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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI SINTAXE DO PORTUGUÊS GUARULHOS – SP SUMÁRIO 1 CONCEITO DE SINTAXE ANALISE DA LINGUA PORTUGUESA ...................... 4 1.1 Tipos de frase ................................................................................................ 5 1.2 Elementos da sintaxe ..................................................................................... 6 2 CONCEITOS DE SINTAXE E FRASE .................................................................. 7 3 ANÁLISE SINTÁTICA ........................................................................................... 8 3.1 Termos da oração .......................................................................................... 9 3.2 Predicação Verbal ........................................................................................ 10 3.3 Termos Integrantes da Oração .................................................................... 11 3.4 Termos Acessórios da Oração ..................................................................... 12 4 AS LEIS SINTÁTICAS ........................................................................................ 14 4.1 O campo de atuação da Sintaxe .................................................................. 17 5 MORFOSSINTAXE ............................................................................................. 20 5.1 O que é morfossintaxe? ............................................................................... 22 6 MORFOSSINTAXE DO COMPLEMENTO NOMINAL ........................................ 25 7 ANÁLISE SINTÁTICA E ANÁLISE MORFOLÓGICA .......................................... 27 7.1 Morfologia .................................................................................................... 27 7.2 Morfologia: aprofundando o conhecimento gramatical ................................. 29 8 SUBSTANTIVOS ................................................................................................ 31 8.1 Classificação dos substantivos .................................................................... 33 8.2 Flexões dos substantivos ............................................................................. 34 9 PREDICADO VERBAL ....................................................................................... 36 10 ADJUNTO ADNOMINAL ................................................................................. 38 10.1 Locução adjetiva .......................................................................................... 39 10.2 Pronome adjetivo ......................................................................................... 39 10.3 Oração adjetiva ............................................................................................ 40 11 ANALISE DA LINGUA PORTUGUESA ........................................................... 40 11.1 Sintaxe e Semantica .................................................................................... 41 12 SEMÂNTICA ................................................................................................... 42 12.1 O que é Semântica? .................................................................................... 42 12.2 Sinônimos e Antônimos ............................................................................... 43 12.3 Homônimos e Polissemia ............................................................................. 43 12.4 Hiperônimo e Hipônimo ................................................................................ 44 13 FONOLIGIA, MORFOLOGIA, SINTAXE E SEMÂNTICA ................................ 45 14 SINTAXE: A ESTRUTURA DAS SENTENÇAS: SIMPLES E COMPLEXAS DO PORTUGUÊS............................................................................................................ 46 14.1 Categorias gramaticais ................................................................................ 47 14.2 Os constituintes ............................................................................................ 53 14.3 Ambiguidades estruturais ............................................................................. 55 14.4 A relação núcleo e argumentos .................................................................... 56 15 FUNÇÕES SINTÁTICAS NA ORAÇÃO NIVEL ORACIONAL ......................... 58 16 SINTAXE DA COLOCAÇÃO ........................................................................... 60 16.1 Colocação dos Termos na Oração ............................................................... 60 16.2 Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos ................................................. 61 16.3 Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos em Locuções Verbais ............. 65 17 SINTAXE CONCORDÂNCIA ........................................................................... 66 17.1 Concordância Verbal .................................................................................... 66 17.2 Concordância Nominal ................................................................................. 74 18 SINTAXE DE REGÊNCIA ............................................................................... 79 18.1 Regência Verbal e Nominal .......................................................................... 80 19 VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS ................................................................ 82 20 VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS ............................................................ 84 21 VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS OU INDIRETOS ..................................... 86 21.1 Verbos Transitivos Diretos e Indiretos ......................................................... 88 22 REGÊNCIA NOMINAL .................................................................................... 89 23 SINTAXE E PONTUAÇÃO .............................................................................. 91 23.1 Pontuação .................................................................................................... 91 23.2 Pontuação nas frases .................................................................................. 92 23.3 Termos integrantes da oração e pontuação ................................................. 93 23.4 Termos acessórios da oração e pontuação ................................................. 94 24 CAMPO DE ATUAÇÃO DA SINTAXE ............................................................. 95 25 ESTILÍSTICA PARALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO . 96 25.1 Paralelismo sintático .................................................................................... 96 25.2 Outros tipos de paralelismo: morfológico e rítmico ...................................... 97 26 A ESTILÍSTICA E O ENSINO DE PORTUGUÊS .......................................... 101 26.1 A Estilística ................................................................................................. 101 26.2 Categorias estilísticas ................................................................................ 101 26.3 Estilística fônica ......................................................................................... 103 26.4 Estilística léxica .......................................................................................... 104 26.5 Estilística sintática ...................................................................................... 106 27 TERMOS CONSTITUINTES DA ORAÇÃO - SUJEITO E PREDICADO ....... 108 27.1 Sujeito ........................................................................................................ 108 28 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ............................................................................... 112 4 1 CONCEITO DE SINTAXE ANALISE DA LINGUA PORTUGUESA Fonte: www.soportugues.com.br Sintaxe A sintaxe é o estudo das palavras dentrodas frases ou orações, da relação que elas criam entre si para compor o significado. É também o estudo da relação das orações dentro do período. A sintaxe é a ferramenta usada para formar uma frase compreensível, por isso se as relações que as palavras estabelecem entre si dentro de uma oração mudam, o sentido também muda, mesmo se usarmos as mesmas palavras. Assim como na matemática, se você tem a operação 10 dividido por 2, o resultado será diferente caso sejam invertidos os números. 10 dividido por 2 é igual 5, mas 2 dividido por 10 é igual a 0,2. Percebemos que com a inversão dos números obtivemos uns resultados diferentes. Diferença entre frase, oração e período Para entender melhor o sentido de sintaxe, é preciso compreender os conceitos de frase, oração e período. Esses três elementos, apesar de possuírem http://Fonte:%20www.soportugues.com.br/ http://www.gramatica.net.br/oracao/ http://www.gramatica.net.br/periodo/ 5 significados diferentes. Estão diretamente ligados. São os elementos essenciais para a criação de um discurso. Comecemos pela frase, que possui um significado muito mais aberto. As frases têm o objetivo de transmitir uma mensagem, então elas podem ser formadas por apenas uma palavra ou ter uma complexidade muito maior. Sempre é possível reconhecer o começo e o fim de uma frase oralmente, e na escrita normalmente se identifica o começo por uma letra maiúscula e o final por um ponto. Exemplos: “Socorro! ” “Eu preciso que alguém envie ajuda para atender uma senhora que foi atropelada e já não está conseguindo respirar. ” Orações e períodos possuem conceitos mais definidos. Uma oração é uma frase ou um fragmento dela que é formada por um verbo ou locução verbal. As frases compostas por orações são chamadas de períodos. Os períodos podem ser simples ou compostos, esta definição depende do número de orações em sua estrutura. Caso o período possua apenas uma oração, é chamado de período simples; se é formado por duas ou mais orações, é um período composto. Exemplos: “Pare com isso” é um período simples. “Pare com isso que já ficou chato” é um período composto. 