Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Desenvolvimento do ouriço-do-mar e do anfioxo 1. Desenvolvimento do ouriço-do-mar Esses animais são classificados como deuterostômios, ou seja, seu ânus foi originado a partir do blastóporo. Como resultado, a boca destes animais é formada em lado oposto ao blastóporo. O ouriço-do-mar também partilha outras características como segmentação radial. Possui celoma bem desenvolvido, sistema digestório completo, já seu sistema circulatório é incompleto. Os óvulos, que são cobertos por uma camada gelatinosa, passam a ser liberados para fora. Ao serem liberados ( Já com a meiose concluída), a camada gelatinosa é dissolvida na água do mar. Após serem expelidos, a fertilização ocorre de forma imediata. Essa fecundação é conhecida como fecundação externa. O ovo é oligolécito, ou seja, pobre em vitelo. SEGMENTAÇÃO A segmentação do ovo é holoblástica igual (gera blastômeros de mesmo tamanho), do tipo radial. Porém, após a terceira clivagem, a segmentação passa a ser desigual. As células se organizam em uma única camada celular ao redor da blastocele (cavidade da blástula) que irá sofrer sucessivas clivagens meridionais, originando uma blástula arredondada com interior oco. Confira a imagem abaixo: GASTRULAÇÃO No início da gastrulação, a blástula formada perde seu formato arredondado. Em seguida, os micrômeros no pólo vegetal migram para o interior da blastocele e dão origem ao mesênquima primário. As células do pólo vegetativo começam a invadir para dentro da blastocele e geram no intestino primitivo do animal (arquêntero). A cavidade gerada em contato com o exterior passa a se chamar blastóporo. O mesênquima secundário é formado então, quando as células do topo do blastóporo encostam na parede da blastocele. 1.1 Desenvolvimento do anfioxo imagem: mundoeducação.uol.com.br O anfioxo é um animal dióico que possui reprodução sexuada, durante a qual lança seus gametas para fora do corpo, e então ocorre a fecundação externa. Seu ovo é oligolécito, com segmentação total radial. O vitelo localiza-se no pólo vegetativo do ovo. Além disso, o ovo possui a região do crescente basófilo que originará a mesoderme da larva. SEGMENTAÇÃO As duas primeiras clivagens são meridionais e perpendiculares uma à outra, gerando quatro blastômeros em um mesmo plano. A próxima segmentação é supra equatorial. Tem-se então, oito blastômeros (quatro no polo animal e quatro no polo vegetal), os quais são levemente menores na primeira camada. Começa então, a surgir uma cavidade entre os blastômeros, denominada blastocele, a qual aumenta de volume com o passar do tempo e é preenchida por uma substância gelatinosa. A estrutura passa a se chamar de blástula. As Segmentações que se seguem são meridionais e latitudinais. Por fim, tem-se uma blástula esfera oca, recoberta por uma camada de células. GASTRULAÇÃO No início da gastrulação, a blástula formada perde seu formato arredondado por conta do achatamento do pólo vege tativo, que acaba formando a placa vegetal. Além disso, é possível ver a formação de cílios vibráteis no polo animal. Em seguida, os micrômeros no pólo vegetal migram para o interior da blastocele e dão origem ao mesênquima primário. As células do pólo vege tativo começam a invadir para dentro da blastocele e geram no intestino primitivo do animal (arquêntero). A cavidade gerada em contato com o exterior passa a se chamar blastóporo. O mesênquima secundário é formado então, quando as células do topo do blastóporo encostam na parede da blastocele. É nessa região de contato entre o arquêntero e o blastocele que irá se formar a boca do animal, a qual se conecta com o intestino, gerando um tubo digestivo com o ânus no fim deste tubo. No fim, a gástrula possuirá um ectoblasto, um endoblasto (tecido que reveste o arquêntero) e o mesoblasto (tecido mesenquimal localizado entre o ectoblasto e o endoblasto). Capítulo-7: Desenvolvimento dos peixes Os peixes são animais vertebrados que pertencem ao filo Chordata. Existem duas classes de peixes, a classe dos condrictes (peixes cartilaginosos), e a classe dos osteíctes (peixes ósseos). No desenvolvimento