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Introdução à Homeostase

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HOMEOSTASE 
INTRODUÇÃO 
Claude Bernard, famoso fisiólogo francês, certa vez disse: “Todos os mecanismos vitais, apesar de sua 
diversidade, têm apenas uma finalidade, a de manter constantes as condições de vida no ambiente 
interno.” Devemos entender a homeostase ou homeostasia como sendo esta tendência à manutenção 
das condições internas de um organismo sempre dentro de parâmetros normais ou fisiológicos. 
De acordo com a sua posição na escala evolutiva, os seres vivos poderão apresentar uma maior ou 
menor capacidade de adaptação ao meio-ambiente. Como exemplo, basta comparar a capacidade de 
adaptação de um protozoário com a capacidade de adaptação de um ser humano ou de um cão. 
A cada momento em que houver uma tendência a um desequilíbrio, os mecanismos de homeostase se 
apresentarão para garantir a regulação, ou retorno à normalidade. Isso vale, entre tantas outras, para a 
regulação do pH corporal assim como para a termorregulação e a circulação. 
Os princípios da homeostase estarão sempre sendo apresentados e discutidos na medida em que você 
avança nos estudos da disciplina de Fisiologia e você perceberá que manter a homeostase é manter o 
equilíbrio necessário à vida. 
DEFINIÇÕES DE HOMEOSTASE: 
Conceituar ou definir homeostase não é uma tarefa fácil como pode parecer a princípio. O termo permite 
aos autores expor suas visões, normalmente voltadas para as áreas de seu conhecimento ou interesse. 
Assim sendo, pode-se dizer que o termo homeostase, apesar de dar sempre a idéia de equilíbrio ou 
estabilidade, pode permitir diferentes interpretações e conceituações conforme se observa nas 
transcrições de dicionários e alguns autores que relacionamos abaixo. 
De acordo com o dicionário Michaelis: Homeostase: [De homeo- + -stase.] S. f. 1. Fisiol. Med. 
Tendência à estabilidade do meio interno do organismo. 2. Cibern. Propriedade auto-reguladora de um 
sistema ou organismo que permite manter o estado de equilíbrio de suas variáveis essenciais ou de seu 
meio ambiente. Homeostasia: [De homeo+stase+ia] S.f. 1. Biol. Lei dos equilíbrios internos que rege a 
composição e as reações físico-químicas que se passam no organismo e que, graças a mecanismos 
reguladores, são mais ou menos constantes. É o que acontece com o teor, no sangue, de água, sais, 
oxigênio, açúcar, proteínas e graxos, o mesmo se verificando com a reserva alcalina do sangue e 
temperatura interna. 
De acordo com o dicionário Priberam => Homeostasia [do Gr. hómoios, semelhante + stasis, situação] 
S. f. Propriedade auto-reguladora de um sistema ou organismo que lhe permite manter o seu estado de 
equilíbrio; Biol., tendência para a estabilidade no meio interno de um ser vivo. 
Enciclopédia Encarta (2000) => Homeostase é o processo através do qual um organismo mantém as 
condições internas constantes necessárias para a vida. Aplica-se ao conjunto de processos que previnem 
flutuações na fisiologia de um organismo, e denomina também a regulação de variações nos diversos 
ecossistemas, ou do universo como um todo." 
De acordo com Carvalho (1981) a homeostase: "É um conjunto de fenômenos que têm lugar e interferem 
nos ecossistemas, ou mesmo em certos organismos, corrige desvios, elimina excessos, controlando 
forças antagônicas, introduzindo por vezes fatores novos, procurando sempre manter o conjunto em 
equilíbrio e funcionamento correto e normal. Os mecanismos homeostáticos são “feedbacks” dos 
ecossistemas. A homeostasia é também um processo de auto-regulagem, pelo qual os sistemas 
biológicos, como células e organismos, trabalham para a manutenção da estabilidade do ecossistema 
pelo ajuste das condições necessárias para um ótimo de sobrevivência" 
A compilação de todos esses conceitos leva a certeza de que o termo homeostase designa todo o 
conjunto de ações reflexas que o organismo animal adota com o objetivo principal de manter o equilíbrio 
necessário à vida. Embora o conceito de homeostase signifique que o meio interno está equilibrado, não 
quer dizer que o meio interno esteja absolutamente constante. A maioria das variáveis fisiológicas oscilam 
em torno de um valor fixo, e assim, a homeostase representa mais propriamente um equilíbrio dinâmico. 
Mais recentemente, a homeostase vem ainda sendo apresentada como passível de divisão em 3 sub-
áreas de maior interesse: homeostase ecológica, biológica e a do ser humano. 
Homeostase ecológica 
Na sua hipótese de Gaia, James Lovelock afirma que toda a massa de matéria viva da Terra, ou de 
qualquer outro planeta com vida, funciona como um vasto organismo que ativamente modifica o seu 
planeta para produzir o ambiente que melhor serve as suas necessidades. Sob este ponto de vista, o 
planeta inteiro mantém homeostase. Se um sistema deste tipo ocorre ou não na Terra é ainda assunto 
de debate. 
Contudo, alguns mecanismos homeostáticos relativamente simples são aceitos na generalidade. Por 
exemplo, quando os níveis atmosféricos de dióxido de carbono sobem, as plantas crescem mais e 
removem o dióxido de carbono da atmosfera. Quando a luz solar é intensa e a temperatura atmosférica 
sobe, o fitoplâncton da superfície oceânica prolifera e produz mais dimetilo de enxofre, que age como 
núcleo de condensação de nuvens conduzindo à produção de mais nuvens, a o aumento do albedo 
(poder difusor de uma superfície; fração da luz incidente que é difundida pela superfície) do planeta e à 
redução da temperatura atmosférica. 
Homeostase biológica 
A homeostase é uma das características fundamentais dos seres vivos que permite a manutenção do 
ambiente interno dentro de limites toleráveis. O ambiente interno de um organismo vivo corresponde 
basicamente aos seus fluidos corporais, onde se incluem o plasma sanguíneo, a linfa, e vários outros 
fluidos inter- e intracelulares. A manutenção de condições estáveis nestes fluidos é essencial para os 
seres vivos, uma vez que a ausência de tais condições é prejudicial ao material genético. 
Diante de uma determinada variação do meio externo, um dado organismo pode ser conformista ou 
regulador. Os organismos considerados reguladores tentarão manter os parâmetros a um nível constante, 
independentemente da variação no ambiente externo. Os conformistas permitem que o ambiente externo 
determine um novo parâmetro. Por exemplo, os animais endotérmicos (reguladores) mantêm uma 
temperatura corporal constante, enquanto que os animais ectotérmicos (conformistas) exibem uma 
grande variação deste parâmetro. 
Homeostase no corpo humano 
A capacidade de sustentar a vida está dependência da constância dos fluidos do corpo humano, e que 
poderá ser afetada por uma série de fatores, como a temperatura, a salinidade, o pH, ou as 
concentrações de nutrientes, como a glicose, gases como o oxigênio, e resíduos, como o dióxido de 
carbono e a uréia. Estes fatores em desequilíbrio (pela falta ou pelo excesso) podem afetar a ocorrência 
de reações químicas essenciais para a manutenção do corpo vivo. Para manter os mecanismos 
fisiológicos é necessário manter todas esses fatores dentro dos limites desejáveis. 
 