1.1 Tipos de frase A frase tem o objetivo de transmitir um conteúdo para alguém, e existem diversas maneiras para se fazer isso. Na língua portuguesa algumas dessas formas de se expressar já são muito comuns, e por isso a entoação delas tornou-se previsível. Esses tipos comuns de frases podem ser classificados conforme as categorias a seguir: Frases declarativas: Frases que declaram ou informam algo. Podem ser tanto no sentido positivo quanto no negativo. http://www.gramatica.net.br/verbo/ 6 EXEMPLOS: Frase declarativa afirmativa: “Isto vai cair”; frase declarativa negativa: “Isto não vai cair”. Frases interrogativas: Frases através das quais se procura obter alguma informação ou faz-se um questionamento. Podem ser diretas ou indiretas. EXEMPLOS: frase interrogativa direta: “Isto vai cair?”; frase interrogativa indireta: “Queria saber se isto vai cair”. Frases imperativas: Normalmente empregadas em pedidos, ordens e conselhos. São frases que têm o objetivo de influenciar as ações do receptor da mensagem. Também podem ser afirmativas e negativas. EXEMPLOS: frase imperativa afirmativa: “Corra pelo campo”; frase imperativa negativa: “Não corra pelo campo”. Frases exclamativas: Frases usadas para expressar uma emoção ou estado emotivo. EXEMPLO: “Isto vai cair em mim!”. Frases optativas: Frases usadas para desejar algo. EXEMPLO: “Que seu sonho se realize!”. 1.2 Elementos da sintaxe O campo de estudo da sintaxe é composto por três elementos: frase, oração e período. Frase é muito abrangente, logo não é necessário um estudo tão aprofundado. Oração e período, apesar de já terem sido definidos, ainda podem ser estudados mais a fundo. A oração possui alguns elementos que são fundamentais na sua constituição: Sujeito Predicado Complemento Adjunto 7 2 CONCEITOS DE SINTAXE E FRASE De acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa de Faraco e Moura (1996, p. 307) Sintaxe seria: “a parte da gramática que estuda as combinações e relações entre palavras de uma frase.” Nesse sentido, a Sintaxe estudaria, exclusivamente, funções e combinações de palavras em uma Frase e isto nos remeteria a uma outra pergunta: o que seria frase? Em consonância com os autores acima citados, Frase seria: [...] “À unidade mínima de Comunicação linguística.” (Idem, Ibidem). Diante desse conceito, percebe-se que a concepção de linguagem adotada por Faraco e Moura seria aquela em que a linguagem funcionaria especificamente para se comunicar, ou seja, “a linguagem como instrumento (“ferramenta”) de comunicação.” Por isso, pode-se concluir, em conformidade com os autores anteriormente citados, que qualquer enunciado linguístico ou palavra dentro de um contexto ou não, desde que se preste para comunicar seria uma Frase, vejamos: Fogo! Socorro! “... Tá vendo aquele edifício moço...” Porém, pensamos que o objetivo da linguagem não seria, unicamente, para se comunicar, porque sabemos que o falante/ouvinte, locutor/interlocutor, autor/leitor têm previamente estabelecidos intenções que não são exclusivamente comunicativas, ou seja, as pessoas agem e reagem também através da linguagem, para perceber isto na prática, basta xingar alguém, maltratar para ver se não tem o “troco”. Logo, há uma concepção inadequada de linguagem e um conceito não muito adequado também de frase, Frase não seria um termo que serviria apenas para se comunicar, isto é, a nosso ver, Frase seria um enunciado linguístico dotado de sentido completo e inserido num contexto “sócio-histórico-ideológico” capaz não só de estabelecer comunicação, como também de informar, impressionar, surpreender, exaltar, animar, criticar, rebaixar, desmoralizar, enfim, provocar ou não interação, emoção entre falante/ouvinte, locutor/interlocutor, autor/leitor, etc. 8 Por conseguinte, dizer que a análise sintática estuda as relações e combinações entre as palavras de uma Frase seria um absurdo, porque, segundo o que vimos sobre o conceito de Frase dado pela gramática escolar (no nosso caso, a do Faraco e Moura), Frase poderia ser apenas uma palavra (conferir exemplos: a b), diante desse fato, como analisar sintaticamente Frases como estas?Já que Frases como (a), (b) são formadas apenas por uma palavra e como “estudar as relações e combinações entre as palavras dessas Frases?” Nesse sentido, antes de iniciarmos o processo de ensino e a aprendizagem da Sintaxe da Língua Portuguesa, devemos não só levar em consideração estes fatos, mas ter em mente uma concepção adequada de Sintaxe. E o que realmente seria Sintaxe? Sintaxe, a nosso ver, seria uma parte das gramáticas (já que não existe apenas um único tipo de gramática) que estuda as relações, combinações e funções das palavras não de uma Frase, mas sim de uma Oração, entendendo a oração não só como um enunciado linguístico que tem todas as características de uma Frase (ver o que dissemos antes sobre Frase), mas também como uma expressão composta por mais de duas palavras cuja característica marcante seria obrigatoriamente a presença de um ou mais verbos. Dessa forma, toda Oração pode ser considerada uma Frase, porém, a relação não é recíproca, ou seja, nem toda Frase pode ser uma Oração, a não ser que no bojo dessa Frase haja a presença de um ou mais verbos. 3 ANÁLISE SINTÁTICA A análise sintática é a parte da gramática que estuda a função e a ligação de cada elemento que forma um período. Há também a análise morfológica. Essa é a parte da gramática que estuda individualmente cada elemento que forma um enunciado linguístico, ou seja, independentemente da sua função. A análise morfossintática, por sua vez, analisa os elementos do mesmo enunciadolinguístico sintática e morfologicamente. 9 3.1 Termos da oração A oração é dividida de acordo com a função que exerce. Essa divisão é feita através de termos, os quais podem ser essenciais, integrantes ou acessórios. Termos Essenciais da Oração Os termos essenciais são os termos básicos, que geralmente formam uma oração. Trata-se do sujeito e do predicado. Vale lembrar que nem sempre a oração tem sujeito. Sujeito O sujeito é alguém ou alguma coisa sobre a qual é dada uma informação. O núcleodo sujeito é a palavra que tem mais importância, é o principal termo contido no sujeito. Exemplos: Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. (pessoa é o núcleo do sujeito Uma pessoa) O casal saiu para jantar. (casal é o núcleo do sujeito O casal) O sujeito pode ser: Determinado quando é identificado na oração ou Indeterminado quando não é possível identificá-lo, por exemplo, se o verbo não se refere a alguém determinado na oração. Os sujeitos determinados, por sua vez, se dividem em: Simples quando tiver apenas um núcleo. Composto quando tiver dois ou mais núcleos. Nem sempre o sujeito está expresso na oração. Quando isso acontece, estamos diante do sujeito oculto, elíptico ou desinencial. https://www.todamateria.com.br/termos-essenciais-da-oracao-sujeito-e-predicado/ https://www.todamateria.com.br/sujeito/ 10 Exemplos: Está um calor! (oração sem sujeito) Estão chamando aí à porta. (sujeito indeterminado) A Ana acabou de chegar. (sujeito simples) Caderno, lápis e borracha estão na mochila. (sujeito composto) Agi conforme suas orientações. (sujeito oculto: eu) Predicado O predicado é a informação que se dá sobre o sujeito. Ao identificar o sujeito da oração, todo o resto faz parte do predicado. 3.2 Predicação Verbal Verbos Intransitivos: Os verbos intransitivos não necessitam de complemento porque têm sentido completo. Verbos Transitivos : Os verbos transitivos necessitam de complemento porque não têm sentido completo. Exemplos: Acordei! (verbo intransitivo) O velhinho morreu ontem. (verbo intransitivo) Vou preparar o jantar. (verbo transitivo) O velhinho contou uma história. (verbo transitivo) Verbos de Ligação: Os verbos de ligação não indicam uma ação, mas sim uma forma de estar. Exemplos: Esta matéria é extensa. O estudante está com atenção. https://www.todamateria.com.br/predicado/ https://www.todamateria.com.br/verbos-de-ligacao/ 11 O Predicativo do sujeito e o Predicativo do objeto são complementos que informam algo ou atribuem uma característica a respeito do sujeito ou do objeto. Esse complemento pode seguir (ou não) um verbo de ligação. Exemplos: Esta matéria é extensa. (extensa=predicativo do sujeito) O rapaz brigou e deixou a namorada infeliz. (infeliz=predicativo do objeto) 3.3 Termos Integrantes da Oração Complemento Verbal Os complementos verbais são os termos utilizados para completar o sentido dos verbos transitivos. Assim, os verbos transitivos subdividem-se em: Transitivos Diretos – exigem complemento sem preposição obrigatória (Objeto Direto). Transitivos Indiretos – exigem complemento com preposição (Objeto Indireto). Transitivos Diretos e Indiretos - exigem dois complementos, um sem e um com preposição. (Objeto Direto e Indireto). Exemplos: Ganhei flores. (verbo transitivo direto) Preciso de um bom café. (verbo transitivo indireto) Ganhei flores do João. (verbo transitivo direto e indireto) Complemento Nominal O complemento nominal é o termo utilizado para completar o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Exemplos: Os idosos têm necessidade de afeto. A professora estava orgulhosa dos seus alunos. https://www.todamateria.com.br/termos-integrantes-da-oracao/ https://www.todamateria.com.br/complemento-verbal/ https://www.todamateria.com.br/complemento-nominal/ 12 Agente da Passiva Agente da passiva é o termo que indica quem executa a ação, na voz passiva e vem sempre seguido de preposição. Exemplos: O bolo foi feito por mim. (por mim é o agente da passiva. Na voz ativa a oração seria: Eu fiz o bolo.) Os índios foram catequizados pelos jesuítas. (pelos jesuítas é o agente da passiva. Na voz ativa a oração seria:) Os jesuítas catequizaram os índios. 