotas pancreáticas, trato gastrointestinal (em indivíduos com DM pode atingir o pâncreas); Processo da doença inerte: Deposição de amiloide nos órgãos, que resulta em interferência na função e no fluxo sanguíneo normais dos mesmos, podendo causar necrose das células e fibrose dos tecidos afetados; O mecanismo em que as proteínas precursoras são convertidas em fibras amiloides é variado e complexo. Propiedades das proteínas amiloides: Os depósitos amiloides possuem aparência e características de coloração semelhantes a outras proteínas. Existem 23 proteínas diferentes podem agregar e formar fibrilas com a aparência de amiloide. Existem três formas bioquímicas principais e várias secundárias, que são depositadas por diferentes mecanismos patogênicos. Por conta disso, a amiloidose não deve ser considerada uma doença única; pelo contrário, é um grupo de doenças que têm em comum a deposição de proteínas de aparência semelhante. Quando se chega a um quadro de amiloide o primeiro passo a ser feito é testar as AA. Composição dos amiloides: AL (Amiloides de cadeia leve): Cadeias leves completas de imunoglobulina e/ou fragmentos aminoterminais dessas cadeias leves ou ambas. A maioria das proteínas AL analisadas são compostas por cadeias leves λ (iminoglobulinas) ou seus fragmentos, porém as cadeias κ estão presentes em alguns casos (“pedaços” de imunoglobulinas”). É produzida a partir de cadeias leves de Ig livres secretadas por uma população monoclonal (clone de plasmócitos com as mesmas características) de células plasmáticas, e sua deposição está́ associada a certas formas de tumores plasmáticos. AA (Associado a amiloide): Derivadas de uma única proteína ( grande = peso molecular: 8500 quilodaltons e resíduos de AA: 76) não-Ig produzida pelo fígado, que sofre proteólise de um precursor maior (proteína SSA, associada à amiloide no soro – 12.000 daltons) que também é sintetizada no fígado e circula ligada a lipoproteínas de alta densidade. A produção é aumentada nos estados inflamatórios como parte da resposta da fase aguda. Portanto, essa forma de amiloidose está associada à inflamação crônica e é frequentemente chamada de amiloidose secundária. (Aβ) β-amiloide: Peptídeo de 4000 dalton, que é derivado por proteólise de uma glicoproteína transmembrana muito maior (proteína precursora de amiloide) e constitui o núcleo das placas cerebrais encontradas na doença de Alzheimer e nas paredes dos vasos sanguíneos cerebrais em indivíduos com esta doença. Outras proteínas que podem se depositar como amiloide: Transtiretina (TTR): Proteína sérica normal que se liga e transporta tiroxina e retinol. Existem várias formas mutantes distintas de TTR (e seus fragmentos) são depositadas em um grupo de doenças geneticamente determinas, conhecidas como polineuropatias amiloides familiares; mas também é depositada no coração de idosos (amiloidose sistêmica senil); β2-microglobulina: Componente de moléculas do MHC classe I, sendo uma proteína sérica normal, identificada como a subunidade da fibrila amiloide (Aβ2m) na amiloidose, que complica o curso dos pacientes em hemodiálise a longo prazo; Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre Proteínas prionicas: Em poucos casos da doença do príon no SNC, essas proteínas são mal dobradas e se agregam no espaço extracelular e adquirem as características estruturais e de coloração da proteína amiloide(ex.: vaca louca); Componentes secundários: • Componente P amiloide sérico: Essa proteína pode contribuir para a deposição de amiloide, estabilizando as fibrilas e diminuindo sua depuração; • Proteoglicanos; • Glicosaminoglicanos muito sulfatados. Os componentes secundários acontecem quando já se tem uma causa primaria de deposição de amiloide, ou seja precisa de uma causa inicial para se associar. A imagem acima representa como é o esquema dessas proteínas: • Demonstração de como é formada a fibrila: a proteína dobrada original nativa sofre um erro na sua dobra – formam uma folha β pregueada que vai adquirir o formato de fibrila – que é chamado de amiloidogênico, que origina a amiloide. As proteínas deformadas são degradas intracelularmente em proteossomas ou extracelularmente por macrófagos. Tecido muscular, e entre eles, o depósito de amiloides em rosa pálido. Coloração: • Coloração de hematoxilina e eosina: Amiloide é visto com caractéeristica hialina, sendo homogênea e eosinofílica; • Para garantir que é um amilóide: Corar em vermelho congo com luz polarizada: Depósitos amiloides brilham em cor verde esmeralda. