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Amenorreia-convertido

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Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
• Conjunto de alterações neuroendócrinas para levar a 
transformação do organismo da mulher, objetivando a 
gestação; 
• Um ciclo menstrual normal dura de 21 a 35 dias (em média 28 
dias), com média de 2 a 6 dias de fluxo e de 20 a 80 ml de perda 
sanguínea; 
• Pode ser dividido em dois segmentos: 
✓ Ciclo ovariano: 
- Fase folicular; 
- Fase lútea. 
✓ Ciclo uterino: 
- Fase menstrual; 
- Fase proliferativa; 
- Fase secretora. 
• O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), produzido de 
forma pulsátil pelo hipotálamo durante o ciclo menstrual, que é 
responsável pela secreção hipofisária de hormônio luteinizante 
(LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH); 
 
• O ciclo menstrual ovulatório necessita da secreção de GnRH em 
uma faixa crítica de amplitude e frequência, maior na primeira 
fase do ciclo e menor na segunda; 
 
• As gonadotrofinas, LH e FSH, são produzidas pelo gonadotrofo, 
localizado na adeno-hipófise. Os gonadotrofos, sob ação do GnRH, 
sintetizam, armazenam e liberam gonadotrofinas. 
 
GnRH 
(hipotálamo)
FSH E LH 
(adeno-
hipófise)
Estrogênio, 
progesterona 
e inibinas 
(feedback + 
ou -) 
(ovários)
Ciclo Menstrual e Amenorreia 
CICLO MENTRUAL 
HIPOTÁLAMO, HIPÓFISE E GÔNADA 
CRESCIMENTO FOLICULAR 
Ao nascer: 1 mi 
de folículos 
primordiais
Menarca: 500 
mil
400 mil chegam 
até a ovulação, 
enquanto o 
restante entrará 
em atresia, 
morte celular 
programada ou 
apoptose
Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
 
• Iniciado o crescimento folicular, os folículos primordiais chegam 
a folículo primário, secundário e antral inicial, sendo esse 
crescimento independente das gonadotrofinas; 
 
• O estímulo das gonadotrofinas é o pré-requisito para o 
desenvolvimento dos folículos pré-ovulatórios. Os últimos 15 dias 
do crescimento folicular dependem do aumento cíclico de FSH. 
TEORIA DAS DUAS CÉLULAS: 
• Folículos antrais: 
- Células da teca: 
✓ Receptores de LH; 
✓ Sob estímulo do LH, sintetizam androstenediona e 
testosterona. 
 
- Células da granulosa: 
✓ Receptores de FSH; 
✓ Mediante atividade da enzima aromatase, dependente de 
FSH, convertem os androgênios em estradiol e estrona. 
 
• A esteroidogênese ovariana é dependente de LH, que a estimula 
nas células da teca, fornecendo o substrato (androgênios) para a 
conversão a estrogênios nas células da granulosa; 
 
• À medida que o folículo se desenvolve, as células da teca 
expressam genes para a síntese de mais receptores de LH e para 
expressão das enzimas do citocromo P450, visando à síntese de 
androgênios. As células da granulosa, com o crescimento e a 
proliferação, aumentam os receptores de FSH e a expressão da 
enzima aromatase, elevando o nível estrogênico na circulação e 
no líquido folicular; 
 
• O folículo dominante é selecionado entre o quinto e sexto dia do 
ciclo, ele tem maior atividade da enzima aromatase, que lhe 
permite maior produção de estradiol, maior número de 
receptores de FSH e, paralelamente, estimula a expressão de 
receptores de LH também nas células da granulosa; 
 
• O estradiol, secretado predominantemente pelo folículo 
dominante, atua como regulador da secreção de gonadotrofinas. 
No início da fase folicular, o estradiol inie a secreção de FSH 
(retrocontrole negativo); 
 
• As células da granulosa expressam receptores tanto de FSH como 
de LH e produzem quantidades cada vez maiores de estradiol, 
atingindo um platô aproximadamente 24 a 36 horas antes da 
ovulação; 
 
• Os altos níveis de estradiol secretados pelo folículo dominante 
desencadeiam o pico de LH (retrocontrole positivo do estradiol 
sobre as gonadotrofinas); 
 