3.4 Termos Acessórios da Oração Os termos acessórios da oração são o vocativo, o aposto, o adjunto adverbial e o adjunto adnominal, os quais que não são essenciais, no entanto, auxiliam no acréscimo de informação. Em outras palavras, são termos que possuem uma função secundária na construção sintática das orações, embora sejam indispensáveis nalguns casos. Todos eles têm como função exprimir circunstâncias, caracterizar os seres e determinar os substantivos. Vejamos abaixo cada um deles: Aposto Termo acessório que tem como função explicar, resumir, especificar sobre algo que já foi dito anteriormente. Geralmente, ele é separado por vírgulas, parênteses ou travessões. Segundo a intenção do discurso o aposto é classificado em: explicativo, distributivo, enumerativo, comparativo e resumidor. Exemplo: Doutora Ana, a melhor nutricionista da cidade, foi galardoada essa semana. (aposto explicativo) VocativoTermo utilizado para evocar, chamar ou interpelar o falante, sendo portanto, um termo independente, posto que não possui relação sintática com outro https://www.todamateria.com.br/termos-acessorios-da-oracao/ https://www.todamateria.com.br/aposto/ https://www.todamateria.com.br/vocativo/ 13 termo da oração. Geralmente o vocativo é separado por vírgulas. Exemplo: Querido, venha pela Avenida Rebouças pois o trânsito diminuiu. Adjunto Adverbial Termos que complementam os verbos, advérbios ou adjetivos indicando uma circunstância. De acordo com a finalidade que exprimem eles são classificados em: modo, tempo, intensidade, negação, afirmação, dúvida, finalidade, matéria, lugar, meio, concessão, argumento, companhia, causa, assunto, instrumento, fenômeno da natureza, paladar, sentimento, preço, oposição, acréscimo, condição. Exemplo: Os doces estavam muito saborosos. (adjunto adverbial de intensidade) Adjunto Adnominal Termos que acompanham o substantivo tendo como função caracterizar, modificar, determinar ou qualificar o nome. Os adjuntos adnominais podem ser: pronomes, numerais, artigos, adjetivos e locuções adjetivas. Exemplo: Os seus amigos foram divertidos comigo. Os termos acessórios são os termos dispensáveis e são utilizados para determinar, caracterizar, explicar ou intensificar. Adjunto Adnominal – caracteriza um substantivo, agente da ação, através de adjetivos, artigos, numerais, pronomes ou locuções adjetivas. https://www.todamateria.com.br/adjunto-adverbial/ https://www.todamateria.com.br/adjunto-adnominal/ https://www.todamateria.com.br/adjunto-adnominal/ 14 Exemplos: O homem educado cedeu a sua cadeira à senhora de idade. (educado, sua, de idade = adjunto adnominal) A economia do Brasil vai de vento em popa. (do Brasil = adjunto adnominal) Adjunto Adverbial – se refere a um verbo ou a um advérbio e indica uma circunstância. Exemplos: Canta lindamente. (lindamente = adjunto adverbial) Cheguei cedo. Vim de bicicleta. (cedo e de bicicleta = adjunto adverbial) Aposto - tem a função de explicar um substantivo. Exemplos: Sábado, dia sete, não haverá aula de música. (dia sete = aposto) O melhor do carnaval: alegria e disfarce das crianças. (alegria e disfarce das crianças = aposto) 4 AS LEIS SINTÁTICAS A língua, tomada como um código composto de unidades, realiza-se pela interação perfeita e harmoniosa entre todos esses aspectos. Todos os falantes concretizam seus atos de fala, exercem sua competência comuni- cativa baseados https://www.todamateria.com.br/adjunto-adverbial/https://www.todamateria.com.br/aposto/ 15 nessas unidades. Contudo, nem todas as construções são possíveis na língua, nem todas podem ser consideradas “bem formadas”. Fonte: www.brasilescola.uol.com.br São consideradas “bem formadas” as construções que não desobedecem à gramática da língua, isto é, que não desobedecem às suas leis que sejam constitutivas dessa gramática. Veja o exemplo a seguir, encontrado em textos produzidos por alunos do Ensino Fundamental: No mundo de hoje a violência parece até que virou parte da rotina que a cada dia há uma. Nessa passagem do texto de aluno percebemos uma“incoerência local” que certamente contribuirá para que o texto também se torne incoerente para o leitor. Percebe-se que esse aluno tem um julgamento da “textuali- dade” bastante insuficiente, ou seja, o seu domínio das estruturas sintá- ticas e semânticas da língua é insuficiente e está se refletindo no uso da língua. No exemplo, há um caso de inversão entre causa e consequência (a causa: a cada dia há violência; a consequência: a violência virou parte da rotina). A consequência aparece, nessa passagem, antes da causa, provocando o efeito de incoerência, aliado ao problema de ambiguidade que o termo “uma” provoca (seria um numeral? um artigo indefinido?). 16 O usuário da língua precisa observar que todos os elementos da estrutura oracional devem se apresentar de acordo com os processos característicos de associação, de concordância, de ordem na cadeia linear da frase e, consequente- mente, no sentido do enunciado: em consonância às leis fonológicas, morfoló- gicas, sintáticas e semânticas do português. Percebeu? Estamos falando da força das leis ou regras que constituem a gra- mática da língua. Mas vamos focar a nossa atenção às leis sintáticas. A língua é formada por morfemas lexicais e gramaticais, mas também pelo conjunto de regras e de leis combinatórias que permitem a construção de uma mensagem. São as leis sintáticas que autorizam ou recusam determinadas construções. São as leis sintáticas que elegem as sequências como gramaticais ou agramaticais(*)1, ou seja, aceitáveis ou não-aceitáveis linguisticamente, segundo as leis que regem a estrutura da língua portuguesa. Se as sequências forem permitidas na língua, elas serão consideras frases da língua, caso contrário, serão consideradas não-frases. Para Sautchuk (2004, p. 36), as leis sintáticas “são tão relevantes que a elas se reserva a manutenção da própria identidade da língua”, funcionam como “uma espécie de guardião da inteligibilidade da superfície linguística de um texto, pois são o elemento gerador e disciplinador das unidades linguísticas que compõem as frases de um texto”. As leis ou regras que administram a combinação de palavras para constituir frases são analisadas e descritas pela Sintaxe, daí a tripartição tradicional da Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB): colocação, regência e concordância. Como fica demonstrado no esquema a seguir, esses aspectos são apresentados como subdivisões do fenômeno da Sintaxe: SINTAXE REGÊNCIA 17 4.1 O campo de atuação da Sintaxe O campo de atuação da Sintaxe é o estudo das leis ou regras que constituem as relações que podem ocorrer no eixo sintagmático da língua, ou seja, no eixo das combinações possíveis na cadeia horizontal da língua. As relações que ocorrem no eixo sintagmático da língua podem se formar entre palavras, gerando os sintagmas, e entre as relações que se realizam entre os sintagmas, gerando as frases. Para Silva e Koch (1995, p. 11), o termo frase tem uma abrangência muito grande, assim, ela prefere ficar com a concepção de frase como unidade comunicacional, ou seja, “todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação”. Segundo Carone (1986), a frase pode tomar forma de interjeições. Para a autora, as interjeições não são um tipo de vocábulo (embora a gramática tradicional as classifique como uma classe de palavra), pois não se constituem de morfemas. Assim, Ai! Ui! Oba! não são morfemas, mas em um contexto específico, em que são dotados de entonação que os torna capazes de exprimir um conteúdo significativo, podem constituir uma frase que, como afirma Azeredo (2001, p. 30) “representa globalmente a situação a que se refere”. Como afirma Mattoso Câmara Jr. (1967), a frase deve ter um propósito defini- do em termos comunicativos e uma entonação que lhe assinala nitidamente o começo e o fim. Será frase, portanto, qualquer palavra ou grupo de palavras suficiente para atender ao objetivo do falante: estabelecer a comunicação. Como no exemplo: A língua falada pelos brasileiros vai mesmo desaparecer? – Oh! Não! Se estivesse isolada, a palavra não constituiria uma frase. Entretanto, no texto do exemplo ela passa a ser frase. O gesto que a acompanha, a expressão fisionô- mica do falante, assim como os elementos da situação em que é pronunciada, fazem com que a as palavras Oh! Não! possam ser consideradas frases. Para Bechara (2004), mesmo assumindo formas tão variadas, as frases reser- vam traços comuns, como: 18 São mensagens completas, levando-se em consideração a situação estabelecida entre falante e ouvinte. São sequências linguísticas delimitadas por um silêncio precedente e pausa final (ou suspensão proposital da fala). São proferidas com um contorno melódico particular. A frase pode ter verbo ou não. Quando é desprovida de verbo chama-se frase nominal, e não constitui oração. Como nos exemplos: Adeus! Rua Belo Horizonte Os elementos de base dessa categoria de frase são de categoria nominal (substantivos, adjetivos ou advérbios). A ausência do núcleo verbal impede que se identifiquem entre