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre INTRODUÇÃO Chama-se pigmento a toda substância com cor própria. Deste modo, constituem este grupo substância com origem, composição química e significado fisiológico e patológico. Podem ser classificados em: ▪ Endógena: Sintetizados no organismo; ▪ Exógena: Oriundas do exterior e introduzidos no organismo por ingestão, inalação ou inoculação. Os distúrbios da pigmentação decorrem de alterações na formação do pigmento (hiper ou hipopigmentação) e alterações na distribuição. PIGMENTAÇÕES ENDÓGENAS Hiperprodução e acúmulo de pigmentos sintetizados no próprio organismo. Um pigmento pode ser produzido em uma célula e ser depositado nela mesma ou em outra célula. MELANINA Pigmento responsável, principalmente, pela coloração da pele, pelos e olhos, tem a função de proteger conta radiações em geral. É um pigmento preto-acastanhado, sintetizados pelos melanócitos localizados na epiderme. Os melanócitos possuem a enzima tirosinase (ou tirosina oxidase), que atua sobre a tirosina, resultando como produto final a melanina. Embora os melanócitos sejam a única fonte de melanina, os queratinócitos basais podem acumular o pigmento (ex.: sarnas), assim como os macrófagos na derme. Patologias: ▪ Albinismo (ou acromia, acromatose): Despigmentação generalizada congênita (herança hereditária recessiva): o Incapacidade dos melanócitos de sintetizar a tirosinase, levando a ausência da pigmentação da pele e conjuntiva. ▪ Vitiligo: É uma acromia localizada adquirida. Características, geralmente, simétrica, irregular e delimitada com Hipercromia periférica; o Decorrem da perda de atividade enzimática local dos melanócitos. Na maioria das literaturas é descrita como um transtorno de origem idiopática – autoimune (alterações de toxinas e quimosinas, além de atividades diferentes das células associadas a resposta imune); predisposição genética, fatores externos (ex.: estresse). ▪ Acromia cicatrial: o Exaustão dos melanócitos ou da sua destruição no local da cicatriz. o Hipopigmentação pós inflamatória: Inflamação cutânea pode induzir a perda ou diminuição da coloração da pele. (Principalmente inflamação crônica). ▪ Acromotriquia: o Exaustão dos melanócitos comprometendo a produção de pigmento no cabelo. Acontecem na senilidade (envelhecimento) – levando em conta fatores genéticos –, por deficiências nutricionais (diminuição da cor pela carência extrema de alimento, ex.: proteína, além de deixar o cabelo “fraco”) e pelas radiações intensas, após um período de hiperpigmentação. ▪ Hiperpigmentação: ▪ Melasma: Manchas hiperpigmentares mais comumente na face, mas também pode ser extrafacial, com acometimento dos braços, pescoço e colo. Patologia Patologia Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre o Não há causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez, predisposição genética, e principalmente, à exposição solar. ▪ A inflamação crônica pode causar manchas pós-inflamatórias, podendo levar ao dano permanente no DNA celular. o As máculas podem variar em cor de rosa a vermelho, marrom ou preto, dependendo do tom da pele e da profundidade da coloração; essas manchas podem regredir quando se trata a causa de base. Melanoma: Neoplasia maligna que tende a ser agressiva - multiplicação autônoma e desordenada de melanoblastos e melanócitos. Qualquer lesão pigmentada que comece a crescer, que tenha alterações na pigmentação ou que venha a sangra deve ser estudada microscopicamente. PIGMENTOS LIPÍDICOS ▪ Lipofucsina: Conhecido como pigmento do desgaste ou da idade ou pigmento senil – atrofia parda. É um material intracelular granular, castanho-amarelado que se acumula em diferentes tecidos (particularmente no coração, fígado e cérebro) como consequência de envelhecimento ou atrofia. É um pigmento que vai se acumulando dentro da célula dependente do tempo, ou seja, acumula-se desde o nascimento e cresce à medida que o individuo envelhece. Esse