• Com o pico de LH, o ovócito reassume a meiose, a síntese de 
prostaglandinas é estimulada e as células da granulosa são 
luteinizadas, passando a sintetizar progesterona e estradiol; 
 
• Após a ovulação, o folículo reorganiza-se para formar o corpo 
lúteo, que tem sua função controlada pela secreção hipofisária de 
LH. Caso a fertilização não ocorra, corpo lúteo entra em remissão 
12 a 14 dias após a ovulação. Quando ocorre gestação, a 
gonadotrofina coriônica humana produzida pelo embrião evita a 
regressão lútea, e a hCG mantém a esteroidogênese ovariana até 
a placenta assumir a produção hormonal da gestação; 
 
• As concentrações elevadas de progesterona da segunda fase do 
ciclo reduzem a frequência e a amplitude dos pulsos de GnRH, 
provavelmente pelo aumento dos opioides endógenos. A 
pulsatilidade do LH na segunda fase do ciclo ocorre a cada 3 a 4 
horas, comparada a um pulso a cada 90 minutos na fase folicular; 
 
• Ao fim da fase lútea do ciclo anterior, com o decréscimo do 
estradiol, da progesterona e da inibina A, ocorre o aumento do 
FSH nos primeiros dias da fase folicular. Esse é o sinal para que 
os folículos antrais, capazes de responder ao estímulo do FSH, 
iniciem o crescimento e para que comece um novo ciclo. 
 
• O estradiol e a inibina A e B são os principais hormônios ovarianos 
reguladores da secreção de gonadotrofinas; 
 
• Quando o estradiol, secretado pelo folículo pré-ovulatório, 
mantém-se elevado por 48 horas, ocorre o pico de LH ou 
retrocontrole positivo de estradiol sobre a hipófise; 
 
• A progesterona, secretada em níveis baixos ao fim da fase 
folicular, é facilitadora do pico de LH e parece ser responsável 
pelo pico de FSH no meio do ciclo; 
 
• FSH → inibina B (células da granulosa); 
 
• LH → inibina A (corpo lúteo); 
 
• A concentração da inibina A, secretada pelas células da granulosa 
luteinizadas, diminui paralelamente ao estradiol e à progesterona, 
mantendo-se baixa na fase folicular. Juntamente com o estradiol, 
CONTROLE OVARIANO 
Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
a inibina A controla a secreção de FSH na fase de transição 
luteofolicular. 
 
• Quando não acontece a gestação, o corpo lúteo regride e, 
paralelamente, ocorre a descamação endometrial (menstruação); 
 
• Alterações morfológicas do endométrio espelham a atividade do 
estradiol e da progesterona; 
 
• Fase proliferativa: Intensa atividade mitótica nas glândulas e no 
estroma endometrial; 
 
• Espessura do endométrio: aprox. 2 mm no início da fase folicular 
e 10 mm no período pré-ovulatório; 
 
• Fase lútea: secreção glandular e edema do estroma; 
 
• Não ocorrendo a gestação, o endométrio pré-menstrual 
apresenta infiltração leucocitária e reação decidual do estroma; 
 
• A concentração dos receptores de estrogênio é alta na fase 
proliferativa, diminuindo após a ovulação, refletindo a ação 
supressiva da progesterona sobre os receptores de estrogênio; 
 
• A concentração máxima dos receptores de progesterona no 
endométrio ocorre na fase ovulatória, espelhando a indução 
desses receptores pelo estradiol. Na fase lútea, os receptores de 
progesterona diminuem muito nas glândulas e continuam 
presentes no estroma. 
 
 
 
1. Fase folicular: 
• A retroalimentação hormonal promove o desenvolvimento 
ordenado de um único folículo dominante, que deve estar maduro 
na metade do ciclo e preparado para a ovulação; 
• A média de duração da fase folicular humana varia de 10 a 14 dias, 
e a variabilidade nessa duração é responsável pela maioria das 
alterações na duração total do ciclo; 
 
• Quando há o folículo dominante e a produção aumentada de 
estradiol, ele eleva a produção de LH, que vai atingir seu pico, em 
torno de 200 microgramas/mL de estradiol; 
 
• Cerca de 32 a 36 horas após o início da elevação do LH, ele atinge 
o pico, levando a ovulação e voltando a cair. A ovulação ocorre 10 
a 12 horas após seu pico máximo. 
 