seus constituintes as funções que se manifestam na oração. Segundo Bechara (2004, p. 540), como são enunciados reais, apela-se para a interpretação mais ou menos próxima dos possíveis equivalentes expressos sob forma de oração. Assim,“entende-se” que um enunciado como Bom dia! equivale a Desejo bom dia ou Espero que tenha um bom dia!, ou Casa de ferreiro, espeto de pau valeria aproximadamente a Casa de ferreiro usa espeto de pau ou Quando a casa é de ferreiro, o espeto é de pau ou, ainda, Em casa de ferreiro não se usa espeto de ferro, mas de pau. (grifos do autor) Ainda que nas frases nominais as forças das leis sintáticas sejam exercidas, é apenas quando a frase contiver linguisticamente em si todos os dados da comuni- cação que chegamos ao nível da oração. A oração é a frase verbal que se presta a uma análise sintática de seus constituintes, e nela podemos encontrar, de maneira clara ou oculta, um núcleo verbal. Dessa forma, a oração reúne, na maioria das vezes, duas unidades significativas, a que chamamos sujeito e predicado. As frases verbais, que são o tipo dominante em português, podem se apresen- tar em diversas modalidades. Luft (1987, p. 11) considera que, para compreender as diversas modalidades de frase, é preciso ir às fontes da linguagem, ou seja, “às três faculdades da inteligência, vontade, e sensibilidade”. Segundo o 19 autor, delas é que decorrem as funções básicas da linguagem: intelectiva, volitiva e emotiva, e os três tipos essenciais de frase: declarativo, imperativo e exclamativo, além de duas modalidades intermediárias: interrogativa e optativa (esta também conhe- cida como um tipo de frase emotiva pela qual o falante expressa um desejo). Segundo Dubois Charlier (1981), as frases declarativas ou enunciativas estão ligadas à função referencial da linguagem, pois são utilizadas para transmitir in- formações relacionadas ao referente, ou seja, pela frase declarativa, o emissor busca transmitir informações objetivas sobre o referente. Quando utilizada na forma oral, caracteriza-se por uma entoação ascendente a que se seguee, na parte final, uma entoação descendente. Na forma escrita, as frases declarativas predominam nos textos de caráter informativo, sendo normalmente sinalizadas por ponto-final. Observe nos exemplos a seguir a forma como o emissor apresenta elementos declarativos sobre o referente: Seus pais viajaram ontem à noite. Foram de avião. O carro está na oficina. Já as frases interrogativas são as que apresentam o elemento interrogativo que, na oralidade, é marcado pela entoação e, do ponto de vista gráfico, pelo ponto de interrogação. A frase interrogativa pode ser direta ou indireta, como nos exemplos: Seus pais viajaram ontem à noite? (interrogativa direta) Indaguei se os pais dele tinham viajado ontem à noite. (interrogativa indireta) O carro de João está na oficina? (interrogativa direta) Ele perguntou se o carro de João está na oficina. (interrogativa indireta) As frases exclamativas remetem para uma determinada entoação, ou segundo Dubois Charlier (1981, p. 54), “para uma determinada gama de entoações que podem exprimir surpresa, descontentamento, medo etc.” Para esse linguis- ta, a frase exclamativa está relacionada com a função expressiva da linguagem, quando o emissor exprime no enunciado as marcas de sua atitude pessoal (emo- ções, avaliações, opiniões). Essas frases são comuns nas cartas pessoais, anúncios publicitários, poemas, canções sentimentais – gêneros de texto que, normalmen- te, explicitam as marcas expressivas de sentimentos, emoções etc. 20 Seus pais viajaram ontem à noite! Tiveram de ir de avião! Pudera! O velho carro estava na oficina! Ainda segundo o linguista Dubois Charlier (1981), temos as frases imperativas, as quais podem estar ligadas à função apelativa da linguagem, pois expressam ordens, incitação à ação, ou fazem um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo ou no infinitivo. Entretanto, em certos casos, podem estar ligadas à função expressiva, quando a intenção emotiva do emissor será interpretada pelo destinatário ao perceber a entoação, os gestos, a expressão facial (na lin- guagem oral), e pelo contexto de produção da língua em funcionamento, como nos exemplos a seguir: Sai já daí, menino! Contra as notas baixas, estudar, estudar! Passe-me o açúcar, por favor! Não me procure mais! Vá com Deus! Misture o açúcar com a manteiga e bata muito bem. Para estudarmos a Sintaxe da língua, precisamos distinguir bem os três con- ceitos: frase, oração e período. 5 MORFOSSINTAXE Ao nos depararmos com ambas (Morfologia e Sintaxe), sabemos que se relacionam às subdivisões conferidas pela gramática, e mais: que uma corresponde às classes gramaticais e a outra se refere às distintas posições ocupadas por uma mesma palavra em se tratando de um dado contexto linguístico. Munidos de tal concepção, as elucidações descritas a seguir, certamente tornarão perfeitamente compreensíveis, face ao prévio conhecimento das referidas modalidades. 21 Fonte: www.portugues.uol.com.br/ Sendo assim, a morfossintaxe está condicionada ao fato de um substantivo, numeral, artigo, dentre outros, desempenharem diferentes funções quando dispostas em uma oração. Visando à plena efetivação de nossos conhecimentos acerca deste assunto, ora concebível como sendo de extrema relevância, ater-nos-emos a alguns casos em que esta ocorrência se materializa. Analisemos: As flores são um belo presente. Toda mulher aprecia ganhar flores. Gostamos muito do perfume das flores. Patrícia gosta muito de flores. Nem tudo são flores. Defrontamo-nos com um típico exemplo em que um mesmo termo é visto sob diferentes ângulos, podendo ser assim analisados: 1. Enunciado – sujeito simples 2. Objeto direto, pois completa o sentido de um verbo transitivo direto. 3. Complemento nominal, haja vista que completa o sentido de um substantivo (perfume). https://portugues.uol.com.br/ 22 4. Objeto indireto, uma vez que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. 5. Predicativo do sujeito, pois além de revelar uma característica a que o sujeito se refere, ainda se liga a este por intermédio de um verbo de ligação, configurando um caso de predicado nominal. 6. Vocativo, pois invoca um chamamento. 5.1 O que é morfossintaxe? Em uma análise, pode-se considerar apenas a palavra (morfologia) ou sua função (sintaxe). Quando ambas aparecem juntas, surge a morfossintaxe. A morfossintaxe resulta das análises morfológica e sintática realizadas simultaneamente. A palavra pode ser classificada isoladamente, analisando apenas sua classe gramatical, ou pode ser estudada a partir da função que estabelece dentro da oração. Se o objeto de estudo é a palavra, tem-se a análise morfológica. Entretanto, se a busca é por sua função na oração, surge a análise sintática. Quando a análise ocorre no âmbito da palavra e da frase, ou seja, quando o estudo envolve classe gramatical e função sintática, temos a Morfossintaxe. As dúvidas são muitas quando essa análise é exigida. Em geral, ela não é solicitada explicitamente. Entretanto, sempre que a função sintática é pedida, é importante pensar a que classe gramatical a palavra pertence. Fazendo isso, ficará mais fácil definir sua função. Embora a língua portuguesa não seja uma ciência exata, no caso da morfossintaxe é possível pensar de forma mais objetiva, pois as funções sintáticas são definidas previamente. Por exemplo, o adjetivo é um caracterizador, portanto, ou estará ao lado do nome, ou se relacionando com ele. Então, a única função sintática dessa classe gramatical será a de adjunto adnominal. Por isso, é melhor que a análise morfológica preceda à sintática. Se a análise é morfológica, qual é o objeto de estudo? A palavra. Então, por alguns minutos, imagine que a frase não exista, somente a palavra. “Corte-a” e indique sua classe gramatical. Coloque em prática todo seu conhecimento. “Dialogue” com cada palavra. Pense em que classe gramatical ela se enquadra. Se as dúvidas nos conceitos de substantivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição, adjetivo, conjunção e interjeição aparecerem, é importante voltar e 23 revisar. Façamos a análise morfológica do enunciado abaixo, lembre-se de que o objeto de estudo é a palavra: A prova estava muito complicada. A: Artigo Prova: Substantivo Estava: Verbo Muito: Advérbio Complicada: Adjetivo Após classificarmos as classes gramaticais, passaremos a analisar a função sintática de cada termo. Volte à classificação das palavras e defina sua função dentro da oração. Vejamos a seguir exemplos de perguntas que auxiliam na hora de definir a função sintática dos termos na oração. Qual é a função do artigo? Acompanhar o substantivo, não é? Sintaticamente, quem tem a função de vir junto ao nome? Adjunto adnominal. Portanto, toda classe gramatical cuja funçãoé a de acompanhar o nome (numeral, pronome adjetivo, artigo) exercerá função sintática de adjunto adnominal. E o substantivo? Que função pode exercer? Vamos recordar? Núcleo do sujeito, do objeto indireto, do objeto direto, do predicativo, do agente da passiva, do complemento nominal e do aposto. Podendo exercer ainda as funções de adjunto adnominal e adjunto adverbial, quando compõe locuções adjetivas ou adverbiais. Qual o único termo do enunciado que estamos analisando que poderá exercer a função de núcleo do sujeito? Prova, não é? Por quê? Porque é um substantivo. Que função sintática terá o verbo? Se for significativo (intransitivo, transitivo direto, indireto, ou direto e indireto) terá a função de núcleo, ou seja, parte mais importante do predicado verbal ou 24 verbo-nominal. Se a função dele for de ligar o sujeito