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Enxertos, Retalhos e Tratamento Cirúrgico do Grande Queimado

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Cirurgia Thomás R. Campos 
Plástica Medicina – UFOB 
 
ENXERTOS 
O que é um enxerto? Transferência de tecido cutâneo de um local a outro do corpo, frequentemente para 
cobrir defeitos grandes. É a transferência de células de pele autóloga que é deixada em ordem anatômica, 
mas sem suprimento sanguíneo intacto. 
Fases do enxerto 
Na verdade, pode ser qualquer tecido: músculo, osso, cartilagem, cabelo... e independente do tipo de 
tecido, todo enxerto passa por três fases: 
1. Embebição: nas primeiras 48h após colocar a pele na região receptora, esse pedaço de pele vai ser 
nutrido por osmose (absorção passiva) e aumenta até 40% da sua massa. 
2. Revascularização/inosculação: passadas as 48h, ocorre anastomoses, ou seja, aqui não é ainda 
uma formação de vasos, e sim uma conexão entre o vaso receptor e o vaso doador. 
3. Maturação/neovascularização: ocorre dentro de 04 dias, é a fase de integração. 
 
Enxerto de Pele Parcial x Enxerto de Pele Total 
O enxerto parcial não pega o bulbo piloso, já o enxerto total pega o bulbo piloso. O enxerto de pele total é 
usado em áreas mais nobres (face, pálpebras, regiões flexoras), pois a qualidade estética é maior e o risco 
de contração é menor. 
 
A contração primária depende da quantidade de elastina, já a contração secundária depende da 
quantidade de miofibroblastos. Dessa forma: 
▪ O enxerto de pele total tem muita elastina, por isso a contração primária é maior, e tem muitos 
miofibroblastos, aí a área receptora vai fazer uma contração secundária menor, justamente por isso 
ele é esteticamente melhor. 
▪ O enxerto de pele parcial tem pouca elastina, por isso a contração primária é menor, e tem poucos 
miofibroblastos, por isso a contração secundária é maior devido à maior reação da área receptora, 
por isso o resultado estético não fica tão bom. 
Essas paradas caem na prova de residência: 
 
Cirurgia Thomás R. Campos 
Plástica Medicina – UFOB 
 
Locais do enxerto de pele parcial: 
 
Pode pegar de qualquer lugar, mas geralmente você pega de áreas mais escondidas, como a face lateral 
da coxa. Em crianças, geralmente pega do couro cabeludo. Depois você pega esse enxerto e coloca num 
expansor, que enche o tecido de furinhos. Esses furos não servem só para expandir o tecido, mas para 
evitar o hematoma, que é a primeira causa de não-pega do enxerto. 
 
Locais do enxerto de pele total: 
 
A pele é coletada de locais em que é possível suturar depois. A área mais comum é a região inguinal. A 
técnica é a mesma, mas aí quando você tira o total sempre vem uma gordura, aí você tem que ir com a 
tesoura tirando o subcutâneo, porque senão dificulta o enxerto. Aqui tem que furar também, para evitar o 
hematoma. Em regiões de dobras, tipo a retroauricular, é muito usado o curativo de Brown (deixa fio 
passando, aí depois prende o chumaço de gaze com esses fios). 
Mais uma questão: 
 
Cirurgia Thomás R. Campos 
Plástica Medicina – UFOB 
 
Tipos de enxerto 
▪ Autoenxerto: mesmo indivíduo 
▪ Homoenxerto/Isoenxerto: Mesma espécie. Indivíduo diferente. Mesma herança genética. 
▪ Aloenxerto: Indivíduo diferente. Mesma espécie. 
▪ Heteroenxerto/Xenoenxerto: Indivíduos diferentes. Espécies diferentes. 
 
RETALHOS 
O que é um retalho? retalhos são segmentos corporais, de tamanho e espécies variáveis, compostos de um 
ou mais tecidos, que são levados a outros locais, na proximidade ou a distância e que dependem, para sua 
sobrevivência, de circulação arteriovenosa fornecida por seus locais de origem ou de destino. 
A diferença aqui é que você tem um pedículo vascular, ou seja, o vaso que nutre aquele local permanece. 
 