2. Fase lútea: 
• O período da ovulação até o início da menstruação dura, em 
média, 14 dias; 
 
• É marcada pelo aumento da progesterona, que é produzida pelo 
corpo lúteo; 
 
• Primeira fase: predomínio do FSH e estrogênio; 
 
• Segunda fase: predomínio da progesterona por ação do pico deLH; 
 
• Após o oitavo dia da ovulação, há o aumento da progesterona. O 
LH apoia o corpo lúteo para que consiga produzir progesterona e 
estradiol; 
 
• Se não ocorrer a fecundação, o corpo lúteo na ausência de beta-
HCG vai regredir e levar a queda de estrogênio, progesterona e 
inibina. A queda hormonal promove a perda do feedback negativo 
que estava bloqueando o hipotálamo de produzir os hormônios do 
ciclo menstrual. Nesse momento a mulher menstrual e tudo volta 
ao início. 
Obs.: Inibina A → primeira fase 
Inibina B → segunda fase 
GnRH aumenta
Estimula a 
hipófise a 
produzir FSH
FSH estimula 
os ovários
Ovários 
recrutam os 
folículos
Folículos pré-
ovulatórios
CICLO ENDOMETRIAL 
CICLO OVARIANO 
Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
 
• Caso ocorra fecundação, o corpo lúteo vai produzir progesterona 
até que a placenta consiga produzir sozinha esses hormônios. 
 
1. Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura 
cerca de 3 a 7 dias, geralmente. 
2. Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de 
estrógeno pelo folículo ovariano, que se encontra em maturação. 
3. Fase secretora ou lútea: o final da fase proliferativa e o início 
da fase secretora é marcado pela ovulação. Essa fase é 
caracterizada pela intensa ação do corpo lúteo. 
1. Ao começo de cada ciclo menstrual mensal, os níveis de 
esteroides gonadais são baixos e vêm diminuindo desde o 
final da fase lútea do ciclo anterior; 
 
2. Com a involução do corpo lúteo, os níveis de FSH começam a se 
elevar, e uma coorte folicular em crescimento é recrutada. Cada 
um desses folículos secreta níveis crescentes de estrogênio 
enquanto se desenvolve na fase folicular. O aumento de 
estrogênio, por sua vez, é o estímulo para a proliferação 
endometrial; 
 
3. A elevação dos níveis de estrogênio provém de uma 
retroalimentação negativa sobre a secreção de FSH 
hipofisário, que começa a declinar próximo à metade da fase 
folicular. Além disso, os folículos em crescimento produzem 
inibina-B, que suprime a secreção de FSH pela hipófise. De 
maneira oposta, o LH inicialmente diminui em resposta a níveis 
de estradiol elevados, mas, em um momento mais tardio na 
fase folicular, o nível de LH é dramaticamente aumentado 
(resposta bifásica); 
 
4. 4. Ao final da fase folicular (pouco antes da ovulação), receptores 
de LH/FSH-induzidos estão presentes na superfície de células da 
granulosa e, com a estimulação do LH, modulam a secreção de 
progesterona; 
 
5. Após um grau suficiente de estimulação estrogênica, o 
aumento repentino de LH hipofisário é disparado, o que 
desencadeará a ovulação, que ocorre de 24 a 36 h mais 
tarde. A ovulação anuncia a transição para a fase lútea – 
secretora; 
 
6. O nível de estrogênio é reduzido durante a fase lútea inicial, 
pouco antes da ovulação até o meio da fase lútea, quando 
começa a se elevar outra vez como resultado da secreção do 
corpo lúteo. De modo semelhante, a inibina-A é secretada pelo 
corpo lúteo; 
 
7. Os níveis de progesterona se elevam após a ovulação e podem 
ser usados como um sinal presumido de que a ovulação ocorreu; 
 
8. A progesterona, o estrogênio e a inibina-A agem 
centralmente para suprimir a secreção de gonadotrofina e 
um novo crescimento folicular. Esses hormônios 
permanecem elevados durante o tempo de vida do corpo 
lúteo e, então, diminuem com a sua involução, preparando o 
caminho, portanto, para o próximo ciclo. 
 