ao seu predicativo, terá a função de verbo de ligação. O verbo do enunciado que estamos analisando recebe esta classificação. Há algum advérbio?Qual é a única função sintática exercida por essa classe gramatical? Núcleo do adjunto adverbial. Então, no exemplo, a palavra muito (classificação: advérbio de intensidade – função sintática: adjunto adverbial) O adjetivo também aparece no exemplo. Que função sintática será exercida por ele? É importante recordar que o adjetivo pode ser núcleo do adjunto adnominal e do predicativo do sujeito. Para definir a função do adjetivo, a pergunta que deve ser feita é: onde o adjetivo está posicionado, ao lado de um nome, no sintagma nominal, ou no sintagma verbal? Se acompanhar um nome, sua função será de adjunto adnominal. Se estiver no sintagma verbal caracterizando o sujeito, como é o caso do adjetivo complicada, será um predicativo do sujeito, pois estará caracterizando-o. Agora, ficou fácil classificar o sujeito e o predicado do exemplo, não é mesmo? Se o sujeito está explícito e só possui um núcleo, será sujeito simples. Se o predicado é constituído de verbo de ligação, só poderá ser predicado nominal. É possível perceber que, embora para facilitar o estudo haja uma divisão entre morfologia e sintaxe, forma e função são inseparáveis. Por isso a morfossintaxe é tão importante. Como resultado das análises sintática e morfológica temos a morfossintaxe, levando em consideração a diferença que há entre classe e função. Na sua vida escolar você aprendeu (ou talvez ainda continue aprendendo) sobre os distintos fatos linguísticos, dentre eles: substantivo, adjetivo, sujeito, predicado, adjunto adverbial, etc. Contudo, é bem provável que não tenha aprendido como tais assuntos se dividem dentre as partes da gramática, tampouco acerca do que realmente seja morfossintaxe. Em razão disso, dispomo-nos a levar a você os conhecimentos necessários sobre um assunto de tamanha importância – muitas vezes cobrado em provas de concursos e exames de vestibulares. Desta feita, a morfossintaxe nada mais é do que a análise morfológica e sintática, realizada simultaneamente. Mas para que sua compreensão seja efetivada 25 de forma plausível, faz-se necessário entender, antes de tudo, que a análise morfológica diz respeito às dez classes gramaticais; e a análise sintática faz referência às funções desempenhadas por uma dada palavra, estando ela inserida num contexto oracional. Assim, colocando em prática tudo o que dissemos, analisemos o exemplo em questão, levando em consideração ambas as análises: Os alunos foram vencedores. Morfologicamente, temos: Os – artigo definido (plural) alunos – substantivo foram – verbo ser (flexionado no pretérito perfeito do modo indicativo) vencedores – neste contexto representa um adjetivo, mas pode também atuar como substantivo. Sintaticamente, concluímos que: Os alunos – sujeito simples foram vencedores – predicado nominal, em função do verbo de ligação vencedores – predicativo do sujeito É preciso, pois, estabelecer a diferença entre classe e função para entender como se processa a morfossintaxe, pois uma palavra pode transitar entre uma posição e outra. 6 MORFOSSINTAXE DO COMPLEMENTO NOMINAL O complemento nominal acrescenta sentido aos substantivos, adjetivos e advérbios. Para facilitar seu estudo, é importante conhecer sua morfossintaxe. A oração (enunciado centrado em um verbo) é estudada pela sintaxe. Para facilitar esse estudo, a oração foi dividida em termos classificados como essenciais, 26 integrantes e acessórios. O complemento nominal compõe os termos integrantes. O complemento nominal é um termo que complementa o sentido dos nomes (substantivos, adjetivos e advérbios). Portanto, há também nomes que são transitivos, ou seja, que buscam complemento. Acompanhe os exemplos: A professora tem cuidado com as crianças. É impossível não sentir saudade dos amigos. É possível perceber que os termos destacados em amarelo estão complementando o sentido dos substantivos. Entretanto, que classes gramaticais podem exercer a função sintática de complemento nominal? Uma palavra pode ser analisada considerando seus aspectos morfológicos (classe gramatical) e sintáticos (função dos termos na oração). No entanto, a análise também pode ser feita considerando esses dois aspectos. Quando isso acontece, a análise é classificada como morfossintática. O complemento nominal pode ter como núcleo, ou seja, parte principal, um substantivo, um pronome ou um numeral, podendo ainda ser representado por uma oração. Veja: O menino tem inveja do colega. (substantivo) O homem estava consciente de tudo. (pronome) O emprego será bom para os quatro. (numeral) Tenho a certeza de que tudo vai dar certo. (Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal) Sempre que for necessário classificar um termo como Complemento Nominal, não se esqueça de que ele completará o sentido de um nome (substantivo, adjetivo e advérbio), será introduzido por preposição e terá como núcleo o substantivo, o pronome e o numeral, podendo ser representado por uma oração. 27 7 ANÁLISE SINTÁTICA E ANÁLISE MORFOLÓGICA Todos nós já estudamos a gramática da língua portuguesa nas escolas, logo sabemos que uma gramática é dividida em várias partes: fonética, morfologia, sintaxe, etc. 7.1 Morfologia A gramática descritiva é o estudo dos mecanismos referentes ao funcionamento de uma língua em um contexto, observando-se o tempo e a interação entre os falantes. Dessa maneira, a gramática analisa e descreve, de acordo com a definição de uso padrão e culto, as normas de funcionamento, a estrutura e a configuração formal que caracterizam uma língua. Dentro deste estudo, a morfologia é considerada como a primeira articulação da gramática, na qual o vocábulo formal é o objeto de análise. Com isso, a morfologia é a primeira articulação gramatical que estuda os segmentos fônicos associados a uma significação léxica (ou seja; a palavra) e suas formas. Assim, a morfologia sistematiza em classes as unidades mínimas dotadas de sentido de acordo com características e funções comuns entre elas. As classes gramaticais descritas são: Substantivo Adjetivo Artigo Pronome Numeral Verbo Advérbio Conjunção Preposição O primeiro critério de classificação está relacionado as variações que a palavra pode apresentar. Logo, as classes estão separadas em palavras variáveis e http://www.infoescola.com/portugues/morfologia/ http://www.infoescola.com/linguistica/gramatica-descritiva/ http://www.infoescola.com/portugues/palavra/ http://www.infoescola.com/portugues/classes-de-palavras/ http://www.infoescola.com/portugues/classes-de-palavras/ http://www.infoescola.com/portugues/substantivos/ http://www.infoescola.com/portugues/adjetivos/ http://www.infoescola.com/portugues/artigos/ https://www.infoescola.com/portugues/pronomes/ http://www.infoescola.com/portugues/numeral/ https://www.infoescola.com/portugues/verbos/ http://www.infoescola.com/portugues/adverbios/ http://www.infoescola.com/portugues/conjuncoes/ http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ 28 invariáveis. Palavras variáveis podem mudar de acordo com os seguintes critérios; gênero e número (algumas em grau); e são elas: Verbo Substantivo Adjetivo Pronome Artigo As palavras invariáveis não apresentam modificações de acordo com o gênero ou com o número, elas se mantêm sob o mesmo formato, independentes do contexto a que estão inseridas, ou às palavras as quais se ligam no arranjo textual. São elas: Advérbio Preposição Conjunção Numerais: constituem uma classe de palavras com a peculiaridade de subclassificações variáveis e invariáveis. Observe os exemplos: Todas as palavras nesta frase concordam em gênero e número, por isso foram registradas no feminino e no singular. Com exceção do advérbio, que por pertencer a uma classe invariável, não comprometeo sentido ou a concordância dos vocábulos na frase. Os verbos apresentam outras variações específicas: tempo, pessoa, modo e voz. Os filósofos militantes caminhavam rapidamente com bandeiras partidárias. http://www.infoescola.com/portugues/tempos-verbais/ http://www.infoescola.com/portugues/tempo-e-modo-verbal/ http://www.infoescola.com/portugues/vozes-do-verbo/ 29 De acordo com a análise realizada no exemplo anterior, tem-se uma estrutura concordando com o gênero masculino e o número no plural. Palavras de classes invariáveis: rapidamente: advérbio com: preposição No exemplo anterior “militantes” é substantivo, enquanto neste exemplo “militantes” apresenta-se como adjetivo. A mesma inversão ocorre com a palavra filósofo. No estudo da língua portuguesa, toda análise se refere às combinações de formas; assim, cada classe possui uma nomenclatura e é analisada de acordo com a função que exerce dentro de determinado contexto, na relação com as outras palavras. O que se trata de um outro plano gramatical; sintaxe. 