pigmento só é observado em grande quantidade, por isso, é comumente observado em indivíduos mais velhos. o Acumula-se em células pós-mitóticas (ex.: neurônios, miócitos cardíacos, míocitos da musculatura esquelética) e células com divisão lenta (ex.: hepatócitos e células da glia); o É o resultado final da autofagocitose dos constituintes celulares (organelas – as membranas das organelas são lipídicas) de células parenquimatosas. o Resíduo final não degradável acumulado em lisossomos. o Aspectos: • Macroscópico: Grande quantidades de lipofuscina dão coloração amarronzada; • Microscópico: Grânulos amarronzados no citoplasma de células parenquimatosas. ▪ Ceróide: Também acontece pela oxidação de lipídeos, porém é acumulado no interior de macrófagos; não é uma autofagia, é resquicídios de outra células (heterofagia). Possui efeito deletério sobre a célula, ou seja, compromete o funcionamento. o Comum em áreas degeneradas necróticas ou hemorrágicas em que lipídeos são liberados nos tecidos e fagocitados e degradados pelos macrófagos. o Presente na desnutruição severa (ex.: caquexia advinda do câncer), deficiência de vitamina E, radiação. o Se acumula, frequentemente, nas células de Kupffer, e em menor extensão nos hepatócitos, miócitos da musculatura esquelética e lisa. Fatores Lipofusina Ceróide Dependente do tempo Sim Não Início Infância Em qualquer fase Deletério Não Frequente Taxa de acumulação Muito devagar Usualmente rápida Distribuição nos tecidos Intracelular Intra e Extracelular Formação Autofagia Heeterofagia Origem dos percursores Maioria intracelular Maioria extracelular Lembrar que quando há degeneração e inflamação, os neutrófilos irão agir sobre o tecido comprometido, e as enzimas liberadas por essas células podem degradar os lípideos e gerar deposição de ceróide extracelular. PIGMENTOS HEMOGLOBÍNICOS Pigmentos resultado da destruição das hemácias. Fusão da organela com o lisossomo Oxidação de lipídeos das membranas de organelas Fagocitose Acúmulo em vacúolos Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre A meia vida da hemácia é de 120 dias, depois disso é destruída a passar pelo baço, e então divida em “Heme” e “Globina”. ▪ Bilirrubina: Produto do catabolismo da fração heme da hemoglobina e de outras hemoproteínas. Transportes: o Transporte sanguíneo: Da bilirrubina não conjugada (antes de chegar no fígado), a molécula nesse estado é tóxica. • No plasma 91% da Bb não conjugadaé transportada ligada à albumina; • 9% restante carregado ligado à Apolipoproteína D; • Insolúvel em soluções aquosas, logo, não pode ser eliminada diretamente. o Transporte e conjugação no hepatócito: Da bilirrubina em conjugação com o ácido glicurônico nos hepatócitos; essa conjugação transforma a molécula em inócua, hidrofílica e solúvel em água, além de ser frouxamente ligada à albumina: • A molécula ao chegar no rim, é filtrada e eliminada diretamente. • Essa etapa é necessária para excreção. Mecanismo de formação e acúmulo: O conhecimento do metabolismo da Bilirrubina é essencial para o diagnóstico e avaliação de um grande número de doenças do fígado e do sangue, ex.: o O aumento de níveis sanguíneos de Bb não conjugada, particularmente em recém-nascido, causa a lesão cerebral irreversível (sequelas neurológicas permanentes) ou morte. o Hiperbilirruninemia: Distúrbios associados ao aumento da produção de Bb ou a defeito hepático – comprometimento dos hepatócitos – na remoção do pigmento da circulação resultam na evolução de seu nível no sangue, traduzida no quadro de icterícia (retenção da bile): • Icterícia pré-hepática: Predomínio da Bb não-conjugada (indireta): Acontece quando a superprodução de Bb na hemólise excessiva – anticorpos produzidos nas incompatibilidades sanguíneas, doenças autoimunes e depósitos de imunocomplexos –, logo a taxa de produção excede a taxa de remoção do fígado. • Icterícia hepática: Tanto pela Bb conjugada como pela não conjugada. Acontece pela redução na capacitação e transporte ou pela diminuição da conjugação, ex.: Hepatites e cirroses: o Infecciosa (Leptospirose, enterobactérias, vírus da hepatite); o Tóxica (Envenenamentos por aflotoxina, chumbo, anilina, fósforo, medicamentos); o Degenerativa (Tumor hepático, cirrose). • Icterícia