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Psicologia OrganizacionalPsicologia Organizacional AUTORIA Renata Emy Koyama Bem vindo(a)! Caro(a) aluno(a), sou a professora Renata Emy Koyama. Possuo formação em Psicologia pela Universidade do Sagrado Coração (USC), Mestrado em Psicologia Clínica (Psicossomática) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. Professora desde o ano de 2000 nos cursos de Graduação e Pós-Graduação da USC, Universidade Estadual de Maringá (UEM), UniCesumar, Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná (Fainsep), entre outras. Atualmente, professora dos cursos de Graduação e Pós-Graduação, Coordenadora do curso de Gestão de Recursos Humanos e do polo de Londrina da Fainsep. Atuação nos seguintes temas: psicologia, psicologia organizacional, psicossomática, recursos humanos e comportamento organizacional. Este estudo abordará a psicologia e o comportamento organizacional, que são temas imprescindíveis para a formação de um pro�ssional na atualidade. Este conhecimento permite um maior esclarecimento sobre as constituições que abarcam o comportamento das pessoas e como lidar melhor com elas, sendo fundamental para o desenvolvimento da competência pro�ssional. Este trabalho será explanado em três momentos. No primeiro momento tratar-se-á sobre o comportamento organizacional e seus constituintes, micro-organizacional, meso-organizacional e macro-organizacional. Em seguida, serão explanadas as constituições do comportamento individual e a in�uência da personalidade, percepção, aprendizagem, valores, inteligência e inteligência emocional. No segundo momento discorreremos sobre o tema da liderança, assim como suas principais teorias: a teoria dos traços; teorias comportamentais; teoria da contingência (modelo de Fiedler); modelo da árvore de decisão de Vroom-Yetton; teoria caminho objetivo; liderança on-line, liderança carismática e liderança transformacional. Logo depois, serão apresentadas as relações de poder, como o poder formal e poder pessoal, as fontes de poder e suas táticas para conseguir ações concretas. E �nalizaremos esta segunda unidade com o tema da motivação e suas principais teorias motivacionais. Elas serão explanadas em dois grupos: as teorias motivacionais de conteúdo e as teorias motivacionais de processo para um melhor entendimento do seu funcionamento. O terceiro momento retratará sobre o trabalho de grupo e equipe, bem como seu desenvolvimento e diferenciações. Em seguida, apresentar-se-á sobre a cultura organizacional e suas funções, o con�ito e as estratégias para o seu gerenciamento, o estresse e sua administração, �nalizando com as re�exões da importância do comportamento organizacional frente aos desa�os surgidos na contemporaneidade. Esperamos que tenha um excelente aprendizado! Muito obrigada e bom estudo! Prof.ª Me. Renata Emy Koyama Sumário Essa disciplina é composta por 3 unidades, antes de prosseguir é necessário que você leia a apresentação e assista ao vídeo de boas vindas. Ao termino da quarta da unidade, assista ao vídeo de considerações �nais. Unidade 1 Comportamento Organizacional e suas Características Individuais Unidade 2 Liderança, Poder e Motivação Unidade 3 A Importância do Conhecimento do Grupo e da Equipe, Con�itos, Estresse e Cultura Organizacional Unidade 1 Comportamento Organizacional e suas Características Individuais AUTORIA Renata Emy Koyama Introdução Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade serão abordados o comportamento organizacional e seus constituintes. Inicialmente, será retratada a de�nição de comportamento organizacional e todas as ciências que contribuem para o entendimento de seu desenvolvimento, psicologia, antropologia, sociologia, entre outras. Em seguida, explanar-se-á a importância das razões para o seu estudo, como nas aplicações práticas, da necessidade de um estilo gerencial para aumentar o desempenho de uma equipe de trabalho e estratégias para a resolução de problemas. A sua compreensão também promove o crescimento pessoal por meio do conhecimento das pessoas no ambiente laboral, desenvolvendo uma maior autopercepção e autoconhecimento, o que propicia um maior desenvolvimento para as pessoas por meio do acúmulo de conhecimento das diversas situações e ambientes de trabalho. Posteriormente, será apresentada a importância de uma visão micro-organizacional, meso-organizacional e macro-organizacional, visões estas que exercem in�uência nos resultados para a organização. Logo depois, discutiremos a relevância do comportamento individual e da organização e seus impactos em todos os processos do ambiente laboral, no qual será explanado o comportamento individual e sua in�uência por meio de seus aspectos, como a personalidade, percepção, aprendizagem, valores, inteligência e inteligência emocional. Então, vamos continuar esta leitura e bom estudo! Introdução ao Comportamento Organizacional AUTORIA Renata Emy Koyama Ao abordar o tema comportamento organizacional, constata-se que os problemas de relacionamentos interpessoais estão presentes frequentemente na maioria das organizações. Desde a comunicação inadequada dos gestores à resistência das pessoas frente à reorganização da empresa, di�culdade de trabalhar em equipe, problemas comportamentais como falta de respeito, con�ança, entre outros, todos estes são aspectos que aumentam a insatisfação dos colaboradores. Quando a insatisfação dos trabalhadores se eleva, percebe-se sua in�uência no aumento do índice de turnover e absenteísmo da organização, o que gera maior custo com atestados médicos para justi�car a ausência no trabalho, demissões, necessidades de recrutamento e seleção de pessoal. Diante deste cenário, a partir da década de 1990, o corpo docente das universidades, principalmente dos cursos de Administração e Gestão, percebeu a importância da compreensão do comportamento humano para uma formação adequada dos futuros pro�ssionais, e inseriu em seus currículos disciplinas sobre as relações interpessoais. Sobre este tema, Robbins e Judge (2014) constataram em seu trabalho que relacionamentos interpessoais positivos favorecem a manutenção de um clima organizacional saudável, com menor índice de estresse, tornando o ambiente de trabalho agradável e satisfatório, sendo um fator relevante no processo de agregar e manter as pessoas na organização. Deste modo, a organização deve atentar-se em capacitar os seus líderes e gestores, uma vez que gestores com alto desenvolvimento das habilidades interpessoais auxiliam na atração e manutenção de colaboradores de alto desempenho. Assim, as organizações devem estar atentas, pois trabalhadores de excelência são difíceis de encontrar e manter na organização, independente das condições do mercado. Na contemporaneidade vivencia-se um ambiente de trabalho cada vez mais exigente e competitivo, e os gestores, para terem sucesso, necessitam muito mais do que somente conhecimento e habilidades técnicas. Necessitam ter uma habilidade interpessoal desenvolvida para poder gerir as pessoas que fazem parte da organização. Taylor (2003) apresenta em seu estudo dicas importantes para os pro�ssionais na organização: criar uma sensação de con�ança nos membros da equipe; ter uma comunicação nos dois sentidos, partilhando e solicitando informações; acreditar na importância da retenção dos colaboradores que sejam dotados de conhecimento especializado para reterem os membros da equipe; e reconhecimento das necessidades e opiniões de cada membro da equipe. Assim, se a organização deseja manter os seus colaboradores, os seus gestores devem ser sinceros para obter con�ança, ter uma comunicação e�caz, ser �exível e saber reconhecer o trabalho de seus membros. Comportamento Organizacional O Comportamento Organizacional “[...] é um campo de estudo que investiga o impacto que os indivíduos, grupos e estruturas exercem no comportamento dentro das organizações, com a �nalidade de aplicar tal conhecimento na melhoria da e�cácia de uma organização” (ROBBINS; JUDGE, 2014, p. 3). Dessa maneira, o comportamento organizacionalé uma área especí�ca que estuda três determinantes do comportamento organizacional: a estrutura, grupos e indivíduos. Por meio do conhecimento destes determinantes deve-se fazer com que a organização trabalhe com maior e�cácia. Assim, o comportamento organizacional estuda o que os trabalhadores fazem em uma organização e como o comportamento deles afeta o desempenho desta organização, considerando as situações relacionadas com o emprego, o comportamento diante do cargo, o trabalho, absenteísmo, turnover, produtividade, desempenho humano e gestão. A gestão abrange tópicos, como: a motivação; o comportamento e poder do líder; a comunicação interpessoal; a estrutura e processos de grupos; o desenvolvimento de atitudes e percepção; os processos de mudança; o con�ito de negociação e o design de trabalho (ROBBINS; JUDGE, 2014). O comportamento organizacional é uma ciência comportamental que é aplicada e construída diante das contribuições de diversas disciplinas comportamentais, principalmente a ciência da psicologia, psicologia social, sociologia e antropologia. Quadro 1.1 - O Comportamento Organizacional como uma disciplina Ciência Comportamental Contribuição Unidade de Análise Resultado Psicologia Aprendizagem Motivação Personalidade Emoção Percepção Treinamento E�cácia de Liderança Satisfação no Trabalho Tomada de decisão individual Seleção de colaboradores Design de trabalho Estresse no trabalho Individual Estudo do Comportamento Organizacional Psicologia Social Mudança Comportamental Mudança de atitude Comunicação Processos de grupo Tomada de decisão em grupo Comunicação Con�ito Comportamento intergrupos Poder Grupo Estudo do Comportamento Organizacional A psicologia contribui particularmente no âmbito individual. Ela vem mensurar, explicar e quando possível modi�car o comportamento das pessoas na organização. Diante disso, seus estudos são os problemas de fadiga, tédio e condições de trabalho que prejudicam