embrionário dos peixes ósseos teleósteos (atualmente os peixes mais abundantes), cujo ovos são telolécitos, ou seja, ovos que apresentam grande quantidade de vitelo, se tem: SEGMENTAÇÃO No padrão de desenvolvimento, os ovos têm grandes dimensões. Sua segmentação é meroblástica discoidal, pois só atinge a calota de citoplasma ativo, que é localizada no ápice do pólo animal. Após o processo de fecundação, o blastodisco se divide em planos verticais perpendiculares uns aos outros. Assim, passam a acontecer contínuas clivagens até que surjam 32 células (características de ovos telolécitos) e formam uma blastoderme com uma camada celular única. A partir deste ponto as segmentações passam a ter orientações horizontais dividindo a blastoderme em duas camadas: a blastoderme superior e o periblasto inferior. As células sinciciais recobrem o vitelo, assim, formando o saco vitelínico. GASTRULAÇÃO Transforma a blástula em gástrula, o qual apresenta o plano básico do adulto. No início da gastrulação, as células blastodérmicas internas se movem até o exterior e se unem com as células mais superficiais. Durante essa migração, um dos lados do blastoderma se torna visivelmente mais grosso que o outro. A multiplicação e o movimento de epibolia das células do polo animal continuam e ocasionam a entrada, por involução das mesmas pelo lábio dorsal do blastóporo. Durante a involução, algumas células da discoblástula ou da blástula discoidal migram em direção ao vitelo, formando uma camada sobre ele. Essa camada será o endoderma. A camada de células que permanece no monte formará o ectoderma. Ao final do processo, a gástrula será definida ou, no caso dos peixes, a discogástrula, com suas duas camadas germinativas primárias ou blastodermas, o ectoderma e o endoderma. DIFERENCIAÇÃO E ORGANOGÊNESE Durante a fase de diferenciação nos peixes, surge a terceira camada embrionária, localizada entre o endoderma e o ectoderma, denominada mesoderma. O endoderma se invagina formando uma cavidade chamada arquêntero. A entrada para esta cavidade será chamada de blastóporo e resultará no ânus do peixe. A partir deste ponto, podemos distinguir a vesícula cefálica (encéfalo em formação) e, em ambos os lados, as vesículas ópticas (futuros olhos). Após a vesícula cefálica, o tubo neural se forma e, nos dois lados, os somitos, estruturas que acabaram formando os ossos da coluna vertebral e costelas, músculos e outros órgãos. Capítulo-8: Desenvolvimento dos anfíbios O ovo típico de anfíbios é o heterolécito. A fecundação, em muitas espécies, é externa com liberação de um grande número de ovos para o meio externo. O gameta feminino é ovulado ainda em primeira divisão meiótica, e a progressão desta divisão se dá no trajeto do oviduto. O ovócito de anfíbio, além da membrana plasmática, apresenta mais três envoltórios: a membrana vitelina (também chamada de cório), a casca e a ganga (uma substância gelatinosa). A determinação da simetria bilateral do ovo de anfíbio comporta três fases: a) Reação de ativação – Com o contato do espermatozóide na membrana plasmática do ovócito, ocorre a despolarização de membrana (mudança de potencial elétrico), a reação cortical; b) Rotação de equilíbrio ou de orientação – O ovo ativado metabolicamente encontra-se livre de seus envoltórios o que lhe permite girar livremente no espaço perivitelínico; c) Rotação de simetria – A materialização da simetria consiste no aparecimento do crescente cinzento (marcará a face dorsal do embrião). SEGMENTAÇÃO O ovo de anfíbio é heterolécito de segmentação total, porém desigual, formando blastômeros de tamanhos diferentes. A clivagem, na maioria dos embriões de rãs e de salamandras, é holoblástica radial, como na clivagem de equinodermos. Porém o ovo de anfíbio possui mais vitelo, e este se concentra no polo vegetal, interferindo na velocidade de clivagem. Imagem: https://djalmasantos.files.wordpress.com/2012/07/38.jpg GASTRULAÇÃOE NEURULAÇÃO As blástulas de anfíbios têm as mesmas tarefas que seus companheiros, equinodermos e peixes, ou seja, trazer para dentro da blastocele as áreas destinadas a formar os órgãos endodérmicos, envolver o embrião