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Educação Profissional de Nível Técnico 
CNPJ: 20.835.176/0001-70 
Rua Manoel Mota, S/N, Monte Castelo, Patos – PB CEP – 58.707-000 
Telefone: (83) 3421-1936 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Docente: José Franklin Nunes Lima 
 
1º Semestre de 2020.2 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. Epidemiologia do Trauma ----------------------------------------------------------------04 
1.1 Cinemática do trauma ----------------------------------------------------------------------04 
1.2 Importância da avaliação da vítima (primária e secundária) --------------------------08 
1.3 Recursos de atendimento de emergência disponíveis ----------------------------------18 
1.4 Legislação e ética do trauma (Consentimento da vítima/Prioridades de atendimento) 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------19 
2. Desobstrução das vias aéreas em adultos, gestante, obeso e bebê (consciente e 
inconsciente) -------------------------------------------------------------------------------------21 
2.1 Manobra de Heimlich (Desengasgo) -----------------------------------------------------21 
3. Parada cardiopulmonar --------------------------------------------------------------------25 
3.1. Diretrizes 2018 de Ressuscitação Cardiopulmonar: Suporte Básico de Vida--27 
3.2. Sinais de uma parada cardiopulmonar ---------------------------------------------------26 
3.3. Ressuscitação cardiopulmonar (RPC) ---------------------------------------------------28 
4. Hemorragias ----------------------------------------------------------------------------------32 
4.1 Hemorragia externa (torniquete e compressivos) ---------------------------------------34 
4.2 Hemorragia interna (sinais e sintomas) ---------------------------------------------------36 
5. Ferimentos Localizados ---------------------------------------------------------------------38 
5.1. Olhos ------------------------------------------------------------------------------------------38 
5.2. Objetos encravados -------------------------------------------------------------------------40 
5.3. Arma branca/Arma de fogo ----------------------------------------------------------------42 
6. Intercorrências Neurológicas --------------------------------------------------------------42 
6.1 Síncope/desmaio -----------------------------------------------------------------------------42 
6.2 Crise convulsiva/Crise Epiléptica ---------------------------------------------------------46 
7. Acidentes com animais peçonhentos e venenosos -----------------------------------49 
7.1. Picada de cobra ------------------------------------------------------------------------------49 
7.2. Picada de aranha e ferroada de escorpião ------------------------------------------------54 
8. Queimadura -----------------------------------------------------------------------------------62 
8.1 Primeiro grau ---------------------------------------------------------------------------------65 
8.2 Segundo grau ---------------------------------------------------------------------------------65 
8.3 Terceiro grau ---------------------------------------------------------------------------------66 
8.4 Quarto grau -----------------------------------------------------------------------------------66 
9. Tipos de Fraturas ---------------------------------------------------------------------------70 
3 
 
9.1 Tipos de Imobilização --------------------------------------------------------------------75 
Referências ------------------------------------------------------------------------------------82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. EPIDEMIOLOGIA DO TRAUMA 
O conjunto de agravos decorrentes de violências e acidentes, denominado causas 
externas, atrai muita atenção devido à sua importante prevalência e incidência. No 
Brasil, elas são a terceira maior causa de mortalidade geral, atrás apenas das neoplasias 
e das doenças do aparelho circulatório, em um padrão próximo ao de países 
industrializados. No ano de 2013 foram registrados 151.683 óbitos por violências e 
acidentes, dos quais 68,9% eram representados pelas faixas etárias de 10 a 49 anos. 
Dados de 2014 revelam 1.119.565 internações por eventos dessa natureza somente no 
sistema público de saúde, com custo total de R$ 1.298.255.659,60. 
 No Brasil, foi implantado em grande parte do território nacional o Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), um serviço pré-hospitalar cujo objetivo 
é prestar um atendimento ágil a vítimas em situação de urgência ou emergência. Nele, a 
correta avaliação da situação do trauma, das medidas a serem realizadas e da estrutura 
adequada para a resolução das necessidades do paciente são fundamentais para 
minimizar as consequências dos agravos. Assim, uma vez que o tempo de transporte ao 
serviço de saúde especializado é um fator essencial a ser considerado no prognóstico do 
traumatizado, é importante que os sistemas de atendimento pré-hospitalar estejam 
fortalecidos e organizados (IBIAPINO, 2017). Em face do exposto, resumidamente o 
objetivo dos primeiros socorros são: a redução da morbidade e mortalidade com o alívio 
do sofrimento, a prevenção de mais doenças ou lesões e a promoção da recuperação. 
Vale salientar ainda que, os primeiros socorros podem ser iniciados por qualquer 
pessoa, em qualquer situação, e incluem o autoatendimento. 
 
1.1 CINEMÁTICA DO TRAUMA 
1ª Lei de Newton: o ponto material isolado está em repouso ou em movimento 
retilíneo uniforme (Princípio da inércia). 
 
5 
 
2ª Lei de Newton: a força resultante é o produto de sua massa pela aceleração 
adquirida. 
F = Massa (Kg) X Aceleração (m/s)
2 
 
3ª Lei de Newton: a interação entre corpos é regida pelo princípio da Ação e Reação. 
 
 
Lei da Conservação da Energia: e energia não pode ser criada ou destruída, mas 
transformada. 
 Os traumas mecânicos são os mais importantes. Dentre eles os que ocorrem com 
maior frequência são os contusos, associados às colisões automobilísticas, o 
atropelamento, agressões físicas, quedas e explosões. 
 
Impacto Frontal: é a colisão contra um objeto que se encontra em frente ao veículo. 
 
 
 
Impacto Lateral: é a colisão contra o lado de um veículo, capaz de imprimir ao 
ocupante uma aceleração que o afasta do ponto de impacto. Pode ocorrer lesão de tórax 
e da pelve. 
6 
 
 
 
Impacto Traseiro: ocorre quando um veículo está parado e outro o atinge por trás. Os 
ocupantes são arremessados para frente, onde o tronco sofre aceleração. A cabeça dos 
ocupantes não acompanha essa aceleração. A hiperextensão estira as estruturas de 
sustentação do pescoço, produzindo lesão por mecanismo de chicote. 
 
 
 
Capotagem: o ocupante que não esteja contido pode chocar-se contra qualquer parte da 
cabine. Esse tipo de colisão produz lesões mais graves por causa dos deslocamentos 
múltiplos. 
Ejeção do veículo: as lesões podem ser maiores devido ao impacto também provocado 
contra o solo. A probabilidade de lesões nessa forma de acidentes aumenta em 300%. 
 
 
Lesões por contenção: são causadas, por exemplo pelo air-bag, em segundo impacto 
do veículo, quando este já foi disparado e está desinflado. 
7 
 
O air-bag não substitui o cinto de segurança e não tem utilidade em capotamentos. 
Também é muito comum esse tipo de lesão pelo uso incorreto do cinto de 
segurança. 
 
Colisão do pedestre: mais conhecida como atropelamento, segue três fases de impacto: 
impacto contra o para-choque dianteiro, geralmente atingindo pernas e pelve; impacto 
contra o capô e o para-brisa, geralmente afetando tronco e cabeça; impacto contra o 
solo, geralmente afetando cabeça, coluna e vísceras. 
 
 
 
Derrapada lateral: na tentativa de não ficar prensado, o motorista tenta virar a moto de 
lado e deixá-la cair sobre sua própria perna. Este ato produz diminuição da velocidade, 
separando-a do motociclista.A moto continua sua trajetória e acaba absorvendo a maior 
parte da energia da colisão. 
 
Quedas: são as primeiras causas de traumatismo não-fatal e a segunda de importantes 
lesões de medula e cérebro. Ocorrem por desaceleração em superfícies firmes como 
concreto e asfalto. 
Explosões: transformação química rápida de produtos sólidos, semi-sólidos, líquidos e 
gasosos em produtos gasosos que ocupam volumes maiores do que ocupados antes da 
detonação. 
8 
 
 Primárias: o tímpano é bastante vulnerável, os pulmões apresentam contusão, 
edema e pneumotórax, ruptura de alvéolos e veias pulmonares, levando a 
embolia gasosa e à morte súbita. Pode haver hemorragia intra-ocular, 
deslocamento da retina e roturas intestinais. 
 
 Secundárias: resultam de objetos arremessados que atingem indivíduos 
adjacentes. Por exemplo, a explosão por granadas. 
 
 Terciárias: ocorre quando os próprios indivíduos se transformam em um míssil 
e são arremessados contra objetos sólidos ao solo. 
 
1.2 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA VÍTIMA (PRIMÁRIA E 
SECUNDÁRIA) 
O atendimento em urgências de fato pode representar uma constante luta para 
profissionais da área da saúde, sendo que suas atribuições são de suma importância para 
a vida de muitos. Estas atribuições são diversas e impactam positivamente a vida de 
muitos cidadãos – desde situações de parto, parada cardiorrespiratória, crises 
convulsivas, intoxicações, queimaduras, e muitos outros aspectos. Diante de tais 
situações que podem ser substancialmente variáveis e até mesmo imprevisíveis, os 
profissionais precisam estar preparados para saber como proceder em momentos 
oportunos. Isso quer dizer que é preciso muito mais do que uma ambulância, 
equipamentos e materiais para que eles possam exercer suas atividades. 
Para entender melhor essa premissa, é importante destacar que existem duas 
formas de se fazer uma avaliação do paciente, que consiste na abordagem primária e 
secundária. A abordagem primária constitui-se na avaliação de responsividade (chamar 
o paciente) e também a expansão torácica. 
 Já a abordagem secundária deve ser adotada depois da avaliação primária 
completa e também das demais intervenções específicas dessa segunda fase do 
atendimento. Vale salientar ainda que embora esta avaliação possua uma grande 
importância, não se trata de um procedimento obrigatório, principalmente quando 
estamos com pacientes mais críticos ou que esta avaliação possa acarretar um atraso no 
transporte do mesmo. 
 