o desempenho organizacional, assim como o processo da aprendizagem, percepção, personalidade, emoções, treinamento, e�cácia de liderança, necessidades e forças motivacionais, satisfação no trabalho, processos de tomada de decisões, avaliações de desempenho, mensuração de atitudes, técnicas de seleção de colaboradores, design de trabalho e estresse no trabalho. A psicologia social tem seu foco na in�uência das pessoas entre si. Ela busca a mudança comportamental, de que forma implementá-la e minimizar as barreiras que podem surgir para que ocorra a aceitação. Contribui para a mensuração, compreensão e mudança de atitudes, identi�cação de padrões de comunicação e auxilia na construção da con�ança no comportamento de grupo, poder e con�ito. A sociologia contribui com o estudo das relações das pessoas e os ambientes sociais e culturais de cada grupo, tendo um olhar atento diante da cultura organizacional, da teoria e a estrutura da organização formal, da tecnologia, comunicação, poder e con�ito. Sociologia Teoria formal da organização Tecnologia organizacional Mudança organizacional Cultura organizacional Sistema da Organização Estudo do Comportamento Organizacional Antropologia Valores comparativos Atitudes comparativas Análise transcultural Grupo Estudo do Comportamento Organizacional Antropologia Cultura Organizacional Ambiente Organizacional Poder Sistema da Organização Estudo do Comportamento Organizacional Fonte: Adaptado de Robbins e Judge (2014, p. 6). A antropologia estuda a sociedade para aprender sobre o ser humano e suas atividades. Ela auxilia na compreensão das diferenças de valores, atitudes e comportamentos básicos entre as pessoas em diferentes países e dentro de diferentes organizações. As Três Razões para Estudar o Comportamento Organizacional Há três razões para estudar o Comportamento Organizacional, veja a seguir: Aplicações Práticas Os gerentes e gestores necessitam compreender os princípios do comportamento organizacional para desenvolverem um estilo pessoal de liderança que satisfaça às exigências das situações, como também saber escolher uma estratégia de resolução de problemas ou a busca de um maior desempenho. Essas são ações que necessitam do conhecimento do comportamento organizacional para serem aplicadas em sua equipe. Atualmente, o ambiente das organizações está cada vez mais complexo, e tornou-se necessária a criação de estruturas organizacionais mais e�cazes. Para isso, é importante saber relacionar-se de forma distinta com as pessoas. A organização, na busca de sua sobrevivência e prosperidade, deve ter e atrair talentos humanos com elevado desempenho, tornando-os cada vez mais e�cazes, e possuir uma variedade de pro�ssionais com talentos diversos em suas dimensões técnicas. Crescimento Pessoal Ao estudar o comportamento organizacional, temos como resultado uma realização pessoal por compreender as pessoas do ambiente laboral, e essa compreensão das pessoas irá auxiliar em um maior autoconhecimento e autopercepção. Deste modo, percebe-se a importância de se relacionar com as pessoas, e os gestores e gerentes precisam estar receptivos aos relacionamentos, uma vez que, quanto maior o número de relacionamentos, maior a chance de conhecer e compreender o outro. É claro que o crescimento pessoal também é in�uenciado pela educação. Um diploma de Graduação ou um curso em MBA in�uencia em uma contratação que necessita de capacidade técnica, mas nas promoções de cargo de che�a e liderança é necessário ter mais do que somente conhecimento e habilidade técnica, é indispensável um nível de desenvolvimento comportamental necessário para tal cargo, demonstrado na capacidade de compreender e trabalhar e�cazmente com todos os colegas de trabalho, como che�a, pares, subordinados, clientes e fornecedores. Maior Conhecimento O estudo do comportamento organizacional busca agregar cada vez mais um número de conhecimento sobre as pessoas em seus cenários de trabalho. Deste modo, irá ajudar o trabalhador a ter um pensamento mais crítico a respeito de assuntos relacionados à experiência do trabalho, como também para análise de problemas pessoais e dos trabalhadores, ou seja, um acervo acumulativo do conhecimento humano. O Comportamento Organizacional e seus Campos Relacionados Vecchio (2008) descreve que o comportamento organizacional é o estudo sistemático dos comportamentos e atitudes de pessoas e grupos em organizações. Complementam Wagner e Hollenbeck (2012, p. 6) que “[...] o comportamento organizacional é um campo de estudo voltado a prever, explicar, compreender e modi�car o comportamento humano no contexto das empresas”. Dessa forma, pode ser considerado em uma perspectiva em nível micro-organizacional, considerando os dados da organização que exercem in�uência sobre o comportamento em uma determinada situação especí�ca, tendo o foco na análise da perspectiva micro, o indivíduo. O comportamento organizacional preocupa-se com o estudo do comportamento do trabalhador ao executar sua atividade laboral sozinho. Esse estudo tem como base três vertentes: a psicologia experimental em seus estudos sobre a aprendizagem, motivação, percepção e estresse; a psicologia clínica com as teorias sobre a personalidade e o desenvolvimento humano; e a psicologia industrial com suas teorias sobre a seleção de pessoal, atitudes no ambiente de trabalho e a avaliação de desempenho (WAGNER; HOLLENBECK, 2012). Uma perspectiva meso-organizacional refere-se à compreensão dos comportamentos dos trabalhadores em sua formação de grupos ou equipes. O estudo do comportamento meso-organizacional foi se desenvolvendo por meio de estudos nas áreas de comunicação, psicologia social e a sociologia interacionista, dando enfoque aos temas de socialização, liderança, motivação e dinâmica de grupo. Já uma perspectiva macro-organizacional considera o comportamento do todo da organização, sendo calcada nas disciplinas de: sociologia, com o enfoque nas teorias sobre estrutura e status social e relações institucionais; ciência política, com suasteorias sobre o poder, con�ito, negociação e controle; antropologia, em seus estudos sobre simbolismo, in�uência cultural e análise comparativa; e economia, com suas teorias de e�ciência e competição (WAGNER; HOLLENBECK, 2012). Características do Comportamento Individual e Organizações AUTORIA Renata Emy Koyama O estudo do comportamento humano na organização é complexo porque sofre in�uência de diversos fatores, como os fatores internos formados pela personalidade (aprendizagem, motivação, percepção e valores), e os fatores externos do ambiente organizacional (regulamentos, cultura, políticas, métodos e processos, grau de con�ança e recompensas). Deste modo, são vários fatores in�uenciando um determinado comportamento para uma determinada situação e relacionamento que deve ser considerado, uma vez que nossos comportamentos modi�cam-se diante dos diversos relacionamentos com pessoas diferentes na formalidade e informalidade, da mesma forma que cada situação no ambiente de trabalho também in�uencia comportamentos distintos. Diante disso, os gestores, líderes e administradores devem estar atentos aos comportamentos apresentados no ambiente laboral a �m de prevenirem ou solucionarem problemas comportamentais e incentivarem ações que promovam comportamentos assertivos. Os resultados para a organização são importantes, mas para que isso ocorra deve-se cuidar das pessoas que produzem estes resultados, uma vez que são elas que criam, desenvolvem os produtos ou serviços e estão em contato direto com o cliente, devendo, assim, ser a prioridade o cuidado com as pessoas. Figura 1.1 - Variáveis Intervenientes Fonte: adaptada de Chiavenato (2015, p. 48). Personalidade O termo personalidade é muito utilizado no senso comum de diferentes formas, seja para retratar as habilidades sociais ou para referir uma impressão marcante de alguém a partir de uma característica, considerada como a central. No cotidiano, as pessoas utilizam este termo delineando que a personalidade de alguém é forte ou fraca, categorizando como uma personalidade boa ou má e até mesmo realizando comparações de uma pessoa com a outra. Na psicologia não existe um medidor de personalidade para poder quali�car como forte, média ou fraca somente pela veri�cação de alguns traços psicológicos, nem mesmo a valorização para ser quali�cada como boa ou má de modo geral. Não existe nenhuma teoria que parta de uma única característica da pessoa, fazendo um per�l da personalidade. A personalidade é “[...] um conjunto de traços psicológicos com propriedades particulares, relativamente permanentes e organizados de forma própria” (AGUIAR, 2005, p. 291). Ela refere-se ao modo constante e peculiar de cada pessoa para perceber, pensar, sentir e agir, englobando todas as características físicas, as habilidades, atitudes, emoções, desejos, crenças e o modo de se comportar. O modo como todas estas características se integram e organizam resulta na singularidade de cada pessoa. Você pode encontrar pessoas com algumas características semelhantes, mas ao levar-se em consideração todos os aspectos da personalidade, constata-se que ela é única para cada ser humano. Quanto maior for o conhecimento do pro�ssional que trabalha na organização de suas características da personalidade, maior será a previsão do que sentirá, pensará e como agirá em determinadas circunstâncias, levando em consideração que o comportamento da pessoa resulta de sua personalidade, interação com o meio ambiente e suas relações interpessoais. Deste modo, pode-se concluir que a personalidade é um conjunto de traços que se integram e se relacionam, formados por aspectos �siológicos, morfo�siológicos, afetivos e cognitivos, que se organizam de forma dinâmica e determinam como a pessoa percebe cada situação, a maneira como pensa a respeito de si mesmo e do mundo e a forma como se relacionam com as outras pessoas, formando a sua unicidade, sua própria personalidade única e singular. Determinantes da Personalidade