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ARTIGO A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA EDUCAÇÃO

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A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA EDUCAÇÃO 
Por 
 Manoel de Jesus Bastos 
 - 
RC: 9611 -08/08/2017 
0 
15014 
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/etica-na-educacao 
PDF 
BASTOS, Manoel de Jesus [1] 
BASTOS, Manoel de Jesus. A Importância da Ética na Educação. Revista 
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 05. Ano 02, Vol. 01. 
pp 264-276, Julho de 2017. ISSN:2448-0959. Link de 
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/etica-na-
educacao, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/etica-na-
educacao 
Contents [hide] 
 RESUMO 
 1. INTRODUÇÃO 
 2. ÉTICA E MORAL NO AMBIENTE ESCOLAR 
 3. A ÉTICA NO AMBIENTE PROFISSIONAL 
 4. ÉTICA E CIDADANIA 
 5. A ÉTICA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 
 6. A PRÁTICA DA ÉTICA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 REFERÊNCIAS 
RESUMO 
A finalidade do presente artigo é refletir sobre a importância da ética na educação 
e como a escola e a família poderiam contribuir para que a sua essência fosse 
expandida em todos os setores sociais. É preciso que haja um comprometimento 
aprofundado com a qualidade da formação dos indivíduos, para que se efetive os 
princípios da moralidade e da prática de valores. A consolidação da cidadania só 
acontece a partir do momento em que os valores éticos forem colocados em 
prática. Nessa perspectiva, o comportamento social do indivíduo deve gerar em 
torno dos princípios e valores da sociedade. O trabalho ético é aquele que 
globaliza a sua prática cotidiana com reflexões que proporcionem o equilíbrio do 
pensamento e a prática de ações norteadoras. 
Palavras-Chave: Ética, Moral, Sociedade, Cidadania. 
1. INTRODUÇÃO 
Diante do conjunto de problemas que a educação vivencia atualmente, a 
valorização da ética no currículo escolar seria um dos parâmetros mais 
considerados para o equilíbrio social. A sua presença torna-se necessária tendo 
em vista a imprescindibilidade de sua orientação para a nova realidade na vida 
social e por saber que ela encontra-se sempre presente nas discussões relativas 
ao comportamento humano. 
A pesar de serem distintas a ética e a moral são indissociáveis, pois possuem 
significados comuns e apresentam-se inseridas na mesma pasta dos valores 
humanos. É um dos grandes pilares de preocupação, reflexão e discussão entre 
indivíduos para o discernimento entre o certo ou o errado e que deve sinalizar o 
conciliamento dos interesses tanto individuais quanto sociais. 
Nenhuma sociedade ganharia progressão ascendente se não fosse levado em 
conta um conjunto de princípios ou normas que delineassem o comportamento 
socialmente ajustado como ético. No entanto, o trabalho ético é aquele que 
globaliza a sua prática cotidiana com reflexões que proporcionem o equilíbrio do 
pensamento e a prática de ações norteadoras. A ética na prática pedagógica, por 
exemplo, tende a valorizar os conhecimentos dos educandos e harmonizar a 
convivência entre todos que ali encontram-se inseridos. 
Por se considerar a ética um conjunto de valores que norteiam o comportamento 
humano, em relação aos outros, na mesma sociedade em que vive, esta deve 
ser instituída nos estabelecimentos de ensino com o objetivo de formalizar o bem 
– estar social. Raras são as vezes em que a ética tem sido discutida de maneira 
explícita no currículo pedagógico. 
A ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em 
sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento 
humano. (…) enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar a 
racionalidade e a objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve 
proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, 
comprováveis. (VASQUEZ, 2003, p. 23) 
Portanto, apregoar a ética no espaço pedagógico é, ao mesmo tempo, oferecer 
desafios no segmento do ensino-aprendizagem em busca de supostas atitudes 
críticas. Isso proporcionaria condições para o avanço do desenvolvimento social 
e autonomia dos educandos além de oferecer-lhes capacidades de 
posicionamento mediante ações coletivas realizadas. 