EXEMPLOS DE MECANISMOS REGULATÓRIOS 
Como base para a adaptação, os organismos mais evoluídos farão uso principalmente de dois recursos 
básicos: o sistema nervoso, atuando basicamente no controle, e o sistema endócrino, atuando 
principalmente na sinalização. Estes recursos permitirão que o organismo animal se adapte às novas 
condições determinadas pelo meio ambiente, sempre no sentido de manter constantes as suas condições 
internas permitindo ajustes no seu metabolismo e mantê- lo compatível com sua sobrevivência. 
Controle da osmolaridade: 
Alguns mecanismos são bem conhecidos, como a regulação da osmolaridade plasmática. É sabido que a 
transpiração e a micção “ajudam” o corpo a manter seus níveis de água e de eletrolíticos dentro de suas 
faixas consideradas fisiológicas ou normais, tanto nos animais domésticos quanto nos selvagens. 
Nas situações em queocorrer o aumento da osmolaridade plasmática, os osmoreceptores 
hipotalâmicos perceberão a variação e farão com o que o hipotálamo secrete o ADH (hormônio 
antidiurético) evitando a perda de água, além de acionar mecanismos que trarão a sensação da sede. 
Após a ingestão da água a osmolaridade plasmática volta a níveis “normais”, a diurese permite a 
eliminação dos sais e o organismo retorna ao equilíbrio, ou seja, à homeostase. Neste aspecto, alguns 
animais apresentam mecanismos muito interessantes para manutenção da osmolaridade dentro dos 
níveis que são compatíveis com a vida. Como exemplo, algumas aves marinhas que vivem muito longe 
da continente, e, portanto sem acesso a água doce, são obrigados a consumir a água do mar, e para 
eliminar o excesso de sais possuem “glândulas excretoras de sal” localizadas proximamente às narinas e 
aos olhos, e desta forma mantêm regulados os níveis de sais na sua circulação. 
Regulação térmica: 
Por influência do hipotálamo, os músculos esqueléticos tremem para produzir calor quando a temperatura 
corporal é muito baixa. Quando a temperatura é muito alta o suor arrefece o corpo por evaporação. Para 
que isto aconteça é necessário que os termorreceptores do organismo sinalizem para o hipotálamo a 
variação da temperatura corpórea para baixo ou para cima. Outra forma de gerar calor envolve o 
metabolismo de gordura. 
Regulação da Glicemia: 
O pâncreas produz insulina e glucagon para regular a concentração de açúcar no sangue (glicemia). 
Quando ocorre aumento da concentração de glicose no sangue a insulina entra em com sua ação 
hipoglicemiante, e quando ocorre queda na concentração da glicose é a vez do glucagon atuar com sua 
ação hiperglicemiante. As ações destes hormônios permitem manter a concentração de glicose dentro 
dos limites que chamamos fisiológicos, ou seja, mantém a homeostase da glicose. Também neste caso, 
será necessário que os receptores do organismo sinalizem a alteração na concentração sanguínea de 
açúcares. 
 