 
9 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
Em 1976 após um acidente sofrido, o cirurgião ortopédico Jim Styner percebeu 
que os procedimentos de primeiros socorros a vítimas de traumas não eram adequados. 
Assim ele desenvolveu o protocolo XABCDE do trauma, sendo adotado a partir de 
1978 pelos serviços médicos de urgência e emergência em vários países. 
 No Brasil o protocolo XABCDE foi introduzido em todas as regiões a partir da 
década de 90. O mesmo visa identificar a sequência de prioridades; estabelecer o 
tratamento durante avaliação primária e secundária; identificar os componentes chaves 
na história do evento e do paciente; e explicar as técnicas que devem ser utilizadas na 
fase de ressuscitação e tratamento definitivo. 
Destacando a importância do atendimento de urgência e emergência na rede 
pública de saúde, o Ministério da Saúde criou, em 2002, o Regulamento Técnico dos 
Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência (Portaria GM/MS 2.048). 
Foram estabelecidos princípios e diretrizes para a classificação, cadastramento e 
funcionamento dos serviços de urgência e emergência; atendimento pré-hospitalar fixo e 
móvel; regulação médica; atendimento hospitalar, classificado conforme a 
complexidade do caso e a criação de núcleos de educação. 
No ano seguinte, o governo federal instituiu a Política Nacional de Atenção às 
Urgências (Portaria nº 1863/GM) com a finalidade de organizar o sistema de 
atendimento a urgências e emergências e desenvolver metodologias e processos para o 
registro de dados, organização e avaliação de informações estatísticas relativas aos 
atendimentos em unidades de urgência. 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA EM POLITRAUMATISMO ( A B C D E) 
 
A – Abertura das Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical 
B – Boa Respiração (Ventilação) 
C – Circulação com Controle de Hemorragias e Sangramentos 
D – Avaliação Neurológica 
E – Exposição / Avaliação do Ambiente 
 
 
 
 
10 
 
X- Exsanguinante (hemorragia) 
Perda de sangue que acontece após um ferimento, trauma ou alguma doença, devido 
ao rompimento de vasos da circulação sanguínea. Ela pode ser externa, quando o 
sangramento é visualizado para fora do corpo ou interna. 
A- Abertura das Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical 
Vias aéreas superiores e inferiores: 
 As vias aéreas devem ser verificadas e desobstruídas por meio de manobras 
(CHIN – LIFT OU JAW TRUSTH), e se necessário apelar para meios mecânicos ou 
cirúrgicos. Toda vítima de trauma é portadora de Traumatismo Raquimedular – TRM, 
até que se prove o contrário. Depois de fazer a avaliação das vias aéreas , deve-se fazer 
a imobilização da coluna vertebral do paciente. 
 
CHIN-LIFT E JAW TRUSTH 
 
 
Atenção: o colar cervical deverá ser aplicado sempre com a vítima na posição 
dorsal. 
 
B – Boa Respiração (Ventilação) 
 
 Ver, ouvir e sentir (3 a 5 segundos); 
 Expansão torácica, dispneia e cianose; 
 Avaliação da frequência respiratória (normal, lenta ou acelerada); 
 Profundidade dos movimentos respiratórios (superficiais ou profundos); 
 Exposição torácica (trauma de tórax). 
 
11 
 
De início verifica-se se a vítima está respirando, caso contrário deve realizar a 
desobstrução das vias aéreas e fazer a ventilação assistida com máscara facial. Para 
obter uma boa respiração é necessário uma boa entrada de ar, o bom funcionamento dos 
pulmões, do diafragma e da caixa torácica. 
 
Material para Oxigenoterapia 
Cânula e cateter nasal 
 
Fluxo mínimo = 1l/min; Fluxo máximo = 6l/min (A oferta chega a 66% de O2) 
Máscara facial simples (sem reservatório) 
 
 
Fluxo mínimo = 5l/min (40% de O2); Fluxo máximo = 8l/min (60% de O2) 
Máscara sem reinalação com reservatório de O2 
 
 
12 
 
Fluxo mínimo= 6l/min (60% de O2); Cada 1l/min acrescenta 10% na 
concentração de O2 (a oferta de O2 chega a 100%com 10 l/min) 
 
 
 
Máscara de Venturi 
 
Fluxo mínimo = 4l/min (24% de O2), Fluxo máximo = 12l/min (50% de O2) 
 
Bolsa - valva – Máscara 
 
 Fluxo máximo = 15l/min (oferta de 95% - 100% de O2) 
Cânula orofaríngea 
Indicação: quando o paciente apresenta incapacidade de manter as vias aéreas pérvias 
e/ou Glasgow menor ou igual a oito. 
Contraindicações: pacientes conscientes ou semiconscientes e reflexos de vômito. 
Complicações: tosse, vômito e laringoespasmos. 
 
13 
 
 
 
 
OXÍMETRO DE PULSO (SPO2) E VENTILADOR MECÂNICO 
 
 
 
 Valores Normais: entre 90% e 99%; 
 Ideal: Maior que 94% e menor ou igual a 99%; 
 < 90% comprometimento de O2 tecidual; 
 > 100% se caracteriza como um quadro de toxicidade. 
 
CUIDADOS 
 Local de colocação do oxímetro deve estar limpo e seco; 
 Evitar locais edemaciados; 
 Tamanho adequado. 
14 
 
 
INTERFERÊNCIAS 
 Movimentação excessiva; 
 Umidade nos sensores; 
 Localização; 
 Anemia; 
 Coloração de esmalte de unhas. 
Material de intubação 
 
 
 
VANTAGENS DA INTUBAÇÃO 
 Isola as vias aéreas; 
 Oferta de 100% de oxigênio; 
 Risco de aspiração (vômito, corpo estranho ou sangue); 
 Previne insuflação gástrica; 
 Via adicional para administração de medicamentos. 
 
DESVANTAGENS DA INTUBAÇÃO 
 Lesões das cordas vocais; 
 Trauma das vias aéreas (hemorragias); 
 Intubação esofágica; 
 Hipoxemia pela tentativa prolongada de intubação; 
 Quebra de dentes. 
 
 
 
15 
 
TRAQUEOSTOMIA 
 
 
 
VANTAGENS 
 Fornece uma ligaçãosegura às vias aéreas para aspiração de secreções ou para 
ventilação mecânica, se necessário; 
 Medicamentos na forma de nebulização e oxigênio podem ser administrados 
pela cânula; 
 É o método de escolha para ventilação mecânica, quando a disfunção bulbar 
torna a ventilação não invasiva impossível e quando é desejado um sistema de 
ventilação de suporte à vida; 
 Deixa a face livre e evita problemas com os tirantes e problemas de pressão na 
pele; 
 Os médicos, enfermeiros e alguns terapeutas estão familiarizados com os 
cuidados a ter com a traqueostomia. 
DESVANTAGENS 
 Algumas pessoas pensam que é demasiado invasiva, aumenta a sua incapacidade 
e dependência, e impede-os de usar alguns artigos de vestuário (colares ou 
gravatas). 
 As secreções necessitam ser aspiradas, tanto durante a noite como de dia; 
 Tossir para limpar as pequenas vias aéreas é difícil. 
 O orifício da traqueostomia pode infectar, sangrar ou desenvolver tecido 
inflamatório (granuloma) que tem que ser removido; 
 Algumas pessoas ficam com problemas de fala e deglutição; 
 Distúrbio de cicatrização. 
16 
 
C – CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DE HEMORRAGIAS 
A vítima deve ser avaliada cuidadosamente quanto aos seguintes parâmetros: 
 Pulso: Deve-se avaliar a presença, a qualidade e a regularidade. Ficar atento 
para possível PCR. 
 Cor: Perfusão adequada produz pele rosada, a pele fica pálida quando o sangue 
é desviado para outra área e azulada quando a oxigenação é incompleta. 
 Temperatura: Pele fria indica perfusão diminuída, pele quente ao toque é sinal 
de boa perfusão. 
 Umidade: Pele seca é bom sinal enquanto que pele úmida é sinal de choque. 
 Perfusão: Maior que 2s indica que as extremidades não estão fluxo sanguíneo 
adequado. 
 
D-AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA 
 Avaliação pupilar (Consiste na observação da simetria e resposta ao 
estímulo luminoso). 
 
 
Escala de Coma de Glasgow (Abertura dos olhos, melhor resposta verbal, melhor 
reposta motora). 
17 
 
 
 
 
 
 
 
E – EXPOSIÇÃO / AVALIAÇÃO DO AMBIENTE 
 Última etapa da avaliação é tirar as roupas do paciente para encontrar todas as 
lesões. Lesões não podem ser tratadas se não forem primeiro reconhecidas. 
18 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
Tem como objetivo tratar lesões que não foram encontradas na avaliação 
primária. Esta se inicia após ser feita a avaliação primária e a reanimação (quando 
necessário). 
S – Sintomas e SSVV. 
A – Alergias. 
M – Medicações. 
P – Passado Médico. 
L – Líquidos e Alimentos ingeridos. 
A – Ambiente. 
 
1.3 RECURSOS DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA DISPONÍVEIS 
 APH – Atendimento Pré-hospitalar; 
 RESGATE – Aeromédico, em altura, aquático; 
 BLS – Suporte Básico de Vida; 
 PHTLS – Suporte de Vida ao Traumatizado no Pré-hospitalar; 
 TLSN – Suporte de Vida do Enfermeiro no Trauma; 
 PALS - Suporte de Vida Avançado em Pediatria; 
 ACLS - Suporte de Vida Avançado em Cardiologia; 
 ATLS - Suporte de Vida Avançado no Trauma. 
 SAMU – 192 
 BOMBEIROS – 193 
19 
 
 
1.4 LEGISLAÇÃO E ÉTICA DO TRAUMA (CONSENTIMENTO DA 
VÍTIMA/PRIORIDADES DE ATENDIMENTO) 
ART. 135 do CPB E ART. 304 do CTB 
Deixar de prestar socorro ou providenciá-lo, a vítima de acidentes ou pessoas 
em situações desastrosas é crime. 
 Imperícia: fazer atividades fora das suas competências e atribuições: 
Intubação, entrar no fogo, suturar, etc. 
 Imprudência: executar a ação mesmo sabendo do risco que está correndo: 
ultrapassar o sinal vermelho. 
 Negligência: ser omisso: ver a situação e não fazer nada. 
 
PRIORIDADES DE ATENDIMENTO 
Consiste na identificação dos pacientes que necessitam de intervenção médica e 
de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou 
grau de sofrimento, usando um processo de escuta qualificada e tomada de decisão 
baseada em protocolo e aliada à capacidade de julgamento crítico e experiência do 
enfermeiro. 
1º - Usuário procura o serviço de urgência. 
2º- É acolhido pelos funcionários da portaria/recepção ou estagiários e 
encaminhado para confecção da ficha de atendimento. 
3º - Logo após é encaminhado ao setor de Classificação de Risco, onde é 
acolhido pelo auxiliar de enfermagem e enfermeiro que, utilizando informações da 
20 
 
escuta qualificada e da tomada de dados vitais, se baseia no protocolo e assim classifica 
o atendimento. 
 