Comunga-se com MORETTO, 2001, quando diz: “A ação do educador deve 
pautar-se na ética profissional vista como o compromisso de o homem respeitar 
os seus semelhantes, no trato da profissão que exerce…” Com essa afirmação, 
conclui-se que a tarefa pedagógica exige ética, uma vez que a mesma representa 
um compromisso político-social, relações recíprocas e respeito ao conjunto de 
normas e regras sociais. 
Infelizmente há uma grande ausência de eticidade nos vários setores da 
sociedade hodierna, inclusive no educacional e profissional, gerando, assim, 
grande preocupação por saber que a ética é de fundamental importância em 
todos os âmbitos sociais. Logo, a sua presença faz-se necessária diante da 
necessidade dos indivíduos para um comportamento aceitável na vida social. 
2. ÉTICA E MORAL NO AMBIENTE ESCOLAR 
Tanto a ética quanto a moral são assuntos que devem ser trabalhados no 
ambiente escolar com o intuito de nortear o comportamento dos indivíduos na 
sociedade em que vivem. Por ser a escola a verdadeira formadora de cidadãos, 
cabe-lhe a tarefa de orientar o comportamento ético e moralista dos seus 
educandos. A partir do momento em que o indivíduo não adulterar documentos 
ou produtos para obter vantagens, tratar as pessoas com respeito, não falar 
palavrões etc., estaria cumprindo com as normas da ética e da moral adquiridas 
na instituição educacional. 
Os temas “ética e moral” são normas que necessariamente deveriam estar 
inclusas nos Projetos Políticos – Pedagógicos (PPPs) e nos Regimentos Escolares 
(RE) para que fossem disciplinados ao longo dos estudos, sentenciando assim, o 
fim das desigualdades sociais. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs), a questão central da moral e da ética é desenvolver uma visão crítica 
nos educandos, de como proceder diante dos outros. 
O cumprimento da ética torna-se, às vezes, complexo diante de um dilema. Por 
exemplo: Dever-se-ia roubar ou não um remédio, cujo preço é inacessível, mas 
precisar-se-ia salvar alguém, e que, sem ele, morreria? Quem deveria ser 
privilegiado, a vida ou a propriedade privada? Esses desafios deveriam ser 
apresentados aos alunos para discussões a respeito do cumprimento ético no 
contexto histórico social. “Uma escola ética é aquela que orienta os seus 
educandos a se comportarem com honestidade, retidão e responsabilidade para 
a efetivação dos princípios morais na sociedade em que eles encontram-se 
inseridos.” (Grifo nosso) 
Admite-se que a ética esteja consagrada no bojo da família, da escola e da 
comunidade por ser a base de uma sociedade mais justa e igualitária e que, 
portanto, carece de um olhar humano mais aprofundado, pois ela é uma forma 
racional humana de viver em harmonia com outros humanos. 
Nossos educandos devem ter em mente a importância do caráter democrático da 
sociedade, levando em consideração a promoção da liberdade, do respeito e da 
tolerância para vivenciar a diversidade que lhes rodeia. Nesse contexto, cabe a 
escola orientar e viabilizar meios que possam, de fato, tomar parte nessa 
construção e tornarem-se livres para pensarem e tomarem decisões. 
A reflexão ética traz à luz a discussão sobre a liberdade de escolha. A ética 
interroga sobre a legitimidade de práticas e valores consagrados pela tradição e 
pelo costume. Abrange tanto a crítica das relações entre os grupos, dos grupos 
nas instituições e perante elas, quanto a dimensão das ações pessoais.” (PCNs, 
p. 29-30. 2001) 
Todavia, a ética norteia os princípios morais e os valores necessários aos 
indivíduos em suas ações com outros membros da sociedade da qual fazem 
parte. Com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, uma reflexão 
realizada pela ética refletirá na transformação da moral. Não se poderia fazer 
cidadania se fosse deixado de lado a ética, e o lócus propício parao seu 
aprendizado e o seu exercício, é a escola. Cabe a escola trabalhá-la no seu 
âmbito, ensinando e exigindo a sua prática, propiciando assim um resultado 
qualitativo. 