pós-hepática: Predomínio da bilirrubina conjugada (direta). Acontece por um obstáculo ao funcionamento biliar, diminuindo a excreção. Pode estar localizado nas próprias vias biliares (como cálculo ou quando a bile fica anormalmente espessa) ou no exterior, pela compressão do ducto colédoco ou da vesícula biliar (por corpos estranhos no duodeno ou neoplasias de órgãos próximos como tumores hepáticos e digestivos). Na imagem ao lado (fígado): Colestase intrahepatocítica (acúmulo dentro dos hepatócitos) e extrahepatocítica (fora – ao redor – dos hepatócitos). As membranas plasmáticas dos hepatócitos se fundem e formam o canalículo biliar – acúmulo de bilirrubina. A bilirrubina é o produto final da degradação do heme (proveniente da decomposição de eritrócitos, principalmente no baço) A heme oxigenase intracelular (fagócitos) oxida o heme, formando a biliverdina, que em seguida é reduzida a bilirrubina pela biliverdina redutase A bilirrubina (não conjulgada) é ligada à albumina sérica, para que seja transportada pela circulação até o fígado No fígado, a bilirrubina é captada pelos hepatócitos, conjugada ao ácido- glicurônico pela UDP-glicuronil-transferase no retículo endoplásmatico, e é excretada na forma de glicuronídeos de bilirrubina na bile A maior parte dos glicuronídeos de bilirrubina é desconjugada na luz intestinal por β-glicuronidases bacterianas e degradada até urobilinogênios (dá coloração as fezes), que junto com os resíduos intactos, são excretados nas fezes Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre Respectivamente, colestase intracelular e extracelular. ▪ Hematina: Pigmento derivado do heme contendo ferro, resultante da ação de um ácido forte. Encontrada ao redor de vasos e em áreas hemorrágicas. o Pigmento da úlcera gástrica: Observa-se a ação do ácido clorídrico sobre a hemoglobina; o Hematina malárica ou esquitossomótica (ou hemosoina): Resultado da digestão enzimática da hemoglobina por parasitos: • A ruptura das hemácias libera grânulos castanhos- escuros no interstício para os macrófagos do baço, fígado e outros órgãos. o Pigmento do formol: Grânulos bronzeados ou preto esverdeado, vistos em tecidos hemorrágicos quando fixados em formol – principalmente em cortes de tecidos com pH abaixo de 5 –, ou acontecem também pelo indício de autólise pós morte. • Não tem significado patológico; • Pode ser confundido com outros pigmentos importantes, como a hematina. • O uso do formal tamponado e neutro previne sua ocorrência. ▪ Hemossiderina: Produto do catabolismo “Heme” do Ferro da hemoglobina. Grânulos de cor marrom escura, que se acumula em tecidos, onde há excesso de ferro, local ou sistêmico. o O ferro é vital para todos os seres vivos, pois realizam funções como transporte de oxigênio e de elétrons (hemoproteínas) e síntese de DNA (enzima ribonucleotídeo redutase); o O ferro está em constante equilíbrio entre absorção, transporte, armazenamento e utilização. Ferritina (forma do ferro carreado e armazenado): Associação da apoferritina com o ferro, que mantém o ferro sequestrado em forma oxidada (melhor visualização óptica), controlando sua atividade pró-oxidante formadora de radicais livres de oxigênio. o Se tiver oferta de ferro ao sistema reticuloendotelial, terá moléculas de ferritina formando micelas que se agregam e formam hemossiderina. A porcentagem de ferro em relação à proteína é maior na hemossiderina que na ferritina, e a mobilização do ferro é mais difícil. o Acúmulo de hemossiderina nos tecidos acontecem pela destruição excessiva de hemácias (anemia hemolíticas ou autoimunes ou transfusões múltiplas) e também pela ingesta excessiva de ferro (quando nosso organismo supera a capacidade de controle de absorção a nível do intestino). o Diagnóstico diferencial: Reação do azul da Prússia (ou de Perls) – Fe reage com fercocianeto f de potássio e forma o ferrocianeto férrico, que é azul intenso e insolúvel. Imcorporação da ferretina no citosol sob a forma de agregados pelo retículo endoplasmático liso (vacúolos autofágicos) Fusão dos vacúolos autofágicos com lisossomos, formando lisossomos secundários (siderossomos) Degradação enzimática da apoferritina Persistência de agregados maciços e insolúveis de ferro, constituindo a