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO 
1 - Apresentação usual da doença; 
2 - Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, desmaio ou perda da 
consciência, desorientação, tipo de dor, etc.); 
3 - Situação – queixa principal; 
4 - Pontos importantes na avaliação inicial: sinais vitais, SPO2, escala de dor, 
escala de Glasgow, doenças preexistentes, idade, dificuldade de comunicação, alergias, 
medicações em uso, vícios (droga, álcool, retardo mental, etc.); 
5 - A Reavaliação constante poderá mudar a classificação. 
 
PROTOCOLO DE MANCHESTER 
 
 
 
 
21 
 
2. Desobstrução das vias aéreas em adultos, gestantes, obesos e bebês (consciente e 
inconsciente). 
 
OVACE (OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS) 
Como reconhecer: Dificuldades respiratórias, tosse, palidez, náuseas, cianose labial, 
incapacidade de falar e a presença de ruídos respiratórios incomuns. 
Principais causas 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
  Leve: a vítima consegue tossir, falar e respirar; 
 Grave: a vítima não consegue tossir, falar e/ou respirar. 
 
SINAL UNIVERSAL DO ENGASGO 
 
 Vítimas conscientes – OVACE LEVE 
Boa troca de ar, consegue tossir e falar. 
Abordagem a ser realizada: 
 Confirme se a vítima consegue tossir e/ou falar. Pergunte: Você está 
engasgado? 
 Encoraje a vítima a continuar tossindo; 
 Fique ao lado da vítima e monitore suas condições. 
22 
 
Vítimas inconscientes – OVACE GRAVE 
Troca de ar muito prejudicada, ansiedade, tosse fraca ou “silenciosa”, chiado alto 
durante a inspiração, extrema dificuldade para respirar- tossir e/ou falar, cianose labial, 
sinal universal de asfixia, parada respiratória. 
Abordagem a ser realizada: 
 Aproxime-se e pergunte: Você está engasgado? 
 Sinais de forma grave: Manobra de Heimlich (compressões abdominais) – 
Para vítimas responsivas acima de 1 ano de idade. 
 
2.1 MANOBRA DE HEIMLICH 
1. Na ausência de tosse ou fala; 
2. Identifique o apêndice xifóide e umbigo; 
3. Segurar a vítima por trás, formando uma circunferência; 
 4. Fazer compressões para dentro e para cima no formato da letra jota “J”. 
 
MANOBRA DE HEIMLICH EM ADULTOS – VÍTIMAS CONSCIENTES 
 
 Posicione-se atrás da vítima; 
 Mantenha as pernas afastadas; 
 Passe os braços por baixo das axilas da vítima ao longo da cintura; 
 Feche uma das mãos e encoste-a no centro do abdome da vítima; 
 Posicione a outra mão sobre a primeira; 
 Golpeie o abdome com movimentos para dentro e para cima. 
 
 
23 
 
 
 
MANOBRA DE HEIMLICH EM GESTANTES E OBESOS – VÍTIMAS 
CONSCIENTES 
 
Para a vítima obesa ou gestante realizar compressões torácicas semelhantes a 
RCP. 
 
DESENGASGO COM CRIANÇAS DE COLO 
 
1. Segurar a cervical da criança, colocar a cabeça para baixo e promover 5 
tapinhas entre as escapulas. 
2. Cinco compressões no osso esterno. 
 
 
24 
 
 
 
OVACE – VÍTIMAS INCONSCIENTES 
 
Abordagem a ser realizada: 
 Dar suporte e apoiar no chão em decúbito dorsal horizontal; 
 Comunicar a inconsciência; 
 Iniciar 30 compressões torácicas; 
 Abrir vias aéreas e observar cavidade oral; 
 Retirar manualmente o que pode ser observado; 
 Executar 2 ventilações de 1 segundo cada; 
 Prosseguir com a RCP; 
 Reavaliar a cada 2 minutos. 
 
 
3. PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) 
A parada cardíaca acontece é tida como uma situação súbita e inesperada, que se 
caracteriza pela parada dos batimentos cardíacos ou quando os mesmos são ineficazes, 
inconsciência, ausência de respostas a estímulos, apneia, pulso não palpável, 
impossibilitandoassim o coração de exercer sua função, resultando em alterações na sua 
25 
 
atividade mecânica e elétrica, diminuindo o débito cardíaco que resultará em variações 
nas ondas de excitação elétrica através do miocárdio, provocando alterações dinâmicas 
no volume e pressão do sangue nas câmaras cardíacas (BAUER, et.al, 2018). 
 Fenômenos que antecedem a parada cardiorrespiratória: forte dor no peito, 
abdômen e nas costas; falta de ar; dor ou formigamento no braço esquerdo e fortes 
palpitações, por exemplo. Vale salientar, que a parada cardíaca representa uma situação 
de emergência, que pode levar à morte em poucos minutos caso não seja tratada 
rapidamente. 
 
CAUSAS DA PARADA CARDÍACA 
Cardiopatias; afogamento; traumas; engasgo; trombos; aterosclerose e choques. 
 
TRATAMENTO 
USO DE MEDICAMENTOS QUE INIBEM A PCR 
 
 Aspirina (AAS): esse medicamento é usado com o objetivo de evitar a 
formação de coágulos sanguíneos, principalmente nas placas de gordura das 
artérias. 
 Beta-bloqueadores: esses medicamentos fazem com o coração volte a bater 
lentamente, reduzindo a necessidade de oxigênio desse órgão. Exemplos: 
propranolol, atenolol, bisoprolol, metoprolol. 
 Antagonistas do cálcio: esses medicamentos são utilizados com os mesmos 
objetivos que os beta-bloqueadores, naquelas pessoas que não toleram o uso 
desses últimos. Exemplos: verapamil, diltiazen, nifedipina. 
 Inibidor da ECA: esses medicamentos são extremamente importantes, porque 
reduzem os danos causados pelo infarto ao coração. Exemplos: captopril, 
enalapril. 
 Nitratos: medicamentos normalmente usados para tratamento durante episódios 
de dor, vasodilatadores sendo utilizados na forma de comprimidos sublinguais. 
Isocordil, monocordil. 
 
Quando o quadro de parada for revertido, é necessário realizar exames que 
evidenciem o que ocasionou o evento, possibilitando assim um tratamento eficaz e 
26 
 
ainda a prevenção de uma nova parada cardíaca. Em alguns casos, pode ser necessário o 
implante de um marca - passo ou até mesmo um cardiodesfibrilador implantável - CDI, 
que são pequenos aparelhos usados para diminuir ou reverter o quadro de parada 
cardíaca. 
Lembrando que tomar regularmente os medicamentos prescritos, a adoção de um 
estilo de vida saudável e um acompanhamento multiprofissional são elementos 
fundamentais para diminuir a probabilidade desenvolver problemas cardíacos. 
 
NÃO SE DEVE REALIZAR PCR 
 
Decapitação; Rigidez cadavérica; Carbonização; Esmagamento de cabeça e tórax; e 
Estado de putrefação. 
 
 
 
3.1 SINAIS DE PARADA RESPIRATÓRIA 
 
 Inconsciência; 
 Tórax imóvel; 
 Ausência de saída de ar pelas vias aéreas; 
 Cianose de extremidades; 
 Ausência de pulsação (pulsos femorais ou carotídeos); 
 Ausência de ausculta cardíaca. 
 
 
 
 
 
27 
 
3.2 DIRETRIZES 2018 DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR: 
SUPORTE BÁSICO DE VIDA 
 
 
1º Reconhecimento imediato da emergência e acionamento do Sistema de Emergência: 
Ligue 192 ou 193. 
2º Aplicação de RCP. 
3º Aplicação imediata de choque com Desfibrilador assim que disponível. 
4º Suporte Avançado de Vida seguido de tratamento pós-reanimação. 
5º Cuidados pós-PCR integrados. 
 
 
CORRENTE DE SOBREVIVÊNCIA PARA CRIANÇAS 
 
1º Possíveis causas de PCR em crianças (prevenção). 
2º RCP imediata e de alta qualidade, com ênfase nas compressões torácicas. 
3º Acionamento do Serviço de Emergência. Ligue 192 ou 193. 
4º Suporte Avançado de Vida eficaz. 
5º Cuidados pós-PCR integrados. 
 
 
28 
 
 
 
3.3 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) 
 
ADULTOS 
C – Circulação A – Vias aéreas B – Respiração D – Desfibrilação 
 
C – CIRCULAÇÃO E COMPRESSÃO TORÁCICA 
 
Checar pulso carotídeo proximal. Se há pulso, mas a vítima não responde 
continuar com a respiração de resgate. Se não há pulso iniciar a compressão torácica. 
Realizar 30 compressões para 2 ventilações, entre uma frequência de 100 a 120 por 
minuto. 
OBS: O ACLS 2015 contra indica as ventilações boca a boca. Nessa condição só 
será necessário às compressões externas. 
29 
 
 
 
 
 
A – ABERTURA E AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
 Fazer abertura das VA (possível obstrução por queda da língua, corpos 
estranhos); 
 Manobra de Jaw-Thrust (elevação da mandíbula e deslocando-a para frente, 
abrindo a boca da vítima); 
 Manobra de Chin-Lift (elevação do mento); 
 Manobra de Heimlich (possibilita uma tosse artificial com expulsão do corpo 
estranho). 
 
 
 
30 
 
B – BOA RESPIRAÇÃO 
 
Determinar a ausência de respiração. Se a vítima adulta não responde, e não está 
respirando, aplicar respiração de resgate com 2 ventilações moderadas com um tempo 
de 1 segundo para cada ventilação. 
 
 
D – DESFIBRILAÇÃO PRECOCE 
 
Bifásico: 200 J / Monofásico: 360 J 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
CRIANÇAS 
C – CIRCULAÇÃO E COMPRESSÃO TORÁCICA 
 
 Traçar uma linha imaginária entre os mamilos. 
 Fazer a compressão com a região hipotenar de uma das mãos. 30:2 (Sozinho) 
15:2 (2 Socorristas) 
 
A E B – ABERTURA E AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
D – DESFIBRILAÇÃO PRECOCE 
 
Observar o tamanho das pás. Usar entre 2 J/Kg ou 4 J/Kg, dependendo do 
aparelho e peso da criança. 
NEONATOS 
C – CIRCULAÇÃO E COMPRESSÃO TORÁCICA 
 Com 2 polegares sobre o osso esterno, comprimir o esterno 1/3 do tórax (3:1). 
 Não é indicado fazer Desfibrilação em menores de 1 ano. 
OBS: respiração boca a boca reduz chances de sobrevivência. 
 