A reprodução de valores impostos pela sociedade está sempre sendo feita com 
as orientações do que é certo ou errado. Atualmente, é comum assistir-se a 
noticiários de comportamentos reprováveis pela sociedade. E aí pergunta-se: 
Será que ainda existe uma sociedade que valoriza a ética e a moralidade? Quais 
expectativas se têm das futuras gerações? 
3. A ÉTICA NO AMBIENTE PROFISSIONAL 
Na área profissional, a ética tem o objetivo de formar uma consciência livre e 
conduta compatível com os preceitos estatutários. Algumas qualidades como 
honestidade, competência, perseverança, prudência, respeito, imparcialidade 
entre outras, são virtudes essenciais para a eficiência do trabalho profissional. É 
preciso que se tenha a responsabilidade individual para a realização de certas 
tarefas. As vezes, seria melhor o recusamento e a justificativa da inviabilidade 
de um trabalho que não pudesse ser executado, do que uma vez aceito, deixasse-
o à desejar. 
A ética exige a honestidade para o zelo da prática do respeito e consideração ao 
direito do outro. O indivíduo comprometido com a ética não se deixa corromper, 
em nenhuma circunstância, mesmo que conviva com problemas ao extremo. Na 
área profissional, a prudência é imprescindível para que o sujeito analise as 
situações, minuciosamente, e com maior profundidade evitando, assim, 
atropelamentos e julgamentos conflituosos ou equivocados. 
Contudo, praticar a ética é, ao mesmo tempo, praticar a imparcialidade e a 
justiça, pois a primeira assume as qualidades e cumprimento dos deveres e a 
segunda depende, essencialmente, da primeira. A ética é o pivô que dá 
sustentação e equilíbrio às tarefas profissionais no dia a dia e que, portanto, 
deveria estar presente em todos os setores da sociedade. Para ser ético, o 
profissionalismo exige a tomada de consciência dos atos, o cumprimento das 
normas e o respeito mútuo. 
Admite-se que a ética apresenta grande influência na vida profissional de 
qualquer indivíduo, em meio a sociedade na qual ele opera a sua profissão. A 
ética é um resquício do que se aprende na família, responsável pela construção 
dos alicerces e definição de virtudes e caráteres do homem, ensinando como se 
comportar diante da sociedade. A liberdade do homem garante ações dentro dos 
limites exigidos pela ética e parte do respeito aos direitos dos outros. 
Um profissional que não cultiva a ética, perde a confiança e a credibilidade no 
espaço social em que desenvolve as suas atividades. Portanto, deixa de ser um 
mero e autêntico profissional para ser um suicida da profissão, contribuindo para 
o descrédito irreversível. (Grifo nosso) 
A família é o lócus da convivência da criança e, portanto, o espaço legítimo da 
apregoação da ética que, posteriormente, se ampliará, em outras instituições 
sociais com a veiculação de valores. A ética do indivíduo depende muito da 
relação social mantida com os demais dentro da sociedade que ele pertence. 
Trabalhá-la nas instituições educacionais faz parte do currículo, apesar de 
apresentar vários choques de valores e modos de comportamentos 
compartilhado por cada estudante. 
Já faz parte do nosso vocabulário falar de ética profissional ou de sua ausência 
em meio a sociedade. Os seus benefícios são imensuráveis ao equilíbrio da 
harmonia entre os profissionais. Segundo Mário Cortella, a ética é um conjunto 
de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da 
vida: quero? devo? posso? Pois nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que 
eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito 
quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você 
deve. 
Quando um profissional (dentista) recebe um paciente e esse pede para extrair 
um dente que vem lhe tirando noites de sono e, após diagnosticar o problema, o 
dentista resolve recuperá-lo, ao invés de removê-lo, estaria honrando com a sua 
ética profissional. Esse é o sentido da ética na cidadania e o respeito ao outro na 
mesma sociedade. O conhecimento sem ética não faz sentido e tampouco efeito 
social. 