 
Regulação do CO2: 
O Co2 é o produto final de muitas rotas de metabolismo essenciais para o organismo, no entanto é tóxico 
para o mesmo, e precisa ser removido para garantir a sobrevivência do animal. O órgão responsável pela 
eliminação do CO2 é o pulmão que se encarrega de fazer trocas com o meio ambiente, absorvendo o 
oxigênio rico no ar atmosférico e devolvendo o CO2. O controle desse processo fica por conta do sistema 
nervoso que age central e perifericamente aumentando ou diminuindo a freqüência respiratória para 
garantir maior ou menor perda de Co2 e absorção de O2. Os receptores periféricos (seios aórticos e 
carotídeos) e os receptores centrais (bulbares) têm papel preponderante para essa regulação que permite 
a homeostase. 
 
CONTROLE HÍDRICO 
Os rins excretam uréia e regulam as concentrações de água e de uma grande variedade de íons. Alem de 
outros mecanismos, os rins têm a capacidade de responder ao ADH (hormônio antidiurético) produzido 
pelo hipotálamo, que evita a perda de água e desidratação do organismo. Nas situações em que houver 
aumento da osmolaridade plasmática (maior concentração de sais), baseado num princípio de 
emergência de água, o organismo produz o ADH para impedir a perda de água e as complicações 
decorrentes do excesso de sais no organismo. Quando o animal faz a ingestão da água, os 
osmorreceptores sensíveis à variação da osmolaridade plasmática percebem a mudança ocorrida e 
informam ao hipotálamo para que este diminua o ADH e a diurese volte ao normal. Este equilíbrio 
conseguido é que chamamos de Homeostase. 
 