 
 
 
32 
 
A – ABERTURA E AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
 
B – BOA RESPIRAÇÃO 
 
 
 
33 
 
 
 
 
4 HEMORRAGIAS 
Hemorragia é o extravasamento de sangue dos vasos através da ruptura das suas 
paredes, que acontece após um ferimento, trauma ou alguma doença. Ela pode ser 
externa, quando o sangramento é visualizado para fora do corpo, ou interna, quando 
acontece para dentro de alguma cavidade do organismo, como no abdômen, crânio ou 
pulmão. 
Na hemorragia venosa ou arterial, pode haver sangramento de grande quantidade, sendo 
importante se dirigir ao pronto-socorro mais próximo para que sejam feitos os 
procedimentos adequados. 
34 
 
Existem três tipos de hemorragias externas (capilar, venosa e arterial). 
 Externa: visível, extravasa para o meio ambiente. 
 Interna: o sangue extravasa para o interior do próprio corpo. 
 Arterial: sangue vivo, vermelho claro, em jato. 
 Venoso: vermelho escuro, em fluxo contínuo, sob baixa pressão. 
 Capilar: Flui de diminutos vasos da ferida. Facilmente controlada. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS 
 
 
REPOSIÇÃO VOLÊMICA RÁPIDA 
Usadas soluções cristaloides aquecidas (39ºC) – A solução ringer é a de escolha inicial, 
seguida por SF 0,9%. 
35 
 
Dose: Adultos – 2000ml, aberto. 
 Crianças – 20 ml/Kg em 20 a 30min. 
Durante a administração inicial observa-se a resposta do paciente e as decisões 
diagnósticas e terapêuticas são baseadas nessa resposta, uma maneira de grosseira de 
determinar o volume inicial de cristaloide a ser reposto é a “regra 3 para 1”. 
 
REPOSIÇÃO DE SANGUE 
 Caso persistam sinais de choque, após 2 ou 3 reposições de cristaloides é 
necessário a reposição com concentrado de hemácias; 
 Idealmente usar sangue tipado com prova cruzada, ou se não houver tempo, 
sangue O negativo; 
 Deve-se usar 1g de cálcio EV para cada litro de sangue utilizado. 
 Reposição com crist. Hipertônicos (7,5%) 
 
4.1 CONTROLE DE HEMORRAGIA EXTERNA 
 
Pressão direta (compressivos): Método rápido e eficiente. Comprimir entre 10 e 30 
minutos com compressas ou com a própria mão enluvada. 
 
 
CAPILAR 
É o sangramento mais comum, que acontece no dia-a-dia, geralmente, devido a 
pequenos cortes ou escoriações, em que apenas os pequenos vasos que chegam até a 
superfície Da pele, chamados de capilares, são atingidos. 
 O que fazer: como este tipo dehemorragia é leve e de pequena quantidade, ela 
costuma parar sozinha, após 5 a 10 minutos. Deve-se lavar o local com água e sabão e, 
depois, cobrir com um curativo limpo e seco. 
36 
 
VENOSA 
É a hemorragia que acontece devido a algum corte grande ou mais profundo, 
com sangramento em fluxo contínuo e lento, por vezes de grande volume, através da 
ferida. 
O que fazer: este tipo de sangramento só é grave quando atinge uma veia de grosso 
calibre, e, por isso, costuma parar com a compressão do local, com um pano limpo. 
Deve-se procurar o pronto-socorro mais próximo, pois geralmente, é necessária a 
realização de sutura da ferida para que não haja risco de infecção ou novo sangramento. 
 ARTERIAL 
Nesta hemorragia as artérias são atingidas, estes vasos são responsáveis por 
levar sangue do coração para as demais partes corpo e, se caracteriza por sangue 
vermelho vivo, com grande fluxo e intensidade. O sangramento arterial é o tipo mais 
grave, e pode, até, provocar jatos de sangue para locais distantes do corpo e apresenta 
risco de morte. 
O que fazer: como é um sangramento grave, deve ser parado o mais rápido possível, 
com a compressão forte do local com panos limpos ou com a realização de um 
torniquete, pois é uma hemorragia de mais difícil controle. Deve-se ir rapidamente ao 
pronto-socorro ou ligar para o 192. Se o sangramento for em um braço ou perna, pode-
se elevar o membro para facilitar a contenção. 
 
Torniquete: Deve-se identificar a vítima de torniquete, marcando seu horário. Só é 
utilizado quando todos os métodos falharem e apresente muitas complicações. 
Saiba como fazer o torniquete: 
 
Amarre um pano limpo ligeiramente acima do ferimento, enrolando-o firmemente duas 
vezes. Amarre-o com nó simples; Em seguida, amarre um bastão sobre o nó do tecido. 
Torça o bastão até estancar o sangramento; Marque o horário em que foi aplicado o 
torniquete; Procure socorro médico imediato; Desaperte a vítima gradualmente a cada 
10 ou 15 minutos, para manter a circulação do membro afetado e evitar a necreso 
tecidual. 
37 
 
 O torniquete passa a ser o método de primeira escolhas em situações de 
amputação e ou ferimentos profundos em membros. 
 
 
4.2 HEMORRAGIAS INTERNAS 
Quando é interna, a identificação se torna mais criteriosa, porém os sinais e sintomas 
que indicam a presença de uma hemorragia deste tipo são: 
 Palidez e cansaço; 
 Pulso rápido e fraco; 
 Respiração acelerada; 
 Sede excessiva; 
 Queda da pressão; 
 Náuseas ou vômitos com sangue; 
 Confusão mental ou desmaios; 
 Dor abdominal, a região mencionada fica rígida. 
Na suspeita de uma hemorragia interna, deve-se procurar o pronto-socorro para que 
sejam feitas as intervenções necessárias para que a mesma seja contida. Uma das formas 
de hemorragia interna mais frequente é a cerebral, que leva ao surgimento de um AVE 
hemorrágico. 
Existem ainda, alguns exemplos de hemorragias internas que se exteriorizam, e as mais 
comuns estão presentes: 
 Nas fezes, devido a uma lesão no intestino ou hemorroidas, por exemplo, 
que é chamada de hemorragia digestiva baixa; 
 Na tosse, também conhecida como hemoptise, que acontece devido a 
infecções respiratórias, lesões nos pulmões ou câncer; 
 No útero, devido a alterações menstruais ou miomas; 
38 
 
 Na urina, causado por infecções ou cálculos urinários; 
 No nariz também chamada de epistaxe, ocasionada por espirros ou 
irritação da mucosa do nasal. 
Para conter este tipo de sangramento deve-se: 
1. Sentar o paciente e inclinar a cabeça para a frente; 
2. Apertar as narinas com o polegar e indicador durante pelo menos 10 minutos; 
3. Após estancar o sangramento, higienizar o nariz e a boca, sem fazer pressão, 
utilizando uma compressa ou pano molhado com água; 
4. Não assoar o nariz durante pelo menos 4 horas após o nariz sangrar. 
 Quando pode ser grave: se surgirem outros sintomas como tonturas, desmaio ou 
sangramentos nos olhos e ouvidos. Nestes casos deve-se ligar para o Samu 192 
ou se dirigir para unidade de saúde mais próxima. 
 Como evitar: não ficar exposto muito tempo ao sol ou a temperaturas muito 
altas, pois o calor dilata as veias da mucosa nasal, facilitando o sangramento. 
 
5. FERIMENTOS LOCALIZADOS 
 
Conceito 
 É o rompimento da pele, podendo atingir camadas mais profundas do organismo, 
órgãos, vasos sanguíneos e outras áreas. Pode ser provocado por vários fatores, 
dentre eles: faca, arma de fogo, objetos perfuro-cortantes, arames, pregos, pedaços de 
metais, etc. 
TIPOS DE FERIMENTO 
 A incisão é um corte bem definido feito por um material cortante. Quando 
acomete os membros, pode ocorrer a danificação de estruturas como os tendões. 
 A laceração é uma ruptura irregular causada por esmagamento ou dilaceração. 
Geralmente, sangra menos, mas lesa muito mais. 
39 
 
 A abrasão ou escoriação é um ferimento leve em que as camadas mais 
superficiais da pele são raspadas, deixando a região em carne viva. Ocorre 
geralmente em quedas. 
 A contusão ou equimose ocorre quando o sangue escapa para os tecidos, após 
um golpe brusco. Pode geralmente ocultar danos mais profundos 
 O ferimento perfurante apresenta uma pequena abertura externa, mas pode 
provocar grandes lesões internas. É o que ocorre quando pisamos em um prego. 
 Ferimento por transfixação é quando há perfuração por bala ou qualquer outro 
projétil com abertura do ferimento pequena e limpa, mas sua saída é irregular e 
muito maior. 
 
5.1. OLHOS 
O olho é um órgão muito sensível do corpo humano, estando localizado na face, 
ficando susceptível a traumatismos. O traumatismo ocular é uma condição grave que 
requer rápida ação médica. 
Trauma é uma lesão gerada por uma ação violenta, de natureza externa, ou 
seja, é um ferimento no olho que compromete sua estrutura e prejudica a capacidade de 
enxergar. 
Na maioria das ocorrências, o trauma acaba não oferecendo grandes riscos, 
sobretudo se for tratado corretamente, porém vai depender das causas e dos sintomas 
apresentados após o acidente. 
O trauma sofrido na região do globo ocular é uma condição relativamente 
comum, que pode ocorrer no ambiente doméstico, em acidentes de trabalho, nos 
momentos de lazer e na prática esportiva. No geral, as causas mais comuns são: 
 Exposição prolongada (mais de 15 minutos) a produtos químicos de uso 
doméstico e industrial; 
 Entrada de corpos estranhos (insetos, areia, poeira e outras partículas); 
 Socos e tapas em brigas ou esportes de contato; 
 Acidentes com bolas pequenas, como de golfe e tênis, que atingem 
diretamente o globo ocular; 
 Acidentes de trânsito ou por queda em ambientes públicos em no próprio 
domicílio. 
 