Todo profissional, ao concluir a sua formação, faz um juramento de honradez a 
sua profissão, que sinaliza a sua adesão, o seu comprometimento e a sua 
responsabilidade com a categoria. E ao cumprir com esse juramento o 
profissional estaria efetivando os seus princípios éticos dentro de sua área. 
Enfim, o profissional ético é aquele que procura oferecer o melhor dos seus 
conhecimentos, como o médico que se preocupa com as suturas internas antes 
de realizar as externas, o professor que se preocupa com estratégias que 
propiciem ao aluno a pensar e resolver desafios, o engenheiro que demonstra 
certa preocupação com o melhor material para a construção da passarela, além 
de outras ações que objetivam a consumação de um trabalho seguro e de 
credibilidade. De modo que a ética efetiva ações e consolida metas que podem 
comprometer ou favorecer o sucesso desses profissionais. 
O indivíduo ético procura sair de sua zona de conforto em busca das inovações e 
dos conhecimentos científicos, principalmente, de sua área, com o intuito de 
poder oferecer o melhor para sua clientela. Segue os princípios normativos e as 
regras estatutárias com competência, respeito, tolerância, flexibilidade e boas 
maneiras pois, as negligências observadas, atualmente, são frutos da 
passividade, do desconhecimento e da falta de compromisso. 
De forma que a ética passa a ser algo indispensável na vida profissional do 
homem, tendo em vista a sua contribuição no processo de humanização e 
norteamento de conduta e de valores. São esses valores que, uma vez 
relacionados aos interesses do indivíduo, movem seus atos positivamente. É 
imprescindível, portanto, que todos os profissionais das mais diversas áreas, 
questionem o sentido de suas ações em suas práticas de trabalho. 
4. ÉTICA E CIDADANIA 
Entende-se que a ética dedica-se aos estudos dos valores morais e os princípios 
do comportamento humano perante a sociedade, garantindo o bem – estar social 
do cidadão. Não poderia haver cidadania se a ética deixasse de ser cumprida. O 
cidadão ético é aquele que sabe buscar os seus direitos e os seus benefícios 
sociais em conformidade da lei. 
A ética deve ser compreendida como crítica reflexiva e responsável pela conduta 
humana em todos os setores sociais. Ela é histórica e construída socialmente, 
tendo como base referencial as relações humanas coletivas. Segundo SOUZA, 
A ética situa-se no campo dos princípios morais e dos valores que orientam os 
homens em suas ações, tomando como referência outros indivíduos de 
determinada sociedade. Sendo um produto histórico social, a ética ilumina a 
consciência humana à medida que “[… sustenta e dirige as ações do homem, 
norteando a conduta individual e social […] e define o que é a virtude, o bem ou 
o mal, o certo ou o errado, permitindo ou proibindo, para cada cultura e 
sociedade.” (SOUZA, 1995, p. 187) 
É percebível que a ética procura equilibrar a conduta do cidadão, do profissional 
e, principalmente, do político, suscitando nesses indivíduos uma profunda 
reflexão, incitando-os ao cumprimento da responsabilidade e a realização de 
previsões das supostas consequências resultantes de suas decisões. No mundo 
globalizado e nos países capitalistas onde há a ganância desenfreada e o 
imensurável egocentrismo, cresce, substancialmente, a necessidade das 
instituições educacionais contribuírem com a formação integral dos indivíduos e, 
portanto, com o favorecimento da construção da ética dos sujeitos. 
Considera-se que além da família, a escola é o espaço extremamente propício 
para a formação ética do cidadão, tendo em vista, que ela participa da formação 
dos seus educandos, explicitandoregras e valores através dos professores, do 
material didático pedagógico, do comportamento e da hibridização de costumes 
e saberes dos alunos. A ética é, pois, um objeto de reflexão que contribui com o 
convívio da pluralidade em todos os setores públicos, inclusive nas instituições 
educacionais, principais formadoras da cidadania. 