O PAPEL DO SISTEMA CIRCULATÓRIO 
O aparelho circulatório é vital para a conservação da homeostase. Ele proporciona metabólitos aos 
tecidos e elimina os produtos não-utilizados e também participa na regulação da temperatura e no 
sistema imunológico. Deve ser lembrado que os níveis de substâncias no sangue estarão sob o controle 
de outros sistemas ou órgãos, como exemplo: o aparelho respiratório (pulmões) e o sistema nervoso 
regulam o nível de dióxido de carbono; o fígado e o pâncreas controlam a produção, o consumo e as 
reservas de glicose; os rins são responsáveis pela concentração de hidrogênio, sódio, potássio e íons 
fosfato. As glândulas endócrinas, por sua vez, controlam os níveis de hormônios no sangue. 
 
O PAPEL DO HIPOTÁLAMO 
O hipotálamo recebe informações dos sistemas nervoso e endócrino e faz integração de todos estes 
sinais, de modo a tornar possível o controle das várias funções do organismo, como por exemplo: 
1. termorregulação equilíbrio de energia 
2. regulação dos fluidos corporais 
3. comportamento (por exemplo, o hipotálamo é responsável pela sensação de sede e fome). 
TERMORREGULAÇÃO 
Todos os processos que ocorrem em um organismo para manter seu funcionamento necessitam de uma 
temperatura adequada. Isso se deve ao fato de tais processos envolverem proteínas, enzimas, reações 
químicas e físicas que ocorrem mais rapidamente ou de forma muito lenta de acordo com a temperatura 
do meio em que se encontram. Por exemplo, se a temperatura baixar muito as reações ficam lentas e 
podem ate cessar parando a função corporal. Por outro lado, temperaturas elevadas podem desnaturar 
proteínas comprometendo a integridade do organismo. 
Assim, é fundamental que os seres vivos disponham de estratégias para regular a temperatura do corpo e 
de acordo com elas os animais são classificados como homeotérmicos ou pecilotérmicos. 
Os pecilotérmicos variam sua temperatura corporal de acordo com a temperatura do ambiente, mas 
controlam essa variação por métodos comportamentais. Por exemplo, o lagarto fica exposto ao sol pela 
manha e se esconde do sol durante o resto do dia para evitar o hiperaquecimento. Às vezes veterinários 
são solicitados a opinar sobre o manejo de pecilotérmicos de cativeiro, é importante aconselhar os 
proprietários a providenciar fonte de aquecimento para que os animais fiquem ativos nas épocas frias do 
ano. 
Os homeotérmicos conseguem manter sua temperatura corporal constante na presença de variações
 significativas de temperatura ambiente Essa característica traz vantagens e 
desvantagens. Os homeotérmicos podem sobreviver em uma ampla variedade de ambientes e podem 
ficar ativos no inverno. Porém, eles precisam ingerir mais alimento que outros animais, pois para manter 
sua temperatura necessitam de processos metabólicos que demandam grande quantidade de energia. Já 
os pecilotérmicos são capazes de sobreviver a longos períodos sem alimento porque precisam de muito 
menos energia. 
Mas, de onde vem o calor do corpo, o calor que os homeotérmicos mantém dentro de uma faixa estreita, 
graças a estratégias típicas desses animais, e que os pecilotérmicos controlam por comportamento? O 
calor é um subproduto de todos os processos metabólicos, do metabolismo de carboidratos, gorduras e 
proteínas. Pode entrar também a partir do exterior através de radiação, condução e convecção. 
Um organismo esta sempre “queimando”as substâncias citadas, mesmo em jejum e em repouso. Esse 
metabolismo mínimo que mantém o organismo vivo pode ser medido pela taxa metabólica basal. O 
metabolismo basal é maior nos homeotérmicos devido ao custo energético extra que estes animais tem 
para gerar calor e manter a temperatura. Também é maior nos pequenos mamíferos que nos grandes 
porque a superfície de perda de calor dos pequenos animais é relativamente maior que nos grandes 
animais. Assim precisam gerar mais calor, pois trocam mais facilmente com o meio. 
 