https://retinapro.com.br/blog/principais-partes-do-olho/
40 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Variam bastante de acordo com a causa. No geral, pode haver: 
 Manchas; 
 Vermelhidão; 
 Visão turva; 
 Lacrimejamento; 
 Edema; 
 Formação de manchas escuras conhecidas como moscas volantes; 
 Perda parcial ou total da visão. 
OBS: Esses sintomas podem desaparecer depois de alguns dias, com o tratamento 
adequado. 
Uma das consequências mais temidas após o trauma ocular é o descolamento de 
retina, que pode levar à perda de visão. Nesse caso específico, alguns sinais que podem 
sugerir esta condição é o aparecimento de moscas volantes, flashes no campo de visão 
ou visão turva. 
Logo após um acidente, é preciso agir rapidamente. Nos casos de lesão por 
corpo estranho, é necessário que seja avaliado pelo médico oftalmologista. Quando está 
localizado superficialmente, pode ser removido no consultório médico, contudo quando 
há a penetração dele para o interior do olho, a intervenção cirúrgica será mais eficaz. 
Nos casos em que ocorre a contaminação por produto químico, é indicado que a 
leitura do rótulo do produto seja feita, e de imediato lavar com água corrente até chegar 
ao posto de atendimento mais próximo. 
Nos casosque se caracterizam como contusões, que são traumatismos 
produzidos por uma lesão, que tanto poderá traduzir-se por uma mancha escura 
(equimose) como por um tumor de sangue (hematoma); este, quando se localiza na 
cabeça, é denominado, vulgarmente, „galo‟. As contusões são dolorosas e não se 
acompanham de solução de continuidade da pele. Nestes casos é recomendado que a 
vítima permaneça de olhos fechados, principalmente se os mesmos estiverem muito 
edemaciados. A parte contundida deve ficar em repouso sob a ação da bolsa de gelo nas 
primeiras horas e do banho de luz nos dias subsequentes. 
Em todas essas situações, é fundamental procurar um pronto socorro para 
o atendimento oftalmológico adequado. O oftalmologista pode indicar o uso de 
colírios que tenham ação antimicrobiana e anti-inflamatória, ou pode haver ainda a 
indicação de procedimentos cirúrgicos, de acordo com a complexidade do quadro. Após 
https://retinapro.com.br/blog/moscas-volantes-o-que-sao-e-com-o-que-devo-me-preocupar/
https://retinapro.com.br/blog/afinal-o-que-e-descolamento-de-retina/
https://retinapro.com.br/blog/afinal-o-que-e-descolamento-de-retina/
https://retinapro.com.br/blog/moscas-volantes-o-que-sao-e-com-o-que-devo-me-preocupar/
https://retinapro.com.br/blog/1a-consulta-oftalmologica-quais-exames-levar/
41 
 
esse primeiro atendimento, é importante fazer um acompanhamento para acompanhar a 
evolução da lesão. 
Cuidados importantes: é fundamental proteger sempre a região dos olhos com 
equipamentos de segurança, por exemplo, com óculos solar e evitar o contato com 
substâncias irritantes. 
 
5.2 OBJETOS ENCRAVADOS 
Nas lesões por objetos perfurantes (madeiras, lâminas, pedaços de metal, vidros) 
geralmente há exposição dos tecidos do corpo ao ambiente. Esta situação é associada a 
acidentes nos ambientes de trabalho e domésticos, sendo ocasionado muitas vezes por 
violência. 
Conduta: Não retire os objetos encravados, (madeira, ferro, arame, vidros, 
galho, etc.). A retirada pode provocar lesões nos órgãos e graves hemorragias, pois 
libera o ponto de pressão que está fazendo. Proteja a área com pano limpo, sem retirar o 
objeto, fixando-o para evitar movimentação durante o transporte. 
Aguarde a chegada até o local de atendimento. Fique ao lado da vítima e conforte-a. 
Importante: Verificar a carteira de vacinação, para averiguar a necessidade de 
administrar a vacina antitetânica. 
 
 
42 
 
 
CONDUTAS DIANTE DA EVISCERAÇÃO 
Na evisceração não se deve tentar colocar o órgão de volta na cavidade 
abdominal. Deve-se deixar as vísceras na superfície do abdômen. A maior parte do 
conteúdo abdominal necessita de ambiente úmido. Dessa forma, é necessário umedecer 
as vísceras com compressas limpas e estéreis, na tentativa de evitar necrose dos tecidos. 
 
 
5.3. FERIMENTOS POR ARMA BRANCA/ARMA DE FOGO 
Os casos de ferimentos provocados por armas brancas e armas de fogo, 
infelizmente, chamam a atenção pela frequência e letalidade com que se apresentam. 
CONDUTA 
 Avalie o estado de consciência da vítima e tente acalmá-la; 
 Lave as mãos e em seguida os ferimentos com água e sabão; 
 Se uma faca estiver "presa" no corpo da vítima, não tente remover; 
43 
 
 Remova a vítima, cuidando para não introduzir ou movimentar o objeto 
"encravando"; 
 Se houver apenas o ferimento, comprima o local com um pano limpo; 
 Eleve os membros afetados; 
 Acione ou procure imediatamente o serviço especializado. 
 
6. INTERCORRÊNCIAS NEUROLÓGICAS 
 
6.1 SÍNCOPE/DESMAIO 
Caracterizada por perda súbita e transitória da consciência e do tônus postural, 
seguida de recuperação espontânea e completa, a síncope habitualmente se associa a 
sintomas premonitórios, como tontura, sudorese, náuseas, palpitações ou visão turva, 
embora esses elementos possam estar ausentes. 
O evento resulta de hipofluxo cerebral transitório, o que o diferencia de outras 
causas de perda de consciência. A diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro decorre 
geralmente de queda na pressão arterial, determinada pela redução do débito cardíaco, 
da resistência vascular periférica ou de ambos. 
O esclarecimento da etiologia da síncope é importante para avaliar o risco do 
indivíduo, permitir um tratamento direcionado e adequado e evitar recorrências, que 
ocorrem em até um terço dos pacientes num período de três anos. Como se não bastasse, 
a literatura demonstra que há altas taxas de “síncope não explicada”, as quais, portanto, 
devem estimular as estratégias de investigação e diagnóstico. 
 
O episódio pode ser desencadeado por uma série de fatores, incluindo: 
 Medo; 
 Trauma emocional; 
 Estresse; 
 Dor severa; 
 Uma queda súbita da pressão arterial; 
 Baixo nível de açúcar no sangue devido ao diabetes ou longos períodos 
em jejum; 
 Hiperventilação (respiração rápida e superficial); 
 Desidratação; 
https://www.minhavida.com.br/temas/medo
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/estresse
https://www.minhavida.com.br/temas/hiperventila%C3%A7%C3%A3o
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/desidratacao
44 
 
 Ficar em pé por muito tempo; 
 Levantar-se rápido demais de uma posição sentada ou deitada; 
 Esforço físico em altas temperaturas; 
 Tosse severa; 
 Esforço excessivo durante a evacuação; 
 Convulsões; 
 Abuso de drogas ou álcool. 
Medicamentos que reduzem a pressão arterial também podem causar desmaios, 
principalmente se você passa muito em pé ou faz esforço. Esses remédios geralmente 
são aqueles usados para tratar a pressão alta, alergias, depressão e ansiedade. 
Se o paciente tem a sensação de desmaio ou sofre é acometido pelo mesmo 
quando vira a cabeça para o lado, pode ser que os ossos do pescoço estejam 
comprimindo um vaso sanguíneo. 
As mudanças hormonais no início da gravidez, por vezes, podem causar 
desmaios. Em casos raros, um desmaio também pode ser sintoma de tumores cerebrais – 
principalmente se acompanhado de outros sintomas neurológicos, como convulsão. 
Existem alguns fatores de risco: 
 Diabetes; 
 Bloqueios cardíacos; 
 Arritmias cardíacas; 
 Ansiedade ou ataques de pânico. 
Se você sofreu um desmaio, peça para alguém que testemunhou o episódio 
relatar algumas informações que você por ventura não lembre. Se possível, leve essa 
pessoa ao hospital com você. 
Em pessoas que já desmaiaram, alguns sintomas e características são motivo de 
preocupação. Veja: 
 Desmaio durante o exercício; 
 Vários episódios dentro de um curto espaço de tempo; 
 Desmaio repentino, sem quaisquer sintomas de alarme ou qualquer 
gatilho aparente; 
 Desmaio precedido ou seguido de possíveis sintomas cardíacos, tais 
como dor no peito, palpitações ou falta de ar; 
 Idade avançada; 
 Lesão significativa como resultado de desmaio; 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tosse
https://www.minhavida.com.br/temas/convuls%C3%B5es
https://www.minhavida.com.br/temas/tumores%20cerebrais
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes
https://www.minhavida.com.br/temas/arritmias%20card%C3%ADacas
45 
 
 História familiar de morte súbita. 
 Durante a consulta médica será realizada a anamnese do paciente, verificação da 
pressão arterial e ausculta respiratória e cardíaca, além da solicitação de alguns exames, 
que são eles: ecocardiograma, eletrocardiograma, eletroencefalograma, radiografia do 
tórax e exames de sangue. 
 
CONDUTA 
SE A PESSOA APENAS COMEÇOU A DESFALECER 
1. Sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante. 
2. Curvá-la para frente. 
3. Baixar a cabeça do acidentado, colocando-a entre as pernas e pressionar a 
cabeça para baixo. 
4. Manter a cabeça mais baixa que os joelhos. 
5. Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar. 
 
 
 
HAVENDO O DESMAIO 
1. Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição mais 
baixa em relação ao resto do corpo. 
2. Afrouxar a sua roupa. 
3. Manter o ambiente arejado. 
4. Se houver vômito,lateralizar-lhe a cabeça, para evitar sufocamento. 
5. Depois que o acidentado se recuperar, pode ser dado a ela café, chá ou mesmo 
água com açúcar. 
6. Não se deve dar jamais bebida alcoólica; 
7. Solte cintos, colares ou qualquer acessório que possa apertá-la. 
 
46 
 
 
 
 
 
Se o desmaio durar mais que dois minutos agasalhar a vítima e procurar o serviço 
de urgência. 
 
 
 
O QUE NÃO DEVE SER FEITO 
 Jogar água fria no rosto da vítima; 
 Oferecer álcool ou qualquer coisa para a pessoa cheirar; 
 Sacudir a vítima. 
 
6.2 CRISES CONVULSIVAS / CRISE EPILÉPTICA 
 
DEFINIÇÃO 
 
É uma contração violenta, ou uma série de contrações dos músculos voluntários, com ou 
sem perda de consciência. 
47 
 
 
PRINCIPAIS CAUSAS 
 
 Nos ambientes de trabalho podemos encontrar esta afecção em indivíduos com 
histórico anterior de convulsão. De modo específico, podemos encontrar 
trabalhadores com convulsão quando expostos a agentes químicos de poder 
convulsígeno, tais como os inseticidas clorados e o óxido de etileno. 
 Febre muito alta, devido a processos inflamatórios e infecciosos, 
ou degenerativos; 
 Hipoglicemia; 
 Alcalose; 
 Erro no metabolismo de aminoácidos; 
 Hipocalcemia; 
 Traumatismo na cabeça; 
 Hemorragia intracraniana; 
 Edema cerebral; 
 Tumores; 
 Intoxicações por gases, álcool, drogas alucinatórias, insulina, dentre 
outros agentes; 
 Epilepsia ou outras doenças do Sistema Nervoso Central. 
 