Na medida em que os anos passam, no mundo globalizado, nos países 
capitalistas e das tecnologias de ponta, observa-se, com frequência, o 
rompimento das ações e o atropelamento à dignidade humana sem nenhum 
receio ao descumprimento da ética. No entanto, para que a dignidade seja 
imposta e a cidadania efetivada, faz-se necessário que a ética seja buscada, uma 
vez que ela exige a apregoação do respeito mútuo, da justiça, da solidariedade 
e do diálogo. A dimensão da ética favorece a plena formação e construção do 
sujeito cidadão permitindo-lhe compreender a sua importância como membro 
social. 
O cidadão que exerce sua ética, preserva a estreita relação humanizadora em 
seus diferentes contextos – econômico, político, social, educacional etc., além de 
assumir o caráter da cidadania coletiva. Viabilizar a educação ética é, ao mesmo 
tempo, proporcionar aos educandos o combate ao preconceito e a discriminação 
de vária naturezas, valorizando o diálogo com os presentes em seu meio social. 
A ética de um indivíduo é sempre observada e admirada pela sociedade a que 
ele pertence pois, ele procura fundamentar as suas ações morais de acordo a 
razão. Contudo, em meio a essa gama de influências, atitudes e comportamentos 
negativos e corrompedores vivenciados no ambiente hodierno, a ética deve 
apresentar-se bastante consistente para não se desnortear. 
Para refletir: Será que poderia criticar-se os outros, uma vez que não age-se com 
os princípios éticos ou morais? Segundo o juiz federal Sérgio Moro, “quando se 
tem a oportunidade de furtar… não se perde a oportunidade. Como base nos 
problemas da Lava Jato ele assegura que os políticos de hoje foram oportunistas 
no passado e se não for mudada a estrutura de valores de nossa sociedade com 
a busca da ética e da moral como pilares do comportamento, nunca seremos um 
povo realmente honesto e justo.” 
A partir do momento em que se chega a uma fila e que procura-se atendimento 
antecipado, sem nenhuma justificativa de prioridade, “jeitinho brasileiro”, 
estaria, de certa forma, descumprindo com o dever social e ao mesmo tempo 
asfixiando a norma ética. Da mesma sorte, quando recebe-se um troco com erro 
de superávit e não preocupa-se com a sua devolução, uma vez que o princípio 
ético exige que não se deve pegar ou usufruir aquilo que não lhe pertence, 
aconteceu a burlação da eticidade. Semelhante as quebras de regras de uma 
instituição, que deveriam ser discutidas apenas no lócus ou o apunhalamento a 
terceiros quando esses não se fazem presentes pra se defenderem. 
Contudo, está nitidamente percebível que a ética é algo que se constrói ao longo 
da vida. Certas normas que, anteriormente, eram exigidas, atualmente passaram 
a ser cumpridas pelo reconhecimento de sua importância, como o exemplo do 
professor Cortella: quando o uso do cinto de segurança passou a ser de 
obrigatoriedade, alguns motoristas, para atropelar a lei, usavam camisas do 
Vasco, por apresentarem uma tarja preta e coincidir com o cinto, para confundir 
os agentes de trânsito. Hoje ao entrar no veículo, a primeira coisa que se faz é 
colocá-lo sem, no entanto, se precaver de multa mas da própria segurança. 
Portanto, conclui-se que a ética vai se construindo a partir da conscientização no 
dia a dia. 
5. A ÉTICA E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 
Quando se fala de ética, refere-se a questão exclusivamente humana por que ela 
pressupõe, escolha e decisão. Ética tem a ver com liberdade, liberdade reflexiva 
e responsável. Ao tomar uma decisão, o indivíduo deve usar do conhecimento 
que possui porque o conhecimento tem a ver com a ética. Agir sem pensar nas 
consequências, é agir com máscaras cínicas e nessa hora o perigo se avizinha. 