 
• Ausência de menstruação no período da menacme; 
 
• É classicamente dividida em dois tipos: 
- Amenorreia primária: não ocorrência de menarca até os 16 
anos de idade, com presença de caracteres sexuais secundários, 
ou a não ocorrência de menarca até os 14 anos de idade em 
meninas sem desenvolvimento de caracteres sexuais 
secundários; 
 
- Amenorreia secundária: ausência de menstruação por 6 
meses ou por um período equivalente a três ciclos habituais, em 
uma mulher que previamente menstruava. Períodos menores de 
ausência de menstruação são comumente referidos como atraso 
menstrual. 
CICLO UTERINO 
VARIAÇÕES HORMONAIS 
AMENORREIA 
Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
• Pode ser fisiológica (gestação, lactação, menopausa) ou 
patológica (atraso do desenvolvimento puberal, pseudo-
hermafroditismo, sinequias uterinas); 
 
• Para que ocorra o fluxo menstrual, é necessária integridade 
anatômica e fisiológica do sistema reprodutor feminino, dividido 
didaticamente em quatro “compartimentos”: 
 
1. O hipotálamo e o SNC, que representam o controle primário do 
ciclo menstrual, sofrendo influência endógena (esteroides 
sexuais e outros hormônios, por mecanismos de feedback) e 
também do ambiente externo; 
 
2. A adeno-hipófise, que, como resposta ao GnRH, secreta o FSH e 
o LH, atuantes no ovário; 
 
3. O ovário, que secreta estrogênio e progesterona em resposta às 
gonadotrofinas (LH e FSH) produzidas pelo eixo hipotálamo-
hipófise; 
 
4. A vagina e o útero, que devem ser patentes para exteriorização 
do fluxo, sendo que o útero deve ter um endométrio responsivo às 
variações hormonais cíclicas. 
 
• Em geral, resulta de alguma anormalidade genética ou anatômica. 
Entretanto, todas as causas de amenorreia secundária podem 
apresentar-se como amenorreia primária; 
 
• Causas mais comuns: 
- Disgenesia gonadal: 50%; 
- Hipogonadismo de causa hipotalâmica: 20%; 
- Ausência de útero, colo uterino ou vagina: 15%; 
- Septo vaginal ou hímen imperfurado (5%); 
- Doença hipofisária: 5%. 
 
• Aspectos importantes a serem avaliados: presença ou ausência 
de caracteres sexuais secundários (especialmente mamas), 
presença ou ausência de útero e os níveis de FSH. 
 
- Na ausência de telarca, as etiologias mais prováveis são atraso 
funcional no desenvolvimento puberal (FSH baixo ou normal) e 
disgenesia gonadal (FSH elevado); 
 
- Se há desenvolvimento mamário, há sinal de ação estrogênica e, 
portanto, de funcionamento ovariano. Nesses casos, quando o 
útero é ausente, os diagnósticos mais prováveis são agenesia 
mulleriana e insensibilidade androgênica; 
 
- Se há desenvolvimento mamário e o útero é presente, as 
etiologias devem ser as mesmas das amenorreias secundárias, 
apenas ocorrendo antes que a adolescente tenha a sua primeira 
mesntruação. 
 
• Deve-se, inicialmente, excluir gravidez em pacientes com 
amenorreia primária e telarca presente; 
 
• Em seguida, deve-se excluir criptomenorreia, isto é, a ausência 
de fluxo menstrual devido ao bloqueio da saída da menstruação, 
por hímen imperfurado ou septo vaginal. Dor pélvica cíclica é 
frequente, podendo ocorrer hematocolpo, hematometra e até 
derrame intraperitoneal. O tratamento é cirúrgico, suscitando a 
procura de outras malformações congênitas no trato genital; 
 
• Posteriormente, verifica-se a normalidade do restante da 
anatomia, isto é, se a pct apresenta útero e vagina, e se esta é 
completa ou curta; 
 
• Prova de progesterona: quando positiva, estabelece a anovulação 
como etiologia, pois indica tanto anatomia íntegra e responsiva à 
estimulação hormonal quanto ovário produtor de estrogênio; 
 
• Os casos com anatomia normal representam disfunção do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovário, e o restante da investigação segue o 
mesmo protocolo para amenorreias secundárias; 
 
• Nas pacientes com vagina ausente ou curta, ou com útero ausente 
ou rudimentar, é aconselhável a realização de cariótipo: 
- Caso o cariótipo seja normal (46,XX), está-se diante de síndrome 
de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser; 
- No caso de ausência de útero e vagina, mas com cariótipo 46,XY, 
trata-se de insensibilidade completa aos androgênios (síndrome 
de Morris ou feminização testicular). 
 