SINTOMAS 
 Inconsciência; 
 Queda desamparada, onde a vítima é incapaz de fazer qualquer 
esforço para evitar danos físicos a si própria; 
 Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos; 
 Suor; 
 Midríase (pupila dilatada); 
 Lábios cianosados; 
 Espumar pela boca; 
 Morder a língua e/ou lábios; 
 Corpo rígido e contração do rosto; 
 Palidez intensa; 
48 
 
 Movimentos involuntários e desordenados; 
 Perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano). 
 
Geralmente os movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos, tornando-se, 
então, menos violentos e o acidentado vai se recuperando gradativamente. Estes acessos 
podem variar na sua gravidade e duração. Depois da recuperação da convulsão há perda 
da memória, que se recupera posteriormente. 
 
Conduta: 
1. Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a 
cabeça não sofra traumatismo e procurando deitá-la no chão com 
cuidado, acomodando-a; 
2. Retirar da boca próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e 
eventuais detritos; 
3. Remover qualquer objeto com que a vítima possa se machucar e afastá-la 
de locais e ambientes potencialmente perigosos, como por exemplo: 
escadas, portas de vidro, janelas, fogo, eletricidade, máquinas em 
funcionamento; 
4. Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se que a 
vítima não está se machucando; 
5. Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura; 
6. Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos 
ou secreções; 
7. Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima; 
8. Tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes para evitar 
mordedura da língua; 
9. Não jogar água fria no rosto da vítima; 
10. Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada até que ela tenha 
plena consciência e autocontrole; 
11. Se a pessoa demonstrar vontade de dormir, deve-se ajudar a tornar isso 
possível; 
12. Contatar o atendimento especializado pela necessidade de diagnóstico e 
tratamentos precisos. 
49 
 
 
 
No caso de se propiciar meios para que a vítima durma, mesmo que seja no 
chão, no local de trabalho, a melhor posição para mantê-la é deitada na "posição lateral 
de segurança" (PLS). 
Devemos fazer uma inspeção no estado geral da vítima, a fim de verificar se ela está 
ferida e sangrando. Conforme o resultado desta inspeção, devemos proceder no sentido 
de tratar das consequências do ataque convulsivo, cuidando dos ferimentos e contusões. 
 
7.0 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS 
Em sua diversidade geográfica, o Brasil é um país rico em flora e fauna. São 
florestas, rios, montanhas, semi-áridos e litoral, habitados por inúmeras espécies de 
animais, que variam de acordo com a localização geográfica ou que ocorrem 
indiscriminadamente em quase todas as regiões do território nacional. 
50 
 
Muitas espécies de animais, que povoam a flora brasileira, são dotadas de mecanismos 
de defesa que têm peçonhas ou venenos. São animais peçonhentos. Entre estes se 
destacam, pela frequência de acidentes que causam entre a população, os insetos, 
escorpiões, aranhas e cobras. O veneno destes animais pode causar dolorosas 
intoxicações e, muitas vezes, se não houver socorro imediato, morte. Portanto animais 
peçonhentos são aqueles, vertebrados ou invertebrados, que possuem glândulas de 
veneno que se comunicam com dentes ocos, ferrões, aguilhões, por onde o veneno é 
injetado com facilidade. Já os animais venenosos são aqueles, vertebrados ou 
invertebrados, que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes 
ou ferrões), provocando envenenamento passivo que são os ocasionados por ingestão, 
onde há numerosas espécies de moluscos marinhos que já provocaram mortes por serem 
ingeridos (peixe baiacu); ou por contato (lonomia ou pararama), ou ainda por 
compressão (sapo). 
 
7.1. PICADA DE COBRA 
Os acidentes por cobras merecem atenção, visto que são importantes do ponto de 
vista da saúde pública, por sua frequência e potencial gravidade, sobretudo em países 
como o Brasil, que apresenta características geográficas favoráveis à existência de 
grande número de espécies de cobras venenosas. Estima-se que anualmente, atinjam 
cerca de um milhão de acidentes com vítimas, com óbito estimado em 30 a 50 mil. 
 
 
 
 Quadro XXIX - Distribuição geográfica de algumas cobras venenosas mais comuns. 
 
É importante possuir noções para identificação do ofídio agressor, 
caracterizando-o como peçonhento ou não, pois um grande número de acidentes 
ofídicos ocorre por serpentes não peçonhentas, tendo fundamental importância no 
51 
 
tratamento e também na autoproteção. A identificação do gênero é importante nos casos 
de serpentes peçonhentas, uma vez que a soroterapia específica é o recurso terapêutico 
fundamental para a vítima. A identificação pode ser realizada através de suas 
características anatômicas ou dos sintomas apresentados pela vítima, já que as 
características das peçonhas se mantêm relativamente constantes entre os ofídios do 
mesmo gênero. 
 
 
A diferença entre as corais e as falsas corais é difícil; em geral, nas corais os anéis 
coloridos (pretos e vermelhos intercalados com anéis brancos ou amarelados) 
envolvem toda a circunferência do corpo; nas falsas corais, em geral, os anéis se 
interrompem na região ventral. Há na região amazônica algumas corais de cor 
marrom escura, sem anéis e com manchas avermelhadas na região ventral. 
** - Orifício localizado entre o olho e a narina, com função sensitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
A Figura abaixo serve para distinguir as características externas de serpentes venenosas 
e não venenosas. 
 
 
 
Vale salientar, que no Brasil, existem também algumas espécies conhecidas 
como semi-peçonhentas ou opistóglifas. Elas contam com os dentes inoculadores no 
53 
 
fundo da boca, mas normalmente não conseguem dar uma mordida tão profunda ao 
ponto de injetarem o veneno. 
 
Mesmo assim, existem casos registrados de vítimas de picadas de cobras semi-
peçonhentas que enfrentaram complicações médicas e precisaram ter os sintomas 
contidos no hospital. É por isso que, independente do tipo de cobra, uma picada deve 
sempre ser tratada com cuidado e o paciente, levado ao serviço de saúde o mais rápido 
possível. 
CONDUTA EM CASOS DE PICADA DE COBRA 
 
1. Acalmar e confortar a vítima que, quase sempre, estará excitada 
ou agitada. Eladeve ser mantida em decúbito dorsal, em repouso, 
evitando deambular ou correr, caso contrário, a absorção do veneno pode 
disseminar-se; 
2. Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão, 
fazendo a antissepsia local, se possível (a ferida também é contaminada 
por bactérias); 
3. Não perfurar ou cortar o local da picada; 
4. Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes; 
5. Não se deve fazer o garroteamento do membro afetado, pois isto 
agravará as lesões locais; 
6. O membro afetado deve ser mantido elevado; 
7. Manter a vítima hidratada; 
54 
 
8. Evitar o uso de drogas depressoras do Sistema Nervoso (álcool por 
exemplo); 
9. Controlar os sinais vitais e o volume urinário do acidentado; 
10. Dar o apoio respiratório que o caso exigir. 
11. Transportar a vítima com urgência para o atendimento especializado de 
emergência. 
12. Em nenhuma circunstância a extremidade deve ser envolvida com gelo. 
13. Se já passaram mais de 30 minutos desde o momento da picada, não 
adianta qualquer medida local de primeiros socorros. Deve-se manter os 
cuidados gerais de repouso e apoio psicológico: verificação dos sinais 
vitais e prevenção de estado de choque e transportar a vítima o mais 
rápido possível ao serviço de emergência médica. Sempre que for 
possível, deve-se localizar a cobra que mordeu a vítima e levá-la, com 
segurança, para reconhecimento e para que seja ministrado o soro 
específico. O soro universal não é tão eficiente quanto o soro específico. 
Captura-se uma cobra viva levantando-a do chão com uma haste 
qualquer pelo meio do corpo, sem se arriscar e, em seguida, coloca-se o 
animal em uma caixa bem fechada; assim ela não consegue reagir nem 
dar o bote. Se não for possível levá-la viva, não devemos hesitar em 
mataro animal e recolher o exemplar. 
PREVENÇÃO 
Em relação às medidas preventivas relativas ao acidente ofídico, importam o 
conhecimento de fatores relacionados às serpentes, bem como da atividade humana. Isto 
torna a profilaxia do ofidismo um objetivo difícil de ser alcançado pela complexidade 
das possibilidades de interação ofídio - homem. Entretanto, algumas medidas gerais são 
factíveis na diminuição do risco de envenenamento ofídico, a saber: 
 Evitar andar descalço, pois as porções inferiores do corpo (pés e pernas) são os 
locais mais atingidos nas picadas; o uso de botas é aconselhado nos locais de 
ocorrência de ofídios. 
 Observação cuidadosa ao caminhar em locais de mata e capinzais, área na qual 
podem ser encontradas serpentes. 
 Uso de luvas resistentes (raspas de couro) para determinadas atividades 
laboratoriais e de trabalho de campo. Cobras gostam de abrigar – se em locais 
55 
 
quentes, escuros e úmidos, cuidado ao revirar montes de lenhas ou inspecionar 
buracos na terra com as mãos desprotegidas. 
 Cuidado ao subir em árvores, pois descritos acidentes na cabeça, ombros e 
braços. 
 Onde há rato, há cobra. Manter limpo terrenos, evitando acúmulo de madeira, 
tijolos, pedras, entulhos de construção civil, lixos, etc, além de se evitar 
trepadeiras que encostem nas paredes ou alcancem telhados e forros. 
 A criação de determinadas aves afiófagas (como gansos, emas, dentre outras) 
ajuda a afugentar as serpentes. 
 Evitar caminhadas desnecessárias noturnas em locais de mata e capinzais, dados 
os hábitos noturnos (saída para alimentação) de boa parte 
das serpentes peçonhentas. 
 