hemossiderina Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre O ferro é corado de azul no diagnóstico em Perls. A hemossiderose pode ser usado para denominar uma determinada patologia: o Hematoma: Extravasamento do sangue dentro do tecido. As hemácias são fagocitadas por macrófagos que liberam o ferro, e este acumula-se como hemossiderina no citoplasma destes. Possui cor amarelada ou ferruginosa do tecido durante a reabsorção do hematoma. o Congestão passiva crônica dos pulmões: A insuficiência cardíaca esquerda, leva ao aumento da pressão nos capilares do pulmão, causando o extravasamento de hemácias para os alvéolos, que serão fagocitadas por macrófagos e esses ficaram abarrotados de hemossiderina. Mesmo ocorrendo deposição intraparenquimatosa do pigmento, não há, na maioria dos pacientes, lesão celular suficiente para provocar distúrbios funcional dos órgãos afetados. PIGMENTOS EXÓGENOS Oriundos do exterior, que introduzidos no organismo por ingestão, inalação ou inoculação, se depositam nos tecidos, funcionando como corpos estranhos, sendo fagocitados por macrófagos ou drenados por vasos linfáticos. VIA INGESTÃO (ORAL) ARGIR ISMO OU ARGINA ▪ Intoxicação com sais de prata: Quando se tem administração prolongada e muitas vezes excessivas de medicamentos com sais de prata (prata coloidal), gerando dermatites, cistites, coccidioses e oftalmias. o Deposição de complexos de Ag (prata) nos glomérulos renais, glândulas sudoríparas e sebáceas e derme superficial, produzindo uma pigmentação acinzentada azulada permanentemente na pele e mucosa oral. Popularmente conhecida como doença do homem azul. Muito rara.CAROTENOSE OU LIPOCROMATOSE EXÓGENA Ingestão (dieta) excessiva de pigmentos vegetais, como plantas e algas, lipossolúveis que garantem pigmentação amarelo pálido na pele e mucosas. o São essenciais para a vida, pois o Beta-caroteno é um componente básico da vitamina A. o As células que mais captam esse pigmento são principalmente, as células de Kupffer do fígado e os adipócitos, mas também as epiteliais da adrenal, dos testículos e da vesícula seminal, as luteínas do corpo lúteo e as células ganglionares. VIA INALATÓRIA (RESPIRATÓRIA) ▪ Pneumoconioses: São alterações pulmonares e de linfonodos regionais decorrentes da inalação de partículas provindas do ambiente (poeiras/poluição do ar). o Não são verdadeiramente distúrbios pigmentares, mas alguns pigmentos exógenos são frequentemente inalados; o A gravidade dependerá: • Do tipo de partícula inalada (qualidade e diferença das inertes para as não inertes); • Do tempo de exposição à poeira (quantidade); • Presença ou não de infecção associada. o Tipos: 1. Antracose: Deposição de carvão; 2. Silicone Inalação de sílica; Outros: Asbestose: Inalação de silicato de magnésio (componente do amianto. Deposição das fibras de asbesto leva a reação inflamatória crônica e fibrose); Silicossiderose: De minério de ferro (Hematita); "Calcinose": De Carbonato de cálcio (cal); Beriliose: De Berílio; Cadmiose: De cádmio; Plumbose: De chumbo; Cuprose: De cobre; Argirose: De sais de prata; Hidrargirose: De sais de mercúrio; Bismutose: De sais de bismuto. } m ai s im po rt an te s Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre ▪ Antracose: Deposição de carvão nos pulmões, linfonodos regionais e em outros órgãos (via migração de macrófagos com carvão fagocitado). o Partículas de carbono da poluição atmosférica que chegam aos alvéolos; o Grupos de risco: mineiros, populações de centro urbanos, áreas poluídas e fumantes. Aspectos: o Macroscopicamente verifica-se um pontilhado preto acinzentado, mais intenso nas porções mais ventrais e linfonodos regionais também escurecidos. o Microscopicamente observa-se grânulos enegrecidos histoquimicamente resistentes a todos solventes, localizados nos alvéolos e nos septos interalveolares, as vezes dentro de macrófagos. Na imagem ao lado, melhor visualização dos grânulos de poeira. Na imagem ao lado, os pigmentos de antracnose e asbesto. ▪ Silicone: Inalação de sílica ("areia") sendo altamente irritante, determinando reações violentas (nódulos altamente fibróticos - de natureza granulomatosa), além de predispor às infecções pulmonares, e surgimento de áreas de enfisema. o Exposição