Durante um exercício, a taxa metabólica se eleva, pois a necessidade energética para atender o corpo é 
maior. Então, parte das transformações bioquímicas dos nutrientes geram o trabalho da musculatura e 
parte gera calor, elevando a temperatura corporal final. A partir desse principio o organismo pode 
aumentar a produção de calor quando a temperatura ambiente estiver baixa. São os tremores! Músculos 
antagônicosse contraindo sem produzir trabalho útil, elevando a temperatura do corpo pela 
transformação de energia química de carboidratos, gorduras e proteínas em calor. Para reagir a situações 
de frio o organismo também eleva sua produção metabólica de calor, sendo uma forma de elevar a 
temperatura sem ocorrer tremores. É um método mais eficiente uma vez que a energia metabolizada é 
mais concentrada para produção de energia térmica e não para trabalho (contrações da musculatura). O 
aumento do metabolismo é medido pela secreção de tiroxina e pelos efeitos calorigênicos das 
catecolaminas sobre os lipídeos. 
 
 
 
 
Os lipídeos são extremamente calóricos. A metabolização de gorduras produz mais calorias do que 
carboidratos e proteínas. 
Em geral em alguns órgãos como o fígado e o coração, a produção de calor é relativamente constante. O 
músculo esquelético dá uma contribuição variável para a produção de calor: durante o trabalho muscular, 
mais de 80% do calor do corpo são produzidos no músculo esquelético; durante o repouso o percentual é 
muito menor. A temperatura do fígado pode estar 1 a 2 graus acima da retal e a do cérebro em geral é um 
pouco mais alta que a do sangue carotídeo. Essas regiões são, portanto, mais resfriadas que aquecidas 
pelo sangue arterial. Em ruminantes a temperatura intra ruminal é mais alta do que a retal devido ao calor 
extra produzido pelos microorganismos ruminais. A temperatura das partes mais periféricas do corpo, 
assim como os membros, pode ser, em um ambiente frio, 10 graus ou mais baixa que a temperatura 
profunda (é mais fácil obter um índice da temperatura pelo reto. Embora ela não represente sempre uma 
média da temperatura corporal profunda o equilíbrio ocorre mais lentamente do que em outras partes 
profundas do corpo. Assim torna-se um bom índice de equilíbrio dinâmico verdadeiro). Mas e quanto a 
perda de calor para manter o equilíbrio? Como ocorre? O corpo perde calor por meio de radiação, 
condução, evaporação da água das vias aéreas e pele, excreção de fezes e urina. Respostas fisiológicas 
do organismo que ocorrem sempre procurando manter a temperatura dentro de uma faixa desejada. 
Ajustes circulatórios promovem a vasodilatação cutânea elevando a temperatura da pele e assim 
favorecendo a troca de calor com o meio ambiente. Essa resposta é mediada principalmente por nervos 
vasoconstritores simpáticos. A vasodilatação periférica é, portanto resultado da inibição do tônus 
simpático. O calor pode diminuir esse tônus por meio de um aumento da temperatura do SNC ou de 
forma reflexa, pela mediação de termorreceptores na pele. 
A evaporação de água é outro meio eficiente de perder calor . Enquanto apenas um caloria é necessária 
para elevar a temperatura de 1 grama de água em 1 grau ceulsius , quase 600 calorias são necessárias 
para a evaporação de água no corpo. A água evaporada a partir da vias aéreas e pele contribui com 
cerca de 25% da perda do calor produzido em mamíferos. No cão a piloteia trata-se da forma mais 
importante de regular o calor, já em humanos a sudorese tem esse papel principal. 
Avaliando todas as vias de produção de calor podemos imaginar que a concentração dos processos está 
na musculatura e no fígado. Então, como toda essa energia térmica é distribuída para as outras partes do 
organismo? Afinal, todo o corpo precisa do calor produzido e precisa também perder esse calor para 
manter a temperatura em estreitas variações. Os tecidos tem uma condutividade semelhante a da cortiça, 
portanto, a condução não e um meio eficiente de redistribuir o calor. É o sangue que perfunde um órgão 
que então capta o calor e redistribui para as partes mais frias do corpo. 
 