7.2 PICADA DE ARANHA E FERROADA DE ESCORPIÃO 
 
ARANHAS 
 
No Brasil existem numerosas aranhas venenosas, distribuídas por todas as regiões. Os 
acidentes envolvendo aranhas têm importância médica por sua frequência de ocorrência 
e potencial risco de complicações associadas. Os aracnídeos têm hábitos noturnos, 
alimentam-se de pequenos insetos, e por isso os acidentes ocorrem, de um modo geral, 
no domicílio ou em regiões do peridomicílio. No Brasil, mais de 95% dos casos 
notificados de araneísmo ocorrem nas regiões Sudeste e Sul. As partes do corpo mais 
frequentemente atingidas nestes acidentes são os membros superiores e inferiores com 
85% dos acidentes. 
ESPÉCIES DE ARANHAS E SUAS REAÇÕES ESPECÍFICAS 
Gênero: Loxoceles 
Nome Comum: Aranha Marrom 
Características 
Tamanho do corpo: 1 cm. 
Envergadura: 3 cm 
Coloração: cor marrom clara uniforme, dorso verde-oliva, pernas finas e longas, pêlos 
escassos. 
56 
 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
São responsáveis por cerca de 20% do total de acidentes no Brasil. São 
consideradas aranhas mansas, picando quando espremidas contra o corpo. Têm hábitos 
noturnos e constroem teias irregulares em fendas de barrancos e cascas de árvores. 
Dentro de casa situam-se, geralmente, atrás de móveis, rodapés soltos, cantos de parede, 
sótãos, garagens, pilhas de tijolos ou telhas. Este acidente, muitas vezes é inicialmente 
negligenciado pela ausência de manifestações precoces, mas pode evoluir e produzir 
quadros graves. É mais comum em mulheres adultas, com picadas geralmente na coxa, 
tronco ou braços. 
Sinais e sintomas: 
Ausentes ou dor local discreta. 
Tardios (>12-24 horas): 
Forma cutânea - (87% a 98%) dor local (queimadura) de intensidade crescente; sinais 
locais discretos, evoluindo com vesículas e flictênulas hemorrágicas, que necrosam e 
ulceram (difícil cicatrização); hipertermia, náusea, mal estar, cefaléia, exantema 
pruriginoso ou petequial. 
 
Gênero: Phoneutria 
Nome Comum: Aranha Armadeira, Aranha da Banana, Aranha dos Mercados de 
Frutas 
Características 
Tamanho do corpo: 4-5 cm. 
Envergadura: 15 cm 
Coloração: colorido acinzentado ou marrom, corpo coberto de pêlos cinzentos e curtos. 
57 
 
 
Observações: 
São responsáveis pela maioria dos acidentes em quase todas as regiões brasileiras. De 
hábito noturno, não fazem teia e ao serem molestadas apóiam-se nas patas traseiras e 
erguem as dianteiras preparando-se para atacar. Abrigam-se em roupas, sapatos, 
madeiras, materiais de construção acumulados, bananeiras, folhagens e cupinzeiros 
inativos. Os acidentes acometem principalmente mãos e pés. 
Sinais e sintomas: 
Dor (ardência) intensa com irradiação, associada ou não a sudorese e a edema e eritema 
locais, câimbra e náusea. Nos casos graves: choque neurogênico com sudorese fria, 
agitação, salivação, broncorréia, priapismo, taquicardia e arritmias respiratórias. 
 
Gênero: Latrodectus 
Nome Comum: Viúva Negra, Aranha Ampulheta e Flamenguinha 
Características 
Tamanho do corpo: 1,5 cm. 
Envergadura: 3 cm 
Coloração: abdômen globoso, quase esférico, com manchas vermelhas em fundo negro; 
mancha vermelha em forma de ampulheta no ventre. 
 
 
 
58 
 
Observações: 
Há poucos casos registrados no país, sendo relatados especialmente no Nordeste. São de 
hábito diurno e teia irregular. Encontrada em casa da zona rural, plantações, praias, 
arbustos, montes de lenha e cupinzeiros. As fêmeas são pequenas, de abdômen globular, 
e picam quando espremidas contra o corpo. Os machos são muito menores (3 mm) e 
não causam os acidentes. 
Sinais e sintomas: 
Dor intensa, irradiada; hiperestesia, eritema e sudorese locais, contraturas musculares 
generalizadas, rigidez muscular, mialgia, convulsões tetânicas, sialorréria, bradicardia, 
hipotensão, febre, arritmias e psicoses. 
 
Gênero: Lycosa 
Nome Comum: Tarântula, aranha da grama, aranha do campo e aranha de jardim. 
Características: 
Tamanho do corpo: 2-3 cm. 
Envergadura: 5 cm 
Coloração: ventre negro e dorso do abdômen com desenho em forma de seta. 
 
Observações: 
São aranhas que não constroem teias. Vivem em gramados, junto a piscinas e jardins e a 
materiais empilhados. Não são agressivas, picando quando se sentem ameaçadas. Os 
acidentes são, em geral, sem gravidade. 
Sinais e sintomas: 
Prurido local intenso; edema e pápulas locais, irritação de mucosas com tosse, às vezes, 
intensa. 
Necrose superficial (< 1% dos casos) 
 
59 
 
Conduta 
A pessoa que for prestar os primeiros socorros precisasaber identificar o mais 
rapidamente possível o tipo de picada que a vítima levou e providenciar imediatamente 
sua remoção para onde haja pessoal capaz de aplicar o tratamento por soro. Para 
amenizar a dor da vítima, enquanto não ocorre o atendimento especializado, aplicar 
bolsa de gelo ou compressa de água gelada. Se for possível, poderá ser feita a imersão 
da parte atingida em água fria. Deve-se acalmar e tranquilizar a vítima, não 
demonstrando apreensão com seu estado, observar atentamente os sinais vitais, estando 
pronto para prevenir choque e instituir o suporte básico à vida. 
O tratamento depende do diagnóstico acertado e da identificação do aracnídeo e, 
por vezes, inclui soroterapia. A notificação dos casos é indispensável para garantir o 
fornecimento adequado de soro pelo sistema de saúde, além de permitir um melhor 
conhecimento de sua relevância epidemiológica. 
 
PREVENÇÃO 
Existem algumas medidas que auxiliam na prevenção de acidentes com 
aracnídeos, são elas: 
 Manter limpos os ambientes de trabalho, domicílios, quintais, jardins, sótãos e 
garagens. Evitar acúmulo de folhas secas, lixo, materiais de construção e entulho 
próximo a locais de trabalho e domicílios; 
 Evitar folhagens densas (trepadeiras, plantas ornamentais, arbustos, 
bananeiras e outras) junto a paredes e muros das edificações; 
 Manter a grama aparada; 
60 
 
 Limpar os terrenos baldios, vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois 
metros junto a edificações; 
 Eliminar ou empilhar adequadamente sobras de materiais de construção, jornais 
e outros; 
 Proteger mãos e pés ao manipular entulhos ou sobras de materiais e podas de 
árvores; 
 Observar com cuidado sapatos e roupas, sacundindo-os antes do uso; 
 Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres; 
 O uso de calçados e de luvas de couro pode evitar acidentes; 
 Evitar a proliferação de insetos, para evitar o aparecimento das aranhas que 
deles se alimentam; 
 Preservar os predadores naturais (sapo, galinha, pássaros e lagartos). 
 
ESCORPIÃO 
O envenenamento escorpiônico, muito frequente no Brasil, é o responsável por 
um significativo número de mortes, especialmente entre crianças. Cerca de 80% dos 
acidentes registrados são da região Sudeste e 15% da região Nordeste, com coeficiente 
de incidência anual de 2,5 casos por 100.00 habitantes e com letalidade em torno de 1%. 
Tal como ocorre com as serpentes, o maior número de acidentes surge nos meses de 
calor, diminuindo muito no inverno; além disso, é interessante notar que o número de 
acidentes, nos diversos períodos do dia e da noite, parecem depender tão somente das 
circunstâncias e não de alguma particularidade ecológica. 
Os acidentes têm ocorrência regional e sazonal, sendo a maioria em indivíduos 
de 15 a 50 anos, com discreto predomínio no sexo masculino. Os membros superiores e 
inferiores são os locais mais acometidos (70%) dos casos). O gênero Tityus é o que tem 
maior importância no Brasil. Estes tipos de escorpiões têm na maioria de 6 a 7 cm de 
tamanho. Frequentemente escondem-se em lugares sombrios e frescos, sob madeiras, 
pedras, cascas de árvores, tijolos, folhas, telhas, etc, junto a domicílios. Picam ao serem 
molestados. 
 
61 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
Conduta 
 
1. Lavar a região atingida com água; 
2. Colocar saco com gelo ou compressa de água gelada sobre o local 
 da ferroada para auxiliar no alívio da dor; 
3. Toda atenção deverá ser dada para o caso de desenvolvimento de reações 
sistêmicas, ou de ferroadas por Tityus serrulatus; 
4. Pode ser necessário a instituição de suporte básico à vida e prevenção do estado 
de choque; 
5. Remoção imediata para atendimento médico. 
6. Não pegue o animal agressor com a mão; 
7. Se possível levar o animal para identificação. 
 
PREVENÇÃO 
As principais medidas para minorar a ocorrência dos acidentes por escorpiões 
são: 
 Manter limpos os locais de trabalho, domicílios, quintais, jardins, sótãos e 
garagens; 
 Evitar acúmulo de lixo ou entulho próximo ao seu local de trabalho ou 
domicílio; 
 Eliminar ou empilhar adequadamente sobras de materiais de construção, jornais 
e outros proteger as mãos e pés ao manipular entulhos ou sobras de materiais; 
 No trabalho de campo, o uso de calçados e de luvas de raspas de couro pode 
evitar acidentes; 
 Observar com cuidado sapatos e roupas, principalmente os menos usados, 
sacudindo-os antes de usa-los, pois escorpiões podem se esconder neles e picam 
ao serem comprimidos contra o corpo; 
 Não por as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres; 
 Usar telas em ralos de chão, pias ou tanques; 
 Acondicionar adequadamente o lixo, a fim de evitar a proliferação de insetos de 
que se alimentam os escorpiões; 
63 
 
 Preservar os predadores naturais, como aves de hábitos noturnos (coruja, João-
bobo), sapos, gansos, galinhas, pássaros e lagartos. 
 
8.QUEIMADURAS 
 
 Conceitos 
 Queimaduras são lesões provocadas pelo calor, radiação, produtos químicos ou 
certos animais e vegetais, que causam dores fortes e podem levar a infecções. O fogo é 
o principal agente das queimaduras, embora as produzidas pela eletricidade sejam as 
mais mutilantes. Para cada 100 queimados, 3 morrem. A dor na queimadura é resultante 
do contato dos filetes nervosos com o ar. Para aliviar a dor, pode-se cobrir o local. 
Contudo, via de regra, não se cobre queimadura, para evitar aderências. 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
 As queimaduras são a 4ª maior causa de morte por injúria unidirecional nos 
EUA; 
 Estima-se que ocorrem 1 milhão de acidentes com queimaduras por ano no 
Brasil; 
 2/3 dos acidentes ocorrem dentro do ambiente domiciliar; 
 58% das vítimas são crianças; 
 O principal agente causal é líquido/alimento super aquecido. 
65 
 
INSOLAÇÃO E INTERMAÇÃO 
 
 A insolação é causada pela ação direta dos raios solares sobre o corpo. 
Manifesta-se pelo aparecimento de irritabilidade, cefaléia, vertigens com 
transtornos visuais, zumbidos e mesmo colapso e coma. 
 A intermação está mais na dependência de alterações na termorregulação do 
organismo sob a ação do calor. Suas manifestações são: vermelhidão da face, 
náuseas, sede, vertigens, com uma sensação angustiosa e vômitos, até que o 
doente cai desfalecido com cianose. 
 