O indivíduo que tem a ousadia de buscar vantagens sobre o prejuízo de terceiros, 
aniquila os seus conhecimentos e burla a sua ética pessoal. É preciso que se 
tenha o cuidado para o zelo da integridade, mantendo-se inteiro, transparente e 
verdadeiro. Zelar pela ética é, ao mesmo tempo, zelar pela morada do humano 
pois ela oferece abrigo, garante identidade e sustenta a verdadeira marca do ser 
social. 
Sendo a ética a habitação humana, questiona-se: Como encontra-se essa 
morada? Abriga ou desabriga? Inclui ou exclui? O vínculo da ética à produção do 
conhecimento relaciona-se a capacidade de descartar a ideia de desigualdade 
dentro da mesma sociedade. A percepção e a reflexão são os melhores exercícios 
da ética. François já dizia: “Conheço muitos que não puderam, quando deviam, 
porque não quiseram, quando podiam.” 
Para que haja desenvolvimento educacional, para que se construa o autêntico 
conhecimento e para que se efetive o caráter do indivíduo em meio as pressões 
hodiernas resultantes do modo de viver, exigido pela sociedade, os valores éticos 
e morais são imprescindíveis. Somente com ações que direcionem esses valores 
à produção do conhecimento é que se propiciaria consumação da verdadeira 
cidadania. O comportamento do homem na sociedade depende da reflexão 
exigida pela ética sobre os sistemas morais produzidos por ele no dia a dia. 
Atualmente há uma acentuada preocupação da sociedade brasileira, de como 
encontrar estratégias que possam, de fato, efetivar o respeito às diferenças e o 
combate a violência. Os casos de desrespeito, discriminação e outras ações 
violentas são realmente assustadoras e inaceitáveis numa sociedade que almeja 
os princípios éticos e morais. 
A ética é um princípio de comportamento que deve estar presente na produção 
do conhecimento do indivíduo para que esse torne-se consolidado e 
compromissado com a cidadania. Se um motorista, por exemplo, aprendeu que 
não que não se deve ultrapassar a faixa contínua e ultrapassou, que não deve 
exceder a velocidade máxima permitida e excedeu, infringiu as regras de trânsito 
e feriu os princípios éticos e morais. 
Exercer a ética é algo que requer certo esforço pois tem a ver com a prática da 
capacidade e da responsabilidade da pessoa. O conhecimento construído com 
ética torna-se muito mais consistente e eficaz além da consolidação de uma 
sociedade mais justa. 
Se a ética é a ciência normativa que conduz ideais promissores dentro da 
comunidade, uma vez que o ser humano é um animal social, seria inútil 
compreendê-la como ciência para indivíduos isolados. Na verdade tudo o que o 
indivíduo produz ou realiza, reflete consequências que podem atingir outras 
pessoas. 
No contexto social, da atualidade, é comum observar alguém querendo 
sobressair-se melhor em relação ao outro, sendo mais esperto, apegando-se ao 
jeitinho brasileiro e a muitas outras práticas indecentes e reprovadas pela 
cidadania. Essas atitudes ou maus costumes são características de uma 
sociedade que, pela ausência do respeito, do civismo e da consideração coletiva 
macula a verdadeira cidadania. 
6. A PRÁTICA DA ÉTICA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA 
A Constituição Brasileira de 1988, no seu artigo 205º e a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional – LDBEN, artigo 2º garantem: “A educação, dever da 
família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de 
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
Contudo, é a atividade ética que materializa tanto a cidadania quanto a 
qualificação do indivíduo pois são construídas e refletidas pelas suas práticas e 
ações diárias. 
Os princípios éticos nascem de um sentimento social com a apregoação do 
respeito, da honestidade e da solidariedade aos seus semelhantes. O progressohumano se dá a partir da valorização do trabalho, da fraternidade e 
principalmente da liberdade. Dessa forma a ética vai interferindo, orientando e 
conduzindo o homem ao cumprimento de sua função social e, 
consequentemente, de sua cidadania. O comportamento do indivíduo em 
sociedade deve ser ajustado buscando sempre um desempenho virtuoso em prol 
do bem comum. 