A personalidade do ser humano é in�uenciada por dois fatores: hereditariedade e ambiente. A abordagem da hereditariedade argumenta que a personalidade de um indivíduo é a estrutura molecular dos genes, localizados nos cromossomos que foram herdados pelos pais. Por meio da hereditariedade de�ne-se a estatura física, atratividade facial, gênero, temperamento, composição muscular e re�exos, nível de energia e ritmos biológicos (ROBBINS; JUDGE, 2014). A hereditariedade tem uma grande in�uência na predisposição de um indivíduo a certos padrões de comportamento. No entanto, ela não sofre in�uência pela organização, pois seus componentes não se modi�cam. Em contrapartida, os ambientalistas defendem que os resultados da experiência de cada pessoa auxiliam a moldar e alterar a personalidade. Por exemplo, o fato de uma pessoa ser mais lenta ou dinâmica é in�uenciado pelo incentivo ou punição de seus pais, professores, amigos, en�m, suas relações interpessoais. O ambiente educacional que vivenciamos desde o início da escolarização, ditado por regras, normas e valores, juntamente com a localização da moradia e a cultura da sociedade da qual fazemos parte, in�uencia em nossos hábitos, forma de agir e pensar. Deste modo, o fator ambiente é um dos determinantes da personalidade que in�uencia diretamente em sua constância e modi�cação, pois muitas vezes mudamos de escola, ambiente de trabalho e amizades, e este processo de socialização, a cada mudança, irá trazer um impacto para que o indivíduo se adapte às suas necessidades. Na organização, diante da compreensão da personalidade, pode-se interferir na mudança de traços da personalidade do trabalhador. Por exemplo, muitas empresas, ao visualizarem que o índice de absenteísmo está elevado e desejando diminuir este comportamento, inserem uma boni�cação de assiduidade e pontualidade. Com a inserção desta nova regra, muitos trabalhadores modi�cam seu comportamento de trabalho, acordando mais cedo que o habitual, marcando seus exames médicos fora do horário do trabalho e evitando o uso de atestados médicos, para ganhar a boni�cação. Assim, com o tempo, este comportamento é mantido no per�l do trabalhador. Outras estratégias com estímulo ambiental, como o uso de elogios e reconhecimento pelo trabalho, in�uenciam a manter um determinado comportamento desejado pela che�a. Assim, conclui-se que a organização pode in�uenciar na mudança dos traços de personalidade do trabalhador por meio dos fatores ambientais, utilizando-se a cultura organizacional (por meio das regras e normas e do relacionamento com a che�a). Percepção A percepção é o “[...] processo pelo qual as pessoas selecionam, organizam, armazenam e recuperam informações” (WAGNER; HOLLENBECK, 2012, p. 58). Ela inicia-se ao se estar atento diante de inúmeros estímulos externos que se apresentam a todo o momento ao nosso redor. A partir desta atenção, a pessoa selecionará o que lhe interessa e assim irá interpretar o mundo ao seu redor. No entanto, o entendimento da mensagem pode ser diferente para cada pessoa que recebe o mesmo estímulo, pois o desejo, experiência anterior, conhecimento e crenças de cada um in�uenciam no entendimento de cada mensagem. Deste modo, para que ocorra o processo de percepção, necessita-se da exposição da informação, seguida da atenção a esse estímulo dada por meio dos órgãos sensoriais (olhos, nariz, boca, ouvidos e mãos), que recebem os estímulos do ambiente como odores, texturas, som, cor e luz, e que, ao captarem estas sensações, selecionam, organizam, interpretam e formam a nossa percepção. Assim, no processo perceptivo ocorre o processamento das informações recebidas e a interpretação é realizada diante dos signi�cados pessoais de cada percebedor, como mostra a �gura a seguir. Figura 1.2 - Processo de Percepção Fonte: Adaptada de Samara (2005, p. 124). A percepção é a tomada de consciência sensorial de objetos e eventos externos aos quais reagimos de forma espontânea por meio dos nossos sentidos, e as empresas na contemporaneidade estãoutilizando o conhecimento da percepção humana para atrair os consumidores, recorrendo aos seus sentidos para facilitar a sua relação com os produtos e serviços. Por exemplo, no supermercado colocam os produtos que se deseja que sejam consumidos logo à altura da visão do consumidor, e os produtos da primeira e última prateleira são deixados para o segundo plano. O uso da luz amarela incidindo sobre os pães, o aroma de madeira perto dos vinhos, tudo é feito para estimular a visão, audição, olfato do cliente para que ele consuma. Karsaklian (2004), em seu estudo, apresenta que a percepção tem como características ser: subjetiva: cada pessoa se apropria da situação ou de um objeto e faz uma realidade; seletiva: a todo o momento a pessoa é bombardeada por estímulos e somente alguns destes estímulos são percebidos. Seleciona-se somente o que lhe interessa; simpli�cadora: há uma di�culdade de processar a totalidade das informações que percebemos e se absorve parte dela; limitada no tempo: a maior parte das informações permanece pouco tempo na nossa memória; cumulativa: a impressão é realizada a partir da soma de diversas percepções. Em vista disso, é necessário considerar também que os valores pessoais, as emoções, sentimentos, desejos, medos, experiência passada, o nível de desenvolvimento cognitivo e a maturidade psíquica de cada pessoa in�uenciam no processo perceptivo, considerando que existem mecanismos internos que podem impedir ou distorcer a percepção de fatos, situações e ideias (AGUIAR, 2005). Mecanismos internos são barreiras presentes na percepção que podem surgir por meio do sentimento de rejeição ao desprazer. Seria uma forma de fuga inconsciente em que a pessoa percebe a sua realidade interna e externa, situações ameaçadoras como abandono, medo, perda da saúde física ou psíquica que podem afastar da realidade e fazer perder a objetividade da vida. Do mesmo modo, no ambiente laboral, o trabalhador que busca seu ápice de produtividade, cobrando-se exageradamente diante das metas a serem cumpridas por meio de seus desejos, pode distorcer a realidade interna ou externa, começando a acreditar na fantasia de realização do seu mundo interno, distorcendo a realidade do mundo externo. Confere-se, então, que os pro�ssionais da organização, principalmente os gestores e cargos de che�a, necessitam ter o conhecimento do processo de percepção para compreenderem o comportamento dos trabalhadores diante da relação das características individuais de cada pessoa e seu meio perceptivo para poderem auxiliar na construção de um comportamento adequado e saudável para o trabalhador e para a organização. A forma como as pessoas tomam suas decisões, e a qualidade de suas escolhas, é em grande parte in�uenciada por suas percepções. Então, lembremos que as pessoas baseiam seu comportamento não no modo como o ambiente externo é de fato, e sim sobre o que elas veem ou como acreditam que o ambiente externo seja (ROBBINS; JUDGE, 2014). Aprendizagem O conceito de aprendizagem não é simples, pois existem diversas possibilidades de aprendizagem. Ela é um processo mais ou menos permanente de aquisição de tendências para se comportar de determinada forma em resposta aos estímulos e situações vivenciais. As pessoas são diferentes em suas habilidades de processar informações e há diversas teorias que explicam como se desenvolve o processo de aprendizagem, sendo as principais as teorias behavioristas e as teorias cognitivas. As teorias behavioristas, ou do condicionamento, acreditam que o aprendizado ocorre como resultado de um processo de estímulo e resposta aos eventos externos. Como seria isso? Quando o indivíduo recebe um estímulo conhecido, seja este do ambiente externo ou interno, ele terá uma reação de modo previsível a este estímulo, a resposta, e diz- se, então, que ele aprendeu. Esta teoria preocupa-se com a forma com que os estímulos são selecionados pela pessoa no ambiente e quais comportamentos se resultarão. Figura 1.3 - A relação entre estímulo, indivíduo e resposta. Fonte: Elaborada pela autora. Deste modo, as condições ambientais são como forças propulsoras da aprendizagem, por meio dos nossos hábitos, e aprendemos a associação entre um estímulo e uma resposta. Esta aprendizagem desenvolve-se praticando. Para os teóricos do condicionamento, a transferência da aprendizagem permite solucionar novas situações, e isso ocorre: [...] quando evocamos hábitos passados apropriados para um novo problema e respondemos de acordo com os elementos que o novo problema tem em comum com os outros já aprendidos ou conforme os aspectos da nova situação semelhantes aos da situação já encontrada (BOOK, 2008, p. 133). Por exemplo, no ambiente organizacional, em um setor administrativo, o trabalhador necessita fazer um relatório diferencial para sua che�a, tendo como base os outros relatórios gerais que já havia realizado anteriormente. Assim, com base nesta teoria, os trabalhadores com cargos de che�a ou gestores podem apropriar-se deste conhecimento para inserirem comportamentos desejados em sua equipe, por exemplo, a pontualidade na entrega de trabalhos. Ao oferecer um estímulo positivo aos trabalhadores, como um elogio, grati�cações para aqueles que forem pontuais em seus resultados, estes �cam condicionados a manterem este comportamento, entregar os trabalhos dentro do prazo previsto. A palavra “condicionado” refere-se a um comportamento aprendido. Figura 1.4 - O trabalhador condicionado Fonte: Elaborado pela autora. Os gestores também podem utilizar um estímulo negativo, como uma advertência para aquelas pessoas que não apresentam um comportamento adequado na organização. Por exemplo, um trabalhador, ao chegar atrasado em relação a seu horário de trabalho, recebe uma advertência verbal ou escrita. Consequentemente, esse comportamento terá um estímulo negativo como resposta para o trabalhador, assim, o colaborador evitará ter esse comportamento de atraso para não ter a resposta indesejada, sendo