com células capazes de formar o ectoderma e colocar as células mesodérmicas no lugar apropriado entre elas. O arquêntero, ao crescer, desloca os macrômeros para o interior da blastocele, obliterando-a de tal modo que a cavidade interna é agora representada pelo próprio arquêntero que cresceu ativamente. As células vitelínicas (macrômeros) deslocadas ocupam a parte inferior do polo vegetal, salientando-se do resto e formando um tampão (rolha vitelínica) rodeado pelo blastóporo, ponto de encontro da ectoderme presumida com endoderme presumida. https://djalmasantos.files.wordpress.com/2012/07/38.jpg Capítulo-9: Desenvolvimento de sauropsídeos (aves e répteis) Aves e répteis são descritos juntos, por conta de suas semelhanças no desenvolvimento inicial e na formação dos anexos embrionários. É considerado um desenvolvimento padrão. Aves, répteis e os mamíferos equidna e ornitorrinco (amniotas), assim como vários peixes (teleósteos e elasmobrânquios; anamniotas), desenvolveram um ovo riquíssimo em vitelo (telolécito). No momento da fecundação, ocorre a penetração de mais de um espermatozóide no ovócito. Isto é fisiológico, e tal fenômeno é denominado de polispermia. Esta é uma característica encontrada em ovos que possuem grande quantidade de vitelo. No ovócito telolécito, ocorre uma grande quantidade de vitelo e uma área restrita de citoplasma ativo, localizada na parte superior do vitelo (no pólo animal). SEGMENTAÇÃO Sua segmentação é meroblástica e discoidal. O início da segmentação ocorre no oviduto, antes dos ovos serem expulsos pela fêmea para o ninho. As clivagens atingem apenas a cicatricidade, respeitando o polo vegetativo que não se divide. Forma-se aí a blastoderme ou disco germinativo, com um número variável de células, de 32 a 64 blastômeros, caracterizando a fase mórula. Durante a neurulação, as placas mesodérmicas ao longo da notocorda se diferenciam em pares de somitos (mesoderme para-axial). Cada par de somitos sofre posterior codificação, dividindo-se em esclerótomo, dermátomo e miótomo. O mesoderma origina o mesoderma intermediário e o mesoderma lateral, cuja delaminação forma o celoma intra embrionário. GASTRULAÇÃO NEURULAÇÃO E ANEXOS EMBRIONÁRIOS Nesta fase surge a linha primitiva, estrutura majoritariamente característica da gastrulação de aves, répteis e mamíferos. Ao longo da porção média da linha primitiva, forma-se uma depressão que funciona como um blastóporo (através do qual as células migratórias passam para a blastocele). As células que passam pelas porções laterais da linha primitiva dão origem à maioria dos tecidos endodérmicos e mesodérmicos. Durante a neurulação, as placas mesodérmicas ao longo da notocorda se diferenciam em pares somitos. Além disso, a mesoderme origina o mesoderma intermediário e o mesoderma lateral, cuja delaminação forma o celoma intra embrionário. Nas aves, observa-se que as células ectodérmicas migraram para fora do blastocisto para envolver o vitelo por epibolia. Assim, chegando ao fim a gastrulação em aves, a ectoderme envolve o vitelo, a endoderme substitui o hipoblasto e a mesoderme se posiciona entre essas duas regiões. O embrião que se originou na blastoderme sofrerá profundas modificações em sua forma, que de discoide se alongará e se tornará tubulosa. Aparecem dobras em toda a volta do embrião, e o embrião eleva-se acima do vitelo. A modelagem do embrião é acompanhada por estruturas resultantes da extensão dos folhetos germinativos, os anexos embrionários. A) Saco vitelínico: Participa do processo de nutrição do animal, é a primeira membrana a ser formada e está ligada diretamente ao intestino do embrião. B) Âmnio: É uma membrana formada a partir da ectoderma e mesoderma que envolve o embrião. Suas principais funções são proteger o embrião contra choques mecânicos e evitar a sua desidratação. C) Alantóide: É uma membrana que está relacionada com as trocas gasosas. Armazena o produto da excreção do embrião, retira parte do cálcio da casca e transfere-o para o esqueleto do animal em formação. imagem: mundoeducação.uol.com.br Desenvolvimento de mamíferos O ovócito dos mamíferos, ao ser ovulado, encontra-se