7.2 Morfologia: aprofundando o conhecimento gramatical De acordo com Joaquim Matoso Camara Júnior no livro “Estrutura da Língua Portuguesa” o segmento fônico se associa a uma significação gramatical situando- se na primeira articulação da língua (a morfológica), gerando o vocábulo formal. O que se denomina de vocábulo é a palavra ou ainda a unidade mórfica por si só. Ao estudar morfologia, analisa-se, então, os morfemas. Os morfemas constituem-se por serem unidades de som e conteúdos menores do que a palavra. São unidades significativas mínimas, porque possuem significado, mas nem sempre funcionam de forma independente, precisam estar conectadas a outras. Exemplo: o “s” que marca o plural é uma unidade com significado de número, mas não faz sentido livremente. O vocábulo carro/s/ pode gerar outros, como carroça, carruagem, carreta. Enquanto o morfema /s/ que marca o plural na palavra só funciona ligado a outros morfemas com sentido completo. Assim, a gramática identifica dois tipos de morfemas: Morfemas lexicais: são as formas livres: carro. Morfemas gramaticais: possuem algum significado mas só existem presos /s/ (como marca de plural) /in/ (infeliz); dentre outros. http://www.infoescola.com/portugues/morfemas/ 30 Formas livres constituem uma sequência funcionando isoladamente. Exemplo: As flores nasceram hoje pela manhã. Formas presas funcionam ligadas a outras. Exemplo: “Pro” – do vocábulo “proscrever” Desta maneira, o vocábulo formal caracteriza-se por: Uma unidade final indivisível em duas ou mais formas livres. Exemplo: paz. Duas ou mais formas presas. Exemplo im + pro +vá + vel Uma forma livre e uma ou mais formas presas. Exemplo: in + feliz OBSERVAÇÃO: Esses mesmos critérios aplicam-se às partículas proclíticas enclíticas, introduzindo um terceiro conceito na língua portuguesa; o de forma dependente. O critério mórfico estabelece a separação dos vocábulos por espaços em branco, registrando na ortografia as formas independentes. As palavras constituem- se por unidades menores (morfemas), ao passo que a frase se compõe por palavras, e estas são graficamente separadas. Leia o período e observe esta descrição em funcionamento no texto: A primeira vez que viajamos juntos meus pais ainda eram felizes. Todos muito esperançosos e cheios de planos de um retorno que prometia ser a reconstituição de fragmentos de vidas. A viagem era de carro, o percurso foi previamente mapeado. Compartilhávamos uma profunda sensação de felicidade. Era como uma segunda via de identidade, com direito a uma reparação histórica. Nossa família refazia-se no caminho por um emaranhado de contos. Agradava-me ouvir vovó. 31 Suas memórias misturavam-se à memória coletiva de um povo. E nesse processo vovó já nem mais sabia separar a realidade dela da de seus antepassados. Fonte: (Leticia Gomes Montenegro; Ensaios de Contos I. Textos não publicados; 2018) A análise morfológica identifica a classe de cada palavra e verifica suas combinações dentro do texto. Algumas classes podem ocupar o papel de outra em determinada construção frasal. Por exemplo, a classe dos nomes (os substantivos e os adjetivos) podem se intercambiar. No termo destacado o substantivo “memória” é caracterizado pelo adjetivo “coletiva”. Observe como o adjetivo torna-se substantivo neste exemplo: “A coletiva (substantivo) em torno dos familiares trazia-os as tristes memórias.” A divisão foi feita para nos ajudar a compreender como funcionam as palvras na oração: sozinhas ou em relação às outras. Porém tal divisão, às vezes, confunde os alunos, principalmente quando o assunto é morfologia e sintaxe. Muitos confundem as duas partes e acabam por misturá-las em uma análise. A morfologia é a parte da gramática que considera a palavra em si (sozinha), já a sintaxe estuda a palavra em relação às outras que se acham na mesma oração. Em resumo, uma palavra exerce na oração duas funções: a morfológica que é a que a palavra exerce quanto à classe a que pertence (substantivo, adjetivo, pronome, etc) e a sintática, que vem a ser a que a palavra exerce em relação a outros termos da oração. Nesse caso, a palavra poderá desempenhar vários papéis (sujeito, objeto, etc). 8 SUBSTANTIVOS Convencionou-se que os substantivos são as palavras que nomeiam os seres em geral. Nesta convenção há aspectos gramaticais importantes para entender o funcionamento dos substantivos dentro e fora dos contextos de usos linguísticos. Esta classe de palavras possui significado lexical e atribui nome para: http://www.infoescola.com/portugues/substantivos/ 32 Objetos substanciais: exemplos: homem, casa, livro, mesa, armário, carro, etc. Objetos apreendidos manualmente como substanciais, tais como: qualidades (bondade, honestidade, integridade), estados (saúde, doença), processos (chegada, entrega, aceitação), dentre outros. Para algumas gramáticas os processos e os fenômenos não são “objetos”. Elas explicam que os substantivos também nomeiam processos, acontecimentos e fenômenos, tais como; chuva, ventania, caminhada, etc. Significado da palavra "substantivo" Uma pesquisa etimológica da palavra “substantivo” conforme a “Nova Gramática do Português Brasileiro", de Ataliba Castilho, apresenta que “Substantivo significa literalmente “o que está debaixo, na base”, é a tradução latina do grego hypokéimenon.” Através da definição deste vocábulo, pelos gramáticos gregos, compreende-se o substantivo como parte fundamental do texto, não há texto sem os substantivos. Nesse sentido, Ataliba de Castilho (2016) afirma que o substantivo e o verbo constituem categorias sintáticas de base, sem as quais não se constrói uma sentença. Uma observação importante sobre as funções das palavras nas orações No âmbito da funcionalidade dos substantivos, eles poderão cumprir a função de: Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto Núcleo do agente da passiva Predicativo do sujeito Complemento nominal Aposto Vocativo http://www.infoescola.com/linguistica/texto/ http://www.infoescola.com/portugues/nucleo-do-sujeito/ http://www.infoescola.com/portugues/objeto-direto/ http://www.infoescola.com/portugues/objeto-indireto/ http://www.infoescola.com/portugues/agente-da-passiva/ http://www.infoescola.com/portugues/predicativo-do-sujeito/ http://www.infoescola.com/portugues/complemento-nominal/ http://www.infoescola.com/portugues/aposto/ http://www.infoescola.com/portugues/vocativo/ 33 Adjunto adverbial Adjunto adnominal. Toda vez que em uma análise sintática outra classe gramatical exercer uma dessas funções, ela estará ocupando morfologicamente a classificação de substantivo. O que pode acontecer, por exemplo, com um pronome, um numeralou qualquer palavra substantivada. 8.1 Classificação dos substantivos Concretos e abstratos De acordo com Evanildo Bechara, substantivo concreto designa um ser que existe de maneira independente: casa, mar, sol, automóvel, mãe. São substantivos concretos nomes próprios, pessoas lugares, instituições, por exemplo. Substantivo abstrato é o que designa uma existência dependente, ligado a outro ser ou processo, designam ações (abraço, sorriso), estado e qualidade considerados fora dos seres: prazer, beijo, trabalho, saída, beleza, cansaço. Próprios e comuns Os próprios fazem parte de um conjunto de seres considerados em suas individualidades. Utiliza-se letras maiúsculas para diferenciar que esses nomes se referem a indivíduos ou lugares com existências únicas, mesmo que os nomes possam se repetir, cada substantivo será único. Exemplo: nomes de pessoas como Maria, Maria Flor, Maria da Fé. Os substantivos comuns são todos aqueles que já foram referidos anteriormente, tais como processos, ações, fenômenos ou objetos substanciais: casa, mesa, cama, cadeira, cachorro, beijo, carinho, passeata, etc. São palavras que possuem características comuns em quaisquer contextos extralinguístico nos quais existem. Substantivos coletivos São substantivos comuns, que designam um conjunto de objetos ou espécies, porém se apresentam no singular. Existe uma lista de substantivos http://www.infoescola.com/portugues/adjunto-adverbial/ http://www.infoescola.com/portugues/adjunto-adnominal/ http://www.infoescola.com/portugues/analise-sintatica/ http://www.infoescola.com/portugues/numeral/ http://www.infoescola.com/portugues/substantivos-coletivos/ 34 coletivos comumente apresentados nas gramáticas como os mais significativos e usuais, seguem alguns exemplos: Alcatéia – de lobos Legião – de soldados, demônios Manada – de bois, búfalos, elefantes Matilha – de cães de caça Quadrilha – de ladrões Ramalhete – de flores Constelação – de estrelas. Arquipélago – de ilhas. 8.2 Flexões dos substantivos Os substantivos podem variar em número, gênero e grau. Número se refere ao singular ou plural Gênero se refere ao masculino ou feminino Grau se refere à apresentação normal, exagerada ou diminuída, ou seja; aumentativo ou diminutivo. Sobre o grupo de classes de palavras denominadas nominais Substantivos e adjetivos compartilham um grande número de traços mórficos comuns, ambos têm o mesmo processo de flexão de gênero e número. Por isso os traços morfológicos não são suficientes para distinguir uma classe da outra, sendo necessário fazer uso de um critério sintático e funcional para obter uma distinção correta. Observe no exemplo a seguir: A) Uma negra jovem foi aprovada no concurso para docente no programa de pós-graduação. B) Uma jovem negra foi aprovada no concurso para docente no programa de pós-graduação. http://www.infoescola.com/portugues/substantivos-coletivos/ http://www.infoescola.com/astronomia/constelacao/ http://www.infoescola.com/portugues/adjetivos/ 35 No exemplo A o nome “negra” encontra-se acompanhado do artigo, o que o coloca no centro do sintagma nominal, logo será classificado como substantivo. Ao passo que, o nome ”jovem” surge qualificando o nome anterior, acompanhando-o e atribuindo-lhe uma característica. Em resumo, uma palavra exerce na oração duas funções: a morfológica que é a que a palavra exerce quanto à classe a que pertence (substantivo, adjetivo, pronome, etc) e a sintática, que vem a ser a que a palavra exerce em relação a outros termos da oração. Nesse caso, a palavra poderá desempenhar vários papéis (sujeito, objeto, etc). Exemplo: "Maria comprou um carro". Se analisarmos a palavra "Maria" no sentido morfológico, temos um substantivo próprio, já na sintaxe "Maria" é sujeito simples da oração. Análise morfológica: Maria: substantivo