esse um processo de aprendizagem. Já as teorias cognitivistas de�nem a aprendizagem como um processo de relação da pessoa com o mundo externo, com consequências no plano da organização do conhecimento (cognitivo). Elas estudam como as pessoas solucionam os problemas complexos e aprendem conceitos abstratos por meio da observação. A aprendizagem é um elemento que provém da comunicação com o mundo e se acumula sob a forma de uma riqueza de conteúdos cognitivos. Ela é um processo da organização de informações e integração do material pela estrutura do cognitivo. Deste modo, a pessoa adquire novas ações como forma de inserção em seu meio (BOOK, 2008). Deste modo, a aprendizagem ocorre na relação entre ideias e experiências. Os comportamentos e conceitos aprendidos são mantidos nos processos cerebrais (atenção, memória) e são integrados nos comportamentos e pensamentos. Todas as vezes que a pessoa necessita resolver novos problemas, recorrerá às experiências passadas para poder solucionar por meio da sua cognição. A cognição ocorre, por exemplo, quando o trabalhador necessita aprender uma nova execução das atividades do seu trabalho. Deve-se levá-lo para observar como é realizada a atividade, fazê-lo experimentar as execuções e, assim, ele conseguirá atribuir o signi�cado de cada procedimento. Esta cognição envolve o processo de compreensão, transformação, armazenamento e utilização das informações. Valores Os valores são representações de convicções básicas de um modo especí�co de conduta ou objetivos de vida pessoal e social. Constata-se que os valores possuem um elemento de julgamento no qual cada pessoa se baseia a partir de suas ideias do que é certo ou errado. Valores possuem atributos de conteúdo que dizem o modo de conduta ou objetivo de vida e de intensidade para especi�car o grau de sua importância para a pessoa. Constata-se que todas as pessoas possuem uma hierarquia de valores que formam o sistema de valores de forma singular para cada um. Por exemplo, cada pessoa dá uma importânciarelativa a valores como a honestidade, �delidade, respeito, liberdade, entre outros. Os valores são relativamente estáveis e duradouros. São construídos desde os primeiros anos de vida por meio das nossas relações sociais com nossos pais, família, professores e assim por diante. Tipos de Valores Pode-se agrupar os valores em dois conjuntos, conforme Milton Rokeach, criador da pesquisa de valores Rokeach (RVS). Ele chamou um conjunto de valores de terminais, que são aqueles que são objetivos e que uma pessoa gostaria de alcançar durante a vida inteira, e o outro conjunto de valores instrumentais, referindo-se aos modos preferíveis de comportamento para alcançar os valores terminais, como mostra o quadro a seguir. Vários estudos con�rmam que os valores RVS variam entre grupos, por exemplo, pessoas com as mesmas ocupações ou categorias semelhantes possuem uma tendência de possuírem os mesmos valores, como pais, professores, gestores, alunos. É importante também considerar que os valores fazem parte da nossa base de compreensão para o desenvolvimento das nossas atitudes e da motivação, além de in�uenciarem na percepção humana. Deste modo, quando um trabalhador resolve fazer parte de uma determinada organização, possui seus valores do que “deve ser”, mas a pessoa com suas interpretações do certo e errado, baseando-se em seus valores, pode obscurecer a objetividade e racionalidade, tendendo a um determinado comportamento e atitude. Por exemplo, o trabalhador possui um valor sobre o sistema de remuneração que deve ser baseado no desempenho. No entanto, a organização decide que a remuneração deve ser baseada na antiguidade. Provavelmente, o trabalhador irá �car insatisfeito no trabalho, uma vez que seus valores não estão alinhados com a política de remuneração da organização, afetando sua motivação e atitude. Quadro 1.5 - Tipos de valores Valores Terminais Valores Instrumentais Prosperidade e sucesso contínuo Autoaperfeiçoamento Liberdade Autonomia e autossu�ciência Saúde e bem-estar Disciplina pessoal Paz mundial Bondade Reconhecimento social Ambição Signi�cado na vida Foco nos objetivos Fonte: Robbins e Judge (2014, p. 100). Assim, pode-se concluir que é importante conhecer os valores dos trabalhadores, pois eles afetam as atitudes, comportamentos e percepções destes. Quando o gestor possui o conhecimento dos valores de cada trabalhador de sua equipe, isto lhe fornece informações para saber o que faz essa pessoa “funcionar” melhor. Deste modo, os gestores e líderes de equipe devem avaliar candidatos não somente por suas habilidades e experiência, mas também pelos valores. A adequação dos valores entre a organização e o trabalhador é fundamental, uma vez que as pessoas são atraídas e selecionadas pelas organizações, devendo possuir valores semelhantes com os da organização ou compatíveis com sua personalidade, para evitar insatisfação do trabalhador, que pode afetar a sua motivação e, consequentemente, a produtividade no trabalho. REFLITA Valores O conhecimento sobre os valores de cada trabalhador auxilia na compreensão da percepção, atitude e comportamento de forma singular. Deste modo, devemos nos preocupar diante dos valores que estão sendo incutidos na vida dos adolescentes na contemporaneidade, uma vez que eles serão os futuros trabalhadores? Fonte: Elaborado pela autora. Inteligência e Inteligência Emocional AUTORIA Renata Emy Koyama Na contemporaneidade vivencia-se constantes mudanças tecnológicas, um elevado nível de competitividade no mercado, mudanças no ambiente organizacional e necessidade de inovação a todo o momento, afetando a vida de todas as pessoas que fazem parte da organização. Com isso, tornou-se necessário o desenvolvimento da inteligência emocional, principalmente dos trabalhadores com cargos de che�a, gestores e lideranças que necessitam relacionar-se com as pessoas a todo o momento. Para entendermos o que é inteligência emocional e seu funcionamento, vamos compreender o que é inteligência. Inteligência A inteligência é um conceito complexo a ser de�nido. Etimologicamente, a palavra “origina-se do latim intelligentia, que signi�ca entendimento, conhecimento” (HOUAISS; VILLAR, 2008, p. 1631). Dalgalarrondo (2008) de�ne a inteligência como um conjunto de habilidades cognitivas do indivíduo, a resultante, o vetor �nal dos diferentes processos intelectuais, ou seja, a capacidade de identi�car e resolver problemas novos, de reconhecer adequadamente as situações que se vivencia e encontrar soluções satisfatórias para si e para o ambiente, respondendo às exigências de adaptação biológica e sociocultural. O autor supracitado complementa que as principais habilidades no constructo da inteligência são: raciocínio, planejamento, resolução de problemas, pensamento abstrato, compreensão de ideias complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem a partir de experiência (DALGALARRONDO, 2008). Inteligências Múltiplas Os estudiosos da inteligência, até meados da década de 1960, acreditavam em um modelo unifatorial da inteligência, ou seja, que havia um fator geral para explicar toda a inteligência. No entanto, a partir de 1960, outros pesquisadores da inteligência propuseram que ela deveria ser considerada com múltiplas formas, um modelo multifatorial, e estas inteligências podem ter uma autonomia em relação ao constructo global, tendo como os estudiosos mais signi�cativos desta nova abordagem Cattell, Gardner e Goleman. Howard Gardner (2001), psicólogo e professor da Universidade de Harvard, em seu livro “Estruturas da Mente”, de 1983, descreve sete dimensões de inteligência e, mais tarde, propõe mais duas inteligências. Sua teoria �cou conhecida como “Inteligências Múltiplas”. Ele relata que estas inteligências costumam aparecer com intensidade diferente em cada ser humano. Observe-as no infográ�co a seguir. Inteligência linguística e verbal: Pessoas com capacidade de ler e escrever empregando bem as palavras, os signi�cados, como os escritores, políticos e advogados. Inteligência musical: Pessoas com capacidade de lidar com música, tocar instrumentos, compor, criar padrões de tons, ritmos harmônicos, como os músicos, maestros e cantores. Inteligência lógico-matemática: Pessoas com capacidade de lidar com números, cálculos, avaliar objetos e abstrações, entendendo suas relações e princípios, como os engenheiros, matemáticos e físicos. Inteligência espacial: Pessoas com capacidade de orientar-se no espaço, avaliar relações entre objetos e desenhar com precisão o mundo visual, transformar, modi�car percepções e criar uma nova realidade visual, como os engenheiros, arquitetos e artistas plásticos. Inteligência cinetésico-corporal: Pessoas com capacidade de usar o próprio corpo para expressar as emoções, sentimentos, jogar um jogo, criar um novo produto (invenção), como os dançarinos, atletas, artistas e bailarinos. Inteligência interpessoal: Pessoas com capacidade de perceber distinções entre as pessoas, seus estados de ânimo, temperamento, emoções, facilidade de se relacionar como utras pessoas, comunicar bem, convencer as pessoas, como os vendedores, políticos, administradores e advogados. Inteligência intrapessoal: Pessoas com capacidade de autocompreensão, introspecção, autoavaliação, autoaceitação, como os psicólogos, �lósofos e religiosos. Inteligência naturalista: Pessoas com capacidade de reconhecer objetos e situações das diversas na natureza e sua relação com o homem, como os biólogos, zoólogos, oceanógrafos, ecologistas e botânicos. Inteligência existencialista: Pessoas com capacidade de entender sobre a vida e ponderar sobre as questões da existência humana como a vida, a morte, reconhecendo a transcendência e o universo, como os místicos e religiosos. E parece existir a décima inteligência, que é “a inteligência pictográ�ca ou do desenho, estando presente nos pro�ssionais de montagem, decoração, design, ilustração, marketing, publicidade, cinema e televisão” (ANTUNES, 1998, p. 66 apud SOBRAL, 