 Febre 
 
Febre é uma elevação da temperatura corpórea resultante de modificações provocadas por pirógenos 
que são substâncias extremamente potentes, que atuam sobre o hipotálamo, aumentando o ponto fixo 
para a temperatura corpórea. Incluem produtos bacterianos como endotoxinas de bactérias Gram 
negativas e proteínas produzidas pelos próprios tecidos do corpo, em particular por leucócitos. Os 
pirogenicos exógenos, como a endotoxina, podem estimular os leucócitos a produzirem pirogenio 
endógeno. 
Quando o hipotalamo é exposto ao pirogenio, o ponto fixo se eleva e o animal inicia respostas para 
conservar e produzir o calor ate que a temperatura corpórea alcance o novo ponto fixo, o animal mantém 
seu corpo à nova temperatura ate que o pirogenio seja metabolizado e sua produção cesse. Quando isso 
ocorre, o ponto fixo abaixa novamente para o normal, e o animal inicia mecanismos de perda de calor 
para diminuir a temperatura corpórea. 
Acredita-se que a produção de prostaglandina E1 no hipotalmo esteja envolvida na elevação de ponto 
fixo. Por essa razão os bloqueadores da ciclooxigenase como aspirina e fenilbutazona são usados para 
tratar a febre. 
Ocorre choque pelo calor quando a produção do mesmo ou seu ganho excede o debito, resultando em 
aumento da temperatura corpórea para níveis perigosos 
Em climas quentes e úmidos, é difícil os animais conseguirem trocar calor, porque não pode ocorrer 
resfriamento eficaz por evaporação. Cães que ficam fechados dentro de carros ao sol, seu ofego satura o 
ar com vapor de água, impossibilitando qualquer perda adicional de calor. À medida que a temperatura 
corporal aumenta, a taxa metabólica também aumenta, produzindo mais calor. Ale disso, o ofego ou a 
sudorese, ou ambos, acarretam desidratação e colapso circulatório, dificultando ainda mais a 
transferencia de calor para a pele. Quando a temperatura corpórea ultrapassa 41,5 a 42,5 a função 
celular fica seriamente prejudicada e o animal perde a consciência. 
Ocorre hipotermia quando o debito de calor ultrapassa sua produção, de forma que a temperatura 
corpórea cai a níveis perigosos. Na natureza, a hipotermia em geral ocorre devido a exaustão dos 
mecanismos metabólicos de defesa contra o frio. O tremor pode persistir por longos períodos, causando 
depleçao de reservas de glicogenio do músculo esquelético e do figado, bem como queda do glicogenio 
do músculo cardíaco. 
Animais pequenos o doentes expostos a um ambiente frio podem perder mais calor que são capazes de 
gerar e a temperatura corpórea pode cair a um ponto em que o animal não consiga invocar os 
mecanismos termorreguladores. A capacidade hipotalâmica de regular a temperatura do corpo fica 
bastante prejudicada a um temperatura abaixo de 29 graus . Ocorre parada cardíaca em torno de 20 
graus. Os recém nascidos parecem ser mais capazes de sobreviver a baixas temperaturas corpóreas que 
animais adultos e, aparentemente, cordeiros leitões e filhotes de caes em coma podem ser reaquecidos e 
reviver. 
 Hibernação 
 