próprio comprou: verbo um: artigo carro: substantivo comum Análise sintática: Maria: sujeito comprou: núcleo do predicado verbal (comprou um carro) um: adjunto adnominal carro: núcleo do objeto direto (um carro) Não é difícil, basta o aluno prestar atenção e saber qual tipo de análise o professor está pedindo (a morfológica ou a sintática). Porém, às vezes, as duas são pedidas na chamada análise morfo-sintática. http://www.infoescola.com/portugues/sintagma/ http://www.infoescola.com/portugues/sujeito-simples/ http://www.infoescola.com/portugues/analise-morfologica/ http://www.infoescola.com/portugues/analise-sintatica/ http://www.infoescola.com/portugues/predicado-verbal/ http://www.infoescola.com/portugues/adjunto-adnominal/ 36 9 PREDICADO VERBAL Chamamos de predicado verbal quando o núcleo do predicado é um verbo ou uma locução verbal. Exemplos: Caminhei com a minha mãe ontem. Maria comprou muitas roupas naquela loja. João e Maria estão brincando no balanço. Os verbos dividem-se em intransitivos e transitivos (diretos ou indiretos). Verbos intransitivos: São aqueles que não necessitam de um complemento e constituem o predicado sozinhos. Exemplos: Pedro cantou. Maria viajou. O bebê de Maria nasceu ontem. As flores desabrocharam. Rita cantou na festa. Observação: Mesmo não necessitando de um complemento, os verbos intransitivos podem vir acompanhados de alguns elementos, como no terceiro exemplo, acima. Contudo, esses elementos, chamados de predicativo ou adjuntos adverbiais, dentre outros, não fazem parte da predicação do verbo. Se o verbo é intransitivo, os elementos que o seguem não são seus complementos, mas sim outros termos. Verbos transitivos: São os verbos que necessitam de um complemento, ou seja, não podem constituir o predicado sozinhos. Eles dividem-se em transitivos diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos. http://www.infoescola.com/portugues/predicado/ http://www.infoescola.com/portugues/verbos/ http://www.infoescola.com/portugues/verbo-intransitivo/ 37 1) Verbos transitivos diretos: São aqueles que necessitam de um complemento sem precisar de uma preposição. O seu complemento é chamado de objeto direto. Exemplos: Maria comeu uma maçã. Juliana comprou uma bolsa. Carlos odeia chuchu. Maria abraçou o Pedro. Joana detesta aranhas. 2) Verbos transitivos indiretos: São aqueles que necessitam de um complemento, chamado de objeto indireto, e são ligados a seus complementos por meio de uma preposição. Exemplos: Maria gosta de Pedro. Você está sabendo de alguma coisa? Douglas participou da reunião de condomínio. A menina precisou de ajuda. 3) Verbos transitivos diretos e indiretos (bitransitivos): São os verbos que necessitam de dois complementos: um objeto direto, ou seja, complemento sem preposição; e um objeto indireto, complemento ligado ao verbo por preposição. Exemplos: João colocou o livro na estante. João deu um presente à Maria. Maria mostrou suas joias à Sofia. João emprestou o livro à Maria. Marina ofereceu um bombom a uma criança. Observação: http://www.infoescola.com/portugues/verbo-transitivo-direto/ http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ http://www.infoescola.com/portugues/verbo-transitivo-indireto/ http://www.infoescola.com/portugues/objeto-direto/ http://www.infoescola.com/portugues/objeto-indireto/ 38 O mesmo verbo pode ser usado ora transitivamente ora de forma intransitiva, dependendo do sentido da frase. Exemplos: Deram onze horas. (intransitivo) A macieira dá maçãs suculentas. (transitivo direto) 10 ADJUNTO ADNOMINAL De acordo com Cunha e Cintra (2008, p. 164), o adjunto adnominal é o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo, qualquer que seja a função deste. Como o próprio nome sugere, ele acompanha o nome, ou seja, o substantivo. É importante frisar que o adjuntoadnominal tem valor acessório na construção das orações. Isso significa que, ao se juntar ao nome, ele acrescenta dados novos, porém dispensáveis à compreensão dos enunciados. Para a identificação das finalidades do adjunto em foco, sugere-se a leitura de trecho do romance Menino de engenho, do escritor paraibano José Lins do Rego: João Rouco vinha com três filhos para o eito. A mulher e os meninos ficavam em casa, no roçado. Com mais de setenta anos, aguentava o repuxo todo, como o filho mais novo. A boca já estava murcha, sem dentes, e os braços rijos e as pernas duras. Não havia rojão para o velho caboclo do meu avô. Não era subserviente como os outros. Respondia aos gritos do coronel José Paulino, gritando também. Talvez porque fossem da mesma idade e tivessem em pequeno brincado juntos. Esse trecho do romance ocupa-se de nos contar um pouco da rotina de trabalho de João Rouco, bem como de descrevê-lo fisicamente. Trata-se de um homem, com invejável vigor físico no auge de seus mais de setenta anos, que trabalha de forma braçal como se fosse o seu filho caçula. Em A boca já estava murcha, sem dentes, e os braços rijos e as pernas duras, perceba que os adjetivos murcha e sem dentes(desdentado) foram empregados para caracterizar a boca do personagem, ao passo que rijos definem os seus braços e duras, as suas http://www.infoescola.com/portugues/substantivos/ http://www.infoescola.com/livros/menino-de-engenho/ http://www.infoescola.com/escritores/jose-lins-do-rego/ http://www.infoescola.com/escritores/jose-lins-do-rego/ 39 pernas. Ao acompanharem os nomes (os substantivos), os adjetivos funcionam como “adjuntos adnominais” no contexto dos enunciados. Além da forma adjetiva, o tipo de adjunto em questão pode vir expresso por meio do artigo (definido e indefinido), como em: A mulher e os meninos ficavam em casa, no roçado. Os artigos grifados definem os integrantes da família de João Rouco. Diferentemente, se fosse dito “Uma mulher...”, pois o artigo “uma” não definiria que se tratava de sua mulher. Os numerais também podem funcionar como adjuntos adnominais: João Rouco vinha com três filhos para o eito. Com mais de setenta anos, aguentava o repuxo todo [...]. O primeiro numeral cardinal, em destaque, especifica a quantidade de filhos do João Rouco, enquanto o segundo, a idade que ele possui. Veja, a seguir, outras maneiras pelas quais os adjuntos adnominais podem vir expressos: 10.1 Locução adjetiva Entende-se “locução” como a junção de duas ou mais palavras que compõem um significado único: A pobre jovem sempre dizia que a sua vida estava sem cor. A locução em evidência corresponde ao adjetivo “descolorida”, utilizado como metáfora para se referir à vida sem expressividade da jovem. 10.2 Pronome adjetivo A minha atual casa pertencia à família de meu amigo de infância. O nosso objetivo é garantir a sua segurança. http://www.infoescola.com/portugues/adjetivos/ http://www.infoescola.com/portugues/locucao-adjetiva/ 40 10.3 Oração adjetiva Aquela senhora, que vende doces deliciosos, mudou-se de endereço. Aquele é o rapaz que beijei. É pertinente elucidar que um mesmo substantivo pode estar interligado a mais de um adjunto adnominal: "A minha vontade é trabalhar como redatora." O substantivo “vontade” é acompanhado do artigo definido “a” e do pronome adjetivo “minha”. "Quando cheguei ao evento, ele me olhou com um belo sorriso." O artigo indefinido “um” e o adjetivo “belo” foram empregados para precisar como foi o sorriso do rapaz para mim. Para finalizar: O adjunto adnominal une-se a um nome (substantivo), com o intuito de precisar o seu significado. Contudo, vale reiterar que se trata de um termo acessório, visto que a sua presença é dispensável para a compreensão do enunciado. 11 ANALISE DA LINGUA PORTUGUESA Fonte: www.figuradelinguagem.com 41 11.1 SINTAXE E SEMANTICA A sintaxe está relacionada com os aspectos superficiais da linguagem – Estrutura e Forma. Funciona como um conjunto de regras de combinação para formar palavras, frases e sentenças. A semântica está relacionada com o significado dessas construções. Nós podemos até conhecer a estrutura de uma palavra, mas é necessário ligarmos ela a semântica, se não nunca entenderemos o seu significado. Exemplo: Makemake Kuai Pihi. Pihi Momona [Quer comprar peixe. Peixe Gordo.] Por mais que conheçamos a estrutura acima das palavras, podemos até nos arriscar a pronunciá-las, mas como não conhecemos a semântica esse enunciado não fará o mínimo sentido para nós. Conforme a convivência com linguagens “estranhas” ao nosso ver, nós passamos a compreender-las de maneira mais simples, conforme o tempo passa, a sintaxe e a semântica vão se articulando de maneira automática em nossa mente. Exemplos: (1) A mulher sorriu. (2) A mesa sorriu. Por mais que a estrutura sintática da frase (2) esteja correta ela não faz sentido. A força da “coerência semântica” é tão forte que mesmo que a organização sintática esteja 'distorcida' a frase ou enunciado ainda possuirá sentido. Exemplo: “Quando 900 anos de idade você atingir, parecer tão bem você não vai.” Mesmo que a estrutura esteja modificada nós podemos compreender perfeitamente a frase. Mas se a estrutura sintática for perfeita e a sua semântica for defeituosa, podemos considerar que o ato de comunicação foi um fracasso. 42 Exemplo: Idéias verdes incolores dormem furiosamente. E se a estrutura de uma frase foi reorganizada podemos obter um novo enunciado com sentido totalmente diferente: “Os políticos pensam que o público não sabe.” “O público sabe que os políticos não pensam.” E às vezes, as falhas na estrutura sintática podem originar falhas de entendimento (semântica), são os casos de ambigüidades: Exemplo: Márcia viu o homem no parque com o telescópio. 