2013). Assim, constata-se que é importanteo gestor ou líder ter o conhecimento destas inteligências para poder identi�car o seu tipo de inteligência e de cada pessoa da sua equipe, a �m de utilizar melhor as potencialidades de cada um a favor de uma maior e�cácia no trabalho. Inteligência Emocional A inteligência emocional teve sua terminologia criada por Peter Salovey e John Mayer da Yale University a partir dos estudos da inteligência interpessoal e da teoria das inteligências múltiplas de Gardner, mas foi Daniel Goleman que a difundiu em seu livro “Inteligência Emocional” de 2001. Com isso, pode-se de�nir que a inteligência emocional, conforme Mayer e Salovey (1997, p. 401 apud VALLE, 2006, p. 33) é: [...] a capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções com precisão; a capacidade de acessar e/ou gerar sentimentos quando estes facilitam o pensamento; a capacidade de entender as emoções e o conhecimento emocional e a capacidade de regular emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. Pode-se compreendê-la como um modelo de cascata, conforme Robbins e Judge (2014, p. 76) apresentam a seguir. Figura 1.2 - A inteligência emocional Fonte: Robbins e Judge (2014, p. 76). Desta forma, a inteligência emocional representa a capacidade do indivíduo de identi�car, analisar e desenvolver emoções conforme a necessidade se apresenta, ou seja, conseguir gerir suas emoções a seu favor, para que ela auxilie no seu comportamento de forma adequada para aperfeiçoar os seus resultados. Salovey e Mayer (apud CHIAVENATO, 2015) apresentam os cinco domínios ou competências da inteligência emocional: 1. Autoconsciência 2. Autodomínio 3. Automotivação 4. Empatia 5. Habilidades Sociais A autoconsciência representa conhecer as suas próprias emoções. As pessoas que possuem essa capacidade tornam-se conscientes das emoções que se apresentam a cada momento, podendo desenvolver o controle de seus sentimentos. O autodomínio desenvolve-se a partir da autoconsciência e possui a capacidade de controlar diversos sentimentos em várias situações, administrando suas emoções para poder lidar melhor com suas atividades. Quanto mais desenvolvido o autodomínio, mais facilmente a pessoa conseguirá desenvolver o equilíbrio emocional, recuperando-se com mais rapidez dos desprazeres e perturbações da vida. A automotivação representa possuir sentimentos de entusiasmo, ser persistente, tenaz, perseverante diante dos objetivos e metas de sua vida. É saber colocar as suas emoções a seu favor, utilizando de sua criatividade para concentrar-se e promover as suas realizações. A empatia retrata saber reconhecer as emoções das outras pessoas e sintonizar melhor os sinais sutis que indicam do que as outras pessoas estão necessitando ou desejam. As habilidades sociais caracterizam o desenvolvimento de um bom relacionamento, saber lidar com as emoções das outras pessoas, bem como ter facilidade na interação, saber liderar, negociar, solucionar divergências, trabalho de equipe, ser ativo com as pessoas e gostar de estar com as pessoas. Estes cinco domínios são desenvolvidos por meio dos nossos relacionamentos, envolvendo uma maturidade emocional, e estão intimamente relacionados com o equilíbrio emocional. Sabe-se que quanto maior é o controle das nossas emoções, melhor estaremos posicionados nas nossas relações no ambiente de trabalho, familiar, social e pessoal. Conclui-se, dessa forma, que o desenvolvimento da inteligência emocional é primordial, principalmente no ambiente laboral, para que se possa entender e compreender como as emoções podem in�uenciar nos relacionamentos interpessoais, nas tomadas de decisões, nas negociações, na criatividade, na liderança, na motivação, no atendimento ao cliente e no clima organizacional, sendo uma estratégia para a competência comportamental nas organizações. FICA A DICA Web Dimensões da Inteligência Emocional Assista ao �lme “À Procura da Felicidade”, em que o protagonista Will Smith, que interpreta Chris Gardner, apresenta durante o �lme as cinco dimensões da inteligência emocional para conseguir atingir o seu objetivo. Para saber mais, acesse o trailer do �lme. Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=yHgiEADa5M8 Neste estudo abordamos o tema do comportamento organizacional e vimos que abrange conceitos relacionados aos problemas de relacionamentos interpessoais que estão presentes, frequentemente, na maioria das organizações. Entendemos que o Comportamento Organizacional pode ser entendido como um campo de estudo que investiga o impacto que os indivíduos, grupos e estruturas exercem no comportamento dentro das organizações, e tem a �nalidade de aplicar tal conhecimento na melhoria da e�cácia de uma organização. Também pudemos compreender que o comportamento organizacional é uma ciência comportamental que é aplicada e construída diante das contribuições de diversas disciplinas comportamentais, principalmente a ciência da psicologia, psicologia social, sociologia e antropologia. O estudo do Comportamento Organizacional se mostra importante para as organizações e pelo menos três razões justi�cam sua abordagem, a saber: Aplicações Práticas, Crescimento Pessoal e Maior Conhecimento. Ainda nesse sentido, vimos que o estudo do comportamento organizacional pode ser tomado em uma perspectiva de nível: i) micro-organizacional: voltado a prever, explicar, compreender e modi�car o comportamento humano no contexto das empresas; ii) meso-organizacional: quando refere-se à compreensão dos comportamentos dos trabalhadores em sua formação de grupos ou equipes; iii) macro-organizacional: quando considera o comportamento do todo da organização. Para melhor entendimento a respeito do Comportamento Organizacional, foi necessário abordar elementos que constituem as características do Comportamento Individual e Organizacional, incluindo conceitos sobre personalidade, determinantes da personalidade, percepção, aprendizagem, valores e tipos de valores. Também tratou-se a respeito de aspectos relacionados ao conceito de Inteligência, Inteligências Múltiplas, Inteligência Emocional e suas dimensões. Conclusão - Unidade 1 Por �m, destaca-se que o presente estudo ainda apresenta diferentes recursos didáticos, como saiba mais, indicação de leitura e atividades de estudo, para melhor contribuir na construção do conhecimento do aluno, no tocante a temática envolvente da abordagem interdisciplinar do Comportamento Organizacional. Livro Unidade 2 Liderança, Poder e Motivação AUTORIA Renata Emy Koyama Introdução Para melhor compreensão sobre a liderança, nesta unidade será apresentada as características de um líder e liderança contemporânea, assim como suas principais teorias: a teoria dos traços, teorias comportamentais, teoria da contingência - modelo de Fiedler, modelo da Árvore de Decisão, de Vroom-Yetton, teoria Caminho- Objetivo, liderança on-line, liderança carismática e liderança transformacional. Logo depois, será explanado sobre as relações de poder. Conceito, tipos de poder, como o poder formal e poder pessoal, as fontes de poder e suas táticas para conseguir ações concretas. Em seguida, estudaremos sobre um dos temas mais estudados na organização, a motivação. Apresentaremos como ocorre o processo de motivação e as principais teorias motivacionais. Ela foi dividida em dois grupos: as teorias motivacionais de conteúdo e as teorias motivacionais de processo, para um melhor entendimento do seu funcionamento. Você perceberá, no �nal da unidade, a importância deste conhecimento para a compreensão e aplicação prática em sua vida pro�ssional e de seus colegas de trabalho, na busca de um clima organizacional saudável e atingimento dos objetivos organizacionais. Vamos lá iniciar a leitura? Liderança AUTORIA Renata Emy Koyama O papel de líder, na organização, é de grande importância para o sucesso organizacional, além de poder mudar a percepção de alguém ou de uma situação negativa que talvez ocorra naturalmente em seu cotidiano. O cenário competitivo exige inovações a todo o momento, e asorganizações perceberam que necessitam investir em seu capital humano, uma vez que ele agrega valor às empresas e é responsável por criar, desenvolver e se relacionar com seus clientes. Assim, para a sobrevivência das organizações não basta somente ter pessoas com elevado conhecimento e habilidades operacionais, mas também se tornaram necessárias pessoas com elevada competência comportamental com traços de liderança para auxiliar no desenvolvimento organizacional. O que é Liderança A liderança é “a capacidade de in�uenciar um grupo para a realização de uma visão ou conjunto de metas” (ROBBINS; JUDGE, 2014, p. 249). Ela pode ser considerada como um processo em que o líder consegue fazer com que seus membros façam algo que ele deseja, sendo um modo de in�uência. Líder é a pessoa que exerce in�uência sobre os outros. A liderança é a função que a pessoa executa, como tomar iniciativas, planejar e organizar ações. Ser chefe ou líder é a mesma coisa? Muitas pessoas acreditam que o líder é o gerente ou aquela pessoa que ocupa um cargo de che�a, no entanto, eles não são semelhantes. Uma pessoa pode ser um excelente gerente, ter um cargo de che�a e não ser considerado um líder. Da mesma maneira, existem pessoas que são consideradas líderes por um determinado grupo e não ocupam cargo de che�a. Assim, para as organizações, o ideal seria que a pessoa no cargo de gerente ou che�a também fosse considerada um líder, pois quem tem um cargo de che�a possui autoridade formal diante de seus membros, e se ela também for considerada um líder terá uma autoridade incremental substancial. Quando o líder de um grupo não é a mesma pessoa que ocupa o cargo de che�a, percebe-se que pode acontecer de os valores do líder não coincidirem com os valores da che�a, incentivando os membros da organização a serem menos produtivos, ou se tornarem até um oponente político. Assim, a presença de um líder pode ser boa ou ruim, dependerá se este apoiará, ou irá se opor às metas