ocupacional: Mineiros, indivíduos que trabalham com concreto e pintores). Patologias: • Intensa fibrose (diminui complacência) do parênquima pulmonar causando uma pneumopatia restritiva; • Enfisema: os alvéolos se tornam perceptíveis macroscopicamente; • Lesão silicótica mais intensa no parênquima, em que o tecido tem cor acinzentada e aspecto pétreo. • Paquipleuris – intensa fobrose pleural. Nódulo do pulmão. Observa-se o rompimento da periferia, sendo composta de filtrado inflamatório e colágeno. VIA INOCULAÇÃO (CUTÂNEA) ▪ Tatuagem: Pigmentos insolúveis, introduzidos por agulha com propósitos decorativos ou identificadores. Histologicamente o pigmento é visto como pequenos grânulos fagocitados por histiócitos ou retidos no tecido conjuntivo fibroso. Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre INTRODUÇÃO A INFLAMAÇÃO A inflamação é uma resposta protetora a invasores estranhos e tecidos necróticos que envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores destinados a eliminar a causa inicial da lesão celular, bem como as células e tecidos necróticos que resultam da lesão original a iniciar o processo de reparo, ou seja, a inflamação possui função fundamental de controlar danos e iniciar o processo de reparo e/ou cicatrização e/ou regeneração do tecido lesionado. ▪ Os principais componentes da inflamação são a reação vascular e a resposta celular; ambas são ativadas por mediadores derivados das proteínas plasmáticas e de várias células. As pessoas associam a inflamação a ser algo de errado/um problema no organismo humano. A inflamação só é realmente um problema quando acontece em excesso (forte e/ou prolongada) ou quando é inapropriada, ou seja, não deveria acontecer por não ter um estímulo real (ex.: em doenças autoimunes). ▪ Sem a inflamação, as infecções prosseguiriam sem controle e as feridas jamais cicatrizariam. Tipos de inflamação: COMPONENTES DA INFLAMAÇÃO A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos pelas células do hospedeiro em resposta a um estimulo nocivo. Quando um micróbio penetra no tecido ou o tecido é lesado, a presença de infecção ou lesão é percebida por células residentes, principalmente macrófagos, mas também por células dendríticas, mastócitos e outros tipos celulares. Os mediadores inflamatórios também são produzidos a partir das proteínas plasmáticas que reagem com os micróbios ou com os tecidos lesados. Alguns desses mediadores agem nos pequenos vasos sanguíneos (músculo liso que dilata e contrai a parede do vaso, e o endotélio) nas vizinhanças e promovem a saída do plasma e o recrutamento dos leucócitos circulantes para o local onde agente lesivo está localizado, esses leucócitos são ativados e tentam remover o agente lesivo, por fagocitose. A inflamação não está sempre associada a infecção/ contaminação pela presença de patógenos na lesão. INFLAMAÇÃO AGUDA A inflamação aguda é uma resposta de início rápido e de curta duração que levar células e proteínas plasmáticas para locais de lesão. A inflamação aguda tem 3 componentes principais associadas ao transporte de células e proteínas: ▪ Alterações vasculares: o Alterações do calibre vascular que resulta no aumento do fluxo de sangue (vasodilatação), que leva as proteínas e células necessárias à inflamação e ao processo de reparo; o Alteração na estrutura dos vasos que permitem que as proteínas plasmáticas deixem a circulação (aumento da permeabilidade vascular). ▪ Eventos celulares: Emigração dos leucócitos (neutrófilos) da microcirculação e acúmulo no foco da lesão (recrutamento celular e ativação). o Os principais leucócitos na inflamação aguda são os neutrófilos – primeira linha de defesa. ESTÍMULOS DESENCADEADORES DA INFLAMAÇÃO AGUDA ▪ Infecções e toxinas microbianas – mais comum – por vírus, bactérias, fungos e parasitas: patógenos vivos ou mesmo que já tenha sido destruído; Patologia Patologia Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre ▪ Trauma – cortes e penetrações, cirurgias e agentes físicos e químicos – lesão térmica ex.: queimaduras ou frio profundo, irradiação, toxidade; ▪ Necrose tissular de qualquer causar incluindo isquemia e lesão química ou física; ▪ Corpos estranhos – farpas, poeira, suturas e depósitos; ▪ Reações imunológicas (ou de hipersensibilidade) contra substâncias ambientais ou contra os próprios tecidos. SÍTIO DE INFLAMAÇÃO 1. Entrada de patógenos na área lesionada; Lembrar que no caso de lesão na pele: A pele possui diversas funções, mas uma delas é de defesa, atuando como barreira mecânica entre o externo e nosso corpo. Porém, quando há uma solução de continuidade, essa barreira é destruída e fica exposta para entrada de patógenos. 