 
PACIENTE COM ÚTERO E FSH ALTO: 
• Hipófise está funcionando normalmente, assim como o hipotálamo 
também. Logo, a causa está no ovário; 
 
• A função do FSH é estimular o ovário, então, nesse caso, ele está 
elevado, masnão está estimulando → HIPOGONADISMO 
HIPERGONADOTRÓFICO → Os ovários não estão funcionantes, 
apesar da produção dos hormônios gonadotróficos; 
 
• Deve-se, então, realizar o cariótipo, sendo o diagnóstico mais 
comum nesse caso a disgenesia gonadal – SÍNDROME DE 
TURNER; 
 
INVESTIGAÇÃO DAS AMENORREIAS PRIMÁRIAS 
CAUSAS DAS AMENORREIAS PRIMÁRIAS 
AUSÊNCIA DE CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS 
Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
• Síndrome de Turner (45,X): ovários em fitas, que não 
consegue responder ao estímulo normal de FSH, que tem sua 
produção aumentada, uma vez que a gônada não produz os 
esteroides e a inibina que, por mecanismo de feedback, 
normalmente inibem a produção hipofisária de LH e FSH. Perfil 
clássico: baixa estatura, pescoço alado, tórax em escudo, cúbito 
valgo (aumento do ângulo dos braços), linha de implantação baixa 
dos cabelos, palato em ogiva, vários nevos pigmentados e quartos 
metacarpais curtos; 
 
• Tratamento: reposição de estrógeno e progesterona para 
agir no lugar do ovário que não funciona. 
 
PACIENTE COM ÚTERO E FSH BAIXO: 
• O ovário pode estar normal, não responde por não ter estímulo do 
LH e do FSH → HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO; 
 
• A amenorreia primária causada por hipogonadismo 
hipogonadotrópico ocorre quando o hipotálamo não secreta 
quantidades adequadas de GnRH ou em caso de distúrbio 
hipofisário associado à produção ou liberação inadequada de 
gonadotrofinas hipofisárias; 
 
• Atraso fisiológico: O atraso fisiológico ou constitucional da 
puberdade é a manifestação mais comum de hipogonadismo 
hipogonadotrópico. A amenorreia pode ser consequência da 
ausência de desenvolvimento físico causada por reativação tardia 
do gerador de pulsos de GnRH. Há deficiência funcional de GnRH 
em relação à idade cronológica, mas os níveis são normais em 
termos de desenvolvimento fisiológico; 
 
• Síndrome de Kallmann (46, XX): 
- A segunda causa hipotalâmica mais comum de amenorreia 
primária associada ao hipogonadismo hipogonadotrópico é a 
insuficiente secreção pulsátil de GnRH (síndrome de Kallmann), 
que tem vários mecanismos de transmissão genética; 
- Essa insuficiência decorre de alterações na migração de células 
produtoreas de GnRH na embriogênese; 
- A insuficiência da secreção pulsátil de GnRH causa 
deficiências de FSH e LH; 
- Muitas vezes, a síndrome de Kallmann está associada à 
anosmia (incapacidade de perceber odores), bem como à 
cegueira para cores; 
- Tratamento: administração de GnRH ou 
estrogênio/progesterona. 
 