da organização. Na contemporaneidade, as organizações necessitam de liderança e administração forte para se ter uma efetividade ótima, pois os líderes desa�am o status quo, criam visões de futuro e inspiram membros organizacionais a quererem alcançar as visões (ROBBINS; JUDGE, 2014). Existem várias teorias que explicam sobre a liderança. Iremos abordar as principais ao longo deste estudo. Quadro 2.1 - Liderança do Passado e do Presente Traços tradicionais de liderança Qualidade da liderançaestratégica Conformidade Espírito criativo e inovador Autoritarismo Assimilador, aprendiz e coreógrafo Heroico – centro da atenção Compartilha poder e atenção Delegador e hierárquico Condutor e alavancador Especialização em áreas tradicionais Expertise em várias áreas Conhecimento extensivo da indústria Experiência em muitas indústrias Posse de um cargo a longo prazo Portfólio de vários conhecimentos Alto controle e comando Empowerment e patrocinador Orientação doméstica e internalizada Perspectiva global e sistêmica Cria consenso, quando necessário Cria coalizões e fomentacolaboração Conhecimento íntimo da organização Conhecimento íntimo do cliente Atenção nos concorrentes Conhecimento dos concorrentes Isolado, separado, indiferente Acessível, próximo e apoiador Fonte: Chiavenato e Sapiro (2010, p. 276). Teoria dos Traços A teoria dos traços tem seu foco nas qualidades das características individuais da pessoa. São atributos da personalidade que podem ser sociais, físicos, intelectuais, que diferenciam das pessoas líderes e não líderes. O estudo desta teoria buscou inicialmente isolar os traços de liderança, mas não obteve sucesso. Em 1960, com uma revisão de vinte estudos diferentes, foram identi�cados oitenta traços de liderança, mas somente cinco eram comuns a quatro ou mais estudos. Na década de 1990, já com muitos estudos e análises, o que se poderia concluir é que os líderes não são iguais às outras pessoas, e seus traços variam muito de um para outro. Em uma revisão abrangente sobre a liderança analisada na perspectiva do Teste Big Five, que possui como foco prever o surgimento da liderança e não para distinguir entre líderes e�cazes e ine�cazes, trabalharam com os seguintes traços: assertividade, amabilidade, estabilidade emocional, conscienciosidade, criatividade e inteligência emocional. Foi detectado, neste estudo, que a extroversão é o traço mais importante dos líderes e�cazes, uma vez que pessoas sociáveis e dominantes são mais propensas a a�rmar-se em situações de grupo. A consciência e a abertura às novas experiências mostraram fortes relações de liderança. Deste modo, a teoria dos traços retrata que os líderes gostam de estar perto de pessoas e são capazes de se a�rmar (extrovertidos), são disciplinados e capazes de manter compromissos assumidos (consciente), são criativos e �exíveis (abertos), têm vantagem aparente quando se trata de liderança, assim, bons líderes possuem traços em comum. Buda, Napoleão, Mao, Churchill, Roosevelt e Reagan são descritos como líderes fortes em seus traços. Teorias Comportamentais As teorias comportamentais de liderança posicionam-se diferentemente das teorias dos traços, e acreditam que se podem treinar pessoas para serem líderes. Desta forma, pode-se entender que a teoria do traço, vista anteriormente, fornece uma base para selecionar as pessoas certas para a liderança. Já as teorias comportamentais de liderança a�rmam que se pode desenvolver uma pessoa para se tornar líder com treinamentos. Na década de 1940, as teorias mais abrangentes identi�caram dimensões, independentemente do comportamento do líder, com mais de mil dimensões e se reduziu a lista para duas, que representavam a maior parte do comportamento de liderança: estruturação de iniciação e consideração. A estrutura de iniciação é a busca de estruturar o seu papel e o dos seus membros na tentativa de realização do objetivo, como organizar o trabalho, as relações de trabalho e os objetivos. O líder atribui a seus membros determinadas tarefas enfatizando a observância dos prazos. A consideração é a extensão das relações de trabalho por con�ança mútua, respeito pelas ideias e sentimentos de outros (ROBBINS; JUDGE, 2014). Pode-se classi�car três estilos de padrões comportamentais de liderança a partir da teoria de Kurt Lewin: autoritária, democrática e liberal (WAGNER; HOLLENBECK, 2012). Liderança autoritária: a tomada de decisão é do líder e ele �xa as diretrizes sem a participação do grupo, sendo dominador nos elogios e críticas ao trabalho de cada liderado. Liderança democrática: o grupo debate e decide as diretrizes e o líder tem o papel participativo de estimular e se comportar de modo objetivo. Liderança liberal: o líder possui participação mínima no grupo, a liberdade é ampla não participando da tentativa de regular os cursos das coisas. Diante destes três padrões de comportamentos de liderança, qual é a mais adequada? Não existe o melhor padrão de comportamento para se trabalhar em equipe, e sim a utilização de um estilo de liderança adequado diante dos objetivos que a liderança exercerá e das consequências desejadas por ela. Teorias das Contingências Veri�ca-se que ocorre, naturalmente, uma ascensão e queda de líderes diante das in�uências situacionais. Uma vez que um tipo de liderança funcionou em tempos ruins, em tempos bons já não funciona mais. Desta forma, pesquisadores constataram que em condições situacionais A, o estilo de liderança X seria apropriado, nas condições situacionais B, o estilo de liderança Y seria o mais apropriado, e nas condições situacionais C, o estilo de liderança Z seria o mais adequado. Assim, quais são as condições A, B e C? São várias as teorias que explicam estas condições. O modelo de Fiedler, a teoria situacional, a teoria Caminho-Meta e o modelo de participação do Líder. Estudaremos estas variáveis situacionais por meio do modelo de Fiedler. Modelo de Fiedler O modelo de contingência de Fiedler sugere que o desempenho e�caz de um grupo dependerá da correspondência corretaentre o estilo do líder e o grau que a situação confere o controle ao líder. Ele criou o questionário do colega de trabalho – LPC (Least Prederred Co-worker) que mede se uma pessoa é orientada à tarefa ou ao relacionamento. Se você é menos capaz de trabalhar em termos favoráveis com alta pontuação, seria orientado para o relacionamento; se você está preocupado com a produtividade, é orientado para a tarefa. Depois de avaliar o estilo de liderança combina, o líder com a situação, que propõe três dimensões, conforme Robbins e Judge (2014, p. 254) relatam: Relações líder-membro é o grau de segurança, con�ança e respeito que os liderados possuem por seu líder. Estrutura da tarefa é o grau ao qual as atribuições de trabalho seguem procedimentos (ou seja, são estruturadas ou não estruturadas). Poder de posição é o grau de in�uência que um líder tem sobre as variáveis de poder, como a contratação, demissão, disciplina, promoção e aumento de salário. Quanto melhor forem as relações líder-membro, mais estruturado será o trabalho, e quanto mais forte for a posição de poder, mais controle o líder terá. Modelo da Árvore de Decisão de Vroom- Yetton O modelo de liderança da árvore de decisão foi criado por Victor Vroom e seus colegas e tem seu foco no fato de que os líderes alcançam sucesso quando têm decisões e�cazes. Ele categoriza quatro estilos gerais de decisão: Autoritário ou autocrático. Consultivo. Delegador. Baseado no grupo ou participativo. Esses quatro estilos, em seguida, são divididos em sete estilos de decisão, e três deles serão apropriados para as decisões individuais ou em grupo, dois apropriados para decisões individuais e dois apenas para decisões que envolvam um grupo inteiro de seguidores. A forma de participação desejada na tomada de decisão de�nirá uma sequência de regras que deverão ser seguidas, como um modelo de uma árvore. Essa árvore possui doze modos de contingência que deverão ser identi�cadas conforme a importância. Estudos mostram que as decisões compatíveis com este modelo são bem-sucedidas e as incompatíveis tendem ao fracasso. Assim, o líder e�caz deve avaliar a situação e ajustar seu estilo para o tipo de liderança mais adequada. Teoria Caminho-Objetivo A teoria caminho-objetivo visualiza o propósito do líder como motivador de seus seguidores, esclarecendo as metas e quais os melhores caminhos para alcançá-las. Ela enfatiza a existência de três variáveis motivacionais que os líderes podem in�uenciar diante de seus comportamentos ou decisões: valências, instrumentalidades e expectativas. Quando o líder manipula as valências de seus seguidores, ele identi�ca e desperta a necessidade de resultados. Na manipulação das instrumentalidades, ele auxilia os seus seguidores a terem um desempenho elevado para gerar resultados satisfatórios e, na manipulação das expectativas, ele in�uencia na redução de barreiras que podem ser frustrantes para o desempenho. Assim, o líder conduzirá os seus seguidores para alcançar objetivos que sejam compatíveis com os da organização. CONECTE-SE Liderança Na busca de aprofundar e conhecer melhor as várias visões de liderança, busque a leitura deste artigo: “Liderança E�caz: o poder e a in�uência de um Líder no Comportamento Organizacional”, de Ana Paula Oliveira e Olívia Perez. Rev. UNICURITIBA, 2015. Para ler, acesse o artigo. ACESSAR http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/admrevista/article/download/889/871 Deste modo, propõe quatro estilos comportamentais que os líderes podem apresentar na manipulação das variáveis da expectativa: liderança diretiva, liderança encorajadora, liderança participativa e liderança orientada para a realização. O desempenho e a satisfação dos liderados aumentam quando o líder compensa coisas que faltam ao trabalhador ou no ambiente de trabalho. Liderança Carismática e Liderança Transformacional A liderança carismática e a liderança transformacional são teorias contemporâneas que compreendem que os líderes inspiram