Quando uma pessoa preocupa-se em praticar o bem, fazer o certo e ser justo em 
suas ações na própria comunidade, a prática do dever individual e social se 
consolida. É essa homogeneidade do trabalho executado que habilita o exercício 
da cidadania em meio a classe social que o homem pertence. 
Sabe-se que em todas as áreas representativas das atividades humanas há o 
código de ética que regulamenta as relações profissionais. São “Conselhos” 
normativos que exigem uma atuação democrática e responsável, instrumentos 
formais que regem notadamente as profissões e as relações, tanto com a 
categoria quanto com a sociedade. O código de ética de cada profissão tem como 
objetivo a formação da consciência profissional à respeito dos padrões de 
conduta. 
Entende-se, portanto, que o principal papel da ética, como ciência, é orientar a 
conduta humana e propiciar o regulamento comportamental da vida em 
sociedade para que essa possa viver plenamente bem. Em resumo, a ética é 
também uma ponte estruturante que possibilita ao indivíduo, acesso à cidadania, 
além de tentar freiar o egoísmo, a desonestidade, a discriminação, as 
irracionalidades entre outras. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Após refletir-se sobre o tema, percebeu-se a grandeza de sua importância e o 
imensurável valor de sua conduta inserido nas ações humanas no dia a dia. 
Conduzir uma missão ou exercer uma atividade que a sua profissão lhe propiciou 
sem, no entanto, considerar os princípios éticos e morais de sua conduta, seria 
mera contradição de um juramento que deixou de cumprir com as suas normas. 
Torna-se necessário que se reflita no sentido de que novas ações sejam 
realizadas com o intuito de tornar as pessoas mais sensíveis, mais responsáveis 
e mais conscientes das atividades que praticam em qualquer espaço da vida. O 
individualismo e a ganância pelo poder vem quebrando valores, burlando regras 
e eliminando o verdadeiro sentido da ética e da moral diante da sociedade. 
A ética na educação torna-se concebida a partir do momento em que os valores 
forem considerados e o exercício profissional um propiciador de ações 
humanizadoras. A sociedade vem exigindo dos indivíduos uma postura aceitável 
com ações e responsabilidades que possam, de fato, oferecer respostas que 
sinalizem a mais perfeita harmonia para o bem estar social. E, para que isso se 
concretize, a ética deve estar impregnada nas ações realizadas no dia a dia, nas 
mais diversas áreas e nas mais distintas profissões. 
Certas classes sociais e políticas relegam a ética, quebrando valores e burlando 
princípios em prol do individualismo, ignorando-a e desnorteando-a do seu 
sentido. No entanto, é preciso que se discuta conceitos e dialogue as 
discrepâncias existentes entre sujeitos e sociedades, com o intuito de abolir-se 
as práticas errôneas do cenário que vivencia. O sentido da solidariedade, da 
consideração e do respeito parece escassearem, tendo em vista que a dedicação 
absoluta passou a ser exclusiva do próprio “eu”. 
REFERÊNCIAS 
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed. São Paulo: ática, 2002. 
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. 
CORTELLA, Mário Sérgio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre 
gestão, liderança e ética. 9ª ed. – Petrópolis, R J, Vozes, 2010. 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN / Lei nº 9.394 de 20 
de dezembro de 1996. 
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, p. 29-30, 2001. 
RIOS, Terezinha Azeredo. Ética e Vida Social. Programa de formação de 
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SOUZA, Sônia Maria Ribeiro de. Um outro olhar: filosofia. São Paulo: FTD, 
1995. 
VAZQUEZ, Adolfo Sanches. Ética Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 24ª ed., 
2003. 
[1] Formado em Normal Superior pela UESPI (Universidade Estadual do Piauí), 
Pós-graduado em Supervisão Escolar pela Faculdade de Teologia Hokemãh – 
Fateh e Mestrando em Educação pela Anne Sullivan University

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