2. Plaquetas liberam proteínas de coagulação da lesão – ativação da cascata de coagulação; 3. Mastócitos secretam fatores que mediam a vasoconstrição ou vasodilatação, que disponibiliza as células plasmáticas para área lesada; 4. Neutrófilos secretam fatores para matar e degenerar partículas e/ou patógenos; 5. Neutrófilos e macrófagosremovem patógenos por fagocitose, além da remoção de tecido morto; 6. Macrófagos secretam citocinas que recrutam mais células; 7. A inflamação continua até o reparo da ferida. FASES DA INFLAMAÇÃO Didaticamente: 5 fases e 5 sinais cardinais: 1. Fase irritativa; 2. Fase vascular; 3. Fase exsudativa (vascular e celular); 4. Fase degenerativa-necrótica; 5. Fase produtiva-reparativa. Na prática, é um processo único e conjunto = dinâmico, varia dependendo da lesão, ou seja, pode haver muitos focos, as fases podem ser mais demoradas, trocadas e/ou simultâneas. ▪ Edema: Compressão das fibras nervosas locais; agressão direta às fibras nervosas e ação farmacológica sobre as terminações nervosas. FASE IRR ITATIVA Modificações morfológicas e funcionais de tecidos agredidos que induzem liberação de mediadores químicos, e esses desencadeiam as outras fases inflamatórias a partir de mediadores químicos da inflamação. MEDIADORES QUÍMICOS E REGULADORES DA INFLAMAÇÃO ▪ Pré-formados em grânulos: Prostaglandinas, histamina, serotonina e enzimas lisossomais; ▪ Recém-sintetizados: Leucotrienos, citocinas, NO, fator ativador plaquetário, EROs, neuropeptídios. ▪ Aminas vasoativas: Histamina e serotonina. Primeiros mediadores liberados, armazenadas pré-formadas nas células. Principalmente em mastócitos (histamina), plaquetas e células neuroendócrinas (serotonina). Dilatação de arteríolas, aumento de permeabilidade de vênulas; ▪ Metabólicos do AA (ácido araquidônico): o Prostaglandinas: (produzidas e liberadas por mastócitos, macrófagos e células endoteliais). PGE2, PGD2, PGF2, PGI1, TXA2; Inflamação Calor (aquecimento) Rubor (vermelhidão) Tumor (edema) Dor Alteração funcional Fase vascular = Hiperemia Fase exsudativa e produtiva-reparativa Fase irritativa, vascular e exsudativa Edema e outras sinais Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre ➢ Vasodilatação, inibição de agregação plaquetária e aumento da permeabilidade (PGI2, PGD2, PGE2); contração de músculo liso (PGF2); quimioatração de neutrófilos (PGD2); o Leucotrienos: Quimioatração de leucócitos, vasodilatação; o Lipoxinas: Inibidores de inflamação (Anti-inflamatórias, efeito contrário aos outros mediadores para estabelecer equilíbrio). Explicando a imagem acima: O ácido araquidônico resulta da quebra dos fosfolipídios da membrana celular pelas enzimas fosfolipases. O ácido hialurônico possui a via da cicloxigenase (origina as prostaglandinas e tromboxano) e a 5-lipoxigenase (origina os leucotrienos e lipoxinas). Os corticoides atuam nas fosfolipases e bloqueiam todo o processo posterior. E os anticorticoides não esteroidais atuam especificamente nas cicloxigenases (total e seletivos). Isso é importante, pois as prostaglandinas possui somente função inflamatória: constitutiva (sempre desempenham estímulos no nosso organismos, ex.: produção de plaquetas; produção de muco no estômago) e induzida (sofrem estímulos durante o processo de inflamação). ▪ Óxido Nítrico: Vasodilatação (relaxamento muscular), reduz agregação plaquetária e recrutamento de leucócitos; ▪ Fator Ativador de Plaquetas (PAF): Agregação plaquetária, vasoconstricção, broncoconstricção, em menores quantidades vasodilatação, aumento de permeabilidade vascular; ▪ Espécies reativas de oxigênio (EROs): Provoca aumento na expressão de quimiocinas, destruição de micróbios, dano celular (resultando em aumento da permeabilidade vascular). RECONHECIMENTO DE PATÓGENOS E CÉLULAS DANIFICADAS O reconhecimento é feito