seguidores por meio de suas palavras, ideias e comportamentos. Liderança Carismática Quando se pergunta quem são considerados líderes populares carismáticos, podemos considerar Martin Luther King Jr., John Kennedy, Mary Kay Ash e outros. O que será que eles têm em comum? Quadro 2.2 - Os Quatro Estilos de Comportamento da Teoria do Caminho-Objetivo Os Quatro Estilos de Comportamento da Teoria do Caminho-Objetivo Liderança diretiva O líder é autoritário. Os subordinados sabem exatamente o que é esperado deles, e o líder fornece direções especí�cas. Os subordinados não participam da tomada de decisões. Liderança encorajadora O líder é amistoso e acessível e demonstra uma preocupação genuína com os subordinados. Liderança participativa O líder pede e usa as sugestões dos subordinados, mas ainda toma as decisões. Liderança orientada para a realização O líder �xa metas desa�adoras para os subordinados e demonstra con�ança em que eles atingirão essas metas. Fonte: Wagner e Hollenbeck (2012, p. 262). Robert House (apud ROBBINS; JUDGE, 2014) em sua teoria da liderança carismática descreve que os seguidores atribuem habilidades heroicas de liderança em seus comportamentos. Wagner e Hollenbeck (2012) relatam que estudos identi�cam que as várias características dos líderes carismáticos são: Visão e articulação: propõe um futuro melhor que o status quo e é capaz de esclarecer a importância da visão em termos que sejam compreendidos aos outros. Riscos pessoal: disposto a correr alto risco pessoal, pagar altos custos e fazer auto-sacrifício para alcançar a visão. Sensibilidade às necessidades dos seguidores: perceptivo às habilidades dos outros e responsivo às suas necessidades e sentimentos. Comportamento não convencional: assume comportamentos que são percebidos como inovadores e contrário às normas. Desta forma, os líderes carismáticos nascem prontos ou são criados? Os líderes carismáticos nascem com traços que os tornam carismáticos, é hereditário. São traços de extroversão, autocon�ança e orientados para a realização, no entanto especialistas acreditam que podem ser treinados para exibirem comportamentos carismáticos. Liderança Transformacional A liderança transformacional inspira seguidores para transcender seus interesses pessoais para o bem da organização, e os líderes podem ter um efeito extraordinário sobre eles (WAGNER; HOLLENBECK, 2012). São considerados líderes transformacionais Andrea Jung, Richard Branson, Jim McNemey. Estas pessoas se preocupam com as necessidades de seus liderados individualmente, mudando a consciência deles e ajudando a mudar suas percepções, inspirando-os a colocarem para fora o seu esforço extra para alcançar o objetivo do grupo. Conforme Robbins e Judge (2014, p. 263) são consideradas características de líderes transformacionais: In�uência idealizada: Promove uma visão e um sentido de missão, instila o orgulho, ganha respeito e con�ança. Motivação inspiracional: Comunica altas expectativas, usa símbolos para enfocar esforços, expressa objetivos importante de maneiras simples. Estimulação intelectual: Promove a inteligência, a racionalidade e a resolução cuidadosa dos problemas. Consideração individualizada: Dá atenção pessoal, trata cada membro individualmente, orienta e aconselha. A liderança transformacional foi apoiada por diversos níveis pro�ssionais e ocupacionais, e resultados mostraram que ela não é e�caz em todas as situações. Há um impacto maior dela nas linhas inferiores em empresas menores e privadas do que em organizações complexas, uma vez que estes líderes podem interagir diretamente com a força de trabalho e tomar decisões. Ela está correlacionada com o menor índice de rotatividade, mais produtividade, menos estresse e burnout do pro�ssional, com mais satisfação deste, uma vez que este tipo de liderança apresenta um carisma e atenção individualizada, possibilitando um clima organizacional grati�cante. Liderança On-line A cada momento que passa, mais pro�ssionais estão ligados às redes de trabalho e menos porproximidade física. Os líderes on-line desejam que suas mensagens digitais se desencadeiem e enfrentem desa�os únicos, que são desenvolver e manter a con�ança por parte de seus liderados. A con�ança baseada na identi�cação em compreensão mútua do outro e apreciação das vontades e dos desejos do outro é muito difícil alcançar sem ocorrer uma interação face a face. Para se ter uma boa liderança, o líder deverá incluir em suas capacidades as habilidades para comunicar apoio, con�ança e inspiração por meio das palavras digitadas corretamente e as emoções lidas com precisão nas mensagens dos outros. Nas comunicações eletrônicas, as habilidades de escrita passarão a ser extensão do relacionamento interpessoal (ROBBINS; JUDGE, 2014, p. 274). Conclui-se que a existência das diversas teorias sobre liderança vem favorecer a compreensão e o entendimento da importância do papel do líder na organização. Seja este líder inato desenvolvido, cada estilo de liderança provoca reações diferentes em seus liderados, podendo tanto auxiliar como di�cultar no trabalho laboral e no atingimento das metas e dos objetivos organizacionais. Cabe à organização obter maior número de pessoas com competências de liderança e as auxiliar na condução de um estilo mais e�caz em cada situação apresentada no cotidiano laboral para utilizá-la de forma estratégica. Relações de Poder AUTORIA Renata Emy Koyama O poder é um potencial ou capacidade que alguém possui e pode, ou não, usar. Ela envolve dependência, ou seja, ela é a capacidade que uma pessoa tem de in�uenciar outra, desde que a outra se conforme com os desejos de quem tem o poder de seu comportamento. Por exemplo, os pais têm o poder de controlar o comportamento dos �lhos ao fazerem irem à escola, ou, no ambiente de trabalho, a sua che�a tem o poder de delegar algumas funções compatíveis com seu cargo para você executar. Muitas pessoas confundem liderança com poder ou vice-versa. Será que Poder e Liderança são a mesma coisa? O poder exige somente dependência, pode utilizar outras pessoas ou grupos para atingir seu objetivo. Já a liderança necessita de compatibilidade de objetivo, uma congruência entre os objetivos do líder e de seus liderados, exercendo in�uência. O poder pode ser agrupado de duas formas: formal e pessoal. Poder Formal O poder formal é baseado no cargo que a pessoa possui na organização e concedido por uma autoridade formal, e a pessoa que a possui pode tanto recompensar como coagir os seus subordinados. É coercitivo, tem a sua base por medo dos resultados negativos para as pessoas que não agem conforme as regras da organização. Aplica- se com ameaça, sanções físicas, imposições que geram dor e frustração. O poder formal de recompensas ocorre pelo respeito das pessoas e produz benefícios positivos quando se distribui recompensas que as outras pessoas percebem como valiosas. Aplica-se por meio de reconhecimento, promoções, atribuições de trabalhos interessantes, por recompensas �nanceiras como bônus. Nas organizações, o poder mais comum é o poder legítimo, que representa a autoridade formal para controlar e usar os recursos organizacionais com base na estrutura organizacional. Esse tipo de poder confere uma aceitação de sua posição conforme o organograma da organização. Poder Pessoal O poder pessoal vem das características da pessoa por meio de duas bases: a especialização e o respeito e a admiração dos outros. Pela especialização, possui a sua in�uência conforme os resultados da experiência, do conhecimento ou da habilidade especial. O mercado exige cada vez mais as especialidades para alcançarmos os objetivos. O poder pessoal referente é conquistado pela identi�cação com a pessoa que possui características pessoais desejáveis. Assim, a outra pessoa a respeita e a admira, podendo exercer in�uência sobre ela. Este tipo de poder se desenvolve pela admiração e desejo de ser como essa pessoa. Muitos que não possuem posições de liderança formal têm poder referente, exercendo in�uência sobre as outras pessoas com o seu carisma, a sua agradabilidade e pelos efeitos emocionais. Bases do Poder Na organização, o poder está presente em todos os níveis, e por meio dele todos são afetados, in�uencia o comportamento das pessoas e, concomitantemente, de toda organização em seus processos de trabalho e relações interpessoais, impactando nos resultados da produtividade organizacional. John French e Bertram Raven (apud VECCHIO, 2008, p. 125), estudiosos sobre o tema poder complementam categorizando-o em cinco diferentes fontes de poder: Poder de reconhecimento: este poder confere determinar quem receberá retribuições especí�cas exercendo um forte poder sobre o comportamento dos demais. Pode ocorrer por promoções, aumento salariais, elogios, entre outros. Poder coercitivo: este tipo de poder provoca medo nas pessoas como uma punição. Atua na forma de suspensão, rebaixamento de cargo, eliminação de regalias, demissão, entre outros. Poder legítimo: ela se origina da disposição das pessoas para aceitar ordens de outra pessoa no sentido de obrigação, seja por condicionamento social ou por nomeação. Poder referente: capacidade de in�uenciar o comportamento de outras pessoas diante de suas qualidades pessoais consideradas como especiais. Pode ser por sua aparência, postura e valores, fazendo as outras pessoas identi�carem-se com ela. Poder baseado em especialização: este poder confere a capacidade de dirigir as outras pessoas por serem reconhecidas como especialistas em uma determinada área. Na organização, a mesma pessoa pode dispor de mais de um tipo de poder categorizado anteriormente. Por exemplo, um gestor, em seu cargo de che�a, tem seu poder legítimo diante de sua equipe e pode conquistar um poder referente. Isso lhe dará um poder maior perante as pessoas de sua equipe. Táticas de Poder No ambiente laboral, constata-se o uso de muitas táticas de poder para conseguir ações concretas, podendo in�uenciar a che�a, os colegas de trabalho e grupos. Cada