bloqueado em meiose II. A maioria tem ovos oligolécitos (no caso dos humanos é dito alécito, pela quase ausência de vitelo). O ovócito dos mamíferos placentários, liberado do ovário para as tubas uterinas, é envolvido por uma camada celular glicoproteica, a zona pelúcida e pela corona radiata. Nos humanos, a fecundação deve ocorrer dentro de 48h pós-ovulação. Após esse período, o ovócito degenera e morre. O local onde normalmente a fecundação de mamíferos ocorre é na ampola da tuba uterina. Após a formação do zigoto, inicia-se a segmentação, no embrião de humanos.Isto ocorre 30h após a fecundação. A clivagem é holoblástica rotacional. Os blastômeros originados das diversas clivagens, tornam-se cada vez menores. A primeira clivagem é meridional, originando dois blastômeros de tamanhos aproximados. Esses blastômeros partem para a segunda divisão. Na terceira clivagem, os oito blastômeros unem-se frouxamente. Durante essas divisões, o zigoto permanece dentro da zona pelúcida, gelatinosa e espessa, que é translúcida à luz do microscópio. Em relação aos humanos, por volta do quarto dia de gestação, a mórula é bem desenvolvida, entra no útero e sofre cavitação. Nos espaços intercelulares da mórula, acontece a formação da cavidade blastocele, através da zona pelúcida. A blastocele é formada por líquidos provenientes da mórula. O blastocisto permanece solto na cavidade uterina durante cerca de dois dias. Neste período, a zona pelúcida degenera e há a saída do blastocisto de dentro deste envoltório gelatinoso (eclosão do blastocisto). Sem a zona pelúcida, o blastocisto aumenta seu tamanho rapidamente. AMNIOGÊNESE É o nome dado ao processo de formação da cavidade amniótica. A formação deste anexo é bem precoce em mamíferos quando comparado aos sauropsídeos. A formação da cavidade amniótica nos mamíferos: a) Pregueamento: Da-se pelo dobramento das bordas do epiblasto, para o lado do trofoblasto. b) Cavitação: Algumas células do epiblasto e/ou do citotrofoblasto (ainda permanece obscuro) passam a produzir um líquido (amniótico). Estas células são denominadas de amnioblastos. c) Cisto ecotonal: Se dá como resultado de um grande aprofundamento do nó embrionário em direção ao saco vitelínico. PLACENTA É um órgão transitório que estabelece ligação entre o organismo materno e o embrião, com funções principais de respiração, nutrição, excreção e secreção, formado por células tanto do útero quanto do bebê. O crescimento da placenta é por volta de 16 semanas de gestação, tem o mesmo tamanho que o feto. A placenta desempenha múltiplas funções: substitui o trato gastrintestinal (recebendo diretamente os nutrientes por difusão do sangue materno); o pulmão (ocorrem as trocas de oxigênio e gás carbônico), os rins (filtra e elimina substâncias metabolizadas pelo feto); e as glândulas endócrinas (produz e libera vários hormônios, por exemplo, gonadotrofinas coriônicas, lactogênio placentário, progesterona e estrógenos). A placenta pode ser classificada em: a) Epiteliocorial: Neste tipo de placenta, existem seis camadas para passar substâncias dos vasos maternos para os fetais, a saber: endotélio dos vasos maternos, tecido conjuntivo endométrio, epitélio endometrial, células trofoblásticas, tecido conjuntivo das vilosidades coriônicas e endotélio dos vasos embrionários. b) Sinepiteliocorial: Cinco camadas estão presentes: endotélio dos vasos maternos, tecido conjuntivo endometrial, células trofoblásticas, tecido conjuntivo das vilosidades coriônicas e endotélio dos vasos embrionários (ruminantes); c) Endoteliocorial: Neste tipo, o endotélio vascular materno encontra-se em contato com o cório. As quatro camadassão: endotélio dos vasos maternos, células trofoblásticas, tecido conjuntivo das vilosidades coriônicas e endotélio dos vasos embrionários (carnívoros); d) Hemocorial: Esta denominação se dá pelo fato de o sangue materno estar em contato com as células do trofoblasto. A barreira é formada por três camadas: células trofoblásticas, tecido conjuntivo das vilosidades coriônicas e endotélio dos vasos embrionários (primatas, ratas, coelhas, camundongos, e cobaias entre outras).
Compartilhar