através de receptores celulares para patógenos e células danificas: ▪ As células expressam receptores na membrana plasmática (patógenos/ligantes extracelulares), nos endossomas (patógenos ingeridos/fagocitados) e no citosol (patógenos intracelulares); Ex. de receptores: 1. NOD-like: Endossomais (patógenos ingeridos); 2. TLR: Citosol (patógenos intracelulares); 3. TLR: Membrana (patógenos extracelulares). o Os receptores são expressos em muitos tipos de células, incluindo células epiteliais (através das quais os patógenos entram), células dendríticas, macrófagos e outros leucócitos; o O envolvimento desses receptores desencadeiam a produção de moléculas envolvidas na inflamação, incluindo moléculas de adesão em células endoteliais, citocinas e outros mediadores. ▪ Sensores de danos celulares: o Todas as células possuem receptores citosólicos que reconhecem um conjunto diversificado de moléculas que são liberadas ou alteradas como consequência do dano celular; ➢ Ex.: Ácido úrico (produto da degradação do DNA), ATP (liberado das mitocôndrias danificadas), concentrações intracelulares reduzidas de K + (refletindo a perda de íons devido à lesão da membrana plasmática), até mesmo o DNA quando liberado no citoplasma e não sequestrado são reconhecidos pelos sensores de danos celulares; Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2020.2 – 3º semestre o Esses receptores ativam um complexo citosólico multiproteico chamado inflamassoma, que induz a produção da citocina IL-1, que recruta leucócitos, induzindo inflamação; ▪ Outros receptores celulares envolvidos na inflamação: o Receptores para as cauda Fc de anticorpos e para proteínas do complemento: ➢ Esses receptores reconhecem patógenos revestidos (o processo de revestimento é chamado opsonização) com anticorpos e complemento e promovem a ingestão e destruição dos patógenos, além de inflamação. ▪ Proteínas em circulação: o O sistema complemento reage contra patógenos produzindo mediadores de inflamação: ➢ Uma proteína circulante chamada lectina, de ligação à manose, reconhece açúcares microbianos e promove a ingestão dos patógenose a ativação do sistema complemento; o Outras proteínas chamadas coletinas também se ligam a patógenos. INFLAMASSOMA São ativados por receptores NOD (NLRs) – receptores citosólicos – que reconhecem uma ampla variedade de substâncias, incluindo células necróticas (ex.: ácido úrico e ATP liberado), distúrbios de íons (perda de K +), bem como cristais e alguns produtos microbianos. ▪ A ativação do inflamassoma resulta na ativação da enzima caspase 1, que cliva as formas percussoras de citocina inflamatória interleucina 1β (IL-1β) em sua forma biologicamente ativa. Lembrando: As IL-1 é um importante mediador no recrutamento de leucócitos na resposta inflamatória aguda, onde os leucócitos fagocitam e destroem as células mortas. TNF, IL-1, IL6 são mediadores importantes do recrutamento de leucócitos nas respostas inflamatórias exercem também importantes papéis nas respostas sistêmicas da inflamação. FASE VASCULAR É formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de líquidos e células para o foco inflamatório). As principais reações são o aumento do fluxo sanguíneo resultante da vasodilatação e ao aumento da permeabilidade vascular, ambos destinados a trazer células sanguíneas e proteínas para o sítios da infecção ou lesão, pois, o aumento do calibre do vaso, resulta no aumento do fluxo do sangue. ▪ Alterações no fluxo e calibre vasculares: Após vasoconstricção transitória (que dura apenas segundos), ocorre vasodilatação das arteríolas, resultando em aumento do fluxo. Essa expansão vascular é a causa da vermelhidão (eritema) e calor observado; o Essas alterações são refletidas, pelas presença de numerosos pequenos vasos dilatados, repleto de hemácias, um processo chamado estase. Quando essa se desenvolve, os leucócitos começam a se acumular ao longo da superfície endotelial vascular, um processo chamado de marginação (retomado em eventos celulares). FASE EXSUDATIVA (VASCULAR E CELULAR) Formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de líquidos e células para o foco inflamatório) oriundos do aumento da permeabilidade
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