tática possui sua in�uência de forma distinta, e conheceremos cada uma delas, conforme Robbins e Judge (2014, p. 281). Quadro 2.3 - Distinções entre Poder e In�uência Comparação entre as duas principais visões de Poder e In�uência Processos de in�uência Interpessoal de Kelman Bases de poder de French e Raven Concordância (baseada em reconhecimento) está relacionada a Poder de reconhecimento Concordância (baseada em punição) está relacionada a Poder coercitivo Identi�cação está relacionada a Poder referente Internalização está relacionada a Poder legítimo e poder referente Fonte: Vecchio (2008, p. 128). a. Legitimidade: quando a pessoa diante de sua posição de autoridade faz uma solicitação conforme as políticas da organização. b. Persuasão racional: a pessoa apresenta argumentos lógicos e provas para demonstrar que o pedido é razoável. c. Apelos inspiradores: desenvolve o compromisso emocional apelando a valores do alvo, necessidades, esperanças e aspirações. d. Consulta: a pessoa busca aumentar o apoio ao alvo, envolvendo-o em decidir como você realizará o seu plano. e. Permuta: meio de recompensar o alvo com benefícios ou favores em troca de um pedido. f. Recursos pessoais: a pessoa pede a colaboração com base na lealdade e amizade. g. Aceitação: a pessoa usa elogios, bajula o outro ou tem um comportamento amigável antes de fazer um pedido. h. Pressão: a pessoa se utiliza de pedidos reiterados, avisos e ameaças. i. Coalizações: a pessoa elenca ajuda ou apoio de outros para persuadir o alvo a concordar. Constata-se que algumas táticas são mais e�cazes do que outras. Isto também dependerá do contexto e da pessoa com quem estará exercendo o poder. A tática da persuasão racional com apelos inspiradores e consulta tende a ser mais e�caz, principalmente quando o público está com seu foco nos resultados de um processo de decisão. A pressão é a menos e�caz de todas as táticas. O pro�ssional inserido na organização precisa conhecer e entender a importânciado poder e suas táticas no ambiente laboral, uma vez que o poder sempre estará presente de forma pessoal ou formal, e suas táticas podem ser bené�cas ou insatisfatórias conforme seu uso, sendo uma ferramenta estratégica importante na busca de resultados para a organização. CONECTE-SE O Poder nas Organizações É uma discussão sobre as relações de poder nas organizações modernas tão evoluídas, devido ao desenvolvimento e às aplicações das tecnologias de informações. O artigo inicia conceituando o poder, passando pelas bases do poder e pela relação do poder e da política nas organizações. Para saber mais sobre esse assunto, acesse o artigo “O Poder nas Organizações: Um Modelo Contemporâneo Baseado na Ideia do Panóptico”, de Eduardo Luis Hepper e Michelli Viana Agliardi. ACESSAR http://bit.ly/2oDReO0 Motivação AUTORIA Renata Emy Koyama Desde o início do século XX, a motivação tem sido estudada e teve como grande incentivador a pesquisa liderada por Elton Mayo, na indústria Wester Electric Company em Hawthorne, nos EUA, nos anos de 1927 a 1932. Esta organização era uma fábrica de equipamentos e componentes eletrônicos, e a �nalidade da pesquisa foi determinar se existia uma relação entre a intensidade de iluminação com a e�ciência dos trabalhadores, cuja medida seria utilizada na produção. No entanto, não se obteve relevância na iluminação com a produtividade, mas obtiveram conclusões signi�cativas sobre a importância dos aspectos emocionais (motivação, liderança, trabalho em grupo, comunicação) no trabalho para a organização. Quando falamos de motivação, podemos lembrar de algumas pessoas altamente motivadas, por exemplo, Bill Gates, o fundador da Microsoft Corporation, que possui um esquema de trabalho intenso, com uma jornada de mais de doze horas por dia em seu escritório e em sua casa. É considerado uma das pessoas mais ricas do mundo e continua trabalhando. No Brasil, temos como exemplo o Senhor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos. Com mais de 80 anos, apresentador de televisão e empresário brasileiro, possui um patrimônio de mais de um bilhão de dólares e continua a trabalhar com muito a�nco. O que será que motivam estas pessoas a trabalhar? O que podemos fazer para que as pessoas tenham motivação em seu trabalho? No intuito de responder estes questionamentos, devemos compreender como ocorre o processo de motivação nas pessoas. Processo de Motivação Há mais de um século, discute-se o conceito de motivação. Geralmente, é de�nida como “um estado interior que induz uma pessoa a assumir determinados tipos de comportamento” (SPECTOR, 2012, p. 284). Complementa Haggai (2004, p. 129) que motivar é: “ser capaz de in�uenciar pessoas de tal maneira que elas decidam esforçar-se mais para atingir um alvo estabelecido por você”. Neste mesmo pensamento, Robbins e Judge (2014) descrevem que a motivação é um processo que representa intensidade, direção e persistência de uma pessoa para alcançar seu objetivo ou meta. A intensidade refere-se a quanto uma pessoa se esforça para atingir o seu objetivo a direção estende-se à escolha do comportamento especí�co, e a persistência mede-se por quanto tempo a pessoa mantém o esforço. Uma pessoa que está motivada mantém sua tarefa pelo tempo su�ciente para alcançar a sua meta. Sob outro olhar, a motivação trata-se dos resultados dos desejos, das necessidades ou da vontade de uma pessoa. Assim, para uma pessoa ser motivada, os objetivos nela despertados devem ser parte de suas vontades. O desejo para realizar o que quer que seja deve ser parte de sua essência, não pode ser apenas super�cial, uma vez que a motivação está diretamente ligada às necessidades do indivíduo. Existem duas perspectivas de entendimento sobre a motivação, que são: a. a motivação intrínseca, relacionada às recompensas psicológicas de uma pessoa, que proporciona um sentimento de desa�o, realização, reconhecimento positivo, apreciação de outras pessoas. Por exemplo, um elogio de seu cliente ou che�a; b. a motivação extrínseca, relacionada às recompensas materiais, tangíveis. Por exemplo: benefícios, aumento de salário. É importante salientar que a motivação não é como estímulos. A motivação extrínseca oferece estímulos para a pessoa, mas não exerce uma força motivadora. A motivação surge das necessidades intrínsecas de cada pessoa, ou seja, um valor que essa necessidade representa no momento que surge. Pode-se entender que a motivação é um processo que se manifesta da seguinte forma: a pessoa está em equilíbrio, em seguida, sofre um estímulo ou incentivo interno ou externo, que faz surgir uma necessidade. Esta necessidade provoca uma tensão interna na pessoa, afetando seu comportando por meio de uma ação para que ocorra a satisfação. Quando a pessoa consegue esta satisfação ela retorna ao equilíbrio novamente até iniciar um novo estímulo ou incentivo. Deste modo, a pessoa vivencia um ciclo motivacional que é representado na �gura a seguir. REFLITA Motivação no ambiente Laboral Na organização, escuta-se muito sobre a importância da motivação no ambiente laboral. Assim, será que um trabalhador consegue motivar outro trabalhador? Fonte: Elaborado pela autora. Figura 2.1 - Ciclo Motivacional Fonte: Adaptada de Silva (2008, p. 206). Há ocasiões em que a pessoa, por mais que tenha investido seus empreendimentos de esforços, não consegue atingir sua satisfação da necessidade, devido a uma ou várias barreiras surgidas, e ela acaba se frustrando. A frustração pode levar a pessoa à desorganização de comportamento, como alienação, agressividade, apatia, ansiedade, a�ição e aparecimentos de doenças. Figura 2.2 - Frustração e Compensação Fonte: Adaptada de Silva (2008, p. 209). Deste modo, trabalhadores com cargos de che�a, gestor de um grupo, devem sempre estar atentos ao comportamento das pessoas de seu grupo, principalmente quando ocorrem episódios de frustrações. Nota-se que nas situações em que a pessoa não consegue atingir a sua meta ou objetivo, ela pode apresentar dois tipos de comportamentos: o primeiro é o de frustração, é uma resposta negativa por não conseguir atingir o objetivo desejado, isso faz com que ela tenha uma atitude defensiva do seu comportamento (regressão, retraimento, �xação, agressão). O segundo comportamento é construtivo, uma resposta positiva na busca de uma solução para o problema, tentando remover ou minimizar a barreira que di�culta o alcance de sua meta. Conclui-se, desta forma, que a motivação é um processo individual e ninguém consegue motivar outra pessoa, o que se pode fazer é estimulá-la para que ela encontre a sua motivação. Teorias da Motivação As teorias da motivação podem ser classi�cadas em dois grupos: o de teorias de conteúdo, que busca explicar quais são os fatores que motivam as pessoas – Teoria das Necessidades de Maslow, Teoria ERC de Alderfer, Teoria dos Dois Fatores de Herzberg e a Teoria de McClelland; e o outro grupo de teorias de processo que visa explicar como funciona a motivação – Teoria da Expectativa, Teoria do Behaviorismo, Teoria da Equidade e Teoria da Meta. Iniciaremos nosso estudo pelas Teorias Motivacionais de Conteúdo. Teorias Motivacionais de Conteúdo As Teorias Motivacionais de Conteúdo buscam explicar quais são as causas ou motivos que fazem a pessoa ter um determinado comportamento. Estas teorias motivacionais possuem como base o conhecimento �losó�co grego, que propõe: a motivação do ganho material, o reconhecimento e aceitação dos colegas, a motivação interior da realização pessoal e a natureza do homem. Conheceremos a principal teoria motivacional que serviu de base para as outras, a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow Abraham Maslow, psicólogo, foi o criador da Teoria da Hierarquia das Necessidades. O princípio básico de sua teoria é que somente há motivação se a pessoa possui necessidades insatisfeitas, e a vontade de satisfazer as necessidades gera um esforço. Quando uma necessidade prioritária é satisfeita ou parcialmente
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