MANIFESTAÇÕES LOCAIS 
 Não há eliminação de toxinas (não há suor). 
 Formação de substâncias tóxicas. 
 Dor intensa. 
 Perda de líquidos corporais que podem levar ao choque. 
 Destruição de tecidos. 
 Infecção. 
 
A consequência mais grave das queimaduras é a porcentagem da área do corpo atingida. 
Quando esta é menos de 15%, diz-se que o acidentado é, portador de queimaduras. 
Quando a percentagem da pele queimada ultrapassa os 15% (cerca de 15 palmos), pode-
se considerá-lo como grande queimado. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS 
1. Agentes Causadores (tipos) de Queimaduras 
 
Físicos 
Temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente, chama. 
Eletricidade: por corrente elétrica, por raios ultravioletas. 
Radiação: por sol, aparelhos de raios X, raios nucleares. 
 
Químicos 
Produtos químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina. 
66 
 
 
Biológicos 
Animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa. 
Vegetais: o látex de certas plantas, urtiga. 
 
2. Profundidade ou Grau da Queimadura 
1º grau: só atinge a epiderme ou a pele (causa vermelhidão). 
 
 
 
2º grau: atinge toda a epiderme e parte da derme (forma bolhas). 
 
 
3º grau: atinge toda a epiderme, a derme e outros tecidos profundos, podendo chegar 
até os ossos. 
 
 
67 
 
4º grau: surge a cor preta, devido à carbonização dos tecidos. 
 
3. Extensão ou Severidade da Queimadura 
 
 Baixa: menos de 15% da superfície corporal atingida. 
 
 Média: entre 15 e menos de 40% da pele coberta. 
 
 Alta: mais de 40% do corpo queimado. 
 
Uma regra prática para avaliar a extensãodas queimaduras pequenas ou localizadas, é 
compará-las com a superfície da palma da mão do acidentado, que corresponde, 
aproximadamente a 1% da superfície corporal. 
 
Cálculo de Superfície Corpórea 
(REGRAS DOS NOVES DE WALACE) 
 
 
68 
 
CUIDADOS INDISPENSÁVEIS AOS QUEIMADOS 
 
Retirar a vítima do contato com a causa da queimadura: 
 
 Lavar a área queimada com bastante água, no caso de agentes químicos, retirar a 
roupa do acidentado, se ela ainda contiver parte da substância que causou a 
queimadura. 
 Apagar o fogo, se for o caso, com extintor (apropriado), abafando-o com um 
cobertor ou simplesmente rolando o acidentado no chão. 
 
Verificar se a respiração, o batimento cardíaco e o nível de consciência do 
acidentado estão normais. 
 
Para aliviar a dor e prevenir infecção no local da queimadura: 
 Mergulhar a área afetada em água limpa ou corrente, até aliviar a dor. Não 
romper as bolhas e nem retirar as roupas queimadas que estiverem aderidas à 
pele. 
 Não aplicar pomadas, líquidos, cremes e outras substâncias sobre a queimadura. 
Elas podem complicar o tratamento. 
Se a pessoa estiver consciente e sentir sede, deve ser-lhe dada toda água que deseja 
beber porém, lentamente e com cuidado. Encaminhar logo que possível a vítima ao 
PA ou ao Hospital, para avaliação e tratamento. 
 
DEBRIDAMENTO 
 
É muito importante para diminuir a ameaça de infecção. À medida que os 
resíduos se acumulam na superfície da ferida, eles podem retardar a migração dos 
queratinócitos, atrasando, assim, o processo de epitelização. 
O debridamento apresenta duas metas: para remover o tecido contaminado por 
bactérias e corpos estranhos, protegendo, assim, o paciente contra a invasão de 
bactérias. Para remover o tecido desvitalizado ou a escara da queimadura na preparação 
para a enxertia e cura da ferida. 
 
69 
 
ESCAROTOMIA DESCOMPRESSIVA 
 
Procedimento de emergência realizado por um médico. O edema tecidual pode 
causar compressão de estruturas em membros e predispor à necrose de extremidades. O 
aspecto duro e inelástico da pele com queimadura de 3º grau restringe os movimentos 
respiratórios e pode levar a insuficiência respiratória. 
 
 
 
 
FASCIOTOMIA 
Procedimento realizado na emergência por cirurgião experiente, indicado 
quando se suspeita de síndrome de compartimento no antebraço ou perna, geralmente 
em lesões decorrentes da passagem de corrente de alta voltagem. 
 
 
 
ENXERTOS 
Queimaduras grandes e profundas não conseguem se regenerar por si só. A 
regeneração será lenta por segunda intenção, poderia deixar defeitos como, perda da 
função e contração no local. 
70 
 
Os enxertos podem ser de pele de seres humanos vivos ou mortos: aloenxertos, a 
membrana da placenta humana e pele de porcos: xenoenxertos. O próprio paciente: 
autoenxerto, no entanto, pode ser o doador se as áreas de retirada do enxerto não 
estiverem comprometidas, os locais mais comuns são as coxas, nádegas e tronco. 
 
QUEIMADURAS POR PRODUTOS QUÍMICOS 
 
 Retire toda a roupa da região queimada, pois deve estar impregnada da 
substância que a queimou; 
 Lave completamente a parte atingida, usando grande quantidade de água 
corrente; 
 Aplique uma gaze ou atadura esterilizada sobre a região afetada; 
 Não use produtos para tentar neutralizar o efeito da substancia que causou o 
acidente. 
 
QUEIMADURA POR ELETRICIDADE 
 
 Interrompa imediatamente a corrente elétrica; 
 Adotar medidas de precaução padrão (EPI); 
 Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: PCR, dano 
ao sistema nervoso central (TRM), lesões em órgãos internos e traumas 
associados; 
 Análise Primária (ABCDE); 
 Toda vítima de choque elétrico deve ser considerada grave. 
 
QUEIMADURAS POR RADIAÇÃO 
 
Faça a descontaminação, tirando as roupas da vítima e lavando-lhe o corpo em 
água abundante, para eliminar as partículas de radiação. Trate as queimaduras que 
geralmente se apresentam como 1º e 2º e conduza a vítima ao hospital. 
 
 
 
71 
 
QUEIMADURAS POR FRIO 
 
São lesões causadas por congelação, que condicionam perda de sensibilidade e 
de cor nas zonas afetadas. Afetam mais frequentemente o nariz, orelhas, bochechas, 
queixo, dedos das mãos e dos pés. O risco de queimaduras aumenta nas pessoas com 
insuficiência vascular e em pessoas vestidas inadequadamente para temperaturas frias. 
Como reconhecer queimaduras pelo frio? 
 Área da pele branca ou acinzentada. 
 Pele firme ou serosa. 
 Formigueiro, a vítima muitas vezes não tem consciência das queimaduras 
porque os tecidos congelados estão adormecidos. 
 
9. TIPOS DE FRATURAS 
 
Introdução 
É uma interrupção na continuidade do osso. Constituem uma emergência 
traumato-ortopédica que requer boa orientação de atendimento, calma e tranquilidade 
por parte de quem for socorrer e transporte adequado. Apresentam aparência geralmente 
deformante devido ao grau de deformação que podem impor à região afetada. A fratura 
ocorre quando existe não solução de continuidade de um osso. Ocorre geralmente 
devido à queda, impacto ou movimento violento com esforço maior que o osso pode 
suportar. 
O envelhecimento e determinadas doenças ósseas (osteoporose) aumentam o 
risco de fraturas, que podem ocorrer mesmo após traumatismos banais. Estas lesões são 
chamadas fraturas patológicas. 
A fratura pode se dar por ação direta, por exemplo, um pontapé na perna, 
levando à fratura no local do golpe, ou por ação indireta, por exemplo, a queda em pé de 
uma altura considerável, ocorrendo fratura da parte inferior da coluna vertebral, isto é, o 
impacto foi transmitido através dos ossos da perna e bacia até a coluna vertebral. 
Ainda se pode dar por ação muscular, sendo, neste caso, a contração muscular 
com força suficiente para causar fratura. Nos ambientes de trabalho a fratura pode 
ocorrer devido a quedas e movimentos bruscos do trabalhador, batidas contra objetos, 
ferramentas, equipamentos, assim como queda dos mesmos sobre o trabalhador; 
72 
 
portanto pode ocorrer em qualquer ramo de atividade, ou durante o trajeto residência-
trabalho-residência. 
A pessoa que for prestar os primeiros socorros deve ser muito hábil na avaliação 
e decisão da conduta a ser tomada nestes casos. Aqui, a dor do acidentado e as lesões 
secundárias resultantes do traumatismo são mais graves e perigosas do que nos outros 
casos de emergências ortopédicas. As sequelas nas fraturas podem ocorrer com maior 
probabilidade e gravidade. A imobilização deve ser cuidadosa; as lesões secundárias, 
atendidas com redobrada atenção, e o transporte para atendimento médico só poderá ser 
feito dentro de padrões rigorosos. 
 
Suspeita-se de fratura ou lesões articulares quando houver: 
 
1. Dor intensa no local e que aumente ao menor movimento; 
2. Edema local; 
3. Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de papel); 
4. Hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou 
equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas após a 
fratura); 
5. Paralisia (lesão de nervos). 
 
Antes de descrevermos as condutas básicas do primeiro socorro em fraturas, 
vamos conhecer os tipos de fraturas mais comuns. 
 
Classificação 
As fraturas podem se classificadas de acordo com sua exteriorização 
e com a lesão no osso afetado. 
Fratura Fechada ou Interna 
São as fraturas nas quais os ossos quebrados permanecem no interior do membro 
sem perfurar a pele. Poderá, entretanto romper um vaso sanguíneo ou cortar um nervo. 
Fratura Aberta ou Exposta 
São as fraturas em que os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e 
deixando exposta uma de suas partes, que pode ser produzida pelos próprios fragmentos 
ósseos ou por objetos penetrantes. Este tipo de fratura pode causar infecções. 
 
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Fratura em Fissura 
São aquelas em que as bordas ósseas ainda estão muito próximas, como se fosse

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