Existem dois tipos de retalho: 
1. Retalho randômico: é um retalho ao acaso. É quando você pega o retalho sem ter um pedículo 
vascular conhecido. Você não sabe de onde está vindo o suprimento. 
2. Retalho axial: nesse tipo de retalho, você tem o pedículo vascular conhecido, ou seja, você sabe qual 
vaso está suprindo aquela região. É o tipo de retalho mais seguro, porque o cirurgião tem 
conhecimento técnico para saber onde exatamente a artéria está passando. 
Exemplos: 
 
Retalho em “VY” na região sacral Retalho de artéria temporal superficial 
 
Autonomização de retalhos 
Antes de fazer o retalho, você induz aquela área a isquemia para que haja mais vascularização. Como é 
que faz? Marca com a caneta a delimitação da área, e ao invés de já fazer logo tudo, corta só as laterais, 
aí o sangue vai chegar só por baixo. Dentro de 14 dias vai ocorrer neovascularização e aí fica mais seguro 
para fazer o retalho depois. 
 
 
 
 
 
Cirurgia Thomás R. Campos 
Plástica Medicina – UFOB 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO GRANDE QUEIMADO 
O tratamento dos grandes queimados envolve enxertos e retalhos. 
▪ Debridamento precoce (5 a 7 dias): quanto mais precoce, melhor o prognóstico. 
▪ Terapia nutricional precoce e agressiva: de todas as patologias, o grande queimado é o que maior exige 
suporte nutricional. 
▪ Efetuar o enxerto assim que possível: seja aloenxerto ou xenoenxerto, porque diminui a dor, melhora o 
leito e o prognóstico do paciente vai ser muito melhor. 
– Nos queimados abrimos o enxerto mais precoce, em torno de 4 dias 
– Evitar retrações cicatriciais: quando mais precoce você fizer o enxerto, melhor. 
▪ Articulações deverão ser mantidas em flexão com o uso de talas 
▪ Avaliar uso de enxerto de pele parcial x pele total: o total você usa mais em áreas nobres como face e 
pálpebras, o parcial você usa nas demais áreas em geral. 
 
Escada da reconstrução 
Existe uma escada lógica de reconstrução. 
Se o ferimento for muito pequeno, você deixa 
cicatrizar por 2ª intenção. Se for um pouco 
maior, faz sutura. 
Se for grande, você faz o enxerto. Se for maior 
que grande você faz o retalho. 
E se o trem tiver feio mesmo, retalho 
microcirúrgico. 
 
 
 
 
Alguns exemplos: 
 
 Aqui uma reconstrução muito bem feita. Aqui ele usou um expansor ali, ficou enchendo toda 
 semana, aí depois tirou e usou a pele para fazer a 
 reconstrução. 
Cirurgia Thomás R. Campos 
Plástica Medicina – UFOB 
 
Zetaplastia: é uma técnica cirúrgica plásticausada mais frequentemente para reposicionar uma cicatriz de 
forma que esta adquira uma posição mais paralela às linhas naturais e pregas da pele, tornando-as menos 
notáveis. Também pode aliviar a tensão causada por uma contratura cicatricial. Nem todas as cicatrizes 
são passíveis de serem submetidas à zetaplastia. 
 
Múltiplos retalhos locais para aumentar a cicatriz, melhorar a retração cicatricial. O maior ganho de 
comprimento é o ângulo de 60º. 
 
Cicatriz Hipertrófica x Queloide 
 
Cicatriz hipertrófica: fica limitado à incisão. Não tem relação com herança genética ou sexo. Não tem uma 
região favorável. 
Queloide: ultrapassa os limites da incisão. Tem prurido e fica mais hiperemiado. Tem herança autossômica 
dominante e é mais comum em negros. É mais comum em regiões flexoras, ombros, pré-esternal, pré-
auricular e região de lobo de orelha. 
O tratamento de ambos é bem parecido, você vai retirar a lesão. O queloide você não tem como ter certeza 
que não vai voltar, porque é genético. Já a cicatriz hipertrófica tem mais a ver com técnica inadequada. 
▪ Lembrar que o queloide imaturo (fase com prurido e hiperemia) tem mais chance de recidiva. Além 
disso, você vai tirar intralesional, ou seja, não pode remover pele sã, isso diminui a chance de 
recidiva também. 
▪ A cicatriz hipertrófica tende a regredir espontaneamente, então nem precisa operar logo de cara. 
 
 
Cirurgia Thomás R. Campos 
Plástica Medicina – UFOB 
 
Agora mais umas questões:

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