Alguns mamíferos mantém uma alta temperatura corporal, principalmente sob 
condições de temperatura ambiental favorável, mas abandonam a 
homeotermia no frio. Entre esses hibernadores estão a marmota européia e 
americana, o hamster e o ouriço caixeiro. O urso, por outro lado não e um 
verdadeiro hibernador, visto que permanece de sangue quente durante seu 
sono de invento. A temperatura dos hibernadores apresenta grandes variações, 
mesmo no estado de sangue quente e depende muito da atividade do animal. 
Durante o sono de inverno, ela cai e permanece em nível apenas ligeiramente 
acima da temperatura ambiental. Mas está presente mesmo nos hibernadores 
que dormem durante o inverno um mecanismo protetor contra o resfriamento 
profundo. Se a temperatura corporal cai a níveis próximos ao congelamento, o 
animal acorda e se reaquece rapidamente. A maioria dos hibernadores acorda 
periodicamente de modo rítmico e cada breve despertar envolve considerável 
dispêndio de energia. A capacidade de acordar usando calor apenas de suas 
próprias fontes parece dever-se à preponderância de gordura parda e suas 
características metabólicas nesses animais. As células do tecido gordurosos 
pardo são ricas em mitocondriase inervados por fibras do simpático. Quando 
estimuladas, essas células consomem oxigênio e produzem calor rapidamente. 
Durante o despertar da hibernaçao a temperatura desse tecido, localizado 
entre os omoplatas, é a mais elevada do corpo. 
 
 Nos ruminantes 
 
A formação de calor nos diversos tecidos corporais é variável. Nos pré-
estomagos os ruminantes a formação de calo aumenta no decorrer dos 
processos microbianos da digestão da forragem, de maneira que a temperatura 
do rumem se situar 1 a 2 graus acima da temperatura retal. Com aumento da 
produção de leite aumenta nos bovinos a formação de calor no fígado e nas 
glandulas mamarias de forma acentuada. No fígado aumenta neoglicogenese e 
sintese de lipoproteinas. Com aumento de produção de leite, os bovinos ficam 
mais sensíveis a um aumento da temperatura ambiente acima da zona térmica 
neutra, reduzindo a secreção de tirocina; assim conseguem reduzir formação 
de calor mas também ocorre redução na síntese do leite um vez que a tiroxina 
é via comum para ambos eventos. 
Quando os animais permanecem por períodos prolongados no frio, aumenta a 
assimilação de alimentos, a secreção de tiroxina e a extensão dos processos 
de combustão tambem aumentam. Os ruminantes possuem uma boa 
adaptação a baixas temperaturas caso as necessidades energeticas sejam 
supridas por meio de uma administração suficiente de alimentos. Mesmo com 
queda de temperatura a 0 graus havendo alimentos, não ocorre redução na 
capacidade de produção d leite. Nos ruminantes são formados quantidades 
consideráeis de calor no rumem através de transformações dos ácidos graxos 
voláteis. A extensão do calor obtido depende do volume de alimentos e da 
digestibilidade da ração. Com aumento temperatura ambiente acima de 30 
graus, diminui a ingestão de alimentos e a produção de leite cai. Animais 
mantidos no pasto procuram locais com sombra, reduzindo o pastejo e 
aumentando também a necessidade de água. Ao falarmos sobre tolerância o 
calor, lembramos das raças dos países tropicais que se adaptam a 
determinado aumento de temperatura ambiente sem a perda acentuada de sua 
capacidade produtiva.Os fatores que dão tais característica a essas raças são: 
 
1. O pequeno grau de transformação energética sob condições de 
manutenção , causado por uma redução da secreçao de tiroxina por Kg de 
massa corporal; 
2. O elevado numero de glândulas sudoríparas na pele, que promovem 
maior evaporação de agua e conseqüente perda de calor; 
3. Uma redução na capacidade aumentar a mas corporal ou leite e com 
isso reduzir a formação de calor.

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