PACIENTE SEM ÚTERO: 
• Realiza-se o cariótipo, pois o principal diagnóstico nesse caso é a 
deficiência da enzima 5-alfa-redutase; 
 
• Deficiência de 5-alfa-redutase: 
- As pcts com esse distúrbio têm genótipo XY, muitas vezes 
apresentam virilização na puberdade, têm testículos e não 
apresentam estruturas mullerianas por causa do hormônio 
antimulleriano ativo; 
- Essa enzima converte a testosterona em seu tipo mais 
potente, di-hidrotestosterona; 
- A diferença entre pacientes com insensibilidade androgênica e 
pacientes com deficiência de 5α-redutase é que estas não 
desenvolvem mamas na puberdade. Elas têm baixos níveis de 
gonadotrofina em virtude de níveis de testosterona suficientes 
para inibir o desenvolvimento mamário e possibilitar que os 
mecanismos normais de feedback permaneçam intactos; 
- Não há diferenciação masculina normal do seio urogenital e dos 
órgãos externos, pois esse desenvolvimento requer di-
hidrotestosterona; 
- Os órgãos genitais internos masculinos normais derivados dos 
ductos de Wollf estão presentes, uma vez que esse 
desenvolvimento exige apenas testosterona. O crescimento de 
pelos em padrão masculino, a massa muscular e a mudança da 
voz também dependem de testosterona; 
- Internamente há o testículo, mas externamente há uma 
vagina; 
- Tratamento: Vai depender da criação dessa criança. 
Obs.: Em paciente com 14 e sem caracteres sexuais pensasse logo em 
causa genética. Enquanto, em paciente com caracteres sexuais tem 
que excluir gravidez inicialmente. 
PACIENTES COM ÚTERO: 
• Após excluir gravidez, deve-se dosar os hormônios; 
• TSH anormal: hipo ou hipertireoidismo; 
• PRL aumentada: hiperprolactinemia; 
• FSH elevado: falência ovariana; Síndrome de Savage (atrofia 
ovariana); 
• FSH normal: 
- Estrogênio normal: SOP; 
- Estrogênio diminuído: doença crônica (lesão renal crônica). 
 
PACIENTES SEM ÚTERO: 
• Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser: 
- Inclui agenesia vaginal e anormalidades variáveis do ducto de 
Müller, e, em alguns casos, anormalidades renais, ósseas e 
auditivas; 
- Pct com cariótipo XX; 
- Agenesia dos ductos de muller → não tem útero e os dois 
terços superiores da vagina; 
- Tem a genitália externa, pois é desenvolvida pela ausência de 
testosterona; 
- Tem ovários e pelos normais; 
AUSÊNCIA DE CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS 
Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
- Tratamento: neovagina, para que a pct tenha um hábito 
sexual normal. 
 
• Síndrome de Morris: 
- Cariótipo XY; 
- Indivíduos com fenótipo feminino com insensibilidade 
androgênica congênita completa (antes denominada feminização 
testicular) desenvolvem caracteres sexuais secundários 
femininos, embora não menstruem; 
- O genótipo é masculino (XY), mas há um defeito que impede a 
função normal do receptor androgênico, ocorrendo o 
desenvolvimento do fenótipo feminino; 
- Os níveis séricos de testosterona estão na faixa masculina 
normal. É possível que não haja vagina ou que ela seja curta; 
- Genitália externa feminina, com gônada masculina e sem pelos, 
pois o homem depende dessa sensibilidade para produção maior 
de pelos pela testosterona; 
- Tratamento: terapia hormonal, retirada das gônadas e 
neovagina. 
 
PRIMEIRO TEMPO: 
• Descartar gravidez – causa mais comum de amenorreia 
secundária; 
 
• Síndrome de Asherman (sinequias uterinas): única causa uterina 
de amenorreia secundária e deve ser excluída e buscada na 
história clínica. A paciente deve ser questionada quanto à 
ocorrência prévia de hemorragia pós-parto, infecção endometrial 
e manipulação uterina, como curetagem, histeroscopia (HSC) 
cirúrgica, dilatação, etc.; 
 
• IMC: IMC maior que 30 kg/m2 é observado em aproximadamente 
50% das pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP). 
Mulheres com IMC menor que 18,5 kg/m2 têm, com frequência, 
amenorreia funcional hipotalâmica, associada a distúrbios 
dietéticos ou exercícios extenuantes. Assim, alterações na dieta, 
perda de peso recente, estresse, hábitos de exercícios físicos e 
doenças agudas e crônicas devem ser investigados, pois suscitam 
a possibilidade de amenorreia hipotalâmica, um diagnóstico de 
exclusão na maioria dos casos; 
 
• A ocorrência de alguns sintomas de deficiência estrogênica, como 
fogachos, secura vaginal, diminuição da libido e alterações no 
sono, pode estar associada a estágios iniciais de falência 
ovariana; 
 
