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DESIGUALDADE GLOBAL 2

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A estratificação social e a desigualdade socioeconômica no Brasil são responsáveis por todos os problemas socias ao qual o país passou e passa até os dias atuais, apenas 0,1 da população detém 28,3 % de toda a riqueza do país, ao passo que mais da metade da população se encontra hoje na linha da pobreza ou abaixo dela. 
Os dois fatores citados acima são resultados da herança colonial do Brasil, um país marcado pela escravidão, racismo e patrimonialismo. Segundo o documentário Desigualdade Global, do jornal Folha de São Paulo, o país teve um momento onde o crescimento de renda das classes baixas foi possível, porém isso ocorreu com as políticas de transferência de renda, que segundo Santos e Ribeiro (2016), agiu como base para o exercício social e a obtenção de vantagens e apoio politico de determinada classe. 
Santos e Ribeiro (2016) também reforçam que as classes sociais são como principios de divisão e categoria, e que quando existe um conflito entre ambas, o poder social e a democracia são abalados. Esse conflito de classes, aconteceu em parte, por essa política de transferência de renda, onde o Governo adotou politicas públicas mal planejadas, em que se observava e observa até os dias atuais a transferência de recursos de uma classe para a outra, nas não se vê o Estado criando oportunidades para que as pessoas que se encontram na pobreza possam ascender as classes superiores. Em governos populistas essa política é sempre adotada. 
Em contrapartida, por outro lado vemos o mesmo Estado beneficiando de forma seletiva classes da sociedade, a exemplo o documentário aborda a supervalorização estatal do Distrito federal, onde os servidores públicos recebem 4 vezes mais que servidores de outros estados. E também a acessibilidade, urbanidade, saneamentos e segurança que os bairros nobres recebem, enquanto comunidades pobres do país padecem, sem o básico necessário para a existência. 
Em determinada parte, o documentário aborda a amplificação dos ingressos nas Universidades Públicas do País por pessoas pobres em razão das cotas, fazendo com que a educação superior no Brasil, deixasse de ser tão excludente e elitista. O problema é que com a atual crise econômica gerada pela crise política, os jovens que venham a ser formar nos dias atuais, diferente daqueles que já se formaram no inicio dos anos 2000, terão uma maior dificuldade em se inserir no mercado de trabalho.
Ao se relacionar o documentário da Folha de São de São Paulo com o artigo A Sociologia Da Educação De Pierre Bourdieu: Limites E Contribuições, de Nogueira e Nogueira (2002), onde o texto perpassa pelas reflexões do sociólogo Pierre Bourdieu, nota-se o problema é mais complexo. 
Segundo as reflexões do sociólogo, a escola e a educação em sua formatação atual não se preocupam em romper com a lógica cultural da classe dominante, no Brasil, o sistema educacional endossa e faz perpetuar a naturalização da desigualdade social, muitos dos jovens que saem alienados por essa educação tradicional, conseguem ingressar nas universidades públicas, porém ao alçarem a classe média não se sentem comprometidos com o retorno social. 
Em linhas gerais, conclui-se que o abismo social do país não se formou agora, mas sim, é resultado de um longo e histórico processo do Brasil. A desigualdade socioeconômica, estratificação social, racismo, com centração de renda e violencia, são os problemas sociais do Brasil colônia com uma “cara” republicana e contemporânea, pois esses fatores são intrinsicamente ligados ao passado escravagista, violento e patrimonialista. 
Os governos se aproveitam desse problema social, e mascaram a situação com uma política de transferência de renda que não visa solucionar a raiz do problema, mas sim retardar a situação ao passo que obtém apoio político da classe pobre do país. A educação brasileira, que ainda é tradicional, reforça ainda mais a cultura da classe dominante o naturalizar o processo desigual e a concentração de renda. 
Juntado a isso, surge o discurso de meritocracia, que desqualifica a discussão e menospreza a desigualdade socioeconômica ao defender que a saída do problema é o mérito. Em meio a tantas discussões, falta de seriedade, celeridade e comprometimento com políticas públicas eficientes, o país se vê em meio a um declínio social, sem um real plano para resolver o problema. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DESIGUALDADE GLOBAL - Capítulo 5: Brasil. Jornal Folha de São Paulo. 19 Agosto 2019. Disponivel em: <https://youtu.be/PGgVZAZJKwY>. Acesso em: 31 Março 2021.
NOGUEIRA, Cláudio Marques Martins; NOGUEIRA, Maria Alice. A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: limites e contribuições. Educação & Sociedade, v. 23, n. 78, p. 15-35, 2002.
SANTOS, José Alcides Figueiredo; RIBEIRO, Luiz Vicente Fonseca. Emprego, estratificação e desigualdade. Estudos avançados, v. 30, n. 87, p. 89-102, 2016.

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