12 SEMÂNTICA 12.1 O que é semântica? A semântica é o estudo dos significados, não só da palavra, mas das orações, frases, símbolos e imagens, entre outros significantes. Esse estudo da gramática está muito associado com a sintaxe. Caso seja feita alguma alteração na base sintática, uma alteração de pontuação ou de palavras, o significado de toda a frase muda, mas também pode acontecer de o significado de apenas uma palavra mudar. Podemos usar o exemplo de um desenho de uma cadeira. A sintaxe seria o desenho em si, a semântica é o significado que aquele desenho traz: uma cadeira. Se fizermos qualquer alteração no desenho, o significado da cadeira pode mudar. Se apagamos o encosto do desenho da cadeira o significado muda, aquilo não é mais uma cadeira, e sim um banco. O processo de significação é o que possibilita a comunicação. Não adianta apenas ter a forma e a estrutura das palavras e frases, é preciso saber os significados delas para que o receptor da mensagem a compreenda com perfeição. http://www.gramatica.net.br/oracao/ http://www.gramatica.net.br/sintaxe/ 43 A sintaxe e a semântica são usadas em níveis mais específicos para a criação artística e publicitária. O autor pensa nos significados que quer transmitir, depois busca a melhor maneira e quais ou melhores elementos para fazer com que essa mensagem seja entendida. No estudo da gramática relacionado ao significado das palavras e frases, é preciso levar em consideração três aspectos: sinonímia, antonímia e homonímia. 12.2 Sinônimos e Antônimos A sinonímia e a antonímia são aspectos muito importantes na hora de se estudar os significados de uma palavra ou frase. Sinônímia é a relação entre dois ou mais significantes que possuem o mesmo significado, ou seja, sinônimos são palavras diferentes que possuem o mesmo sentido. Antônimos são dois significantes que possuem significados opostos. Palavras que se contradizem são antônimas entre si. Exemplos:“Morto” e “falecido” são sinônimos, pois ambos os termos têm o mesmo significado. “Bondoso” e “malvado” são antônimos, pois seus significados se opõem. 12.3 Homônimos e Polissemia A homonímia é um aspecto muito importante e variado na gramática portuguesa, pois além de contemplar a escrita, também traz aspectos da sonoridade das palavras. Os homônimos são significantes parecidos que possuem significados diferentes, ou seja, palavras parecidas ou iguais na pronúncia, escrita ou nas duas coisas, mas com significados divergentes. Normalmente os homônimos são generalizados como polissêmicos, mas a polissemia tem leves diferenças dos homônimos. A lista abaixo traz os definições e exemplos de tipos homônimos e de polissemia. Homógrafas: São palavras homônimas que possuem a escrita igual, mas são diferentes na pronúncia. 44 Exemplos: Em “eu almoço tarde” e “o almoço está pronto”, a palavra “almoço” (verbo) e “almoço” (substantivo) tem a mesma grafia, mas não é pronunciada da mesma maneira. Homófonas: São palavras homônimas que possuem a pronúncia igual, mas distinguem-se na grafia. Exemplo: “Cinto”(substantivo) e “sinto” (verbo) possuem a mesma oralidade, mas a escrita é diferente. Perfeitas: São palavras homônimas que tanto são homógrafas quanto homófonas. Exemplo: “Cedo”(do verbo ceder) e “cedo”(advérbio de tempo) são escritas e pronunciadas igualmente, mas não têm o mesmo significado. Paronímia: Palavras com grafia diferente, mas pronúncia muito parecida. Exemplo: “Descriminar” e “discriminar” têm pronúncias muito próximas, mas a primeira palavra significa “tirar a culpa”, a segunda quer dizer “diferenciar”. Polissemia: Ocorre quando uma mesma palavra tem mais de um significado. Exemplo: A palavra “graça” em “fez uma graça” e em “é de graça” tem significados diferentes em cada uma dessas frases. Na primeira remete a algo engraçado; na segunda, a algo que não tem custo, que é gratuito. 12.4 Hiperônimo e Hipônimo Os hiperônimos e hipônimos são como um conjunto e seus elementos da matemática. Os hiperônimos são palavras que têm sentindo mais abrangente, como um conjunto que agrupa os seus elementos. Os hipônimos, por outro lado, são como os elementos que estão dentro deste conjunto, são palavras com um significado 45 mais específicos. Ambos são termos da semântica moderna, e são importantes, por exemplo, para que evitemos repetições excessivas num texto ou mesmo na fala. Exemplo: A palavra “automóvel” é o hiperônimo de “carro”, “moto” e “caminhão”. As palavras “barata”, “mosca” e “besouro” são hipônimos de “inseto”. 13 FONOLIGIA, MORFOLOGIA, SINTAXE E SEMÂNTICA A gramática de Língua Portuguesa é dividida em várias partes, e isso muitas vezes gera dúvida em quem se aventura no universo da exploração da língua. Para que se compreenda que a gramática não é um bicho papão, é necessário compreender alguns conceitos: Fonologia: parte da gramática que estuda os sons e a sua formação, bem como a pronúncia de fonemas. Morfologia: parte da gramática que estuda as classes morfológicas ou gramaticais: advérbio, substantivo, adjetivo, pronome, verbo, interjeição, conjunção, numeral, preposição, artigo. É muito importante saber que uma mesma palavra, dependendo de sua colocação e contexto, pode exercer papéis diferentes, ou seja, pode pertencer a classes gramaticais distintas, ora pode ser, por exemplo, um artigo, e ora pode ser um numeral. Sintaxe: a sintaxe é a parte da gramática que se dedica a estudar as funções de termos - repare que aqui eu não falo em palavras, mas em termo - nos períodos. Dentro da sintaxe, podemos estudar o sujeito, predicado, vozes verbais, transitividade verbal, aposto e vocativo, complemento nominal, adjunto adnominal, entre outros. Semântica: a semântica é a parte da gramática que se dedica ao estudo dos sentidos exercidos por determinadas palavras, frases e orações, levando-se em conta o contexto em que estão inseridas. É importante conhecer as distinções acima para que se possa realizar bem determinadas tarefas muitas vezes cobradas em sala de aula ou provas e concursos. Isso acontece pois é diferente você falar de classificação morfológica ou 46 sintática, ou ainda morfossintática, quando há a junção de duas partes da gramática (morfologia e sintaxe). Para ilustrar esse fato, vejamos o seguinte exemplo: Elvis acordou mais cedo hoje. Considerando a classificação morfológica, Elvis é um substantivo, acordou um verbo, por exemplo. Ao analisar a classificação sintática, Elvis passa a ser sujeito e acordou mais cedo hoje passa a ser o predicado. 14 SINTAXE: A ESTRUTURA DAS SENTENÇAS: SIMPLES E COMPLEXAS DO PORTUGUÊS Saber como os itens lexicais de uma língua se estruturam em uma sentença é a parte central da competência linguística dos seres humanos, tal como é entendida pela Gramática Gerativa. O falante de qualquer língua natural tem um conhecimento inato sobre como os itens lexicais de sua língua se organizam para formar expressões mais e mais complexas, até chegar ao nível da sentença. Imaginemos o léxico de nossa língua como uma espécie de dicionário mental composto pelo conjunto de itens lexicais (palavras) que utilizamos para construir nossas sentenças. Nossa competência nos permite ter intuições a respeito de como podemos dividir esse dicionário, agrupando itens lexicais de acordo com algumas propriedades gramaticais que eles compartilham. Essas propriedades nos levam a distinguir um grupo por oposição a outro. Assim, por exemplo, no processo de aquisição de nossa língua materna, sabemos, desde muito cedo, que um item lexical como mesa é diferente de um item lexical como cair. Uma criança logo diz caiu, mas nunca diz mesou. Isso indica que ela sabe que cair faz parte de um grupo de palavras – como chorar, querer, papar – que pode combinar-se com um tipo particular de sufixos, como -ou, -eu, -iu. Ao mesmo tempo, ela sabe que mesa faz parte de outro grupo de palavras – como cadeira, berço, brinquedo – que, por sua vez, pode se combinar com outro tipo de sufixo. Nossa competência linguística também nos ajuda a perceber que as sentenças de nossa língua não são o resultado da mera ordenação de itens lexicais 47 em uma seqüência linear. Sem nunca ter passado por um aprendizado formal a respeito desse assunto, sabemos que uma seqüência de palavras como menino bicicleta o da caiu não é uma sentença do português. Ao mesmo tempo, sabemos que, para termos uma sentença do português formada por esses mesmos itens lexicais precisamos, antes, fazer combinações intermediárias: compor o como menino; compor da com bicicleta; compor caiu com da bicicleta; e, finalmente, compor o menino com caiu da bicicleta. Sabemos, portanto, que a estrutura da sentença não é linear, mas sim hierárquica. Essa nossa competência também nos indica que uma sentença se constitui de dois tipos de itens lexicais: de um lado, estão aqueles que fazem um tipo particular de exigência e determinam os elementos que podem satisfazê-la; e de outro, estão os itens lexicais que satisfazem as exigências impostas pelos primeiros. Tomemos, como exemplo, uma sentença como ‘O João construiu uma casa ’. Intuitivamente, sabemos que o verbo construir é um item lexical do tipo que faz exigências. Construir precisa ser acompanhado de duas outras expressões lingüísticas: uma que corresponda ao objeto construído e outra, ao agente construtor. Na sentença em exame, as expressões uma casa e o João são as expressões que, respectivamente, satisfazem essas exigências impostas por construir. Isso é tão natural para nós que só nos damos conta de que as coisas são como são, se formos expostos a uma sentença fora de contexto, em que uma das exigências impostas por construir não esteja satisfeita. Imaginemos que alguém se aproxime de nós e nos
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