• O uso de medicamentos que podem estar associados à 
amenorreia deve ser investigado: recente iniciação ou 
descontinuação de contraceptivos orais, uso prolongado de 
contraceptivos de baixa dosagem, fármacos androgênicos, como 
danazol, e progestogênios em alta dose, fármacos que podem 
cursar com aumento da prolactina (PRL) sérica (metoclopramida, 
antipsicóticos, ranitidina etc.); 
 
• Sintomas de hiperandrogenismo, como acne e hirsutismo, 
também podem sugerir diagnóstico de SOP. 
 
SEGUNDO TEMPO: 
• Dosar: 
- PRL: hiperprolactinemia; 
- FSH: falência ovariana; 
- Tireotrofina (TSH): doenças tireoidianas; 
- Sulfato de desidroepiandrosterona, caso haja sinais de 
hiperandrogenismo. 
 
• Teste da progesterona: 
-Verifica, além da patência do trato genital, a presença de 
estrogênio suficiente circulante; 
- Administra-se 5 a 10 mg de acetato de medroxiprogesterona (ou 
outro progestogênio em dose equivalente) durante 7 a 10 dias. 
Decorridos2 a 7 dias do fim da administração, se ocorrer 
hemorragia de privação, o teste será considerado positivo, e é 
possível concluir que: 
✓ O trato genital é competente; 
✓ O endométrio prolifera-se em resposta aos estrogênios 
circulantes; 
✓ O ovário secreta estrogênios, que apresentam níveis séricos 
normais (maiores que 40 pg/mL); 
✓ Hipófise e hipotálamo atuam conjunta e adequadamente, 
estimulando a secreção ovariana. 
 
- Positivo: diagnostica como anovulação a causa da amenorreia; 
- Caso não ocorra hemorragia de privação, o teste é considerado 
negativo. Isso acontece por algum dos seguintes motivos: 
✓ Gestação; 
✓ Obstrução nas vias de drenagem ou ausência de útero; 
✓ Inexistência de endométrio ou ausência de receptores 
endometriais para estrogênio (amenorreia 
✓ primária); 
✓ Ausência de atividade estrogênica (hipogonadismo, em que 
os níveis de estradiol são menores 
✓ que 30 pg/mL). 
 
TERCEIRO TEMPO: 
• PRL elevada: hiperprolactinemia; 
 
• TSH diminuída ou aumentada: doenças da tireoide; 
 
• FSH aumentado: Quando há hipoestrinismo, indica hipogonadismo 
hipergonadotrófico – isto é, falência ovariana prematura (ou 
disgenesia gonadal nas amenorreias primárias). O cariótipo deve 
INVESTIGAÇÃO DAS AMENORREIAS SECUNDÁRIAS 
Maria Beatriz Valença 
Saúde da Mulher 1 
ser considerado em pacientes com menos de 30 anos, e deve-se 
procurar causas autoimunes; 
 
• FSH diminuído ou normal: Pode ser indicativo de hipogonadismo 
hipogonadotrófico. O teste da progesterona é uma boa conduta se 
não tiver sido realizado no segundo tempo da investigação; 
 
• Teste da progesterona positivo: SOP, interferência de 
medicamentos, perda de peso, estresse, exercícios físicos 
moderados a intensos ou disfunção hipotálamo-hipófise 
autolimitada sem causa específica; 
 
• Teste da progesterona negativo: Quando não ocorre sangramento 
de privação, é importante revisar a anamnese da paciente em 
busca de história de infecção ou manipulação uterina, 
principalmente instrumentada. Caso não haja essa possibilidade, 
passa-se diretamente ao “quinto tempo” da investigação. Caso a 
história seja indicativa ou suspeita de alteração ou manipulação 
uterina, pode-se passar ao “quarto tempo” da avaliação. 
 
QUARTO TEMPO: 
• Teste de estrogênio + progestogênio: 
- Servirá para determinar se o fluxo menstrual é ausente por 
inoperância dos órgãos-alvo ou por ausência de proliferação 
endometrial induzida pelo estrogênio; 
- Administra-se um estrogênio para induzir proliferação, seguido 
de um progestogênio para decidualização (p. ex., estrogênios 
conjugados 1,25 mg/dia ou estradiol 2 mg/dia por 21 dias, com 
adição de acetato de medroxiprogesterona 10 mg/dia nos últimos 
5 dias); 
- Negativo: define amenorreia de causa uterina; 
- Positivo: pressupõe-se cavidade endometrial normal e indica-se 
seguir investigação, ou seja, passar ao “quinto tempo”. 
 
QUINTO TEMPO: 
• Exames de neuroimagem: várias lesões orgânicas no crânio 
podem causar disfunção do hipotálamo ou na hipófise. 
 
• A pct apresenta sinequias uterinas, que podem ser decorrentes 
de curetagens recorrentes, infecções uterinas, e impedem o 
espessamento endometrial; 
 
• A paciente ovula, mas não menstrua; 
 
• A paciente também não consegue engravidar, pois é necessário 
que o endométrio esteja espessado para que ocorra a 
implantação. 
 
 
ETIOLOGIAS DAS AMENORREIAS RELACIONADAS COM OS 
SISTEMAS ORGÂNICOS COMPROMETIDOS 
SNC – 
HIPOTALÂMICA 
• Atraso puberal sem anormalidade evidente 
(constitucional ou idiopático); 
• Defeitos genéticos; 
• Traumatismos cranianos; 
• Processos inflamatórios, degenerativos e 
infecciosos; 
• Anorexia nervosa/desnutrição (sínd. de 
má absorção); 
• Atletas (excesso de exercícios); 
• Estresse/emoções; 
• Pseudociese; 
• Tumores; 
• Sínd. de Kallmann (amenorreia + anosmia). 
HIPOFISÁRIA • Traumatismos; 
• Sínd. de Sheehan (necrose hipofisária pós-
parto); 
• Adenomas (prolactinoma); 
• Sínd. de sela vazia. 
GONADAL • SOP; 
• Falência ovariana prematura; 
• Sínd. de Turner (disgenesia gonadal com 
estigmas somáticos e cariótipo 45X0 ou 
mosaico); 
• Sínd. de Swyer (disgenesia gonadal pura, 
sem estigmas somáticos e com cariótipo 
46XY); 
• Agenesia ovariana isolada; 
• Deficiências enzimáticas; 
• Tumores ovarianos; 
• Sínd. de Savage (insensibilidade ovariana 
às gonadotrofinas hipofisárias – ovários 
resistentes). 
ANATÔMIAS 
(uterina e das 
vias de 
escoamento 
do fluxo 
menstrual) 
• Sínd. de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser 
(agenesia uterina com cariótipo 46XX – 
ovários); 
• Sínd. de Morris – Insensibilidade 
androgênica (agenesia uterina com 
cariótipo 46XY – testículos); 
• Sínd, de Asherman (sinéquia uterina pós-
parto); 
• Agenesia cervical; 
CAUSAS DAS AMENORREIAS SECUNDÁRIAS 
SÍNDROME DE ASHERMAN 
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• Estenose cervical; 
• Septo vaginal transverso; 
• Hímen imperfurado; 
• Aplasia endometrial (congênita). 
DIVERSAS • Hiperplasia virilizante da suprarrenal 
forma não clássica; 
• Doenças da tireoide; 
• Doença de Cushing; 
• Insuficiência hepática; 
• Insuficiência renal; 
• Hiperprolactinemia idiopática; 
• Gravidez; 
• Iatrogênicas (uso de medicamentos); 
• Deficiência da enzima 5-alfa-redutase. 
 
 
 
 
CAUSAS 
● Causas anatômicas: ausência de útero, vagina não patente, 
presença de septo vaginal, hímen imperfurado. Há doenças 
cromossômicas que resultam em alterações anatômicas. 
● Causas hipotalâmicas: distúrbios funcionais, desordens 
alimentares, uso de anticoncepcional (anovulação), estresse, 
infecções. 
● Causas hipofisárias: aumento de prolactina, tumores, 
Síndrome de Sheehan, Síndrome de Cushing. 
● Causas ovarianas: radioterapia, quimioterapia, menopausa. 
● Causas endócrinas: SOP, hiperplasia de adrenal, puberdade 
tardia. 
 
 
Maria Beatriz Valença 
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